A Sereia escrita por Santori T


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindo (a)!
Agora começamos a caminhar de verdade.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/345871/chapter/6

Acesse aqui a trilha do capítulo!

As semanas correram rápido, para meu alívio. Jade e eu nos adequamos a uma rotina de poucas visitas, com horários rigorosos e curtos, que limitavam os assuntos que ela insistia em dialogar comigo, além de mantê-la a salvo de meu lado instintivo. Tudo seguia bem com minha nova e razoavelmente satisfatória dieta alimentar, minha nova vida e, por que não, com minhas novas amigas, Jade e Bela, a carniceira bola branca que agora morava em meu chalé. Nada poderia estar mais encaixado. Até aquela sexta-feira.

-Acho que isso é seu. Estava na porta.

Jade colocou as sacolas de compras sobre a bancada da cozinha antes de me dar o envelope cor de sopa. Eu peguei a carta um tanto desconfiada. Nunca havia recebido correspondência em todo o meu tempo no chalé, porque não havia um remetente para isso. Mas foi uma leve peculiaridade, que passaria despercebida a qualquer outro, que dissolveu minhas dúvidas. Ainda que em perfeito estado, dava para sentir o cheiro inconfundível de maresia exalando do papel.

-Vou ler lá em cima – Eu disse, subindo as escadas mal controlando minha respiração.

-Eu posso ir? – Os olhos claros de Jade cintilaram, cheios de curiosidade.

-Não.

Fechei a porta do quarto e mergulhei no vento acalorado da varanda. Minhas mãos tremiam tanto que foi difícil rasgar o envelope. Quando a carta finalmente estava em minhas mãos, senti medo. Pela primeira vez em minha vida, eu senti um grande medo do que leria ali.

A carta fora escrita na antiga língua de minha espécie. Era compreensível para mim, mas qualquer outro que tentasse ler veria apenas rabiscos desconexos, além de contrair uma forte enxaqueca.

-E então, o que diz aí?

Virei-me assustada e amassei o papel antes que os olhinhos curiosos de Jade alcançassem o que não deveriam.

-O que faz aqui!? – Rosnei, irritada com a intromissão dela.

-Você pareceu muito preocupada... – Ela fez beicinho e seu rosto corou. Bela estava em seu colo, agarrada a seu suéter. – Só queria saber como está.

-Estou bem – Suspirei, cansada. Dei a volta no quarto e escondi a carta em uma das gavetas da cômoda. – Não vou precisar de você pelas próximas semanas.

-Como é? – Os olhinhos de Jade piscaram, confusos.

-Vou receber uma visita – Murmurei, sem me permitir dar a ela detalhes sobre o assunto. – E não quero que esteja aqui quando ele chegar.

-Ele? – A voz da garota ecoou como música pelo quarto. – Por acaso é seu namorado?

Virei-me para Jade, encarando-a sem vestígio de humor.

-Faça o que estou pedindo – Eu disse, cortante, como uma lâmina afiada. – Não apareça aqui, Jade. Apenas dessa vez, me obedeça.

Jade foi embora assim que descemos. Eu quis me bater por te-la chateado, mas era para o bem dela. Era para protege-la. Tudo o que eu estava fazendo atentava contra a vida daquela menina. Eu mesma representava um perigo constante. Porém, se descobrissem que eu a tinha como uma amiga, as coisas poderiam ficar bem feias. Para nós duas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pela visita! Não esqueça de comentar, deixando sua opinião! Até logo!







.::. Seja original. Não copie ;D .::.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Sereia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.