A Cúmplice. escrita por Larinha


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei um pouco pra postar, e provavelmente demorarei de novo porque minha escola está muito puxada. Eu estudo em colégio preparatório, então não tenho tido tempo de escrever muito. A minha outra fic está um bom tempo sem capítulos novos, então vou escrever o dela para depois postar o segundo desta. Espero que entendam :)) Ah, bom capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341932/chapter/2

Um fato curioso: todos odeiam acordar cedo.

Eram cinco e meia da manhã quando o despertador de Ana tocou, ela havia esquecido completamente que as aulas começariam hoje. Algo em sua mente dizia que ela ainda tinha algum tempo de descanso, infelizmente isso não era verdade. Então aceitou sua derrota e levantou da cama. O quarto estava completamente bagunçado; roupas jogadas, algumas vasilhas em cima da mesa, e coisas que ela não sabia definir em cima da cadeira. Nada daquilo seria arrumado antes dela se formar, torcia para que nenhum fungo aparecesse enquanto estava fora. Tudo estava uma zona. Exceto, obviamente, pela estante de livros. Era a única área impecável do lugar.

Ela foi ultrapassando os obstáculos até conseguir alcançar a porta do pequeno banheiro. Ao entrar e tentar acender a luz, não conseguiu. – Havia queimado. – Na parede em cima da pia, havia um espelho. Ao se olhar, viu que tinha olheiras bastante profundas embaixo de seus olhos. Ela não dormira direito, por tanto não prestaria atenção em quase nada, a não ser que fosse algo que valesse a pena.

Ao descer, por volta das seis e quarenta, começou a procurar por alguma coisa importante que poderia ter se esquecido de por na mala. Havia achado algumas canetas até que se lembrou da carta que havia recebido há um tempo. Ela ainda não descobrira quem era e, por algum motivo, ela desejava muito saber. Então começou a vasculhar as gavetas da sala até encontrar o envelope, leu–o novamente e o pôs na bolsa. Tentou pensar em algum garoto que conhecia com a inicial E. Existiam várias opções, mas da idade dela só um: Eli. O garoto mais burro de toda faculdade em que Ana estudava, era muito improvável que tivesse lido um livro sequer, não podia ser ele. Ela teria de descobrir por si mesma.

Após tomar seu último café em seu apartamento, saiu de casa e pegou seu Corolla preto.

Ana passou na casa de Victória, mas ela pegou carona com Jéssica e o namorado que era professor. – Ela se lembrava de tê–lo conhecido na festa de iniciação, mas aquela noite era um borrão. – Depois de vinte minutos no trânsito, parou em frente ao estacionamento e encarou os prédios de aula e os dormitórios. Várias memórias do ano passado voltavam em sua mente como um turbilhão: Meninas gritando, garotos enlouquecidos, professores idiotas, seu pai anunciando que iria se casar, todos a olhando estranho depois de saberem a verdade... Fora um ano perturbador. Ela só esperava que aquele que estava começando pudesse ser bom; não calmo e tranquilo, pois isso não existia em sua vida, mas simplesmente satisfatório.

Quando finalmente estacionou e desceu do carro, começou a perceber as mudanças que aconteceram durante as férias. Mais alguns edifícios foram construídos na parte esquerda do campus, eles possuíam cores vívidas, mais vibrantes que todas as outras. Eles se destacavam de todo o resto, ao lado deles havia uma placa fincada no chão que dizia: “Dormitórios > Prédio 1 — Masculino. Prédio 2 — Feminino. Prédio 3 — Especial.” Seu pai não mencionara que haveria um terceiro dormitório, mas deduziu que poderia ser para os melhores alunos da faculdade.

Ao abrir o porta–malas e pegar a bagagem, seu celular começou a tocar.

Cadê você?” – Berrou Victória, onde ela estava tinha um barulho infernal.

— Eu acabei de chegar, estou com a mala na mão. Estamos no mesmo quarto? – O silêncio do outro lado afirmava que não. – Ótimo, dormirei em um quarto com estranhos.

“Desculpa! Você vai ficar em outro dormitório, eu acho. Eu to indo ver qual meu horário, tenho que ir antes que alguém me derrube no chão, beijos.” – E desligou.

Ela seguiu em direção ao prédio em que se encontrava a diretoria. A cada passo a grama do pátio quase entrava em seu tênis, ninguém havia parado para apará–la. Ao chegar mais perto pode ver que praticamente todos os alunos estavam tentando entrar, o lugar chegava a tremer. Alguns vasos estavam a ponto de caírem, os monitores tentavam conter todo mundo, mas ninguém tinha voz autoritária o suficiente para isso.

Alguns rostos eram conhecidos, outros ela nunca vira na vida. Alguns professores estavam um tanto assustados devido ao tumulto e a falta de senso dos alunos de conseguirem se organizar para entrar na diretoria.

Ana era sempre o centro das atenções, ela odiava isso, mas também odiava bagunça e baderna desnecessária

— Já chega! – A voz dela ecoou no edifício inteiro, o grito cessou a todos. Os estudantes ficaram parados onde estavam e ela largou a mala no chão com uma força absurda. – Mas que confusão é essa? Será que vocês não sabem agir como pessoas civilizadas? Se não, tem um zoológico logo ali onde vocês podem ser domesticados, pelo amor de Deus! Façam uma fila, e pra quem não sabe, o horário fica no mural dos dormitórios em caixinhas alfabéticas. Por tanto, quem quer os horários, vá para lá!

A grande maioria dos alunos saiu da entrada e foram todos para os dormitórios, alguns continuaram ali, pois não sabiam seus quartos. Os monitores estavam acostumados com as explosões de Ana, mas muitos professores ficaram totalmente surpresos. Ninguém conseguia falar alguma coisa com ela ainda presente.

Pegou a mala novamente e foi em direção a sala do diretor. Deixou os alunos perdidos e os novos professores na primeira sala que era um pouco pequena e por isso seu pai não deixara que apenas ali fosse a diretoria. Era lá onde os problemas simples eram resolvidos mais rapidamente. Conforme ela ia andando, ela via algumas novidades e alguns avisos que seriam postos durante as aulas e umas salas específicas para os favoritos, mas as únicas partes interessantes eram as decorações. Ela tinha de admitir que Roberta possuía um ótimo gosto.

No final do corredor havia uma porta de madeira escura com uma maçaneta antiga que parecia sofisticada. Ana bateu três vezes antes de abri–la, e quando assim fez, deu de cara com duas pessoas se ajeitando.

— Realmente... Quão grande é o exemplo de vocês para Lilith? Eu poderia ser qualquer um! – Ana olhou para seu pai e sua madrasta com uma expressão de reprovação. – Eu só vim para saber qual é o meu quarto.

— Somos um ótimo exemplo para sua meia-irmã! E seu quarto é no dormitório especial. – Os olhos da garota se arregalaram quando Roberta começou a falar. – São somente para os melhores alunos, professores que moram muito longe e aqueles que possuem permissão para sair no meio da semana. Seu caso é o primeiro e o terceiro. O quarto é o doze, você vai ter que dividi–lo com um professor.

— Eu tenho permissão para sair este ano?! Ótimo, meu apartamento se sentiria sozinho e... – Ela praticamente gritou, mas depois se deu conta da última frase. – Mas... Um professor? Não seria melhor eu dividir com a sua irmã, ‘uma professora’?

— É temporário, e você já o conhece, não terão problemas. Afinal, ele é meu amigo e irmão do seu ex–namorado. Totalmente confiável. – Roberta riu. Elliot se levantou e começou a acompanhar a filha até a saída. – Acho melhor você ir se instalar.

Ela não estava feliz com o fato de ter que dividir o quarto com alguém, ainda mais com um homem que seria seu professor. Após ser quase praticamente chutada para fora, se dirigiu ao prédio de cor grafite onde ela poderia finalmente largar aquela mala.

...

A primeira impressão que Ana teve era de que havia errado o caminho e precisava dar a volta e entrar no lugar certo. Lá não era nada simples, chegava a ser mais luxuoso que um hotel. Definitivamente não era um dormitório comum, eles haviam extrapolado no conforto e nos atributos a mais. Só o saguão dava três salas de aulas e mais um pouco. Nele havia um balcão para guardar os pertences que alguém poderia ter perdido. No centro, uma mesa estava cercada por puffs que quando você se sentava, era como se estivesse sendo engolido. Era um típico ambiente adolescente/jovem, algo que ela não era muito fã, mas teria que aprender a conviver. Mais à frente estava uma escada e alguns alunos parados esperando o elevador chegar ao andar, todos falando como se não houvesse amanhã e como se todos os assuntos tivessem de serem postos naquele dia.

Após cruzar o saguão e segurar a porta do elevador, chegou ao quarto andar onde ficava seu quarto. Foi seguindo em direção a porta com o número 12 cravado e entrou. Felizmente não havia mais surpresas, o quarto era comum e simples. Depois de por a bagagem perto do armário percebeu que havia uma bolsa em cima da cama preta na parte esquerda do quarto. Um barulho veio do closet, que estava fechado, logo a seguir. O que significava que Ana não estava sozinha.

Tentando fazer o possível para não fazer barulho, ela foi esgueirando-se até atrás do armário para espionar o que acontecia dentro do cômodo.

— Só acho que eu deveria ser a aluna com que você dividirá o quarto. – A voz era feminina e doce... Jéssica Sommers. Ela usava uma saia florida um pouco abaixo do joelho e um suéter branco. Estava sentada de pernas cruzadas em um banquinho de madeira enquanto olhava para a pessoa a sua frente com um sorriso zombeteiro. – Aliás, quem será a minha inimiga pessoal?

Seus olhos seguiam a sombra que estava no fundo do closet, mas Ana já sabia quem estava lá antes dele ir para luz.

— Pare com esse ciúme bobo, fui eu que insisti em dividir o quarto com ela. – Aquilo pegou a morena de surpresa, e à namorada dele também. – Ana me pareceu ser um mistério a ser resolvido, me intrigou.

— Não gosto quando você fala desse jeito. Aliás, por mais que eu goste dela, não é muito confiável. Cuidado. – Ele revirou os olhos. Jéssica levantou e o beijou. – De qualquer forma, tenho que me organizar para amanhã. Até mais tarde.

Ela tinha o perfil de uma jovem um tanto nerd. Suas roupas eram comportadas e fofas, mas esse era o estilo que combinava com ela. Os cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo que caía sobre seu ombro, ela não usava óculos, mas era a única coisa que faltava para considerá-la o estereótipo de uma linda garota inteligente. Já Ethan tinha uma pose um tanto... Arrogante. Não que ele fosse, mas só ao olhá-lo você sente algo superior. Ninguém podia negar que ele era estonteante com seus cabelos negros e olhos azuis. Um partido cobiçado, talvez. Ele usava uma calça jeans escura e uma camisa branca por baixo do terno preto. Eles ficavam bonitos juntos, todos achavam. Ao pensar nisso, Ana lembrou o que ele dissera na festa sobre estar em um relacionamento forçado.

Jéssica se dirigiu a porta, olhou para trás novamente e depois saiu. Após fechar a porta, Ethan ligou a televisão e estava passando a seguinte reportagem:

“Estamos aqui para informar que devido à morte de Rita James o detetive encarregado do caso estará afastado por alguns dias e outro assumirá seu lugar. Mais uma vez informando: Este serial killer mata mulheres de 19 a 29 anos de cabelos escuros e olhos azuis. Ainda não se sabe o motivo e qual será sua última vítima. Ao todo sete jovens morreram nas mãos deste cruel assassino. Voltamos para a central.” – Disse a jornalista.

Ana tremeu. Por mais que pensasse que estava em segurança, o fato de ser uma vítima em potencial a deixava muito... desconcertada. Ethan se levantou e abriu sua bolsa, tirou dela um livro chamado: “O corvo".

— Você sabe o quão perigoso é você sair por aí sozinha, Ana? – Perguntou ele.

— Como você... – Ela saiu espantada de trás do armário. – Amanhã instalarão as cercas elétricas para somente os alunos com permissão saírem e ninguém não permitido entrar. De vez em quando esta faculdade parece um tipo de colégio para pessoas problemáticas, mas acho que tudo isso é somente para mim.

— E com razão. Você deveria ficar em custódia... Mas seu pai não ouviu meu conselho.

— Seu conselho? Olha, acha mesmo que meu pai se sacrificaria tanto por mim? Depois de todos os problemas que o causei, acha mesmo que ele liga? Acho que não. – Ela foi em direção a ele e sentou ao seu lado. – Mas vamos parar de falar de mim, vamos falar do fato de você não querer estar com a garota que saiu daqui há uns dez minutos.

— Eu vou terminar hoje. – Ele hesitou antes de dizer a próxima frase, mas não deixou Ana perceber. – Eu preciso de alguém mais parecido comigo, meus planos não são os mesmos que os dela e temos visões completamente diferentes... É uma pena, achei que ela fosse inteligente.

— O Q.I dela é impressionante, mas não é o que você procura. Você procura sabedoria e esperteza. Sabedoria com as coisas boas e uma pessoa esperta o suficiente para sair de algo ruim, é isso? – Ele deu um sorriso de lado.

— Exatamente. – Ambos os celulares tocaram. – Aí também é uma das Sommers?

— Victória... – Ela apertou o botão verde, mas Ethan não atendeu. – Alô?

“Oi! Então, você não me achou na diretoria né? Enfim, amanhã começam as aulas então o pessoal vai fazer uma fogueira hoje à noite no pátio dos fundos, você vem?”

— Talvez...

“Ah, – Ela interrompeu – minha irmã disse que não está conseguindo falar com Ethan, tem como você falar com ele também? Beijos, tchau.” – E desligou.

— Festa da fogueira, não inclui professores, mas Jéssica quer que você vá. Acho melhor você terminar amanhã. – Disse Ana.

— Mas é o lugar ideal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Haverá mais personagens ao decorrer da história, e em breve Ana receberá uma proposta... Oops, será que é a da sinopse? Vish...

Alguns detalhes a mais:

Ethan também tem olhos azuis claros e tem 29 anos.

Jéssica é loira dos olhos verdes, assim como Victória sua irmã e melhor amiga de Ana. Jéssica tem 27 e Victória 24. Ana tem 23.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Cúmplice." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.