Livro: Ainda sem título.

Conspirações – Parte 1.

Na vida de uma criança cujos pais simplesmente são perturbados em todos os sentidos o que se espera? Que a mesma herde a perturbação, você conclui.

Bem, acho que há um pouco de sim e um pouco de não. É tudo muito relativo na vida do pequeno Ethan. Ele não sabe quem é quem. Não sabe quem são os mocinhos e quem são os maus. Ele só sabe que tem que obedecer aos dois insanos conhecidos como papai e mamãe que só sabem discutir sobre dinheiro e posses. Só sabe que se não comer tudo vai apanhar porque não pode desperdiçar igual papai faz com o dinheiro que ele dá para a amante. Igual mamãe faz quando compra milhões de bugigangas e roupas extravagantes que ela só irá usar uma vez.

Pobre menino Ethan, sendo cercado por todos os lados com a insignificância das coisas significantes. Pobre menino Ethan, tendo que aguentar mamãe falar no telefone por horas enquanto espera que ela leia uma história para ele dormir. Pobre menino Ethan que sofreu na mão da babá que acendia um cigarro a cada dois minutos quando os pais saíam. Pobre menino Ethan que simplesmente não entendia sua vida. Pobre menino Ethan de sete anos de idade.

Talvez, se sua infância tivesse sido um pouco mais normal, se seus amiguinhos pudessem ir à sua casa para brincar, se ele tivesse sido dado ao nascer e adotado por uma família mais amável, talvez se ele tivesse crescido na rua, talvez até na pior das hipóteses ele poderia ter tido momentos melhores.

Mas, na minha sincera e humilde opinião, nenhum desses fatores contribuíram para ele ser o que é hoje. Muitos passam por pior e são honestos, trabalham e sustentam suas famílias com dignidade. Mas quem sou eu para julgar? Apenas uma minúscula estudante. Meu único dever, caro leitor, é narrar a trágica, ou talvez apenas confusa, história de Ethan Millers, mais conhecido como Blue Killer.