The Fear escrita por Enid Black


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá nighters ^^ Desculpem demorar para postar hoje, ontem de madrugada eu tipo que 'desmaiei' de tanto sono KK Enfim, aqui está o próximo capítulo! Esse não tem nada de terror (para minha tristeza, porque eu gosto de assustar vocês k). Muito, muito, muito obrigada a todos que estão lendo :} Vocês me dão um apoio inimaginável! Parei de falar já, boa leitura :D



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Depois do amanhecer naquele dia, uma família (que ainda estava completa, por incrível que pareça) me encontrou encolhida naquela escada da igreja local, ainda com a luz do poste competindo com o amanhecer para me iluminar.

Após aquela estranha madrugada, meu medo pelos nightwalkers apenas aumentou. Cada sombra guardava meu anjo de olhos negros, cada estrada aparentava conter a trilha que suas asas escorriam. 

As histórias sobre a única garota que sobreviveu de um banquete de pesadelos ganhou vários detalhes macabros com o tempo, como a macumba que o nightwalker (na história, um cão de pelo negro e olhos vermelhos) que estava á beira da morte fez comigo para sobreviver, deixando-me fugir como agradecimento por ter salvado sua vida, ou então o acordo que eu havia feito com a criatura para conseguir escapar, prometendo criar uma armadilha para mais humanos serem capturados por eles.  É maravilhosa a criatividade que os humanos têm durante o apocalipse, não? Podem estar á beira da morte, mas ainda tem tempo o suficiente para inventarem merdas da vida alheia. 

Eu havia tentado contar a verdadeira história (que, para mim, é bem mais horrível que todas as outras) no começo, porém as versões de minha brincadeira com um nightwalker se multiplicaram tão rapidamente que chegou um momento em que eu simplesmente concordava com cada coisa que os fofoqueiros falavam, cansada de tentar negar algo que aqueles retardados iam continuar acreditando. 

Por isso eu não tinha uma bela fama nos grupos que habitei nos seguintes anos, nunca tive amigos, alguém para confiar e dizer como meus pesadelos haviam se transformado, eu apenas sobrevivia com os outros, sendo lembrada só nos momentos de distribuir a comida e mudar o turno de vigía. 

Quando meu anjo da morte me visitou pela segunda vez, todos á minha volta, não importando qual versão da história acreditassem, sabiam que aquela aparição era a continuação do meu destino macabro de tantos anos atrás, por isso o medo estava evidente na expressão de todos do grupo que me observavam atentamente, como se eu fosse me transformar em um palhaço demoníaco na frente de todos. 

Olhei á minha frente, e percebi um garoto, alguns anos mais velho que eu, de cabelos pretos e olhos igualmente escuros me encarando. A primeira pessoa que aparentava era estar preocupada comigo, e não com medo de meu passado marcado. 

- Você está bem? - ele repetiu, era alguém do grupo, um garoto que havia chegado á pouco tempo, porém, devido á minha simpatia e popularidade com todos, eu não me lembrava de seu nome. 

- Sim, estou. - disse firmemente, mostrando á todos que eu ainda estava humana como era antes de todo aquele show. 

O garoto deu um sorriso fraco, e em seu olhar era evidente o alívio que veio com minha resposta,  só então percebi que ele também tinha medo de eu ter sido transformada. Como se um humano pudesse ser transformado em algo com apenas um grito do nightwalker. 

O grupo começou a se dispersar, cada um retomando sua rotina distoricida que fazia antes de o anoitecer começar, embalado pelo som das máquinas dos jogos do cassino que se tornaram a trilha sonora de nosso desespero. Voltei para o canto em que eu estava antes de a luz do sol começar a desaparecer e me sentei, pegando o livro que havia roubado de uma biblioteca que haviamos passado no dia anterior (acho que ninguém está preocupado em bandidos que querem um pouco de distração, na altura dos acontecimentos) e começando a lê-lo. 

- Então, o que está lendo? - o garoto se aproximou de mim, sentando-se ao meu lado. 

- Frankenstein - respondi, folheando o livro. 

- Buscando semelhanças com a nossa realidade? - perguntou ele, sorrindo. 

- Talvez. Quem sabe os nightwalkers não são a cria de um cientista que os deixou escapar? 

Ele deu uma risada baixa. 

- É, quem sabe. 

Um silêncio se instalou entre nós, e, por mim, ele perpetuaria.

- Como você sabe que o anjo de hoje é o mesmo que te salvou anos atrás? - o garoto perguntou, quebrando a quietude confortável. 

Olhei para ele, me perguntando como ele sabia que o nightwalker havia me salvado aquele dia, e não feito um pacto comigo ou algo parecido, como as pessoas insistiam em contar. 

- Gosto de confiar na versão verdadeira - ele deu de ombros, entendendo a pergunta oculta em minha expressão - Ouvi você contando a história a alguém, mesmo que a pessoa não tenha acreditado, eu acreditei. 

- Obrigada - eu disse, grata a pelo menos uma pessoa não ter gastado tempo com as fofocas que me rondavam constantemente. Ele deu um leve sorriso novamente, medindo as palavras para fazer suas perguntas.

-  E... como você sabe que ele é o mesmo? Os nightwalkers se transformam em seu medo, certo? Esse anjo não poderia ter sido uma criatura aleatória que detectara seu medo pelo nightwalker de sua infância e se tornara ele? - perguntou ele, seus olhos denunciando sua curiosidade. 

- Um nightwalker se transformará sempre em um mesmo medo para  alguém, não importa quantas vezes a pessoa se depare com ele, ele sempre terá aquela personificação   - eu disse, tentando parecer firme em minha explicação - E... - lembrei-me do sussurro que o anjo direcionara apenas para mim, lembrando-me do aviso que ele havia me feito a tanto tempo. 

- Não precisa continuar  - ele me interrompeu, percebendo meu desconforto em continuar aquilo - Deve ser muito dificíl saber que algo assim voltou para te atormentar, ainda mais falar sobre isso. Desculpe se te incomodei. 

- Não me importo. Essa é minha realidade, eu preciso encarar isso. - eu disse, embora minhas mãos ainda tremessem.

- Para qualquer coisa, eu estou aqui - ele disse, transmitindo seu apoio através de um sorriso. 

- Obrigada - eu disse novamente, pensando se, depois de tanto tempo, eu finalmente havia achado um amigo. 

Se eu soubesse a consequência que aquela amizade traria, pediria para o garoto fugir para qualquer lugar que fosse longe dali. 


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Notas finais do capítulo

Eu acho esse capítulo ruim, principalmente porque não tem nenhum nightwalker (T.T), e eu realmente não sou muito boa com diálogos D: Ah, e vocês entenderam a explicação sobre o anjo? Achei que ficou meio confuso >< Enfim, mesmo se estiver uma merda, mandem-me reviews, seus nighters lindos! Até domingo que vem ^^