A Ordem de Drugstrein (Versão antiga) escrita por Kamui Black


Capítulo 4
Capítulo 4 - O Segredo de Kamui




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Arco I - Treinamento

 


Capítulo 4 – O segredo de Kamui

 

As aulas começaram. Matheus sempre procurava ficar próximo de Kamui, que sempre procurava ficar próximo de Sarah. Sendo assim, logo eles acabaram ficando inseparáveis. À noite, na sala comunal, após as aulas, era comum ver os três comentando sobre seu dia.

Kamui teve a aula de arte do vento com Victor. De cara os dois já sentiram antipatia um pelo outro, não chegaram a conversar, mas Kamui percebia como o outro sempre o encarava como se estivesse desafiando-o. O que mais o irritou foi que, no fim da aula, Victor acabou esbarrando propositalmente em Kamui e lhe mandou um olhar de superioridade, principalmente porque ele já conhecia bem feitiços de vento enquanto Kamui realmente tinha dificuldades até com a primeira magia básica que tentou aprender na primeira aula. Ficou irritado com Victor, mas ficou mais deprimido porque tinha dificuldade justamente no elemento que era de seu pai. Ele só foi esquecer suas preocupações à noite, quando se juntou aos seus amigos.

Na sexta-feira, porém, as coisas começaram a esquentar entre Kamui e Victor. Eles se encontraram novamente na aula de defesa contra magia negra. A confusão começou quando Victor resolve fazer um comentário logo após a aula, que Kamui não poderia ouvir calado.

- Não sei porque aquele professor ficou só passando teoria. Poderia ter feito algo útil como demonstrar algum feitiço das trevas.

- Por que ao invés de ficar criticando a aula, você não faz algo útil, como ir estudar na Guilda de seu pai, de qual você tanto se gaba? – Kamui comenta em tom normal, mas ainda assim provocativo.

- Olha só, então, quem esta falando. O filho do tal herói de Drugstrein. Pensei que você era mudo, ou será que não falava nada porque não conseguia nem sequer fazer uma simples magia de vento que, ironicamente, era o elemento de seu pai.

- Fica quieto, Victor, nenhum mago é bom em tudo, mas pelo que eu vi, Kamui é bom em todos os outros elementos. – Matheus estava entrando na conversa.

- É verdade, ele pode ser bom e ter um bom nome, mas, cuidado Kamui, se ficar andando com gente de uma família de segunda ou uma certa maguinha, – ele olhava para Sarah. – vai acabar perdendo seu prestigio.

- Agora você foi longe demais. Não gostei de você desde o início, mas essa foi à gota d’água. Não vai insultar meus amigos.

Os dois já haviam perdido a calma e estavam prestes a explodir, parecia que iriam começar um duelo ali mesmo.

- Não faça besteira Kamui. – Sarah tenta acalmá-lo. - Você não pode duelar aqui, vai acabar pegando uma detenção.

- É, acho que ele não vale a pena.

Kamui vira as costas e sai andando. Victor também acaba se acalmando, mas ameaça alguma coisa que Kamui não pode ouvir.

No sábado à tarde, tal discussão parecia nem ter ocorrido. Kamui, Sarah e Matheus estavam deitados na grama dos campos atrás da ala de estudantes de Drugstrein. Eles comentavam o que tinham achado da primeira semana.

- Magia é difícil. Dos elementos básicos, só consegui fazer uma magia de terra, nada mais – Matheus se lamentava.

- Engraçado, essa foi a única que eu não consegui fazer. Em compensação, fui uma das únicas três a conseguir fazer cicatrizar um pequeno corte no ratinho cobaia – Sarah comenta.

- E as pessoas? Vocês fizeram alguma amizade nova? Conheceram alguém interessante? – Kamui pergunta, principalmente se direcionando a Sarah.

- Tentei fazer amizade com todo mundo, mas não me aproximei muito de ninguém. – A garota responde.

- Fiz amizade com o Fred, apesar de parecer improvável. Ele é legal, me ajudou na arte da terra, ele também é bom nisso. E você Kamui?

- Taís Icetan. Acabei fazendo amizade com ela porque é a prima do Sakuro. Ela me disse que é a ovelha negra da família, todos são do elemento água, mas ela é do elemento fogo.

- É aquela garota do cabelo azul, né? Ela parece ser meio reservada sei lá, até meio sombria. – Sarah comenta.

- Também achei isso antes de conhecê-la.

Porém, nesse momento, eles percebem a aproximação de três indivíduos. Um deles alto e magro e o outro gordo. Liderados por um individuo bem conhecido, chamado Victor Smeltiling. Os três se levantaram.

- Vamos acertar nossas contas, Kamui.

- Não temos contas a acertar, e você não teve nem sequer coragem de vir sozinho.

- Agora você já era. – Ele estava furioso. – Acqua!

No momento em que ele pronuncia o feitiço um poderoso jato d’água é disparado na direção dos três. Nesse instante, Kamui grita “Clay” e uma barreira de terra e pedras se ergue para protegê-los.

- Vocês fiquem aqui, ainda não conhecem nenhum feitiço. Vou derrubá-lo.

- Mas eles estão em três.

Kamui não ouviu Sarah, simplesmente saltou para o lado e mandou um feitiço Fira contra o adversário, que contra-atacou com outro Acqua. Os feitiços se chocaram, mas a água acabou vencendo o fogo e então Victor manda o próximo ataque.

- Slash Jinn!

Uma lamina de ar sai de sua mão acompanhando o movimento em meia lua. Kamui tenta se esquivar, mas não é rápido o suficiente. Ele é atingido no ombro esquerdo e empurrado para trás, quase caindo. O vento acaba provocando um corte um tanto quanto profundo que começava a sangrar. Sarah olha para a mão direita de Kamui e percebe que seus dedos estão envoltos em uma espécie de chama negra. Ele avança e iria atacar.

- Dark...

- Barrier! – Uma barreira surge entre os dois que estavam duelando e, quando eles vêem, era o professor Jean Beam da defesa contra magia negra.

Ele se aproximou, era baixo e tinha os cabelos já grisalhos apesar de aparentar apenas meia idade.

- Gostaria de saber o que esta acontecendo aqui. Vocês sabem que duelos é estritamente proibido. Se quiserem fazer isso tem um horário no último andar do meio dia até as 17 horas aos sábados para fazerem.

- Professor. Victor apareceu do nada e nos atacou, se Kamui não tivesse feito essa barreira, estaríamos seriamente feridos agora. – Sarah tenta conversar com o professor, ela falava rápido demais pois estava em agonia de ver o ombro de Kamui cada vez sangrando mais.

- Mas, mesmo assim, Kamui revidou. – O professor falou.

- E o que eu poderia fazer, esperar ele nos esmagar? – Kamui estava ainda com raiva e praticamente ignorava o ferimento, parecia até que havia se acostumado com a dor.

- Agora vai se posar de santo é? Você é quem me desafiou ontem logo após a aula, teve o que mereceu.

- Quietos os dois! Não tem como eu apontar o culpado sem provas. Detenção de 24 horas para os dois. Irão passar a noite na sala de detenção e depois arrumaremos algo para fazerem durante o dia. Kamui, vá para a ala hospitalar antes, se você não tivesse utilizado sua aura para se proteger, talvez tivesse perdido o braço.

Eles foram para a detenção, os dois, mas Victor estava com um sorriso vitorioso nos lábios. Sarah e Matheus foram para a sala comunal, revoltados, e só reencontraram Kamui quando ele voltou da detenção na mesma hora do dia seguinte. Ele ficou feliz em ver os dois amigos esperando por ele na sala comunal naquela tarde de domingo.

- Que bom que você voltou, o que teve que fazer? – Matheus se adianta, Sarah se aproxima logo atrás dele.

- Nada de mais, apenas ajudar a arrumar uma documentação antiga e ouvir vários sermões chatos.

- Não foi uma punição tão ruim, afinal. E o seu ombro? – Sarah pergunta.

- Esta bem, tem uma maga branca muito boa em nossa ala hospitalar, sabiam? Ela curou meus ferimentos quase que instantaneamente. Levou só um minuto.

- Tinha uma coisa que eu queria te perguntar. – Sarah começa em tom bem ameno. – Na hora que você e Victor brigavam, que feitiço você ia usar?

Kamui se lembrou das cenas e do momento em que iria finalizar o duelo. Se o professor não tivesse aparecido, talvez ele teria executado o feitiço.

- Ia utilizar o Fira. – Mentiu.

- Não, não era não. Seus dedos foram envoltos em uma chama negra, o Fira age instantaneamente. Além do mais você sabia que ele não funcionaria.

- Tem razão, vendo por esse ângulo, não funcionaria mesmo, eu iria cometer um erro grosseiro.

- Mas não era o Fira! – Ela falava mais alto agora.

- Era sim, estou falando.

- Não era, você não estava pronunciando Fira, falou algo com “dê”, “da” alguma coisa, sei lá. Você ouviu e viu tudo né Matheus?

- Não tenho certeza do que vi. – O garoto resolveu ficar em posição neutra.

- Me conta Kamui, que feitiço mais você sabe? – Ela olha para Matheus em desaprovação.

- Já disse que foi o Fira, que saco! Quem estava utilizando o feitiço afinal, eu ou você?

- Ta bom então, se não quer falar, não fale.

A garota subiu para o dormitório feminino emburrada. Kamui senta-se na poltrona aborrecido, vinte quatro horas de detenção e tem uma discussão com uma das melhores amigas quando sai.

No dia seguinte todos olhavam estranhamente para Kamui, ele se sentia como um delinqüente que todo mundo recriminava.

Na aula da arte do fogo, Taís foi falar com ele. Ela era uma garota baixinha e muito bonita. Kamui gostava do jeito com que a garota sempre mexia no cabelo muito azul.

- Oi. – A garota se aproxima enquanto eles praticavam Fira, ambos não estavam praticando porque dominavam o feitiço com perfeição.

- Oi Taís.

- Soube sobre o que aconteceu sábado. Victor está se gabando porque te venceu, mas sei que não é verdade, o duelo nem chegou a fim. Fiquei meio triste pelo que aconteceu.

- Obrigado, eu realmente não fui com a cara dele, e ainda fica espalhando essa história que me venceu.

- Por isso fiquei meio chateada, eu tenho amizade com ele.

- Você o quê?

- Tenho amizade com ele. Gostaria que vocês dois fossem amigos, é difícil manter amizade com duas pessoas que não se dão muito bem.

- Lamento te desapontar isso não vai acontecer, e te aconselharia até a manter distancia dele, ele pode ser perigoso.

- Ele disse a mesma coisa sobre você. Bem, isso não muda o que sinto por vocês dois. – A garota se despediu dando um beijinho no rosto de Kamui e voltou para perto das amigas que davam risadinhas porque Kamui ficou muito sem graça.

Ele sentiu o rosto corar e decidiu disfarçar praticando o feitiço Fira, o que não deu muito certo, pois todos olharam para ele porque executava o feitiço tão bem quanto o professor, embora não tivesse o mesmo poder.

Depois da aula, Kamui andava sozinho pelo corredor em direção a sala comunal dos alunos quando para sua surpresa vê Spaak lhe esperando.

- Ola Kamui, como tem passado?

- Estou bem, não esperava te ver tão cedo.

- Que isso, esnobando os amigos. Passei só para conversar um pouco com você, talvez Sakuro venha também qualquer dia, mas ele sempre está muito ocupado. Vamos, venha comigo temos um pequeno pub dentro do castelo.

- Pensei que não pudesse sair da área dos alunos.

- E não pode, pelo menos não sem autorização. Estará autorizado por mim, vamos nessa?

- Vamos.

Levaram uns dez minutos a chegarem até o tal pub. Eles ficaram conversando sobre coisas fúteis durante o caminho. Ao chegarem lá, Kamui reparou que o lugar era bem aconchegante, uma lareira para aquela época fria do ano, poltronas confortáveis e mesas grandes e pequenas. Havia uns dois ou três casais de magos ali, e mais alguns grupos de amigos. Ele reparou que alguns até utilizavam distintivos de Mestre. Eles se sentaram e pediram bebidas, naquele momento Kamui se lembrou que existiam pessoas que não tinham o dom da magia ali, eram as pessoas que mantinham Drugstrein funcionando para os Magos. Uma garçonete muito bonita de cabelos castanhos se aproximou deles, ela olhava para Spaak.

- Spaak, trouxe um estudante essa noite? Ainda bem que não é uma garota.

- E se fosse? Acha que eu flertaria com uma estudante? – Ela deu uma breve risada, logo Kamui percebeu que se conheciam muito bem. – Rebeca, esse é o Kamui do qual lhe falei.

- Então é esse? Entendo, foi para ir atrás dele que você chamou aquela tal de Katherine?

- Sim, e não precisa ficar com ciúmes, Katherine está noiva de Sakuro lembra-se?

- Ah é verdade, tinha me esquecido. Bem vou deixar vocês dois conversarem, tenho que atender outros clientes. Ela ia saindo, mas Spaak a chamou de volta e lhe disse algo no ouvido dela que a fez corar levemente.

- É que terei uma missão de mais ou menos uns 10 dias amanhã. – Ele termina a frase ao se sentar.

- Ta certo, te vejo quando fecharmos então, tchau.

- Então você tem uma namorada? E Sakuro é noivo. Não sabia disso, achei que Magos não tinham tempo para isso.

- Bem, ela não é minha namorada, estamos apenas saindo juntos, ela é ciumenta de mais. E lógico que magos tem tempo para isso, somos humanos afinal não é. Por que? Já esta interessado em alguma garota?

- Não exatamente. – Por algum motivo, Kamui pensava em Sarah agora, e não podia deixar de lembrar como Taís era bonita.

- Sabe porque te chamei para conversar hoje?

- Para que eu visse a sua garota? – Kamui ria.

- Não. – Spaak também não deixava de rir. – Eu queria falar com você sobre sábado.

- Ah, então é isso. – A alegria de Kamui vai embora momentaneamente. – Vai me dar um sermão também, né?

- Não, não vou. Só quero saber o que aconteceu exatamente.

- O que aconteceu é que eu e o Victor não nos damos muito bem, daí o cara chegou do nada e começou a me atacar. Tive que me defender. Foi quando o professor Beam chegou.

- Ainda bem que ele parou a briga, senão as coisas poderiam ter ficado piores. Você não acha que ele foi injusto em punir os dois acha?

- Não. – Kamui imagina o que aconteceria se ele tivesse lançado o feitiço, talvez Victor estivesse morto agora e ele expulso e com uma morte na consciência. – Ele não tinha como ter certeza de quem começou tudo, embora tenho certeza que ele sabia que a culpa era do Victor.

- Sim, você esta certo, quero lhe aconselhar a não perder a cabeça por causa de Victor. Ele é arrogante, ao contrario do pai. O pai dele saiu daqui seis meses depois que eu me formei Mago, ele disse que iria se casar e formar uma Guilda de magos, a Guilda Smeltiling, mas ele não era nem um pouco arrogante e prometeu lealdade a Drugstrein. Alguns magos que se formam aqui acabam indo para lá às vezes.

- Se o pai dele é uma boa pessoa eu não sei, mas que ele é um metido idiota isso é.

- Normal ter rivalidade entre alunos, isso se deve pelo fato que vocês dois são muito bons, serão ótimos magos e com o tempo tenho certeza que vocês acabarão amigos.

- Amigo dele, nunca. – Kamui faz uma pausa para beber um pouco de seu suco. – Vamos mudar de assunto.

- Está bem, fale-me da garota que você esta interessado.

A conversa durou até tarde da noite, quando Kamui voltou para a sala comunal ela já estava deserta, todos tinham ido dormir, ele também foi se deitar.

 


Nas próximas semanas que se passaram Kamui e Victor mantiveram hostilidades, mas desta vez, apenas verbais. Kamui o desafiou para duelar algumas vezes, mas este se safava dizendo que já o havia derrotado uma vez. Spaak também aparecia de vez em quando, uma vez até com um ferimento meio feio no braço esquerdo, o que indicava que a missão tinha sido difícil. Ele e Kamui conversavam bastante o que acabava fortalecendo a amizade. Uma vez só, Sakuro apareceu para se juntar a eles, e uma ou duas vezes ele convidou Sarah e Matheus para irem com eles no pub, Sarah aceitou uma vez, mas Matheus se recusou, pois não se achava bom o suficiente para andar com um Mestre.

Depois de três meses de aulas Kamui chama Spaak para conversar, ele diz para o Mestre que era um assunto sério e não poderia ser tratado no pub. Eles foram para o último andar, o salão para duelos, que estava vazio a noite.

- Então Kamui, pode falar o que de tão sério você queria tratar comigo?

- Estava com receio e até um pouco de medo de falar, mas, bem, acho que você e o Sakuro são os únicos em quem eu poderia confiar isso.

- Ta, mas o que é?

- Bem... é meio difícil de falar, vou te mostrar. – Kamui estende a mão direita e mantém a palma da sua mão para cima. Calmamente ele pronuncia. – Dark Fira. – Uma pequenina chama negra brota de seus dedos e depois se juntam formando uma bola de chamas flutuando na palma de suas mão.

Spaak se afasta uns três ou quatro passos em estado de choque, o que ele via era incomum, um garoto de doze anos tinha dominado um poderoso feitiço das sombras que nem ele, mesmo sendo um Mestre, dominava com perfeição.

- Como você aprendeu isso? Quem lhe ensinou? – Finalmente ele fala.

- Aprendi sozinho, logo após aprender o Fira, num livro muito antigo. Dominei ele na segunda tentativa, depois de praticar um pouco já o tinha dominado completamente. – Agora a pequena bola de fogo negro dançava em volta do corpo de Kamui ao seu comando, percorrendo elipses e as vezes se alongando para um rastro de chamas. – Foi muito fácil aprender, achei que era porque já tinha feito um feitiço, mas quando fui praticar Clay não foi tão fácil.

- Poderia parar com isso. Esse feitiço não é brincadeira.

- Eu sei disso. – Kamui cessou o feitiço imediatamente. – Por isso estou preocupado, só depois de vir para Drugstrein fui descobrir que esse feitiço é de nível 3 em dificuldade e poder. Eu ter aprendido isso com doze anos só pode significar que eu não sou um polimago como vocês estavam pensando, eu sou do tipo de magia negra, um mago negro.

- Exatamente, você contou para mais alguém? Um amigo talvez?

- Não, ninguém mais me viu utilizando-o ou sabe que eu posso fazer magia negra.

- Ótimo, se os GranMestres souberem você poderia ser expulso. Eles não te conhecem como eu e Sakuro conhecemos.

- Expulso? Seria tão radical assim?

- O que acontece é que, geralmente, magos negros tendem a se tornarem obscuros e malignos. Magia negra é muito poderosa e acaba corrompendo a alma de seu portador.

- Sério?! – Kamui agora estava começando a ficar assustado. – Quer dizer que eu poderia vir a me tornar como um dos Lordes das Trevas? Me tornar maligno?

- Acho difícil disso acontecer. Você é diferente, você tem a cabeça no lugar e uma boa estrutura psicológica. Embora tenha tido uma vida difícil, você conhece bem o que é amor e felicidade, normalmente quem não tem isso acaba se corrompendo.

- Entendo, então acho que não tem problema de eu ser um mago negro?

- Mais ou menos, existem magos negros aqui em Drugstrein também, eles são poderosos, mas é melhor você revelar isso ao publico apenas quando todos tiverem certeza que você não se tornara maligno. Por hora, mantenha isso em segredo, não conte nem para seus amigos.

- Não vou contar, tenho medo que eles virem as costas para mim se souberem.

- Se são seus amigos de verdade não farão isso, mas mesmo assim mantenha segredo. – Spaak faz uma pausa. – Você sabe os efeitos das chamas negras ou Dark Fira, como é chamado, se atingir um ser vivo, não?

- Sei, ele é diferente de Fira principalmente porque não pode ser combatido por Acqua. Ao atingir um ser vivo ele não se apagara e consumira todo o corpo da pessoa até a morte. A única maneira de pará-lo é se a pessoa conseguir impor sua aura sobre o feitiço, o que é super difícil de se fazer.

- Além disso, os ferimentos causados se a pessoa sobreviver só poderão ser curados por uma magia branca muito poderosa de nível 4, ou naturalmente através da aura da própria vítima, o que requer muito esforço e semanas talvez meses de recuperação. Só utilize esse feitiço em alguém se tiver realmente a intenção de matar, ou seja, se não existir outro jeito, não precisará dele aqui na academia.

- Certo.

- Mais uma coisa. – Spaak se vira para Kamui quando estava próximo a porta. – Continue praticando ele secretamente. Todos os professores achavam que você era um polimago, pois você tem tanta habilidade em fogo, terra e água como todos os outros desse elemento, mas você na realidade é do tipo magia negra, o que quer dizer que você tem potencial para se tornar tão poderoso quanto seu pai.

Spaak saiu e Kamui voltou para o dormitório, naquela noite ele ficou imaginando quando poderia revelar para todo mundo qual era realmente seu elemento.

 

 

 

 

N.A. - Se lerem, deixem reviews, please.


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