Delírios Insanos escrita por Alana5012


Capítulo 15
A Morte do Lorde das Trevas


Notas iniciais do capítulo

Legenda:
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa) Foi tudo o que me lembro antes de mergulhar num sono profundo, do qual temia jamais despertar.
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Disse que ela é uma das amiguinhas do Potter, Malfoy?
Lembrança: Negrito



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●๋•..●๋•

Luna Lovegood

  - “Um não pode viver enquanto o outro estiver vivo”. - Tom murmurou em resposta, me fitando de forma fria - Precisamos cumprir a Profecia. - Dirigia-se a Harry, que assentiu concordando. Seu timbre era seco:

  - Desculpe, Luna, mas vou ter que matar Voldemort.

  O estampido foi o de um tiro de canhão e as chamas douradas que jorraram entre as duas, no centro absoluto do círculo que eles tinham descrito, marcaram o ponto em que os feitiços se colidiram. Voldemort caiu para trás de braços abertos, as pupilas ofídicas dos olhos vermelhos virando para dentro. Tom Riddle bateu no chão com uma finalidade terrena, seu corpo fraco e encolhido, as mãos brancas vazias, o rosto de cobra apático e inconsciente.*

  - A Guerra acabou. - Ouvi-o anunciar num tom solene, em meio aos brados de satisfação e as exclamações de surpresa - O Lorde das Trevas finalmente foi derrotado: Voldemort está morto. - E então seus olhos encontraram os meus. Estava parada em meio a multidão, assistindo o confronto final de ambos como todos os demais. Porém, ao contrário dos outros, observava a cena perdida em minhas próprias divagações...

  - O que?! Vocês não podem continuar com isso! - Expressava minha indignação e incredulidade mediante aquela mesma realidade, enquanto tentava acompanhar os passos largos dos dois, que caminhavam ligeiramente a minha frente, aparentemente ignorando minhas palavras de súplica. Postura determinada, semblantes vazios, era assim que os enxergava - QUEREM PARAR?! - Berrei exaltada, fazendo com que Harry e Tom se voltassem na minha direção, pouco perplexos. Após um momento onde trocaram um olhar hesitante, meu amigo começou:

  - Será que não entende, Luna?! Precisamos dar um fim nisso. Do contrário, essa Guerra nunca irá terminar. - Seus olhos transbordavam aflição.

  - Sabe que matar Tom não trará seus pais de volta... - Tentava, inutilmente, contornar aquela situação.

  - Não, infelizmente não.  - O outro rapaz cortou-me - Pois, se o fizesse, entregaria minha vida imediatamente em troca das que ceifei. Apenas assim poderia dizimar por completo o remorso que sempre me consumiu. - Seus olhos continuavam fixos em Harry, mirando-o desgostoso - Quem sabe, com o passar dos anos, todos possam simplesmente esquecer a figura do Lorde das Trevas e as terríveis atrocidades que este cometeu durante toda sua miserável vida e, até mesmo, perdoá-lo. Faça-me esse favor, Potter: eu te suplico.

  Analisando bem agora, parece difícil crer que Voldemort - que empenhara-se durante tanto tempo para escapar da Morte - subitamente clamasse por sua hora.

  - TIRE AS MÃOS DE MIM, SEU MOLEQUE IMUNDO! - Os gritos da Lestrange podiam ser distinguidos de longe. Vinham da outra extremidade do recinto. Os gêmeos Fred e Jorge lutavam para contê-la; uma tarefa árdua, levando em consideração que Bellatrix estava totalmente descontrolada, tomada pela cólera da rejeição. Entretanto, calou-se repentinamente ao perceber o corpo pálido de seu senhor no meio do salão principal de Hogwarts: era a prova de que Harry triunfara sobre o Lorde das Trevas.

  - M-milorde?! - Escutei-a balbuciar a princípio perplexa. Seus lábios trêmulos não conseguiam formular qualquer frase coerente, fossem ameaças de vingança ou simplesmente brados de horror. Sim, ela o amava: mesmo depois dos insultos e de toda a humilhação a qual ele havia-a submetido. Nenhum som que saía de sua boca era audível. Foi quando me notou. No segundo que se seguiu, trocamos um profundo olhar. Ela já não reagia. Acho que o que a consolava era saber que, se não possuiria o amor de Voldemort, nenhuma outra bruxa (nem mesmo eu) o teria.

  - Irei convocar todos os meus Comensais. Intimá-los-ei a comparecer no campo de batalha para presenciar a derrota de Potter. E então, você irá me matar. - Tom explicava-nos seu plano. A ideia soava louca, mas éramos todos insanos mesmo; por que não sucumbir a abstinência por um instante?!

  - Certo. - Meneou a cabeça compreendendo tudo - Serão levados para Azkaban. Realmente não se importa? Quer dizer, essas pessoas mantiveram-se fieis a você por tantos anos e...

  - Não. - Interrompeu-o - Não há nada de errado em pagar pelo que se fez. Por que seria diferente com eles ou comigo? Só não envolva Lúcio Malfoy e a família dele nisso. Hoje mais cedo ele me implorou para que pudesse entrar no Castelo e procurar seu filho. Porém, cego como estava, não lhe dei atenção. - Confessou suspirando com pesar - Apenas poupe-os de mais sofrimento.

  - Não se preocupe, Tom. - Consolava-o, segurando suas mãos entre as minhas - Tudo dará certo, você vai ver. Chega de medo, basta de dor: os inocentes serão poupados e os culpados, punidos.

  À distância, via Teddy Lupin abraçado a Tonks, chorando veementemente. Comovida, não pude deixar de sorrir. Todos nós merecíamos um final feliz depois de tanta angústia e dor. O afilhado de meu amigo teria pais maravilhosos sem dúvida... Vagarosamente, fui me afastando da multidão, indo de encontro à saída do imenso castelo. Por onde passava, só ouvia-se gritos e aplausos, todos saudando o nome Potter e a vitória que conquistara naquela noite. Ele estava bastante ocupado recebendo toda aquela atenção. Conhecendo-o bem, sabia que as circunstâncias deviam estar deixando-o embaraçado. Sorri com esse pensamento. Teria de me despedir de Harry em uma outra hora.

  - Por que não se junta aos outros e comemora a queda de um dos bruxos mais temidos que o Mundo da Magia já viu, Srta.?!

  - Não se deve comemorar a morte de uma pessoa... Por mais terrível que este alguém tenha sido em vida. - Respondi-o ainda de costas. Não precisava me virar para saber de quem tratava-se. Reconheceria aquela voz em qualquer lugar: pertencia ao mesmo dono do par de orbes num tom esverdeado tão escuro, que se assemelhavam ao ônix, assim como seus cabelos, que contrastavam sua tez pálida.

  - Mesmo de alguém que tenha sido um monstro, como Voldemort?! - Tornou num tom de escárnio debochado. Ainda sem olhá-lo, tive certeza de que sorria de forma desafiadora.

  - Acredito que todos mereçam uma segunda chance. - Disse finalmente virando-me para encarar Tom Riddle nos olhos. Ele continuava sorrindo.

  - Você é uma menina estranha, Lovegood.

  - É o que todos me dizem. - Concordei, dando de ombros.

●๋•..●๋•

Tom Riddle

  - Esqueça a Profecia, Riddle. - Cortou-me bruscamente - Não quero te matar... Nunca quis. Se arrepende, não é? - Assenti, numa afirmação silenciosa - Então esqueça o passado. - Disse me mirando com um olhar que não soube decifrar. Refleti por uns instantes.

  - Se desejo realmente ficar com Luna, tenho que começar de novo, Potter. Não posso continuar a ser o mesmo. - Essa era a verdade: não havia um futuro para Voldemort. Ele me encarou sério por uns minutos, antes de comunicar-me:

  - Bom, nesse caso, acho que vamos precisar forjar a sua morte. 

  Já estamos no outono, porém, é comum ver neve na cidade, situada no Sul do país. É conhecida como "La Ville Rose" devido às construções erguidas com tijolos feitos com o barro vermelho da região.

  Os franceses são muito diferentes dos ingleses: escandalosos, audaciosos, muito pouco ortodoxos... Acho que vou ter de me acostumar. A região é muito bonita: cercada pelo mar Mediterrâneo, é possível, inclusive, ver a cadeia dos Alpes. Enquanto caminhamos pelas ruas, vejo um grupo de crianças se divertindo na praça principal, correndo de um lado para o outro - algum tipo de brincadeira trouxa, suponho. As casas são, em sua maioria, residências modestas, de cores claras, sobretudo amarelas, como a nossa.

  - Finalmente chegamos. - Paramos para contemplar o nosso mais novo lar. Parece ser bem aconchegante. Meus olhos posam sobre o gramado: há lírios brancos espalhados por toda a parte. Isso me lembra nosso primeiro beijo...

  - Gosto daqui. Aposto que muitos narguilés vivem em nosso jardim... - Minha esposa comentava entusiasmada. Talvez não houvesse um futuro para o Lorde das Trevas, mas quem sabe não haja alguma coisa para Thomas Gaunt?

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Notas finais do capítulo

*Trecho do Livro Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Em homenagem à AvadaKedavra (Fernanda) pela recomendação tão adorável... O próximo já é o epílogo. ^^



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