Delírios Insanos escrita por Alana5012


Capítulo 14
Merci Beaucoup


Notas iniciais do capítulo

Legenda:
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa) Foi tudo o que me lembro antes de mergulhar num sono profundo, do qual temia jamais despertar.
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Disse que ela é uma das amiguinhas do Potter, Malfoy?
Lembrança: Negrito



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●๋•..●๋•

Luna Lovegood

  Em poucos instantes, meu corpo foi tomado pela inconsciência. Já não posso respirar. Mal consigo manter meus olhos abertos. Meus pensamentos são tão... incoerentes. Ao longe, enxergo uma luz, que vai intensificando-se mais e mais:

  - Maman*?! - A imagem de minha falecida mãe surge em meio a claridade. Ela está tão bonita! A passos vagarosos, aproxima-se de mim e me ajuda a levantar. Posso ver sua aura. Ela está diferente: não é a mesma coisa. É estranho, não sei explicar - O que...?

  - Miel*, o seu lugar não é aqui. - Corta-me de súbito. Sua voz é tão doce! - Ao menos, não ainda. Seu pai precisa de você: tenho que levá-la de volta. - Diz-me sorrindo.

  - Mas, mamãe, quero ficar com a senhora... Estou com tanto medo. - Sussurro me deixando envolver em seus braços. Sinto os dedos longos passeando por meus cabelos compridos, num gesto reconfortante. Aspiro seu aroma lentamente. Há quanto tempo não sentia esse cheiro? Recordo-me de infância. Da época em que Tom Riddle ou Harry Potter ainda não faziam parte de minha vida; dos dias em que minha mãe ainda habitava nosso mundo: quando eu era só uma criança, livre de todo sofrimento e preocupações...

  - Eu sei, mon amour*. Porém, precisa entender que ainda não é a sua hora! - Afasto-me um pouco para poder encará-la. Suas feições continuavam as mesmas, seu rosto era exatamente como me lembrava - Prometo que, algum dia, nos veremos outra vez. - Fala enquanto seca a lágrima solitária que desliza por sobre minha face - Não se esqueça que irei estar sempre cuidando de você, filha. - Meneio a cabeça, assentindo, confiando naquela promessa. Seu tom me dá segurança. Estende-me uma de suas mãos, a qual agarro hesitante.

  - Au Revoir*, mamãe.

  - Feche os olhos, querida. - Murmura. Obedeço. Já não há claridade, existem somente trevas. Em meio a sussurros que não entendo, uma voz que conheço:

  - Srta. Lovegood: quer casar comigo?! - Estarei ainda sonhando?! Meu coração voltara a bater. Senti meu rosto esquentar e, certamente, adquirir uma coloração escarlate.

  - T-tom? - Balbuciei confusa. Os orbes esverdeados fitaram-me arregalados, como se não pudessem crer no que enxergavam.

  - Luna?! - Harry exclamou sorrindo, me abraçando entusiasmado. Meio aturdida, correspondi-o - Tive tanto medo de... - Sua frase foi entrecortada por um soluço. Ele estava chorando?! Mas por que?  

  - Harry... - Chamei-o num tom baixo. Vagarosamente este distanciou-se de mim - O que aconteceu? - Notei seu semblante converter-se em perplexidade mediante minha pergunta.

  - Você... Não se lembra? - Indagou de modo hesitante. Balancei a cabeça numa negativa. Desviou seus olhos dos meus para encarar Tom por um instante. Ambos miravam-se sérios e apreensivos - Quem sabe não seja melhor que também esqueçamos... - Falou de forma indiferente. O outro rapaz concordou, ainda mudo. E então, em seguida, nossos olhares (uma vez mais) cruzaram-se. Sem dizer mais nada, Harry levantou-se e caminhou na direção oposta. Os gritos haviam cessado. Já não ouvia quaisquer ruídos que fossem. O castelo estava em absoluto silêncio. E aquilo me incomodava.

  - Eu... não sei o que houve. - Sussurrei, aproximando minha mão livre de seu rosto. Devagar, ele cerrou os olhos.

  - Agora isso não é importante. - Murmurou em resposta.

  - Está tudo tão quieto. - Continuei refletindo.

  - Mandei meus Comensais embora... - Confessou-me.

  - Para onde? - Pois já não importava o “por que”.

  - Pra bem longe... De mim... Ou de você... - Fez uma pausa antes de prosseguir, suspirando com algum pesar - Perdoe-me: agi como um tolo hoje mais cedo. E isso quase me custou sua vida. - Um momento: Voldemort estava se desculpando com alguém? Imagine o quanto essa cena não me parece surreal agora... Rio com esse pensamento. Tom abre os olhos de súbito para me encarar transtornado - Você é uma menina estranha, Lovegood. - Concluiu, depois de analisar-me por uns instantes. Em seguida, sorriu dando de ombros. Realmente: estou apaixonada por Tom Riddle.

  - Merci Beaucoup*, maman. - Agradecia a ela por estar tendo a oportunidade de vivenciar aquele momento.

  - Você ainda não me respondeu. - Aquela voz rouca tirou-me de meus devaneios. Olhei-o sem compreender - Perguntei se aceitaria se casar comigo. - Oh, sim! A questão que havia me tirado o fôlego...

  - Então, se entendi bem, disse que me ama, certo? - Ele me fitou por uns segundos antes de concluir:

  - Acho que dizer que a amo seria algo muito vago. A Srta. tornou-se para mim mais do que apenas alguém que estimo em demasia; assim como necessito do ar para respirar, preciso de você para viver: a pessoa que finalmente trouxe algum sentido a minha existência vazia. - Suas palavras tão sinceras e gentis me comoveram. Jamais haviam me dito coisas assim. Nunca ninguém dissera ao menos gostar de mim.

  - Obrigada... por me amar. - Esbocei um sorriso tímido. Aproximei-me meus lábios dos seus e nos beijamos. É como se, de repente, a Guerra ou qualquer outra coisa não tivessem mesmo a mínima importância.

  - Posso tomar isso como um sim? - E outra vez rindo, assenti.

●๋•..●๋•

Tom Riddle

  E se você morresse amanhã, quem iria chorar por você? Estava certo de que ninguém importar-se-ia verdadeiramente comigo caso morresse (hipótese que não teria admitido anteriormente) naquela batalha. Pois bem: aparentemente, equivoquei-me.

  - M-milorde? - Ouvi aquela voz esganiçada que conhecia tão bem balbuciar perplexa, estragando o que seria o instante mais significativo de toda minha vida: Bellatrix Lestrange nos mirava exasperada.   

  - Pensei que houvesse dado ordens explícitas, Bellatrix: acabou. - Disse secamente, fitando a mulher a minha frente com certa repulsa. Os catorze anos presa em Azkaban a transformaram numa assassina insana impulsiva. E pensar que era um mero reflexo do que já fora há muito tempo... Luna reservou-se ao direito de presenciar a cena em silêncio.

  - E eu achei que essa coisa - Apontava diretamente na direção da Srta. Lovegood - estivesse morta. - Fala de maneira audaciosa (e diria que até mesmo revoltada), sem importar-se com as consequências. Isso me irrita - Depois de todos esses anos... Sendo fiel ao senhor... - Prosseguia com frases desconexas e murmúrios inaudíveis, a voz embargada - POR QUE? POR QUE PREFERE ESSA TRAIDORA AO INVÉS DE MIM?

  - Bellatrix... - Rangia os dentes, possesso, entretanto, a Lestrange me ignorava, continuando seu discurso indignada:

  - POR QUE NÃO ME ESCOLHEU?!

  - CALE A BOCA! - Também gritei alterado. A morena estancou subitamente, surpresa. De relance, pude contemplar um brilho maligno em seus olhos, que encaravam com cólera o semblante sereno de minha Luna. Antes que tivesse a chance de erguer sua varinha, visando fazer algum mal a ela, minhas palavras foram mais velozes:

  - Alarte Ascendere! - E a maldita feiticeira foi de encontro ao chão, provocando um tremendo estrondo. Estava preparado para dar um fim naquilo, de uma vez por todas, quando uma certa loira colocou-se na minha frente, impedindo-me de continuar.

  - Não faça isso: ela também te ama. - Encarei-a incrédulo: apenas Luna Lovegood intercederia por alguém que tentou contra sua própria vida! - Só está um pouco chateada... Mostre um pouco de consideração por todos os anos de lealdade que essa senhora dedicou-lhe, Tom. - Absorvia aquilo pasmo - Além disso, essa batalha não pertence a você, e sim a Neville.

  - Certo: deixarei que o filho dos Longbottoms decida o seu destino. - Anunciei por fim. E, sob o olhar intrigado e temeroso de Bellatrix, pronunciei - Obliviate. - E, logo depois, aparatei levando Luna comigo.

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Notas finais do capítulo

Peço desculpas pelo atraso, é que as palavras simplesmente não surgiam para compôr esse capítulo. Sei que não está muito bom...
Glossário:
Palavras na ordem respectiva na qual aparecem no texto.
*Maman: mamãe;
Miel: querida;
Mon amour: meu amor;
Au Revoir (Orrevuá): Adeus;
Merci Beaucoup: Muito obrigado.



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