Delírios Insanos escrita por Alana5012


Capítulo 10
A Fuga


Notas iniciais do capítulo

Legenda:
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa) Foi tudo o que me lembro antes de mergulhar num sono profundo, do qual temia jamais despertar.
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Disse que ela é uma das amiguinhas do Potter, Malfoy?
Lembrança: Negrito



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●๋•..●๋•

Tom Riddle

  Voltei para a Casa dos Gaunts quando a noite já havia caído. Imaginei que a essa hora ela já estivesse dormindo. Não queria vê-la, continuava irritado com aquela atitude ridícula e irracional. Havia feito-me de bobo, como pudera! Bufei, lembrando-me do que acontecera mais cedo. Bastou pensar nela pra que toda a frustração desaparecesse; não estava mesmo chateado com a menina, só que ainda não acostumei-me plenamente com seu modo “original” de lidar com a situação... De repente, não desejava mais que já tivesse se deitado, esperava encontrá-la ainda acordada. Aparatei até o corredor e, me encontrando em frente a porta de seus aposentos, detive-me ao ouvir um som abafado. Parecia... Não, impossível!

  Abri a porta do quarto de supetão e constatei que o que supora era de fato a verdade.Pela primeira vez, desde que a conhecia, ela chorava: sim, Luna Lovegood estava realmente aos prantos! Era uma cena, no mínimo, inusitada. Quem diria que justo ela, que sempre sustentava um sorriso em seu semblante, independente do quanto as circunstâncias fossem desagradáveis, enxergando o lado bom de tudo e de todos, estivesse nesse exato momento derramando lágrimas de forma copiosa, com o rosto enterrado em ambas as mãos?

  - L-luna? - Chamei-a perturbado; me recriminava mentalmente por ter gaguejado. Por que o fizera? Eu sou o Lorde das Trevas, não temo, não hesito, não... Por que o olhar tão triste que ela me lança agora faz com que sinta-me tão mal? Sou eu o causador de seu sofrimento, o culpado por sua lástima. Ao notar minha presença, a Srta. Lovegood tratou de enxugar as lágrimas que ainda insistiam em cair por sua face para me encarar: seu rosto vermelho, levemente inchado, ela estava com uma aparência péssima... - O que houve? - Como se já não soubesse.

  - EU NÃO AGUENTO MAIS! - Bradou, deixando-me perplexo. A ideia de vê-la irritada, algo que ainda pouco parecia tão surreal, mostrava-se a realidade, atual situação na qual eu me encontrava. Em meio aos soluços, continuou - Sinto saudades... do meu pai... dos meus amigos... Gina... Neville...Harry... - Ao ouvir o nome dele, fui acometido de tamanha fúria que desejei poder lançar um Crucius no primeiro infeliz que cruzasse o meu caminho. Mas me controlei, mediante o estado em que a Srta. Lovegood encontrava-se no momento.

  - Escute... - Comecei, aproximando-me dela a passos largos, porém, fui bruscamente cortado; acaso já mencionei que detesto ser interrompido?

  - NÃO! Por que me mantém aqui? Não vê que não posso ajudá-lo a encontrar Harry? Ele o vencerá no fim, e não importa o que faça, será derrotado: e você sabe. - Engoli suas palavras em seco, mudo, mirando-a frio - ORA, ENTÃO POR QUE NÃO ME MATA AGORA?

  - PORQUE EU NÃO POSSO! PRECISO DE VOCÊ, NÃO ENTENDE? - Precisava? O que estava dizendo? Fora tão impulsivo, tão louco, tão... Só existe única razão para mantê-la aqui e simplesmente não poder deixá-la partir: não quero. Gosto de sua companhia, da personalidade extravagante e única, do seu jeito gentil. Não deveria, eu sei, no entanto, não pude evitar. Ambos estamos nos encarando, em pé, um de frente para o outro, ofegantes, transtornados... insanos. Era loucura, era improvável: que outro termo empregar se não insanidade?

  - É por isso que eu preciso ir... - Sussurrou. Senti o arfar de sua respiração, cortada por um outro soluço, bem próxima de minha face - Não posso estar apaixonada por você. - Aquelas palavras soaram como um duro golpe, semelhantes à dor de ser dilacerado por uma faca de dois gumes. Ela gostava de mim; mas preferia que não fosse assim. Sabe quem sou; o que sou. Só há uma vida de desgraça pra mim. Luna está certa: não tenho nada a oferecer-lhe. Por que de repente não me importo com poder? Em ser o melhor? Ela aparece e muda todas as minhas ideologias. Me confude, deixa-me louco... E o que é pior: me faz gostar disso: por isso preciso tanto dela. 

  - Eu te amo. - Murmuro num ímpeto. Preferia não ter dito isso. Sinto um imenso remorso. Não arrependimento: medo.

  - Nós somos tão diferentes. - Luna me sorriu triste - Não me peça pra ficar; não posso escolher entre você e o Harry. Um irá morrer... - Calou-se subitamente, talvez pensando em alguma outra coisa. Outra vez, tinha razão; entretanto, já não desejo enfrentar o Potter ou qualquer outro que represente uma ameaça. Nas últimas semanas, essa garota me fez sorrir como jamais o havia feito. Nossas conversas, o tempo que passamos juntos, fui mais feliz durante esses poucos dias em sua companhia do que em toda a minha vida miserável. Se eu tivesse de desistir de tudo, as coisas vãs nas quais acreditei cegamente serem o sentido do meu existir, como poder, admiração, respeito, glória, com certeza o faria. Já não vejo um motivo para prosseguir com isso. Só o que desejo é estar com ela: vivendo este delírio insano. E é sem pensar nas consequências que, uma vez mais, nos beijamos, sem nos importarmos com a Guerra, com o quão somos completos opostos ou o futuro incerto que aguardava-nos.

  - Foge comigo? - Pedi, quando finalmente nos separamos. Luna arregalou os olhos espantada, deixando-os ainda maiores do que já são. Ri de sua reação - Quero que fuja comigo... - Repeti minha proposta. Ora, se fosse pra ser louco, que fosse extremo e ousado! Ardi em expectativa. Será que aceitaria?

  - Quando? - Indagou. Seu semblante indiferente fez com que minha expressão se contorcesse numa careta surpresa. Tive vontade de me jogar do mais alto dos precipícios, para saber se a emoção que experimento pode ser comparada à sensação: puro êxtase. Sorri, como jamais tinha sorrido, não contendo um brado alto que surpreendeu a Srta. Lovegood, para depois erguê-la em meus braços e rodopiar com a minha loirinha avoada pelo salão. Estou tão feliz! Isso é tão contra a minha personalidade, ao meu modo frio de lidar com as emoções, porém, era impossível não mostrar o quanto senti-me bem nesse instante.

  - Foge comigo... - Repeti, ela ainda no ar - Hoje e agora... Pra sempre! - Luna também sorria. Acenou a cabeça numa afirmativa, concordando. Que se dane Voldemort, sou novamente Tom Riddle!

●๋•..●๋•

Luna Lovegood

  Era tão difícil crer no que estava acontecendo... Nunca senti algo parecido por ninguém. Ele é Voldemort, mas é também Tom; e fez com que eu me apaixonasse perdidamente. A princípio, tive medo. Amar o Lorde das Trevas? Impossível! Entretanto, não sou conhecida por minha sensatez. Costumo seguir o meu coração. E por isso tomei essa decisão: fugir com ele. Nada mais importa, exceto...

  - E quanto a meu pai? - O sorriso que sustentava em seu semblante murchou em seus lábios ao me ouvir. Parou. Colocou-me no chão. Não podia esquecer que o homem que eu mais amava nesse mundo sofria, pensando que a filha estava morta; precisava me despedir dele, dizer que ficaria bem. Apenas assim poderia partir tranquila.

  - Você disse que fugiria comigo... - Ele balançou a cabeça numa negativa, como se com aquela simples pergunta houvesse partido seu coração. Tento explicar-me:

  - Eu vou. - Afirmo muito segura - Porém, entenda que meu pai sofre acreditando que a filha está morta. Permita que me despeça dele, Tom: por favor... - Sua expressão me analisa minuciosamente. Está atento a cada uma de minhas palavras. Parece refletir receoso a cerca da decisão a ser tomada.

  - Está bem; mas não conte o que pretendemos fazer: seria muito arriscado se alguém mais soubesse dos nossos planos. - Diz num tom frio. Às vezes, esse jeito possessivo incomoda-me; no entanto, estou ciente de que ele é assim porque nunca amou: teme que eu o abandone também.

  - Obrigada. - Agradeço, me despedindo dele com um último beijo. Precisava inventar algo para justificar minha partida ao meu pai.

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Notas finais do capítulo

Esse é o capítulo no qual costumo sempre agradecer a todas as leitoras que estão acompanhando a fanfic: primeiramente, obrigada Heloisa Cullen, IsaaDora, laah2001 e Dorothy_Kalil, pessoas queridas que já acompanham meus projetos (e, atualmente, também leio seus textos - muto bons, inclusive) à um tempo, tenho muita consideração por vocês, viu? Também sou grata a Naah_dias, Jill, Thay_Moony, Janine_Lolly, Sarah, CindyVolturi, yuna201, di_lua_love e Leh-chanx3, as pessoas que conheci desenvolvendo essa história, em sua maioria fãs de HP (estou falando de você, Thalita! rsrs ^^), e com quem já me identifico bastante. Só tenho a agradecer a todas que passaram por aqui, deixando comentários, me incentivando a continuar a fic, dando-me inspiração, enfim, vocês são demais! *----* Grata pelo carinho e atenção de vocês...