Delírios Insanos escrita por Alana5012


Capítulo 11
Despedida


Notas iniciais do capítulo

Legenda:
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa) Foi tudo o que me lembro antes de mergulhar num sono profundo, do qual temia jamais despertar.
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Disse que ela é uma das amiguinhas do Potter, Malfoy?
Lembrança: Negrito



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/163804/chapter/11

●๋•..●๋•

Tom Riddle

  Segurei a Varinha das Varinhas entre meus dedos como se pudesse absorver a sua essência; a imagem do velho Dumbledore, deitado naquele caixão, de olhos cerrados, um semblante sereno, e em suas mãos a Varinha da Morte, a qual estava comigo agora, veio a minha cabeça.

  - Milorde? - Viro-me para encarar Lúcio Malfoy que, assim como os demais comensais presentes ali, ostentava uma expressão de pavor.

  - Harry Potter roubou algo que me pertence... - Balbuciei ainda perplexo. Meu olhar estava fixo num ponto qualquer do vazio. Ninguém ousava me questionar naquele instante: "O-menino-que-sobreviveu" está com um pedaço de minha alma - MALDITO MOLEQUE! - Bradei exasperado com tanta audácia surpreendendo a todos que se afastaram imediatamente. A cólera apossou-se de meu ser: fui tomado pela ira; uma de minhas horcruxes havia sido furtada! Ele sabia... Não apenas das horcruxes, como também das Relíquias da Morte: tenho certeza. Não posso simplesmente partir, não agora; preciso saber se as outras estão em segurança. Mas se algo tivesse acontecido, eu já saberia, não? Preciso ver, descobrir se estão em segurança. Potter está tentando me matar...

  Fecho os punhos, rangendo os dentes. Aperto tão fortemente a varinha em minhas mãos que sinto o sangue escorrendo entre meus dedos... Mirei o duende a minha frente com ódio, como se o culpasse pelo incidente. Ergui minha varinha em sua direção e então as palavras Avada Kedrava saíram de minha boca, cortando a atmosfera, levando a criatura repulsiva ao chão... Morto. Assim como os outros que ali estavam, por simplesmente terem ouvido falar na taça de ouro: porque eu não posso confiar em ninguém.

  - Tragam-me Harry Potter. - Essa fora minha ordem desde o início. Sem me importar com os rostos espantados e horrorizados, saí em direção à caverna onde deveria encontrar o medalhão.

●๋•..●๋•

Luna Lovegood

  “Papai:

  Quero que saiba que estou bem. Não precisa se preocupar. Porém, tenho más notícias: não poderemos nos ver, ao menos por enquanto; é perigoso, por favor, entenda que não posso voltar para casa. Essa Guerra está muito próxima de seu auge: logo terá um fim definitivo. Até lá, só resta-nos esperar. Prometo que em breve nos encontraremos. Eu te amo. Talvez um dia você compreenda porque estou fazendo isso...

Da sua filha, Luna.”

  Li e reli essa carta diversas vezes; eram apenas umas poucas linhas, mas com certeza iriam tranquilizar o meu pobre pai que não tem quaisquer notícias minhas há semanas. Assim será melhor...

  CRASH!

  Um forte estrondo. E está vindo de lá em cima! Melhor ir ver. Conforme subo as escadas, o ruído vai intensificando-se: agora posso escutar claramente o som de objetos pesados indo contra a parede e se quebrando. Está vindo da última porta do corredor...

  - Tom? - O chamo, abrindo a porta vagarosamente. Deparo-me com Voldemort, que está de costas, revirando o quarto incessantemente, como se procurasse por alguma coisa de extrema importância - O que... O que está acontecendo? - Pergunto confusa.

  - DESGRAÇADO! - O berro estridente me assustou. Recuei um passo. Ele ignorou-me, continuando a sua busca por sabe-se lá o que. Me aproximo a passos curtos, colocando uma de minhas mãos sobre seus ombros; surpreendo-me com um movimento súbito do mesmo, que me lança de encontro a parede. Sem entender, arregalo os olhos - VOCÊ! DIGA! - Repetia transtornado, me sacudindo sem parar - POTTER ME ROUBOU! ESTÁ FELIZ, NÃO? SABIA QUE NÃO PODERIA CONFIAR EM NINGUÉM... COMO FUI TOLO!

  - Por favor... Pare... - Pedia entre lágrimas - Não sei do que está falando... - No entanto, ele não me escutava.

  - Essa noite... Matarei Harry Potter... Não quero mais esperar... Irei fazê-lo pagar por sua audácia. - Dizia. Sabia o que aquilo significava.

  - Não posso abandonar os meus amigos. - Sussurrei fitando meus pés. Gostava de Tom, entretanto, aquele era o Lorde das Trevas, aquele que estava tentando contra a vida de meus amigos, as pessoas que amo. Distanciando-se de repente, ele passou a me encarar com incredulidade. Recuperando a postura fria, continuou:

  - Certo. Fez a sua escolha e eu fiz a minha: irei lutar essa Guerra. Pode ir; mas saiba que não hesitarei se tiver de feri-la... - Conclui de maneira seca. Senti como se os últimos dias não tivessem passado de um sonho, uma mera ilusão, e agora me via obrigada a retornar a minha realidade que mais assemelhava-se a um terrível pesadelo no momento.

  - Estou ciente disto. - Falei sem nem ao menos mirá-lo - Então acho que isso é um adeus...

  - Adeus, Srta. Lovegood. - E, chamando Nagni, que o acompanhava, desapareceu. Deitei-me sobre a sua cama e aspirei o seu perfume, pensando nos últimos fatos. Imagine se soubessem que quase fugi com Voldemort? Ri. Era tão surreal... Impossível, improvável e não real. Porque, no fundo, nós dois sabíamos que terminaria assim.

  Depois de algum tempo, segui para Hogwarts; tendo em mãos somente minha varinha, com a única esperança de encontrar Harry lá. Mas como entraria na escola sem ser notada? Foi quando me lembrei do galeão falso...

  Estávamos todos indo para nossas casas na semana de Páscoa; talvez fosse bom ficar um tempo longe da escola, dos Carrow e esquecer por um instante essa Guerra. Sentia saudades de meus Narguilés, do meu pai...

  - Luna! - Neville me chamou. Veio ao meu encontro correndo, parando em minha frente, pouco ofegante - Tome. - Estendeu-me algo. O olhei sem compreender - Para avisar... Quando ele voltar. - Assenti sorrindo.

  Este episódio passara-se pouco antes de ser levada a casa dos Malfoys. Por alguma razão, ainda estava com o galeão. Sorte? Talvez. O fato é que, com exceção de minha varinha, não foram tirados nenhum de meus pertences. Não tardou para que a mensagem chegasse e minha hipótese tornasse-se uma certeza.

  A caminho de Hogsmeade, senti que estava sendo seguida. Parei de súbito, me voltando para trás, varinha erguida: apenas para suspirar aliviada, deparando-me com o rosto de meu amigo Dino.

  - Luna! - Exclamou surpreso - Eu não acredito... Você está viva... Pensamos que... - Explicava desconcertado. Sorri.

  - É uma longa história... - Disse vagamente, fazendo-o franzir o cenho - Bom, podemos conversar a caminho do Cabeça de Javali? - Não queria estender por muito mais tempo aquela diálogo, muito menos perder mais tempo. Enquanto seguíamos em direção a escola, Thomas me contou o que sucedera-se: Harry havia arrombado o Gringotes. Não me surpreendi: sabia que algo extremamente importante tinha acontecido para deixar Voldemort tão transtornado.

  Usando a passagem secreta de Aberforth, não demorou para que Dino e eu chegássemos até a Sala Precisa, encontrando Harry, Hermione, Rony e os outros reunidos. Todos nos olhavam espantados.

  - Oi, pessoal! Ah, que ótimo estar aqui de novo... - Naturalmente não deixaria de cumprimentar meus amigos e comunicar-lhes o quanto senti sua falta enquanto estive fora.

  - Luna, que está fazendo aqui? Como foi...? - Harry questionava-me perplexo. Já imaginava que esta seria a reação que teria, já que pensava que, provavelmente, eu estava morta.

  - Pedi a ela pra vir... - Explicou Neville que não entendia o porque do espanto do pequeno grupo, prosseguindo de onde parara quando nossa chegada o interrompera. Ao que pude perceber, ele tentava convencê-los a dizer qual era a tal missão que Dumbledore lhes designara. À medida que ele falava, tudo ficou claro pra mim... O motivo de Tom ter ficado tão alterado quando soube que eu conhecia Helena e a história do diadema; o fato de possuir um livro infantil que falava das relíquias da morte; o porque de estar tão exaltado com o roubo de um objeto. Tudo fazia sentido: eram as suas horcruxes, das quais me falara quando nos conhecemos. Estava óbvio que ele acreditava na lenda (e devia ter fortes razões para isso). Afinal, é tudo o que Riddle sempre desejou: imortalidade. Harry, Rony e Hermione deviam ter furtado uma delas, e só então Voldemort percebeu que os três sabiam a respeito do assunto. Mas quantas seriam? Bom, quem sabe eu não tenha conhecimento a respeito do paradeiro de uma destas...

  - Bem, tem o diadema perdido. Falei dele pra você, lembra, Harry? O diadema perdido da Ravenclaw? - Minha voz sobrepôs-se as demais por um instante e, depois, uma série de timbres mesclaram-se, levantando diversos argumentos infelizes. Ignorei-os: afinal, eles não sabiam do que eu sabia - Se você quiser ver que aparência acreditam ter o diadema, eu posso levá-lo a nossa sala comunal e lhe mostrar, Harry: Ravenclaw foi esculpida usando-o. - Disse-lhe. Após uma pequena discussão, onde Gina e Cho trocaram olhares não muito amistosos, saímos.

●๋•..●๋•


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ameeei sua indicação pra história, Heloisa: muito linda. Obrigada por escrevê-la com tanto carinho! *----* Esse eu dedico à você.