Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 68
Cap. 68: Jantar deletério.




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Coloquei um vestido vermelho sem alças com um casaco preto. Nos pés, os all stars. Acho que Teddy não ia querer que ficássemos muito extravagantes para um jantar, afinal, ele entendia de moda.

  Deixei os cabelos soltos mesmo e coloquei só um pouco de lápis nos olhos. Para mim, era o essencial. Fiquei um tempo a me olhar no espelho. Não havia mudado nada... meu cabelo era o mesmo, minhas roupas eram típicas minhas e a cara ainda tinha aquela expressão sisuda e chata. Apesar disto, meu semblante era menos irritadiço e mais leve. Peter tinha feito aquilo. Ele era tão bom. Não sei se, de fato eu merecia ele, mas não ia me tornar um pessoa igual a ele agora e ficar dando importância para o que não me interessava. Quero dizer, a única coisa que meu cérebro me permitia saber, era que Peter era bom e que, se ele é bom, eu teria de ficar ao lado dele. Não importa a minha parte... ele sabe o que faz.

  Desci pelo elevador escutando uma música do Pink Floyd. O mais interessante, era que não usava fone de ouvido, a música era reproduzida no elevador... pessoas de bom gosto, estas da organização... 

We don't need no education”

  Sai do elevador e vi Norma e Frida.

--- Charllottie... -Frida murmurou, revirando os olhos.

--- Também estou super contente em vê-la Fridinha. -Eu sorri, espontaneamente...

  Frida olhou para mim com um expressão espantosa. Era de surpresa misturada com dúvida.

--- Já sei! Peter te deu whisky ontem?! – Frida apontou o dedo indicador para mim, como se tentasse mesmo adivinhar o que estava acontecendo.

--- Não. Peter me pediu em casamento... -Eu falei, como sempre, não me importando com o que fariam. Porém, desta vez, falei com entusiasmo... e não com sarcasmo.

--- O quê? -Frida franziu as sobrancelhas e fitou-me com uma expressão de rancor.

--- Não repetirei. Tem bons ouvidos, de certo. -Falei, fitando-a, de frente.

--- Que... ótimo para você. -Frida me olhou, de novo rancorosa e depois virou o rosto, indo embora e atraindo Norma a confortá-la.

Suspirei, depois que Frida saiu... 

--- Que droga! Esta garota não vai mesmo ceder. E ainda é bipolar. Um dia, ela nem se importa com a minha presença... no outro, ela quase me fuzila com o olhar. -Murmurei, para mim mesma. –Preciso tomar cuidado.

De repente, senti um beijo em minha nuca. Era Peter.

--- Ah... Peter, contei para Frida sobre a sua proposta... me perdoe... eu não queria que ela ficasse deprimida... só... -Ele colocou o dedo indicador em minha boca, me impedindo de falar.

--- Frida pode não ser adulta, mas ela entende perfeitamente, até mais que um adulto, o que sinto por você. Eu já conversei com ela. Ela compreendeu. Só não quer aceitar. Por isso, não importa o que fale para ela, ou o que ela fale para você, ela terá que aceitar. –

  Ele sorriu, para que eu não ficasse me culpando. Eu tinha pena de Frida. Queria que Peter fosse de ambas as partes, mas ela não queria compartilhar.

--- Agora, vamos logo, estamos atrasados. -Ele disse, puxando meu braço. 

  Tirei seu braço do entrelaçamento com o meu e entrelacei–o em minha cintura, recostando minha cabeça no peito dele.

  Chegando na sala de jantar, enorme, Peter sentou-se numa cadeira bem próxima a cadeira da extremidade da mesa, também enorme, fazendo com que eu me sentasse na cadeira ao lado.
Depois, começaram a chegar os nossos opressores fingidos. 

--- Olá, Charllottie Vanderwood. -Norma falou. Achei-a bem razoável, como sempre.

--- Charllottie! –Christopher cumprimentou-me, a sorrir.

--- Olá! Charllottie. -Jolie falou, com entusiasmo. Ela foi em quem eu mais acreditei... não me parecia de má vontade.

--- Teddy chegará logo. -Norma disse, indo sentar numa cadeira meio longe.

--- Hum, você vai casar com Peter, não é mesmo, coisinha? -Jolie perguntou, avidamente.

--- Frida contou a você? -Perguntei, também ansiosa por saber, de que fontes ela havia tirado a informação.

--- Não. Quando papai dá um jantar, todos os casais ficam sentados um ao lado do outro. –Jolie estava chupando pirulito e olhou-me com um ar de ironia.

--- Ah... -Murmurei.

  Quando fechei minha boca, Joe, Bridget e Sam apareceram. Bridget estava radiante. Nunca, isto mesmo, nunca a havia visto daquela forma. Talvez ela tivesse achado alguma outra maravilha tecnológica no lugar. Eu nunca sabia o que eles dois ficavam fazendo na organização. Só em algumas noites, que eu ficava conversando com Bridget. Ou com Joe.

  E Joe finalmente havia me contado como fez o Teddy aceitar Bridget na organização. Ele tinha salvado Jolie em certa ocasião. E como eu também tinha descoberto recentemente, Teddy era realmente o pai de Jolie. Ele prometera a Joe um favor depois disto. E foi a isso que Joe apelou. Por isso eu observava que Bridget, Jolie e Joe eram meio que íntimos...

  Sam e Bridget sentaram-se ao meu lado e Joe sentou-se do outro lado da mesa.
De repente, a porta principal do salão abriu-se e Teddy saiu de lá, risonho e pomposo como sempre. Usava uma roupa menos extravagante do que na vez passada.

--- Olá! Queridos mortais, colegas de sobrevivência! -Ele sorriu. Quero dizer, abriu um sorriso mais largo do que de costume. Sentou-sena cadeira principal. Como chefe da família.

--- Olá, Teddy. -Todos, exceto eu, responderam em coro.

  Alguns minutos depois...

--- Ah... olá, magnífico Teddy. -Falei, com ironia.

--- A cada dia que passa, eu gosto mais de você, pequena e esmagável flor. -Teddy soltou uma gargalhada. Eu realmente odiava, só um pouco, aquele seu ar inatingível. -Não me leve a mal, grandioso Peter.

--- Nunca, Teddy. -Peter sorriu.

--- Bom, o que importa aqui, é que vamos comer. Então, vamos comer. -Ele disse. 

Mal calou a boca, e os pratos foram sendo trazidos. A mesa logo ficou muito cheia. Eram coisas de todos os tipos. Doces, salgados, comidas com aromas diversificados. O cheiro até me deixava meio tonta.

--- Então, podem comer. -Teddy disse.

  Depois, estalou os dedos e começaram-se os sons  de violinos e violoncelos que me lembravam muito aquela noite, em que Peter tinha me feito um pedido enquanto estava bêbado. Em como eu reagira naquela noite. E... em como a partir de hoje, eu aceitaria ficar com ele até que um de nós morresse.


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Notas finais do capítulo

*---* Essa bixa em vez de dizer SIM logo.
aushuahsuahsuahs



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