Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 43
Cap.43: Uma noite dessas.




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Passamos o ano novo muito bem. Peter e eu estávamos meio receosos em comemorar o ano novo, mas resolvemos ser mais sociáveis. Ele disse que eu ficaria linda em um vestido que ele tinha comprado para a Angel na época em que eles namoravam, mas que ela não quis por ser muito simples.

   Não queria vestir ele por achar que Angel poderia ficar brava. Mas Peter perguntou se isso a incomodava e ela afirmou que eu podia usá-lo. Estava mais morando na casa de Peter. Com o meu desdém para com as relações pessoais e sobre o que iriam pensar de mim, decidi morar lá. Isso era a coisa mais estranha e vergonhosa para qualquer um. Mas para mim estava tudo bem.

 Vesti o vestido branco e simplório que Peter fez questão que eu vestisse. Ele passou quase a noite toda a admirar-me dentro do tal vestido. O que eu não deixava de gostar.

 O vestido tinha um corte atrás que deixava as minhas costas à mostra e na frente ele era bem aberto, mas nada demais. Usei um colar que Sam havia me dado antes de partir de volta para a Escócia.

  Sam tinha muito trabalho na universidade depois das festas de ano novo e natal. E minha mãe acabou aceitando que ela me deixasse sozinha. Com muito sacrifício, mas deixou.

  Ainda bem que minha licença médica depois da leucemia ainda valia por um bom tempo. Eu realmente estava gostando daquele lugar. Eu fazia o que quisesse na hora que quisesse. Realmente estava entendendo o que Norma queria dizer com: o poder é sedutor. Lá, era como o paraíso. Era mesmo o paraíso. Pelo menos até o presente momento...

  Todos foram bem gentis no ano novo, mas eu ainda não sabia de muita coisa. Na verdade, nem tinha tido um conversa sobre todos ali com Peter ainda. Ele sempre evitava isso.

  Peter tocou o piano que tinha no meu quarto até que eu dormisse. Ao som do piano com a música “Fur Elise” eu dormi profundamente. Acho que Peter foi pra o seu quarto quando adormeci. Estava tendo sonhos muito atordoantes e estranhos durante aquela noite. Sonhos sem pé nem cabeça. 

  Depois de sonhar várias coisas que não me recordava, comecei um sonho novo muito assustador.

  Peter e eu estávamos embaixo da árvore que sempre ficávamos quando fazia sol. Então, enquanto nós conversávamos, debaixo de nossos pés surgiram cabeças deformadas que iam subindo da terra. Eram pessoas já mortas que estavam de novo vivas. Mortos-vivos.

  De repente, um deles começou a puxar meu braço com força dizendo: “Porque você está aqui? Você não pertence a este lugar! Você não é como todos aqui, querida. Vá embora e eu pouparei você!”. Os outros zumbis ao meu redor começaram a gritar:“Vá embora!”

  Eu ficava mais apavorada a cada instante sufocante. E ao mesmo tempo eu pensava: “Mas que sonho é esse? É um sonho?” Pois estava ficando cada vez mais real. Olhei para Peter gritando de dor. Meu braço estava quase sendo arrancado. Peter me ouvia, mas ficava somente a me olhar sabendo de minha dor e paralisado em seu estado de torpor.

  De repente não senti meu braço e ele estava aos meus pés.

  Levantei bruscamente super suada e batendo com cabeça na prateleira vazia acima dela.

 Ainda estava vazia porque eu não havia me acostumado a ideia de passar tanto tempo ali. Então não havia colocado minhas coisas ali em cima ainda.

 Levantei da cama completamente e andei cambaleante pelo quarto onde a luz do luar entrecortava-o. Coloquei a mão na cabeça devido à dor da batida. Fechei os olhos. Apertei um botão verde que Peter havia me dito ser para abrir a porta. Precisava mesmo me acostumar com aquilo.

 Andando pelo corredor V, o outro corredor V não o que Peter estava, mas sim outro. Peter ainda tinha ficado por me explicar o porquê desses “nomes” para os corredores. Olhei para uma das salas e percebi que ela era formada por vigas gigantes de aço na lateral. Diferente das outras, que tinha portas e não vigas. Entre as vigas tinham pequenos espaços. Estes, eram tipo umas fendas retas e estreitas. Comecei a tentar enxergar bem para espiar pelas fendas porque ouvi uns barulhos. Coloquei a mão sobre umas das vigas levemente e a outra mão ainda estava na cabeça sobre um dos olhos.

--- Não! Não abra essa sua maldita boca suja se não for para falar tudo o que você sabe sobre o assassinato em questão. Ou... –Norma inclinou seu tronco até quase colocar os seios perto demais do rosto do homem que estava em uma cadeira cheia de fios que presumi serem elétricos. –Você será calado... querido... –Ela disse a última palavra a puxar o cabelo do homem com muita ferocidade para trás e colocar agora o seu rosto bem próximo ao do homem – para sempre –Ela sorriu diabolicamente.

  Todos estavam lá. Christopher, Jolie, Norma... Ah... exceto por Frida.

  Jolie estava séria. Coisa que eu nunca havia visto em meus poucos meses ali. Norma estava sorridente e Christopher também estava.

--- É bom você falar ao som da bela voz da nossa querida Norma Frosch. Homem, vamos lá. Não queremos matá-lo. Na verdade... até que seria divertido, mas algumas pessoas aqui, não nos deixam fazer isso por qualquer coisa. Se você for bonzinho, não nos dará o prazer de matá-lo. Você não quer falar sob a tortura linda e gostosa que está na sua frente? Vai mesmo querer parar de sentir este hálito fresco e juvenil de Norma só para ser torturado e depois morrer? Acho que você seria burro... –Christopher estava lambendo os lábios ao falar de Norma.

--- Mais o que é isso?-Sussurrei para mim mesma.

--- Ora, rapaz, você me parece inteligente. Aliás, me parece a cabeça do seu grupinho terrorista. Não vai querer que eu use a minha especialidade por tão pouco, não é? –Jolie se manifestou, com uma voz mais aguda e mais ameaçadora. –Posso matar você em um segundo. E não vá pensando que precisamos de você e por isso não queremos te matar. Os nossos amigos já fizeram tudo direitinho. Todos do seu grupo foram capturados e se você morrer, de qualquer jeito vamos matar todos até que o último nos diga sob tortura tudo sobre vocês. Então para quê resistir? Esteja certo de que não mataremos o último de vocês enquanto não arrancarmos a verdade deste. A tortura será bem mais interessante. -Ele riu. –E nós temos todo o tempo do mundo.

  Olhava atentamente para a fenda ficando cada vez mais interessada em tudo aquilo. Quando, de repente um latido ecoou pelo corredor. Fiquei muito tensa e com medo de olhar para o fim do corredor que se seguia. Virei o rosto devagar com os olhos arregalados. Uma gota de suor estava a escorrer por meu rosto que devia estar lívido e pasmo de tanto medo.

 Ao fim do corredor e na saída do mesmo, para a minha infelicidade, haviam uns olhos amarelos reluzentes. Mas estavam longe o bastante para que eu só percebesse a iluminação amarela fraca. O bicho era alto e magro. Acho que era negro. Como as luzes do corredor estavam apagadas, não tinha certeza.

  Pus-me a pensar.

  Se entre as vigas de ferro, eu coubesse, de alguma maneira, eu teria entrado, pois sabia que todas aquelas portas do corredor estavam trancadas e tinham senhas. Então, o que me restava era correr até o fim do corredor gritando socorro, na esperança de que alguém em algum lugar alguém me ouvisse.

  Levantei da posição agachada em que estava. Não fiz isso bruscamente para que o animal não começasse a correr para mim. Ele latiu mais uma vez e depois se pôs a correr. Neste exato momento, meu suor frio ficou gelado. Comecei a correr desesperadamente. Ainda bem que o corredor era grande.

  Inicialmente, estava na sala cinqüenta. O animal estava na sala um. No fim do corredor em relação a ele. E eu corria para o fim do corredor em relação a mim. Enquanto eu corria, gritava por socorro, mas depois imaginei que a maioria das salas tinha paredes à prova de som. E então o desespero ficou maior.

--- Que droga! –Eu corria como se a minha vida dependesse daquilo. 

  E a cada passo eu via que o cão chegava mais perto de mim do que eu poderia correr. Estava chegando ao fim do corredor. Aquela criatura com certeza era sanguinária como quase tudo existente ali. Ela era feita para matar.

  Não tentei abrir as portas das salas, pois não daria tempo. O cão me pegaria antes que eu pudesse ter uma chance. O jeito era correr e esperar que alguém viesse. Finalmente, cheguei ao fim do corredor. Um beco sem saída. A parada final para mim. O cão estava correndo, correndo... se aproximando. Não conseguia mais gritar. A única coisa que veio a minha cabeça foi que eu iria ficar a esperar que alguém viesse e que chegasse antes dele comer toda a minha carne e deixar meus ossos e restos para que esse alguém levasse embora depois. Fiquei olhando para a fera magra e negra de olhos amarelos reluzentes e depois fechei os olhos, apertadamente. Com as mãos em posição defensiva, sobre a minha cabeça e as pernas encolhidas, sentada no fundo do corredor, eu esperei por qualquer coisa.


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Notas finais do capítulo

Charllottie premunitória. :/



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