Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 34
Cap.34: Natal. Da morte ao nascimento.




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Que ótimo. Já se passaram três dias desde que fui ver Peter na associação. E, vamos ver o que me resta.

  Bom, estou com Sam, buzinando no meu ouvido até que meus tímpanos estourem: “Eu disse!”. Estou longe de minha mãe. Minha querida mãe... É... ainda não voltei para a Escócia. Que droga. É tudo o que tenho a dizer.

   Natal? Hum... me lembra MEU aniversário. Que... mais uma vez vai ser fracassado. Amanhã estarei apenas comemorando mais um ano de vida meu. E...hoje mais um ano de morte do meu querido pai.

  Queria chorar. Realmente queria. Tinha vontade de chorar mais do que quando estava a beira da morte. Não sabia o porque disto. Acho que Peter estava me deixando louca de preocupação.

  Peter... Porque? Porque você não pôde me aguentar como amigo? Não... Porque tinha que se apaixonar... É... eu ia passar o dia vinte e quatro de dezembro com Sam. E... praticamente, com Angel. Alguém que nem conhecia direito. Não... eu sempre havia passado por esta data de morte do meu pai com a minha mãe me dizendo que em algum lugar do mundo ele estaria me incentivando, me olhando e me guiando.

  Mas eram apenas palavras vazias... eu nunca saberia sobre mais nada dele. Palavras vazias para alguém como eu. Que não era mais criança e encarava tudo como um mundinho fisicamente limitado. Talvez houvesse outros mundos. Mas, já que não me mostraram, fico por aqui mesmo.

  E eu nunca poderia abraçá-lo de novo. Nunca mais poderia dizer que seu cheiro era bom. Que as uvas que ele trazia para mim eram lindas. E mais importante, ele nunca mais poderia olhar em meus olhos e dizer: “Eu te amo, vai ficar sempre tudo bem.” Ele sempre me acalmava. Sempre fui uma criança problemática. Meu senso de realidade era mais aguçado do que o de qualquer adulto. Meu pai tinha uma criança problemática, mas ele sempre sabia dizer a verdade sem machucar. A realidade cruel amenizada para o meu mundo mais alto e mais maduro do que o de uma criança de oito anos. E eu nunca conseguia conversar com as pessoas falando o que eu sentia.

  Ele me fez falar pela primeira vez em público quando tinha sete anos. Todos na escola estavam esperando de mim uma mensagem de Feliz Natal. Eu não sabia o que dizer. Nunca havia falado nem para o meu pai e para a minha mãe que eles teriam um Feliz Natal. Eu tinha sérios problemas com timidez.

  Mas quando eu subi no palco, muitas crianças estavam comigo e me lembro como se fosse hoje do que meu pai disse. “Filha, às vezes temos de fazer sacrifícios para que não sejamos egoístas com quem está sempre ao nosso lado. Seus colegas estão te esperando. Eles vão se decepcionar se você se intimidar e estragar tudo. Não pense nisso como algo que você está fazendo só por você, mas pense também neles.” Sim, palavras sábias as do meu amado pai. Então eu fui lá e tentei fechar os olhos para a multidão, mas quando me lembrei das palavras dele, eu olhei para eles e disse: “Feliz Natal, sejam muito felizes e lembrem-se de nunca prejudicar aqueles que amam por egoísmo. Afinal, vocês os amam mais do que tem fraquezas.” Eu o disse como se estivesse olhando para um céu, ao longe. Nem queria pensar no que aconteceria se a minha imaginação tivesse falhado naquela hora.

 É, foi bemestranho para uma criança, mas no fim, tudo estava bem. Todos esperaram um segundo e aplaudiram me achando linda falando tudo aquilo. E hoje, eu lembro da morte dele.

  Mas nem tudo estava perdido. Afinal, eu sempre tentei fazer as coisas sozinha, por isso, fingi superar a sua morte rapidamente, mas nunca a esqueci, apesar de senti-lo comigo. É, parece que o que a minha mãe me dizia não me parecia tanta bobagem assim. Mas a verdade, é que sempre sentirei sua falta. Sempre.

--- Sam peque sua bolsa e vamos para a associação. Chamarei Angel. Vou falar com o Peter. -Eu disse, vestindo um vestido cinza, rapidamente, calçando sapatilhas pretas e pegando minha mochila. É, eu não tinha nenhum senso do que as pessoas chamavam de estilo. Talvez tivesse, mas do que eu chamava de estilo.

--- Há. Finalmente vai fazer algo. -Sam disse espreguiçando-se e pegando suas coisas. –Já estava achando que viria aqui só para comprar e ficar longe do Gustav.


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