Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 33
Cap 33: Ich Liebe Dich.




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Fiquei fitando a parede ao não conseguir me livrar do estado de choque em que Peter havia me colocado com aquela situação. Depois de alguns segundos, me toquei que não me libertava, pois gostava do abraço de Peter. Era... quente. Acordei, então.

--- Peter! -Eu gritei afastando ele de mim. Arregalei meus olhos e fiquei absorvida no rosto de Peter. Uma lágrima caiu e eu fiquei sem entender mais ainda o que ele estava querendo dizer. Mas seus olhos, seu rosto, sua expressão, nada mudou. Eram os mesmos de antes. Frios e inexpressivos.

--- Peter! Diga-me o que está acontecendo! Eu... eu posso ajudar? -Eu perguntei, aturdida.

--- Não pode. - Peter quase cuspiu as palavras.

Fiquei olhando para ele com uma cara de raiva. Porque ele não queria me contar?

--- Ora, você vai me dizer tudo nem que não queira, Peter! Onde já se viu, ficar falando coisas sem sentido nenh -Fui interrompida por uma boca que calou a minha. Ele havia me puxado bruscamente e me beijado.

--- Pare! -Eu não conseguia largar ele.

--- É isto. –Ele disse, devagar.

  Ele sentou-se no chão, me deixando, e seus cabelos grandes ficaram no rosto. Ele parecia bêbado. Estranho. Soturno. Então, eu me sentei no chão ao seu lado. Tirei seus cabelos da sua testa suada. Avistei seu rosto branco, mais branco e seus olhos tristes e azuis, serenamente frios.

--- Está bem –Ele se afastou devagar. Fitei o chão e depois ajeitei meus cabelos e olhei novamente em seus olhos. - O que está acontecendo? Peter...

--- Me desculpe. Desculpe-me por não ter ficado ao seu lado naquele momento. Por ter apenas deixado uma carta por ser fraco demais para ficar ali, sofrendo. –Uma ponta de sarcasmo estava em suas palavras. - Você... consegue me perdoar? -Peter agora estava falando a verdade.

--- Eu... sinto muito... Eu ainda não estou entendendo o que você quer dizer. -Olhei para Peter com pesar.

  Na verdade, no fundo, eu estava entendendo, só queria ter certeza. Por palavras da boca dele. Mas, apesar de no fundo achar que ele estava apaixonado por mim e que este era o seu problema, eu não sei, ele também poderia estar frágil por algum motivo... E estar descontando comigo.

--- Então... vai me forçar a te dizer diretamente e magoar-me e a você ainda mais? -Peter estava muito triste. No começo da conversa, ele não queria que eu soubesse disto, mas... depois, parece que sua frieza não era o bastante.

--- Vou. -Eu não era de fazer rodeios.

--- Tudo o que eu sempre quis... Foi poder te olhar e... poder dizer: “Ich Liebe Dich”. -Ele me olhou pesaroso e depois olhou para cima, tomando fôlego. – Mas eu não me permitia fazê-lo, sabendo que você o amava. Não sabe o quanto isso me fazia sofrer. Segurei por todo o tempo, sabendo que também te faria sofrer quando descobrisse o que eu sentia. Talvez... você estivesse se apegando a mim lentamente. E tudo o que eu menos queria era que você sofresse por pensar que teria culpa de eu ter me apaixonado. Ou que nós dois ficássemos infelizes um na presença do outro, por um dos lados parecer obrigado a gostar do outro. E... –Ele respirou fundo olhando para o teto e depois de uns segundos voltou a me olhar –Charllottie, a única coisa que eu quero, é que me perdoe por não ter ficado mais um pouco. Olhe, se eu tivesse ficado, você não estaria aqui. Eu a convenceria a não ficar mais perto de mim. Eu a convenceria a me deixar ir. Eu não queria que você tivesse vindo aqui. E eu não queria que você soubesse. Não queria que você soubesse disso. Queria que você vivesse normalmente, sem saber que... Que eu te amo. Mas... me desculpe... é culpa minha dar tudo errado. Eu... deveria apenas ter te pedido para viver. Não deveria ter te mostrado aquela carta... eu... -Ele não conseguia mais falar. Ele olhou para o lado e se contraiu. Percebi que de seus olhos caiam lágrimas lentamente.

--- Peter... Eu estou... Me sentindo estranha. Eu preciso ir embora. - Ao dizer isso, eu peguei minha mochila e sai quase que correndo dali. Nem vi com que cara Peter ficou, só sai pelo corredor, andando apressadamente e tentando colocar meus pensamentos em ordem. 
  Não queria imaginar que era a culpada de tudo aquilo. Mas eu era de fato. Peter não tinha culpa. Era apenas um idiota... que me ajudou. Que não se importou com mais nada além de mim. E estava cego.Eu era a culpada. Não poderiam culpar mais ninguém a não ser eu.

  E eu o fiz sofrer. E eu pedi mais a ele do que qualquer um poderia me dar. Eu não medi as conseqüências. Eu, eu, eu, eu, EU era a culpada.

   Mas o que eu tinha feito para merecer isso? Não poderia mesmo ficar em paz com Peter? É... parecia que ele era perfeito demais. Ele tinha que ter algum defeito. Me amar... Era esse. Era esse o defeito dele. Ele poderia escolher qualquer uma. Mas escolheu-me. Uma pessoa melancólica, estranha, relativamente bonita, ranzinza, e que já amava outra pessoa. Bem... Eu não sou amável .

 “E agora?”  Eu me perguntava. O que eu ia fazer com toda essa maldição?

--- Que DROGA! –Gritei, na rua.

 Algumas pessoas me olharam.

 A raiva. Era ela, o manto doce que se deitaria sobre a sorumbática maré de pensamentos que viria depois. Ela a esconderia, não por muito tempo, mas pelo menos eu não iria sofrer logo.


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