Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 11
Cap. 11:Notícias.




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Estava uma linda lua cheia. Muito branca e redonda. Olhei a metade dela, pela janela. Estava sentada no chão, na frente do espelho, e a via pela metade.


  Eu estava sentada na cama penteando os restos que me sobraram de cabelos. Eles estavam começando a cair incessantemente e eu estava preocupada. Nunca havia sido vaidosa, mas a ideia de ficar careca de assustava.


  Em alguns pontos, meu couro cabeludo estava com pouquíssimos cabelos. Então passei a amarrá-los no alto de minha cabeça onde estavam presentes os “buracos”. 


  De repente, mamãe entrou em meu quarto.


 --- Charllottie, tem certeza de que não posso te obrigar a ir no hospital? –Ela perguntou.


 --- Não. Eu morrerei aqui. –Disse eu, emburrada. –Sabe que ninguém pode fazer nada para obrigar ninguém. Principalmente um moribundo... Conhece as leis...


 --- Então eu terei de pelo menos chamar um médico exclusivo. –Ela colocou a mão na cabeça. –Como você é problemática!


 --- Mãe... Eu...


 --- Está bem, está bem, filha... Nada de hospital... –Ela ficava mais aturdida.


 --- Mãe... Eu... Não quero...


 --- Filha, eu já disse que está tudo bem. –Ela quase gritou e sua expressão estava agravada.


 --- Sim. –Eu disse, retraída.


 --- Mas quando você ficar desacordada, sua teimosa, eu irei te levar. –Ela disse, em palavras pausadas e com um rosto que em deu medo. –E... Eu já vou, preciso cuidar de umas coisas.


 Quando ela o disse, eu presumi que as coisas fossem me arrumar um médico particular.


 Fiquei em silêncio, porque era o melhor que eu faria.


 De repente, enquanto eu suspirava da tensão que tinha acabado de passar, ouvi novamente o barulho da porta.


 Peter entrou, com toda a sua leveza. Sem fazer barulho na porta, ou ao pisar.


  Vi-o no espelho, com uma blusa vermelha que realçava seu rosto branco. E a gola da blusa realçava seu rosto anguloso.


  Fechou a porta, lentamente e me olhou, com um olhar preocupado.


--- Olá... –Ele disse, jogando para mim uma maçã que eu não distinguia de onde havia tirado.

  Estendi a mão para pegá-la. Era tão vermelha e límpida em sua cor, que chegava a reluzir fracamente.


--- Tire isso daqui... –Eu disse com ar repugnante.


  Eu era uma pessoa repugnante as vezes. Agora eu era sempre.


--- Você não gosta? –Ele me olhou, espantado. Sorriu levemente. Com sue sorriso perfeito.


 Até parecia que ele vinha de uma terra onde as maças eram sagradas, com aquele olha devoto à maçã.


--- Não. –Disse, com tom óbvio.


Continuava sentada no chão olhando-me no espelho e me divertindo, apesar de tudo, com aquela cena, meu vestuário, meu rosto morto. Meus cabelos mortos...


  Enquanto isso, Peter aproveitava para sentar no chão junto a mim, me deixando estranha.


--- Meu Deus! E quem não gosta de maças? –Ele falou, com ironia. Estava apenas zombando e rindo de mim.


--- Eu. Muito bem, agora todos têm que gostar de maças? –Eu disse, calmamente enquanto em virava para não ver seu lindo rosto zombeteiro


--- Todos que eu conheço gostam. Eu gosto muito.


--- São só... Bonitas. Na verdade, não acho que tenham um gosto específico. São tão... Insípidas.


--- O gosto é bom e são lindas. –Peter continuava a me contradizer.


--- Hm.


--- Você não acha que a maçã tem um alto teor artístico?


--- Acho, mas...


--- Vocês querem parar de falar de maças?! – Uma voz feminina e fina ecoou em meus ouvidos. –Traga macarrão, da próxima vez. Macarrão, garotão. –Sam disse. E depois ficou ponderando sobre a riam inútil.


  Peter pegou a maçã, que eu ainda segurava distraída e deu uma mordida.

  No silêncio absoluto, aquilo fez um barulho estridente. O suco da maça escorreu pelas saliências. Eu e meu senso detalhista...

  E Peter estava esplendorosamente iluminado pela luz fraca da lua, que iluminava a sala no centro, por meio da janela. Ele mordeu com vontade e esta vontade estava deixando a mim e a Sam, hipnotizadas.

--- É, maças podem ser boas. –Sam disse, com um olhar engraçado para o Peter.

--- Então, o que veio fazer aqui, cavalheiro Peter Uric? –Ela se recompôs e perguntou, zombeteiramente.

--- Nada do seu interesse, criada. –Peter disse, sem muito entusiasmo, mas muito sério.

--- Há há. –Foi bom ver a cara de imbecil dela. Meu mal humor só piorava.

--- Então, o que veio fazer aqui, Peter? –Eu perguntei, por fim ganhando a competição de quem era pior piadista.

--- Tenho notícias.

--- Notícias? –Como uma idiota cotidiana, perguntei.

--- Sim.

--- Diga logo.

--- Você me disse que Joseph Baker tinha uma casa na Holanda, certo?

--- Sim. – Assenti.

--- Bom, eu tenho uma teoria, mas ele é bem fraca e não podemos confiar de todo nela.

--- Por quê?! –Sam perguntou.

 Peter ficou calado pro alguns instantes.

--- Acho que Joseph está nessa casa. E... Como não há motivos aparentes para ele ter ido embora de repente, só posso presumir que ele está sendo forçado a estar longe de você, Charllottie. Mas ele precisaria de uma pressão muito propícia. E, se alguém o quer longe e está o pressionando, seria melhor para ele que não ficasse por perto. Que Joseph não o visse. Que não soubesse sua identidade, pois assim ele ficaria vulnerável. Isso me leva a crer que ele está na sua casa, pois é um lugar onde quem o está pressionando quer que ele fique. Porque este é um lugar de onde não poderiam tirá-lo, porque é seu. E é um lugar longe de quem o está pressionando, mas onde quem o estaria pressionando pode manter os olhos nele. Um lugar fixo. Além disso, quem o procuraria na sua casa, sendo que ele está como desaparecido?! Ele desapareceria e iria para a sua casa? É muito óbvio. A polícia não o procuraria lá. No mínimo a polícia já decidiu que ele fugiu com a sua irmã...

 Sam e eu ficamos caladas pro alguns instantes. Estávamos absortas naquela teoria fantástica.

--- O que foi? Digam algo. –Disse ele, quase preocupado.

--- É razoável. –Disse eu.

--- Mas e agora? –Sam perguntou...

--- Alguém vai pra Holanda buscar Joseph desacordado num avião particular. –Ele disse, despreocupadamente.

--- O quê?! –Sam disse olhando ele com uma cara de: “Eu sempre soube, que ele era completamente pirado” E depois, ela me olhou com um ar polêmico de: ”Eu avisei!”

 Eu apenas revirei os olhos, com nenhum entusiasmo de responder.

--- Era brincadeira. –Ele disse, rindo nervosamente.

--- Qual parte era brincadeira? –Sam perguntou, quase engolindo a fala dele.

  Ela parecia ter descoberto, depois daquela teoria, e daquela brincadeira totalmente “três espiãs demais”, que ele era mais estranho para ela do que nunca.

--- A de trazê-lo desacordado.

--- Ah. –Ela disse, respirando novamente, depois de prender o fôlego.

--- Alguém vai ter que fazer isso e eu não vai ser eu, porque Charllottie tem uma dívida comigo de não prejudicar nenhuma parte viva dela e eu não posso apenas acreditar que ela não o fará. Tenho que estar aqui, para ver.–Ele disse, sorrindo e dando outra mordida na maçã.

--- Mesmo?! Que ótimo. –Disse eu, revirando os olhos, pela quadragésima vez naquela noite.

--- Está bem, príncipe encantado comedor de maçãs, eu estou no avião, na maior furada da minha vida, por sua causa e da sua lady encantada.

 --- Leu meus pensamentos! –Ele sorriu, quase fechando os olhos. –Você vai! –É a sua vez! –O príncipe pronunciou as últimas palavras da noite, comendo o último pedaço de maçã da noite. E tudo que restou, foi a secura e morte, daquela maçã, acabada.




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