Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 10
Cap. 10: Esperanças antes mortas.




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--- Estou te achando com uma cara melhor, Lottie. –A garota ruiva sentava-se ao meu Aldo na cama, olhando-me gentilmente com os grandes orbes verdes que eram seus olhos. Tombou na cama.


--- Não estou vendo nenhuma diferença. –Eu disse me olhando no espelho. – A não ser pelo meu novo corte de cabelo que está bem moderno e excêntrico. – Disse.


--- Há há. –Sam revirou os olhos – Peter vem te buscar.


--- Vem. Buscar. –Falei, de um modo sarcasticamente circunspecto. –Em que contexto essas duas palavras se ligam a Peter e a mim, quando eu e ele não combinamos nada?


--- Vocês não estão meio que... “saindo”? –Ela disse, sarcasticamente. –Ele naturalmente presumiu que tinha direito de levar sua garota – Aqui ela sorriu, com os dentinhos pequeninos a lhe conferir um sorriso maléfico. –para sair.


--- Não. Somos... amigos. E... Se é que somos realmente amigos. –Falei eu, pensando com os meus botões.


--- Hum... Mas eu te aconselho que saia com ele. Ele é mais bonito que o Joe. –Ela disse com um ar engraçadinho.


--- Ora, cale a boca Sam... –Eu disse calmamente, enquanto pegava um livro para ler.


--- É sério Lottie. Peter está apaixonado por você. –Ela disse, com seus olhos semicerrados.


--- Não, não está. Você está confundindo as coisas. Ora, ele me conhece há pouco tempo. –Comecei a ler as primeiras coisas escritas no livro –Não vai me dizer que você o conhece a anos e nunca me contou. E quer que ele fique comigo, pois ele é gentil e bonito. Ah, e a melhor parte. –Parei de ler para olhar nos olhos dela. - Não vai dizer que pessoas doentes que aparecem na vida dele de repente é um charme irresistível! –Gargalhei como nunca.


--- Ótimo. –Ela disse. Na verdade queria dizer: ”Então está bem, depois não diga que eu não avisei.”


Continuei a ler “The Little Girl Who Lives Down the Lane” pela vigésima sétima vez, mas alguém me interrompeu.  


--- Oi, Charllottie. – Disse o rapaz louro ao entrar no meu quarto, de repente.


--- Oi! –Disse eu, com um susto, mas uma ponta de aversão pela intromissão repentina e inesperada dele.


--- Como vai? –O susto foi tamanho, que eu nem sabia mais o que estava dizendo. Sam estava atrás de Peter rindo da minha cara.

--- Biblioteca. –Ele respondeu, sem ligar para o meu surto. Pareceu premunir tudo o que se passava. Perguntava-me como ele conseguia fazer tais deduções.


--- Radical. – Ri levemente.


--- Nós dois sabemos que não precisamos de mais loucuras. Já tivemos o bastante. Então pensei na biblioteca. –Disse ele, de braços cruzados. - Não há doidos, camisas de força ou remedinhos nos horários certos. Só... livros. –Aliás, vejo que já estava lendo.


--- Sim, estava. Gosto muito da idéia de ficar sem doidos e da biblioteca. –Eu disse, colocando meus all stars.

--- E... Sobre Bridget? Alguma notícia? –Ele perguntou, repentinamente.

Um aperto quase estufou meu coração. Foi tão... Súbito.

Sam me olhou, de um modo reprimido. De tombada na cama, ela passou a múmia subitamente levantada. Ela me encarou, perplexa. Estava uma tensão falar sobre Bridget naquela casa. Um tabu.

--- Não temos a menor notícia. –Engoli em seco e falei. - Minha mãe está trancafiada no quarto há alguns dias e não sai de lá. Creio que minha doença e Bridget estão deixando-a meio desnorteada. Mas a velha é forte e carrancuda... –Sorri, disfarçando minha preocupação, tanto com Joe, como com Bridget e com minha mãe.

--- Não se preocupe, com o Joseph, tudo ficará entendido. É bem óbvio que ele está com ela. O óbvio tem de ser descartado na maioria das situações, por fatos que justificam seu descarte. Não suspeito que esta situação se encaixe nesta hipótese.  –Ele parecia um detetive falando daquela maneira. Como se tudo aquilo fosse algo misterioso.

--- Sim. –Apesar de ele ter me apunhalado duas vezes no mesmo minuto, eu estava bem.

--- Ah, Peter, a biblioteca! Vão antes que feche... –Sam disse, dando um de seus bons e velhos sorrisos amarelos.

--- Tem completa razão. –Disse Peter, solenemente a olhar o relógio de pulso.

--- Estou pronta. –Falei.

--- Você não vem, Sam? –Perguntou ele, realmente indagando.

--- Ah, não. Ler não é muito bom para mim. Fico muito solitária. –Deu ênfase na palavra solitária. –Além disso, irei a universidade.

--- Vamos. –Puxei-o, antes que a biblioteca fechasse.

x.x.x

A rua estava muito bonita. As folhas soltas e amarelas das árvores rodopiavam com a brisa fresca. Não havia muita gente na rua e eu gostei disto. Pelo menos não iriam me ver como uma indigente... Sim, pois alem de Peter parecer um príncipe encantado, eu parecia uma mendiga. Andava ao lado dele pela calçada. Olhava as folhas, que me eram interessantes.

--- O que você gosta de ouvir, Peter? –Perguntei eu, despreocupadamente chutando pedrinhas que se colocavam em meu caminho no chão.

--- Nirvana, Pink Floyd, Red Hot Chilli Peppers, David Bowie... –Ele parou, um pouco. Meu rosto estava perplexo.

--- Descreveu minha lista de músicos. –Sorri. –Digamos que eu pagaria para ter tido um conversa com Kurt Cobain antes de ele morrer.

--- Também o faria. –Ele sorriu.

 Conversamos sobre músicos durante todo o trajeto e quando chegamos a biblioteca, começamos a despejar os livros e ver quem lia mais rápido. Nem deu tempo de terminarmos de ler os primeiros e ver quem tinha ganhado a partida, por que a biblioteca fechou antes disso.

 Voltando para casa, eu e ele parecíamos regozijados e cansados. Mas aquele cansado bom. De quando você sente que passou um bom tempo fazendo coisas que se aproveitam. Estávamos calados.

 De repente, ele me olhou, de um modo melancólico. Como se fosse me perder de vista a qualquer momento. Mas ele sorriu. Raras vezes ele o fazia e era tão exageradamente encantador quando o fazia, que eu ficava entorpecida. Paramos. Bom, parei porque ele parou.

--- O que... –Comecei.

Ele se aproximou de mim, de um modo estranho. Parecia estar frio, de repente. Não era calmo e sereno. Mas sombrio e gélido. Fiquei parada, congelada. Ele envolveu seus braços em minha volta, rapidamente.

--- Eu... Só estou muito feliz que desistiu de desistir. –Ele disse, enquanto eu ficava timidamente envolvida em seus braços confortáveis.


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Notas finais do capítulo

Fluffy.



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