Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 12
Cap.12: Um pagamento pela misericórdia.




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Sam aceitou a difícil missão de ir à Holanda para “buscar” Joe. Mesmo que ele não quisesse me dizer o que aconteceu... Bom, ele teria que dizer o que aconteceu. Eu não ia perdoá-lo por me deixar sem explicações por todo o tempo...

  Peter... Ah, Peter. Era um anjo que caiu do céu e ficou rodeado de coisas tão podres e supérfluas que deu a mão para ajudá-las. Por... pena. É, por pena. Eu nunca tinha me convencido de que Peter queria mesmo fazer tudo por uma pessoa que conhecia há apenas seis meses.

  Eu fiquei paralisada por um momento de epifania.

 De repente, o sangue que corria por minhas veias estava me parecendo mais denso. Como se meus órgãos estivessem todos a ponto de explodir. Meu coração começou a bater mais apressadamente. Minha garganta estava ficando seca e meu rancor inoportuno me tomava de baixo para cima como algo corroendo todas as possibilidades de ficar calma de novo. Perdia a cabeça. E, como em todas essas vezes, fiquei paralisada de ódio.

  Aquela dureza do meu ódio me fazia parecer fria, mas eu não era. Na verdade, descobria mais sobre mim mesma nos últimos dias. Não conseguia demonstrar meus sentimentos, mas os sentia fervorosamente. Se havia um sentimento que eu queria o mais longe possível de mim, este era pena. Tanto tempo sendo bem tratada, tanto tempo sendo importante para alguém. E mesmo assim isso não era um bom pagamento para a pena. Mesmo que fosse realmente muito. Pena, para mim não tinha preço.

  Aquilo que ele sentia por mim estava me corroendo mais ainda agora. Era como se em meu cérebro eu gritasse: “Pare”! “Tudo, menos misericórdia.” E tudo isso, não era só pela pena que ele sentia por mim. Era pelo fato de ser... ele. Não. Peter, não. Não o queria mais longe de mim.

  Primeiro a minha pena de mim mesma voltou, quando eu me dei conta do porque de ele estar fazendo tudo aquilo por mim. Ele era um pessoa muito boa. E poderia até gostar de mim. Mas a sua empatia se devia a pena. A sua bondade que transparecia. Mas eu não queria pena. E algo apertava muito meu peito.

  Raiva não, ódio. Não conseguia sentir nada mais. “Matem-me, por favor!” era o que minha mente tinha gritado para mim por todo aquele fatídico e horrível período.

  Não queria mais viver. Odiava ser uma fracassada e querer desistir de tudo, mas é o que eu podia fazer com as migalhas que me restavam da sociedade.

 --- Charllottie, querida, você tem que comprar calças jeans novas.Você precisa estar apresentável. Eu acho que esses All Stars também estão muito velhos. Eu vou comprar uns do AC/DC pra você... –Minha mãe entrara no quarto.

 E ela continuava a falar, enquanto meu cérebro estava concentrado apenas em uma coisa. Matar qualquer coisa dentro de mim que continuasse a martelar um prego no meu coração, com aquela dor aguda.

--- Não vou a lugar algum. –Disse eu, secamente.

--- É, realmente, o futuro será a morte para você se não falar num tom mais baixo, querida. –Aquela senhora com cara marcial olhou-me, maleficamente.

--- Mãe, por favor, não fale comigo até eu falar com você, sim?! –Disse, séria.

--- O que está acontecendo? É melhor dizer logo, garota. –Ela perguntou secamente.

--- Nada, mamãe, você não se importará. É melhor continuar com os seus afazeres.

--- Ligue para Peter, por favor. Preciso falar com ele,agora. –Ao ver minha cara fria, congelada naquela expressão metálica que minha mãe conhecia bem como ódio, ela entendeu que eu não a estava tratando mal por que queria. Eu apenas queria falar com Peter, ou o mundo acabaria agora. E eu falaria normalmente com ela depois que tudo acabasse.

--- Alô, Peter? – Ouvi minha mãe dizer ao telefone- Ah... Vai ver se ele pode me atender?! –Minha mãe falou espantada- Ele não pode atender?! Como ass- Algo deve tê-la interrompido - Peter?! –Minha mãe perguntou de novo – Sim, sou eu, reconheceu minha voz rápido. Charllottie quer falar com você. Aqui. Urgente. –Ela disse, retraidamente.

--- Diga para ele que é caso de vida ou morte. –Eu disse sem olhar minha mãe no rosto. Eu estava fitando o chão com fúria.
--- É caso de vida ou morte. – Minha mãe disse e ele deve ter respondido algo como “Claro”, pois desligou logo. 
--- O que você quer com o Peter, Charllottie Vanderwood?! 
--- Não vai ser segredo, não se preocupe. Todos vão saber logo. – Eu disse fitando a janela, como sempre cheia de gotas curvilíneas de chuva.



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