Antes do Fim do Mundo escrita por Alana5012


Capítulo 22
Você e Eu: Somos tão Parecidos...


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Fala do personagem: - Quem é você? O que faz na minha casa?
Pensamento: "Itálico"
Memória: Negrito
Narração: Alice olhou perplexa para o homem encostado no batente da porta da sala.
Mudança de Tempo e Espaço: ●๋•..●๋•



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  O arcanjo escutava os pensamentos do jovem. Ambos possuíam uma conexão sobrenatural, por este ser o seu receptáculo. Observara o loiro durante trinta anos. Acompanhara-o desde o nascimento até aquele momentoEmbora pudesse interferir nos acontecimentos de sua vida, jamais o fez. Sempre acreditou que tudo acontecia por uma razão. Para o anjo, coincidências eram meras artimanhas do destino. Até aquele dia.

  Ambos carregavam tantas responsabilidades, sempre tão sós. Só percebeu tais semelhanças naquela tarde, quando ouviu seu irmão dizer a ele aquelas palavras que tanto o perturbaram:Você me lembra o meu irmão. Ele, o príncipe dos arcanjos, comparado a um simples humano? Que absurdo! Porém, Dean não era qualquer humano.Até mesmo Lucífer já reconhecera sua semelhança com o mesmo antes.

  E, enquanto o ouvia refletir, também pensava. Recordava-se de todos os motivos pelo quais havia se iniciado aquela guerra. ”Gabriel tinha razão: sempre esteve certo.” No dia em que decidiu se abster daquilo tudo, Miguel chamou-o de tolo. Mais tarde, o ouviu dizer, pouco antes de Lucífer o matar, que se estivesse em sua presença, também não hesitaria em feri-lo. Falou que estava do lado das verdadeiras vítimas daquilo tudo: os humanos. Só agora via o quão nobre havia sido seu irmão. Ele assistira Lucífer o assassinar e, embora pudesse, nada fez para impedí-lo. Nunca fazia nada. Jamais interferia. Esse era o seu erro. Diferente de Dean, que nunca desistia sem lutar, ele achava as escolhas inúteis, pois pensava que, independente de que escolhesse, sempre seria levado ao mesmo destino. Agora sabia que isso não era verdade.

  “Lucífer, meu irmão, que fizemos? Papai nos abandonou: por nossa culpa. É essa maldita guerra, não vê? Ele não suportaria ver sua criação ser destruída pelas mãos dos filhos que ama. Deus não nos deixou. Fomos nós que nos esquecemos dele...” Se arrependia de tudo que fizera. O único tolo havia sido ele, por não perceber que aquela não era a vontade de seu Pai. Talvez, se tivesse ouvido os Winchesters, as pesadas correntes que o prendiam em meio aquelas trevas não o machucassem agora. O lugar era sombrio: a única luz existente era a que emanava de seu corpo, iluminando parte do ambiente ao seu redor. Lucífer aprisionara-o no corpo de Adam pela eternidade, para que este jamais retornasse ao Céu novamente e permanecesse trancado na mesma cela onde um dia aprisionou seu irmão. Encontrava-se banhado em sangue. Doía, mas não tanto quanto a dor que assolava seu coração. “E pensar que tudo isto é conseqüência dos meus atos.”

  - Está triste, irmão? – O anjo lhe sorria. Um sorriso falso, porém, ainda sim, era um sorriso.

  - Lucífer, não cometa os mesmos erros que eu. – Outra vez, tentava falar ao irmão - Nem tudo está perdido. Ainda há tempo de se arrepender! Isso tudo foi minha culpa...

  - É, sua culpa! – o encarava frio – Sua culpa por não ter me apoiado quando precisei, sua culpa por não ter ficado do meu lado no único momento em que pedi, sua culpa por ter me trancado nesse maldito lugar durante milênios, SUA CULPA POR NÃO TER ME AMADO! – Gritou exaltado.

  - É sempre assim, não? A culpa nunca é sua. Por que você não reconhece que errou ao menos uma vez? Nós o perdoaríamos, jamais deixamos de amá-lo. – Tentava ser paciente.

  - MENTIRA! Você nunca me amou...

  - Embora eu também o ame, irmão, amo meu Pai acima de todas as coisas. E, a vontade d’Ele é o meu desejo. Sinto, mas Deus vem à cima de tudo pra mim, como o filho obediente que sou.

  - MENTIRAS... É tudo que ouço. – Lucífer estava possesso com aquela conversa - Nosso Pai faz isso para nos confundir. Eu já disse! Pense, Miguel: Ele queria isso... ELE me fez quem eu sou! DEUS QUERIA O DIABO!!! - Mantinha o mesmo discurso do cemitério.

  - Dean está certo. Sammy também concorda. Assim como todos a sua volta: você não escuta a verdade. Seus ouvidos estão tapados, e seus olhos fechados. É um cego que caminha em direção a um abismo. Você fez sua própria escolha: não culpe a Deus. Ele nos permite escolher o caminho que queremos seguir. E você optou por continuar andando até o abismo. Mesmo que Ele te mande parar, apenas você, Lucífer, pode decidir se quer confiar n'Ele ou se lançar ao desconhecido. Nem mesmo Deus pode prever o futuro: agora sei disso...

  - Basta Miguel! – Ele o mirava irritado. Ia lhe dar as costas, quando ouviu:

  - E a menina?

  - O que tem Alice? – Seu tom era indiferente.

  - Você realmente a ama?

  - Talvez... Por que? – Permaneciam naquele diálogo de questionamentos.

  - Você é um monstro: não ama ninguém! – Sorriu.

  - Hm. – Foram suas últimas palavras antes de abandonar o mais velho outra vez.

  “Irmão, não cometa os mesmos erros que cometi. Não sofra como eu.”

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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi feito especialmente pra Juniffer_Angel, que sempre viu o Dean como o Miguel. Então, fiz esse texto sobre ele refletindo a respeito das semelhanças dos dois! ;P E tbm pra minha prima, que AMA esse personagem... rsrsrsrs Espero que tenham curtido, garotas!