A música envolvente fazia meu corpo se movimentar sozinho, meus olhos fechados se consentravam somente na escuridão enquanto meu cabelo grudava em minha pele suada. Com um copo de uísque na mão, sorria ao sentir o efeito que a bebida fazia em mim. Mesmo sendo uma falsa alegria, ainda me satisfazia.

Abro os olhos um pouco tonta, deixo o copo em qualquer mesa que vejo pela frente e vou até o balcão. Um lindo loiro de encantadores olhos azuis me observa insistentemente enquanto eu dançava, um sorriso malicioso brota em seus lábios ao notar minha aproximação. Em poucos minutos já estou sentada ao seu lado falando sobre diversas coisas, um drink aqui, outro ali. E estava completamente bêbada, beirando a insanidade. Ele se levanta e pergunta se eu quero dançar, deveria dizer não e ir para casa, mas como eu ainda estou minimamente sã não vejo o que me impede.

E esse foi meu erro. Quando me dei conta estava perto o suficiente para ouvir sua respiração, ele puxa meu quadril para si. Entre um beijo e outro sussurra algo em meu ouvido, sei que não deveria ouvir. Mas é tarde demais... O beijo se torna algo mais quente, com mais vontade.

Nossos corpos estão colados quando entramos no quarto, em um gesto desesperado de tentar diminuir a barreira que existe entre nós ele retira a blusa. Depois de nos separamos para respirar me jogo a cama exausta, com a respiração ofegante e pensamento lento tento repassar tudo em minha mente.
—Hinata... - o loiro entrelaça seus dedos ao meus, se deitado em cima de mim. Apóia sua testa a minha, ainda com os olhos fechados ele sorri maliciosamente - Estou feliz por ter lhe encontrado...

Meus olhos vão ao encontro dos seus, mas a única coisa que acho é um teto branco. Sinto sua respiração cada vez mais perto do meu pescoço, ele sela uma beijo carinhoso antes de algo aparentemente pontiagudo perfurar o local. Minha visão falha e me sinto fraca por alguns segundos, era como se algo estivesse sugando meu sangue. Lentamente ele solta minhas mãos e elas vão direto a suas costas, onda as cravo em sinal de dor. Seu corpo se mexe um pouco e posso escutar um gemido da parte dele, mas não é o suficiente para a dor passar. O loiro vai até a ponta do meu ouvido e a última coisa que escuto é sua risada.

Meus olhos lutam pare se manter abertos...
Meu corpo se torna pesado...
Minha voz não saí....
E o calor vai sumindo aos poucos...
E o frio começa a tomar conta....

O mesmo frio, das noites sozinhas...
Quando lágrimas vermelhas rolavam sem parar...

O mesmo frio, ao sentir os olhos ônix me observando...

O mesmo frio, ao lhe contar que eu, era ela...

O mesmo frio, que salvou ele da morte...

O mesmo frio, da fonte...

O mesmo frio, que tive na barriga ao experimentar aquele vestido branco...

O mesmo frio, que sempre esteve em minha vida...