Eu citaria todos os versos de Shakespeare pendurado a sua janela. Pelo menos todos os que fui obrigado a decorar durante meus anos de adolescência – e são metade da quantidade dos que você decorou por conta própria. Os meus versos podem não ser muitos, mas são todos sobre aquele amor ardente vindo da alma – exatamente como me disseram que as pessoas como você se apaixonam por.
Se você se apaixonou por Shakespeare, se apaixonaria por mim? Sei que não sou nenhum poeta, sei que mal sei rimar e sei que não seria capaz de imaginar metade do que o Bardo imaginou. Mas, já apaixonado por você, eu escrevo, rimo, leio, recito – tudo na minha cabeça – me preparando para o grande dia da coragem, quando quem sabe me mostrando à você, me presenteia com um sorriso.
O que um amor Shakesperiano faria com a gente, Julieta? Eu nunca tive coragem de te perguntar.
E você nunca quis ouvir.