Cadastro:
Uma jovem com joelhos e costas de senhora idosa. Economista e turismóloga. Ser pensante irrefreável. Fígaro Humana. Faço tudo por um cházinho com limão.
Leitora voraz e escritora nem tanto, tentando me reconetar com esse lado que ficou esquecido por muito tempo.
Marcada por muitos sentimentos, empática ao extremo, querendo me desconetar um pouco do mundo real através de livros, reality shows (como o do bolo), maquiagem e séries.
E finalizo por aqui com um trecho de Os Miseráveis do Victor Hugo, porque nunca fui boa com apresentações, mas é praticamente impossível um texto terminar tão mal com uma referência tão boa.
"A felicidade precisa do inútil. A felicidade é apenas o necessário. Tempere-a com muitos supérfluos. (…) Aceito o bucólico e também a arte em mármore e ouro. A felicidade sozinha é como o pão seco. Come-se, mas não é um jantar. Quero o supérfluo, o inútil, o extravagante, o demasiado, o que não serve para nada"
Ela certamente era uma popular do tipo bom. Uma garota meiga, de sorriso fácil e que faz de tudo para todos se sentirem bem na presença dela, porque isso lhe fazia sentir amada. E ser amada sempre foi a melhor coisa do mundo para ela.
Então, quando via um desfavorecido, um excluído, um novato, um problemático, Luiza não conseguia se controlar: ia logo com sua simpatia enturmar o pobre coitado e trazer soluções para os problemas de sua alma indefesa.
Mas quando Murillo chega no colégio com pinta de bad boy sofredor, além de todos os adjetivos citados acima, e manda Luiza e toda sua simpatia irem à merda, algo novo nasce nela. Uma chama ardente, uma raiva crescente e um sentimento de rejeição estrondoso que tornaram-na muito decidida a fazer esse cara engolir as palavras e proferir outras.
E ela só ia descansar quando ele a amasse, como todos os outros.
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