Em um cômodo azul e branco, aquilo se tornou meu céu particular. É engraçado como quanta coisa se passa pela cabeça quando se atingem os 20 anos. Não sei se isso é normal, se ocorre com todos, mas eu me sinto assim. Criticas mentais para evitar terceiras guerras mundiais, mudança de humor conforme o sol decide brilhar e as nuvens, amontoadas e doces, se amargam com o vento que as levam de forma violentamente calma. Isso faz algum sentido...? Os hormônios fazem com que tudo isso ao final do dia, valha a pena. E então eu posso escorar a cabeça sobre o travesseiro manchado e retornar ao meu céu particular para recomeçar o que o outro chamaria de vida de gado. Faz parte. Mas sempre me lembrando de que é importante manter a identidade em um mundo tão menos colorido, quando antes fuscas amarelos, verdes e vermelhos roncavam nas ruas com sua brasa mora, sem violência, aproveitando o prazer de esquentar a borracha sobre o asfalto quente. E hoje apenas a pressa e a fumaça pintam o amanhecer de cinza.

Me diga... Você já olhou para o céu hoje?