Era fim de tarde, aquele pôr do sol estava de tirar o fôlego, formando uma linda pintura no céu, estávamos os dois calados, mas não em um silêncio constrangedor ou algo do tipo, estávamos quietos simplesmente para apreciar o som das ondas que se quebravam á todo segundo, um silêncio simples e necessário, que descrevia a calmaria em que nossas almas se encontravam, nós dois suplicávamos aquilo havia muito tempo.

Um cheiro de café invadiu e tomou meu olfato, virei lentamente na cama me espreguiçando e vi que estava sozinha, lembranças da noite anterior me vinham na cabeça há todo momento, me arrancando um sorriso involuntário dos lábios, mas onde estaria ela? Afinal era sábado de manhã! Passei a mão nos cabelos para tirá-los do meu rosto e resolvi levantar...

Meu coração? Quase não cabia dentro do peito de tão forte e rápido que pulsava, um sorriso inevitável brotava em meus lábios de minuto em minuto, minhas mãos suavam frio, borboletas no estômago eram a minha companhia e não via a hora de sair daquele trem.
Mal podia esperar a hora de vê-la para sentir o cheio que tanto ansiava meu olfato.