(...) É lua cheia, carros passam de um lado para o outro, a chuva é fina e atrapalha a visão a mascara já não é uma das melhores opções e parece me sufocar aos poucos a bota se enche d'água e começa a fazer barulhos irritantes.Ao longe escuto alguns barulhos como gritos femininos em baixo tom, como se algo estivesse atrapalhando seu pedido de socorro. Ao entrar em um beco próximo de lá , vejo uma mulher curvada sobre uma lixeira, as lagrimas em seus olhos e o olhar de desespero me fazem intervir no ato de tal ser indigno da própria vida.

O homem se espanta e se afasta,tentando subir suas calças antes arriadas até os joelhos. Vou caminhando e olhando no fundo de seus olhos como se fosse aquele que ira trazer seu julgamento ali e agora. Ele se curva para traz e consegue alcançar um pequeno pedaço de cano o levantando contra meu queixo,a mascara lhe deixa um pouco amedrontado mas ele finge não se incomodar e faz a pergunta que nunca se deve fazer para um homem mascarado em sua frente.

—Já estamos no dia das bruxas?

Ao terminar a frase lhe desarmo rapidamente , sem fazer um único ruido e pulo sobre seu corpo ,o derrubo no chão fazendo com que bata sua cabeça no solo. Aquilo já esta quase no fim não tenho poderes para voltar no tempo e fazer com que aquela garota não sofra o que sofreu nos últimos minutos mas ainda posso fazer com que ele receba sua ultima e cruel lição.

Puxo uma de minhas laminas do casaco e a limpo contra um pano, o homem arregala seus olhos e diz entre bater de dentes :

—Meu Deus! O que é você ?

Olho no fundo de seus olhos , finalmente aquela noite estava ficando interessante ,dou um leve sorriso que ninguém pode saber apenas eu por de trás da mascara.E cravando a faca sobre seu pescoço respondo em voz baixa e rouca apenas para que ele ouvisse em seus últimos momentos de dor e aflição.

—Eu não sei!

(...)

A Caminho-

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