Perdida, era assim que eu me sentia. Como se estivesse inconciente, sem que ninguém conseguisse entender o que eu via ou sentia. Como se eu fosse invisível, como se meus sentimentos fossem invisíveis. Eu podia vê-los e toca-los, mas eles não conseguiam me escutar, nem me perceber. Era como se eu estivesse morta. Comecei a gritar em desespero. E deixei minhas lágrimas cairem. Não conseguia encontrar uma cura para toda aquela angústia. Ao tentar me levantar, percebi que meus membros não me obedeciam, comecei a respirar com dificuldade, e sentia claramente minha traquéia fechando. Depois de tudo, vi o quanto sofri, por um simples nada, ou para mim, por um simples tudo. E descobri que a cura era eu.

                                                                - Inconsequentemente, Clarice Rodrigues