Eu realmente não acredito em coincidências. Quando li a primeira de suas histórias, veio-me a intuição de que aquilo era tão pessoal, específico e... de alguma forma, muito singular e não acidental. Não sei se conseguirá perceber o que eu quero dizer, mas para mim basta... rs enfim.
Não cabe aqui dizer sobre a minha vida, mas participo da existência de uma pessoa assim e devo dizer que isso, de alguma forma talvez superficial, mas não pela maneira como foi escrita, mas pela maneira como eu refreei meus sentimentos mais emocionados, eu entendi porquê tropecei com as suas histórias... Eu li mais uma coleção delas e não tive tempo de comentar: quando a notificação apareceu para uma nova história, não resisti. Não à toa me deparei com algo tão real.
A sensação ruim de ser uma dessas pessoas que envenenam com incompreensão e impaciência a existência de uma pessoa sã aprisionada numa mente perturbada (por falta de palavra melhor e menos subjetiva), nos torna cada vez mais protagonistas desse tipo de pensamento, já que por falta de evolução nós muitas vezes não detemos o poder de nos apaixonar por algo que não podemos controlar. E o amor é algo raro. Nem falarei de obrigações... Ah, eu nem queria me estender nesse assunto, mas olha, esses textos me fazem divagar tanto... Não sei se faço nenhum sentido.
De qualquer maneira... Embora eu tenha ficado pensativa e angustiada, esse foi o texto que eu mais gostei. Afastando todas as características reais dele, fazendo alguma leitura mais interpretativa, também já me senti assim e acho que nós todos já tivemos os olhos duros (ou dureza no olhar). Posso não fazer muito sentido. Seu texto tem algo de especial na posição em que nos controla... Somos sempre vítimas daquela leitura como suas personagens são vítimas da própria história. Nós nunca percebemos o momento em que tudo vai degringolar, quando a forca já está pronta, acredito que nós mesmos somos compelidos a empurrar a cadeira. Minha dúvida é: nesse momento você ri ou chora? Depois eu dou o meu palpite. 
(Ps: Não sou portuguesa :) 
 

Resposta do Autor [Astus Iago]: Olá novamente. É um prazer voltar a responder a um comentário seu.
Gosto de fazer as pessoas divagar. Muitos dos meus textos permitem isso. Analisar, estudar, formular teorias. Se fizerem as pessoas pensar, tornam-se mais vivos e constantes na mente do leitor.
Este comentário revelou uma certa inteligência que não esperava. A sabedoria proveniente da intuição. É algo belo, algo poético.
Escrevi esta história há algum tempo, na própria época onde, por preceito do destino, fui obrigado a contactar com uma pessoa (bastante próxima de mim) doente, completamente alterada de um dia para o outro. Escrevi com a tristeza e o ódio que senti no momento, baseando-me nos acontecimentos reais que vi e me contavam. A última frase da história é uma citação perfeita de uma frase dita por essa pessoa.
Rir ou chorar. Talvez seja a natureza paradoxal do momento que o torna tão intelectualmente fascinante.
Bjs