Outono . escrita por bbaccola


Capítulo 3
Cap O2 - SALVAÇÃO


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aqui, gente linda xD
Espero que gostem. Boa leitura ;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/99987/chapter/3

 

Ter responsabilidades nunca foi o meu forte. Eu nunca fui o cara certo. Na verdade, eu dava muito trabalho ao meu pai, apesar de ser um filho presente. Eu não tirava boas notas e vivia na garagem e quando fiz 16 anos e conheci Bella, lembro-me de que eu entrei numa fase rebelde. E na fase seguinte, me transformei em lobo e daí nada mais era correto para mim. Eu havia sim desistido de tentar fazer as coisas certas e de ser responsável, mas meu pai sempre me dizia - junto com Sam Uley -, que eu sempre fazia a coisa certa no final.

E foi acreditando nisso que eu segui viagem com Nessie. Agora estavámos sobrevoando para chegar em Manaus. Ela não estava em bom estado e comecei a entrar em desespero. Quando eu conseguiria ver novamente seu sorriso cativante? Mesmo que eu fizesse carinho em seus cabelos e a fizesse dormir em meus braços quando o choro cessava, eu não via ela olhar para mim e despejar sua dor em palavras. Ela se crucificava sozinha e não queria minha ajuda. Suspirei pesado e cutuquei de leve seus cabelos para que ela acordasse. Ela deu um bocejo longo e, sem a mínima vontade de me olhar, resmungou para que eu falasse.

- Falta apenas uma viagem para chegarmos no Rio. Você quer se alimentar? - perguntei, preocupado.

- Não.

- Nessie, você precisa. Não comeu desde que conseguimos o transporte para Costa Rica.

- Madalena me deu bolachas, eu estou bem. - falou ela, sem humor na voz.

Eu ia começar a falar. Ia falar que assim eu não iria conseguir, que ela precisava pelo amor de Deus me dizer alguma coisa. Mas fui interrompido por uma mão em meu braço. Era o velhinho que eu vira na sala de embarque. Ele tinha um olhar cheio de compaixão.

- Com licença, mas estou preocupado. Porque sua filha chora tanto? - perguntou ele, sem a mínima intenção de atravessar limites, mas sim querendo ser amigo.

- Ela está longe da... mãe. - falei, engasgado. Ele piscou duas vezes e cutucou a menina do lado. Como ele começou a cochichar algo, me virei para Nessie, pensando que ele iria fofocar com a menina. Mas ao contrário disso, ele me cutucou novamente.

- Ariane também está longe da mãe. E está sozinha. Mas ela gosta de viajar comigo e ela queria falar com sua filha. Sou Vitor. Vitor Fixx. - falou ele, me estendendo sua mão. Eu o cumprimentei alegremente.

- Eu sou Jacob B... Jacob Wolfe. E esta é Vanessa. Mas eu a chamo de Nessie. - falei, observando aquele senhor simpático. Ele tinha um ar energético no olhar, e parecia ser muito ativo também, apesar da idade.

- Sou professor de literatura e estudo lendas e mitos indígenas. - falou ele, fazendo meus pêlos se eriçarem. - Se me permite, você tem algum traço indígena?

Eu engoli, mas vi que não tinha do que temer. Ele era velho e tinha uma menina ao seu lado, não podia ser ameaçador. Mesmo que tenha me lembrado de Aro e Jane, não pude deixar de pensar que eu não precisava me preocupar tanto.

- Hm, sou quileute. Não sei se o senhor conhece, vivemos em La Push...

Ele pareceu se animar.

- Claro! A sua tribo é cheia de lendas, rapaz. E eu e Ariane adoramos desvendá-las, pesquisá-las... Por isso estamos indo para o Brasil. Lá é cheio de tribos na parte norte, apesar de estarmos indo para o Rio de Janeiro.

- Ah, que ótimo. Também vamos para o Rio. - falei, aliviado. Não seria um completo sozinho afinal.

- Ótimo, ótimo. Podemos nos hospedar no hotel de uma amiga minha, sim? Ou você já tem um destino?

- Na verdade não. - respondi, porque não tinha mesmo.

- Ótimo de novo. Bom, seria muito incômodo minha sobrinha conhecer sua filha, Jacob?

Eu não respondi e ele deve ter entendido meu olhar. Olhei para Nessie, e para a minha surpresa, ela olhava para Ariane com curiosidade. Seu olhar subiu ao meu como se ela estivesse perguntando se estava tudo ok, e eu assenti.

- Prazer, sou Vanessa... - falou ela, com sua voz rouca de choro, mas ainda sim, sua voz.

- Hey Nessie, sou Ariane. Mas pode me chamar de Ane. - cumprimentou de longe a menina, que tinha um sorriso estampado o rosto.

- Você também está longe da sua mãe? - perguntou Nessie, depois de alguns segundos. Eu sorri em alívio. Algo naquela família me dizia que estavámos bem.

- Sim, mas o Rio de Janeiro é legal, você vai ver! Já que nós vamos ficar no mesmo lugar, podemos dormir no mesmo quarto. Você vai gostar Nessie. - falou ela, com segurança.

Nessie sentiu o mesmo, porque olhou para mim curiosa e depois encostou sua mão na minha bochecha. Rapidamente pude ver ela sentada ao lado de Ariane. Eu sorri para ela e beijei o topo de sua cabeça.

- Hm, será que você se importa de trocarmos de lugar, Ariane? - perguntei para ela, olhando para Nessie em seguida.

Ela negou com a cabeça e saiu da sua poltrona, trocando de lugar comigo depois. Apesar de eu não querer deixá-la, fiz esse esforço. Se Ariane conseguia deixá-la sorrir, por que não? Sentei no lugar de Ariane e coloquei meu cinto, querendo não atrapalhar a leitura do sr. Fixx. Ele sorriu para Ariane por detrás dos óculos e continuou a ler. Eu me concentrei na conversa das duas então.

- Meu nome inteiro é Ariane Cristina. Mas eu prefiro apenas Ane. Tenho 14 anos e estudo com meu tio Vitor. E você, Nessie?

Percebi o olhar inseguro de Nessie, mas ela continuou.

- Tenho 6 anos. - mentiu ela. - E eu não estudava em Forks, mas acho que vou estudar aqui. Como é sua mãe?

- Ah, ela é bonita. Apesar de eu dizer que ela precisa passar mais maquiagem, ela não passa, mas mesmo assim é bonita. É muito parecida comigo. E a sua?

Eu fechei os olhos. Ela iria chorar?

- Eu... ela é bonita. Mas me pareço mais com meu... pai. Você gosta de piano? - perguntou ela, sem nem gaguejar.

- Nossa, eu amo piano! Toco desde que tinha sua idade. Você também gosta?

- Sim. Meu... pai me ensinou. E você gosta do Rio?

- Fui lá apenas uma vez. Meu tio adora pesquisar sobre tribos, e eu adoro pesquisar também. Algumas tribos cantam para tudo e eu adoro cantar, então sempre gosto de saber sobre isso. Mas, em geral, lá é quente. E tem muita gente.

- Hmm... - foi o que Nessie respondeu. - Você se importa se eu dormir de novo? Estou com muito sono. Foi muito legal te conhecer, Ane. Você me lembra minha tia Alice...

Falou ela e se encostou no banco para dormir. Dessa vez, ao invés de um sono perturbado, ela suspirava com um sorriso nos lábios.

- Bem, falta apenas uma hora para chegarmos. Podemos almoçar, meu jovem e depois pegarmos o vôo. Camas quentes e segurança nos esperam.

Eu assenti, encostando minha cabeça na poltrona e esperando que isso fosse verdade. Estavámos viajando por algum tempo e nada de ameaças. Este vôo tinha sido seguro, pelo menos.

E Nessie estava melhor, por alguma razão. Ariane e Vitor eram algum tipo de salvação naquele maremoto que havia se tornado nossas vidas. Se Nessie estava bem, eu estava bem e se os Fixx eram a salvação, eu iria ficar com eles até me sentir realmente seguro.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einsten.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

n/a: Só pra mostrar o relacionamento da Nessie e da Ane. Espero que gostem e que comentem! Por favor, comentem. HAHA'
bites!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Outono ." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.