Magic And Alchemy escrita por Amatsune


Capítulo 4
Capítulo 3 - Aed


Notas iniciais do capítulo

Duas considerações:
1º eu sei que o capítulo ficou minúsculo, mas é que eu estou pensando em fazer algumas alterações na história e não precisava de mais páginas para chegar onde eu queria com a história.
2º mil desculpas pela demora, foi completamente sem querer, é que eu realmente estava sem tempo. Agora acho que vou poder me dedicar um pouco mais ao livro, já passei de ano mesmo ^^



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Aed

— Mas, o que houve?

— É muito simples rapaz, você é um mago. Eu simplesmente não posso confiar uma quantidade tão grande de ciêntrio para um mago, ainda mais um tão jovem e inexperiente. — Ele fez uma pausa. Arthur abriu a boca para responder, mas o velho recomeçou antes — Mesmo sendo um especial, não posso vender para você. Isso é tudo. Agora, se retire, por favor.

— Deixe-me explicar, por favor.

— Não, com licença — retrucou o senhor, com toda a paciência do mundo.

Fez-se um silêncio teatral. Arthur se manteve estático, pensando se devia ou não revelar que era um misto. Mas todos ali tinham segredos, viviam em segredo. Talvez ele pudesse confiar. Ele precisava daqueles materiais, e em uma loja no mundo submerso, provavelmente não venderiam, e ele ainda seria preso. Ali, o máximo que poderia acontecer seria ele ser expulso.

— Eu sou um alquimista. — Respondeu Arthur por fim, acreditando que aquela era a forma mais fácil de conseguir o que queria. — Sou mago também. Faço as duas coisas.

O vendedor encarou-o intrigado. Aquilo era muito estranho.

— Meu nome é Arthur, meu pai era alquimista e minha mãe uma arcana. Eu consigo dominar as duas técnicas. Quero fazer um golem. Se eu der conta, um classe “S”, só que o manual que eu estou usando nem os círculos tem. Preciso dele para viagem.

— Isso é muito peculiar. Meu nome é Aed. Sou o dono dessa loja e um alquimista classe A. Sua história é extremamente incomum, sabia meu jovem? — Apesar da estranheza, Aed parecia estar acreditando na história de Arthur, e isso era bom. O garoto só acenou com a cabeça, muito concentrado no que o lojista tinha para falar. — Você deve guardar essa história, porém, mesmo aqui na cidade. As pessoas podem não gostar de saber que algum especial consegue praticar magia e alquimia. — Arthur assentiu de novo. — Ainda assim, não posso te vender esse material. Principalmente agora que sei disso. Você é muito inexperiente e poderoso. Os estragos são incalculáveis, basta um errinho. Sem chances de eu te vender. Não sem o treinamento adequado.

— Mas onde o senhor espera que eu consiga treinamento. Você mesmo disse que não era pra eu contar para ninguém, não é mesmo?

— De fato eu disse. Por isso, eu mesmo vou treiná-lo.

Arthur recuou. Pessoas não saem se oferecendo para serem tutores de monstros potenciais sem mais nem menos. Toda a confiança que achou que podia ter pelo velho se esvaiu quase que imediatamente. Ele olhou para o senhor e pensou. Talvez ele quisesse se aproveitar das habilidades dele, ou talvez quisesse mesmo ajudar. Em todo caso Arthur tinha muito o que pensar.

— Não sei. Eu só quero mesmo os materiais. — Antes que Aed pudesse se ofender ele completou — Vou pensar na sua proposta, mas agora só quero comprar esses materiais.

— Eu já disse que não vou te vender enquanto não for devidamente treinado.

— Por favor, se tiver alguma coisa que eu possa fazer para provar que sou apto.

— Tem. Aceite meu treinamento e eu lhe vendo o que você quer.

— Já disse que vou pensar, já falei até demais para você. Já que não vai me vender, eu vou embora.

— Então até. — Ele fez uma pequena pausa, e meneou com a cabeça. O rapaz se virou para a porta da loja e Aed completou — Mas a oferta não é eterna, você tem uma semana para me responder.

— Até. — Completou Arthur, sem se virar. Ele caminhou até a porta, claramente alterado. Ele queria um golem, não um professor. O jovem sabia que a vida era traiçoeira e não daria uma chance sequer para ser trapaceado.

Ele refez o caminho pela cidade secreta. Observou mais atentamente as pessoas. Os traços eram dos mais diversos. Com o passar do tempo, a civilização humana foi tendo seus genes cada vez menos diferenciados, até que as pessoas se tornaram bem menos diferentes. Não que tinham se tornado iguais, mas algumas características simplesmente sumiram dos anamagos. No entanto, entre os que detinham O Poder as coisas eram diferentes, os mais raros rostos podiam ser vistos. Loiros, morenos, negros e ruivos passeavam pelas ruas subterrâneas.

Cada pessoa ali parecia ter uma história para contar, um passado para se lembrar. Ele gostaria de conhecer esses passados. Poder libertá-los da guerra e subi-los a superfície sem serem caçados. Mas esse era um pensamento platônico, simplesmente impossível.

Procurou por outra loja para alquimistas, mas não teve sucesso. Sempre que perguntava a alguém recebia as mesmas respostas:

— Já tentou “O Alquiloja” — as pessoas diziam com um risinho, do trocadilho estúpido. Parecia que numa sociedade que tudo era proibido, o menor sinal de humor era um verdadeiro sinal de comicidade pura.

Depois de umas duas horas de caminhada infrutífera, ele decidiu voltar à superfície. Subiu avenida que ia para os túneis sem pressa. Ao chegar à antecâmara, ativou a ecolocalização, dessa vez só com o pensamento e tentou se lembrar do mapa que construíra quando passara ali mais cedo.

Logo voltou a caminhar. Sozinho, os túneis pareciam muito maiores e ele ficou imaginando onde as ramificações dariam. Aquela não era hora de descobrir. Talvez depois, e se a reencontrasse, com Claire.

Ele vagou pensando na proposta de Aed. “O que o velho realmente quereria? Será que falara demais? Como deveria responder? Fora apenas coincidência ter um prazo igual a sua ideia inicial de estada na cidade, não fora?” essas eram apenas algumas das perguntas que rodeavam em sua cabeça, mas fosse como fosse, ele teria que pensar bem para descobrir a resposta. Provavelmente se arriscar também.

Ele subiu a escada e tentou abrir a tampa que dava na rua. Estava trancada, e ele embaixo da terra, no escuro.


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Notas finais do capítulo

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