Talismã escrita por ALima


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos.
Tenho um capítulo pronto, o 13, então, se eu conseguir 5 reviews, postarei amanhã.
A história está intrigante, e temos romance nesse capítulo.
Beijos e aproveitem



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Passei mais dias e dias ansiosa treinando e aguardando o “grande dia” de procurar o Talismã. Meus pais foram embora depois de muita insistência minha, afinal eles tinham a vida deles lá. Numa manhã qualquer, resolvi praticar minha mais nova mania: cavalgar. Era uma boa coisa pra se fazer. Eu deixava de pensar sobre tudo e apenas me concentrava no vento gelado que balançava meus cabelos, naquela sensação boa de frio. Estava vestindo uma calça jeans e calçando botas de montaria. Usava também uma bata branca de cetim, bem leve. O ar estava tão gracioso nessa manhã! Os pássaros sonorizavam o ambiente com sua melodiosa voz. Os habitantes do local levantavam-se, começando a realizar suas atividades rotineiras. As crianças brincavam descalças na grama onde alguns flocos de neve ainda estavam pousados. As mulheres conversavam alegremente, riam e limpavam as varandas. Estava olhando pra tudo isso, pensando na graciosidade deste pequeno vilarejo, quando de repente, vejo algo/alguém na minha frente. Puxei as rédeas do cavalo em um impulso e vi então, que a figura que me matara de susto, era nada mais nada menos do que Carl. Sorri, enquanto ele me encarava também assustado com minha súbita aparição.

- Você quer me matar de susto, Carl? –eu disse zombeteira.

- Acho que você é que quer me matar de susto. –disse ele enquanto eu descia do cavalo, prendendo-o a uma árvore próxima de nós.

Corri em sua direção e o abracei por impulso.

- Caaarl, seu chato, eu senti sua falta. –eu disse enquanto pulava nele.

- Eu também, mas você meio que tá me sufocando.

- Desculpa. –disse eu me afastando um pouco dele. – Hey, vamos dar uma volta pelo lugar. Aposto que ainda não teve muito tempo pra conhecer minha nova residência.

- E o cavalo?

- Hunter ficará bem. Ele gosta de ficar por aqui de vez em quando.

- Então vamos.

Fomos andando, conversando sobre o que tínhamos feito nesse período de tempo, um mês mais ou menos, que não nos encontramos, e notei que seu senso de humor ainda não mudara.

- Por que você não tentou se comunicar comigo através de sonhos como antigamente? –perguntei.

- Uau. Pensei que você não gostava quando eu fazia isso. –ele disse surpreso.

- É, isso quando você era um chato pervertido.

- Não sou mais? –disse ele levantando uma sobrancelha.

- Bom, não na minha frente. Mas sério, por que não se comunicou nesse tempo todo?

- Depois que me retirei do submundo, meus poderes enfraqueceram. Acredito agora, que estão praticamente nulos.

- Isso é ruim.

- Sim.

- E eu estou praticamente em busca do talismã perdido. –disse

- E quando será isso.

- Em breve, alguns dias, diria eu.

- Não será arriscado?

- Tudo é arriscado, Carl. Principalmente quando se é o que eu sou. –disse com o desapontamento estampado em meu rosto.

Ele me abraçou impulsivamente. Exclamou um “Vai dar tudo certo”, e mesmo que eu odiasse essas palavras, porque no fundo eu sabia que NÃO iria dar certo, de certa forma, ele me confortou.

Nossos corpos estavam muito perto. Senti um súbito desejo de passar a mão em seus cabelos desgrenhados, de me perder naqueles olhos azuis como o oceano. Separamos o abraço e nos olhamos profundamente. Se meu coração ainda batesse, ele provavelmente estaria descompassado agora. A adrenalina fluía sob meu corpo e então senti seus lábios quentes encontrar-se com os meus num beijo calmo. Sem pensar duas vezes, retribui o beijo e joguei meus braços atrás de sua nuca. Eu gostava de Carl. Agora que estava o beijando, gosto mais do que eu pensava. Eu também gostava de Erick, mas não era dessa intensidade. Eu estava realmente... apaixonada.

Nossos lábios se separaram e ele me abraçou, e eu o abracei de volta.

- Fiz algo errado? –ele me perguntou baixinho.

- Não.

Segurei sua mão, e disse:

- Acho melhor ir vermos meu pai. Ele pode ficar curioso a seu respeito.

- Uh. E como você vai me apresentar pra ele?

- Meu... amigo. Por enquanto. –disse sorrindo.

Fomos pegar Hunter, e ele subiu em minha garupa.  Chegamos lá e meu pai estava em seu escritório, planejando algumas coisas.

- Oi Clarisse, se divertiu cavalgando? Já é quase hora do seu treino e... Uh, bem, vejo que temos visitas. –disse ele enquanto passava os olhos do seu livro pra mim.

- Sim, pai. Este é Carl, um amigo.

- Do Canadá?

- Sim.

- Muito prazer, meu jovem.

- Igualmente.

- Ele não é exatamente humano, pai.

- Então ele é...

- Um filho de seres do submundo.

- O que? Como...

- Vou explicar.

Expliquei para meu pai toda a história de Carl, mas ele não parecia muito satisfeito, mas teve que aceitar.

- Clarisse, sobre o que eu queria te falar... Nós partiremos amanhã bem cedo.

- O que, como, por quê?

- Sim, Amber, amanhã. Pelas minhas pesquisas sobre alguns aspectos importantes nessa viagem, amanhã é o dia mais apropriada. A carga sobre o talismã é a menor. Você se sente preparada?

- Bom, eu não tenho que sentir, eu tenho que estar.

- Isso mesmo. Essa é minha garota. Você vem conosco, meu jovem? Talvez você pode ser necessário.

- Já que eu estou aqui mesmo, irei.

- Muito bom.

- Vamos meditar um pouco, filha. Precisamos de sua máxima concentração amanhã.

- Ok, vamos.

- Você vem, Carl. –disse me levantando.

- Não sou muito fã dessas coisas. Vou dar uma volta pelo povoado.

- Ok. Até mais.

- Até mais.

Disse e sorri. Eu queria beijá-lo, mas na frente do meu pai não dá. Sorri com o pensamento. Acho que ele também pensou o mesmo que eu.

Fui para minha sala de meditação. Sentei-me no colchonete, acendi alguns incensos e comecei a me desligar do mundo. A meditação me trouxe muita paz nesse tempo que eu pratico, além de muita calma. Se Kelly me conhecesse agora, talvez nem fosse me reconhecer. Sou um poço de calma.

Após umas duas horas mais ou menos, sai de lá, e fui para a cozinha, pegar uma bolsa de sangue. Meu pai disse que sangue humano ia me deixar mais forte, então estou tomando um pouco todos os dias.

Carl estava na sala, passando os canais da TV. Era mais ou menos cinco da tarde agora.

- Sentiu minha falta? –disse me aproximando devagar.

- Uau, você me assustou. –ele disse realmente assustado.

- Gostaria de dar um passeio? Tem uma boa cafeteria por aqui.

- Claro, vamos lá.

Meu pai surgiu na sala.

- Clarisse, você já acabou sua meditação?

- Sim papai, e também já tomei o sangue. Será que poderia dar uma voltinha, ir ali à cafeteria com o Carl?

- Pode, mas não demore, pois temos que treinar algumas coisas ainda. Rapaz, o que você sabe fazer?

- Sou muito bom com a espada, senhor. Como já lhe disse, era o herdeiro ao trono do submundo. Tenho alguns poderes mentais também, mas eles ficam mais fortes quando estou em contato com o submundo. Creio que preciso voltar até lá pelo menos um pouco.

- Faça o que quiser meu jovem. Se precisar de algo, pode me falar.

- Claro. Obrigado, senhor.

- Adeus.

Acenei e saímos da casa. Quando descemos a colina, avistamos um pequeno estabelecimento de madeira, com uma placa neon, escrito Lina’s Coffee. O resto estava em russo, e eu só sabia o básico, que meu pai me ensinou. Assim que perdemos a casa do meu pai de vista, nos abraçamos apertado e nos beijamos novamente.

- É tão triste ter que fingir.

- Também acho. Espere só tudo isso passar.

- Você vai voltar pro Canadá?

- Não. Quer dizer, não sei. Tenho que aprender muita coisa ainda, Carl.

- É, eu sei.

Entramos na cafeteria. Pedi um expresso, e Carl pediu um café siberiano. Conversamos sobre várias coisas e rimos muito. Sempre soube que sentira uma imensa falta dele. E sentiria novamente, quando ele fosse embora, principalmente depois de tudo o que partilhamos nesse tempo.

Voltamos pra casa. Eu pratiquei alguns golpes de artes marciais no meu quarto e treinei minha pontaria em arco e flecha.

Deitei em minha cama e fechei os olhos, procurando descansar. O torpor tomou conta de mim, e eu sabia que Carl estava me chamando pra um sonho. Sorri. Dessa vez seria mais divertido.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Amaram? Odiaram? acho que eu mereço alguns reviews, né -lalalala.
beeeijos



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