Desafiando a Gravidade escrita por LinaFurtado


Capítulo 5
Me deixe em paz!


Notas iniciais do capítulo

Só tenho a agradecer pelas lindas reviews que recebi. Vocês são todas lindas e, obrigada pelo carinho! Mesmo, muitíssimo obrigada! ;P*Quando chegar a parte da boate, aconselho que coloquem qualquer música eletrônica para tocar durante todo o resto do capítulo. Fica melhor com o efeito sonoro, pelo menos eu prefiro ;]Vamos ao capítulo!



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Capítulo 5. "ME DEIXE EM PAZ!"

–Só para te avisar que não ficará sozinha lá. – Piscou para mim, antes de arrancar o carro e voltar para sua casa.

Fiquei parada ali por um tempo, tentado raciocinar. Edward havia dito que eu não ficaria sozinha lá? Céus! O que estava acontecendo comigo? Ele era louco ou algo do tipo? Será que até agora não tinha percebido que eu não o queria por perto? Ou, pelo menos, era isso que eu estava tentando me convencer.

–Bella! Quer pegar um resfriado, parada aí? – Escutei Esme gritar para mim.

Girei os tornozelos e caminhei para dentro de casa. Estava mais quente, por isso tirei o casaco mais pesado, ficando ainda com o leve. Olhei para o lado e encontrei a baixinha da Alice com um sorriso enorme.

Franzi o cenho antes de passar por ela e ir ao meu quarto. Me seguiu. Aí tinha e, eu a conhecia muito bem para saber. Sentei-me na cama e comecei a tirar os tênis. Alice fechou a porta e se virou para mim com o mesmo sorriso, mas sem nada dizer.

–O que foi, Alice?

–O que foi? O que foi? A pergunta certa é como foi? – Sorriu maliciosamente.

–Como foi o quê? – Peguei meus tênis e guardei-os no armário. Voltei a me sentar na cama e olhando-a.

–Bella, Bella, Bella. – Cantarolou, balançando a cabeça. – Acha que eu nasci ontem? Era para você estar aqui há muito tempo.

–E?

E, que você podia me contar onde estava com o Edzinho. – Fez uma carinha de cachorro pidão, que ela sabia que nem eu e nem ninguém resistia a ela.

Ergui a sobrancelha para parecer desinteressada.

–Nada. – Dei de ombros. - Fomos a casa dele, porque não queria voltar para casa e ter ainda que enfrentar Esme por causa do desmaio. Não sabia que estava indo para lá! – disse rápido quando vi que ela iria me interromper. – Mas ele não quis me em paz. Ele é muito chato! Credo!

–Tão chato que você ficou a tarde inteira junto com ele. – Alice estava começando a me tirar do sério.

Ajeitei meu cabelo, tentando me acalmar e falar o mais tranqüilo possível.

–Alice, vou tentar de novo, tudo bem? Eu não tive escolha. Ou eu vinha para casa e Esme ficava me perturbando por eu ter desmaiado, ou eu ia para onde ele quisesse, no caso, a casa dele. Compreendeu agora?

Ela revirou os olhos e puxou a cadeira, sentando-se de frente para mim.

–Isso eu já entendi. Quero saber o que fizeram.

Dei de ombros.

–Nada. Conheci a mãe dele, ele me mostrou que tinha um piano... – As imagens desta tarde invadiram a minha cabeça e eu me obriguei a não comentar nada. – Tocou também – Alice sorriu boba. – E almoçamos com sua mãe e conversamos.

Alice gesticulou com a mão para mais.

–O quê? Não tem mais nada. – Me levantei para pegar o meu pijama no armário. – Convidou ele para a sua festa?

–Claro! – disse como se fosse óbvio. – Edward já é um amigão meu! – Virei-me a ela a tempo de vê-la sorrir abertamente.

–Humm. – Relevei. – E então? Como vai fazer amanhã, na festa?

–Ah! Pois então, começa às dez da noite e vai até quando o povo quiser. Mas nós vamos para lá por volta das oito. – Fiz uma careta. – Para ajeitar as coisas e, não faça essa cara, Bella! Você vai.

–Agora que chamou o Cullen, eu estou pensando seriamente em fingir estar doente.

–Rá. – Riu sem graça. – Não deveria ter me dito o seu plano, então. – Cruzou os braços.

–Quem disse que esse era o meu plano. – Piquei a ela.

–E desde quando pisca para as pessoas? – perguntou interessada. – Nem para mim você nunca fez isso... Ah! Saquei. Edward pisca para as pessoas quando está conversando, Hummm – Sorriu.

– Saía daqui, Alice. - Peguei o meu travesseiro e taquei em seu rosto. – Se não quiser que outra coisa seja jogada contra você, garanto que não será tão fofinha.

–Credo. – Resmungou se levantando e fechando a porta ao sair.

–Céus! Era tudo o que eu queria... – Disse sarcasticamente.

Entrei no banheiro e tomei um banho quente, colocando uma camisa de manga cumprida e a minha calça do pijama de flanela, lilás. Voltando para o quarto, iniciei os meus deveres de casa. Não demorou muito para que eu os terminasse e batesse fome. Olhei pela janela, vendo que já deviam ser sete da noite. Deveria dormir muito bem hoje, por causa da festa de amanhã da Alice, que levaria uma eternidade para acabar.

Desci as escadas, encontrando Carlisle na sala lendo jornal. Sabia que Alice deveria estar no computador, conversando com seus dez milhões de amigos, mas Esme eu não tinha a visto desde que cheguei.

–Oi, Carlisle. – Cumprimentei-o, parando no início da escada.

Ele ergueu o olhar e sorriu para mim.

–Oi, Bella. Como vai?

–Bem. – Forcei um sorriso. – Onde está Esme?

–Na cozinha.

–Obrigada. – Já estava indo quando ele me chamou. Voltei. – Oi?

–Percebi que voltou mais tarde de casa hoje. – Esperei para ver onde queria chegar. – Onde estava?

–Ahh. – O que eu falaria sem que soasse mal? Não queria contar que desmaiei. – Estava...

–Estava... – Incentivou-me com um sorriso.

–Na casa de um amigo. – Pronto. Eles me conheciam e sabiam que eu não tinha amigos. Não sabia se iam acreditar.

–Amigo? – Não entendi o porquê ele enfatizou o "o", mas segui.

–É. Edward Cullen. Bem, ele não é bem um amigo... – pensei em uma definição, mas Carlisle acabou levando para o lado errado.

–É um namorado?

–Não! – Riu. – Ele é só um garoto irritante que fica me perseguindo.

–Ah! Ele é irritante e você ainda foi a casa dele?

Mordi o lábio.

–É. Você sabe, tenho que tentar ser sociável... – Aquela conversa estava me dando náuseas. – Vou indo falar com Esme. – Apontei para a cozinha e ele assentiu ainda sorrindo. Assim fiz.

Chegando a cozinha, vi Esme conversando com Alice na mesa e elas falavam aos sussurros e rindo de algo. Quando apareci, elas se calaram e me olharam. Dava para perceber que o assunto era eu, já que o mudaram assim que surgi na porta.

Alice deu uma risadinha nervosa e se levantou.

–Bem, eu vou indo. Vou mexer no computador. – Passou por mim e me sorriu antes de sair.

Esme se levantou e me puxou para me sentar, também com um sorriso. Era estranho todos daquela casa sorrirem desse jeito. Não sabia o que estava acontecendo e nem sabia se queria realmente saber. Esme me perguntou como foi o meu dia e eu dei de ombros enquanto preparava o meu lanche, dizendo que não tive aventuras.

–Mesmo? – Ergui a sobrancelha.

–Sim. Sem aventuras. – Garanti.

–Soube que desmaiou. – Ficou preocupada. – Está se sentindo melhor?

Alice. Ah! Ela me paga!

–Sim. Estou bem melhor. – disse calma.

–E onde estava essa tarde?

–Na casa do Edward. – Que se foda! Ela já sabia o que eu não queira mesmo.

–Humm. – Se levantou e foi lavar a louça. Eu esperava ser bombardeada por perguntas, como Alice sempre fazia, afinal, ela havia puxado isso de Esme, mas não. Ela simplesmente voltou o que estava fazendo.

Terminei de comer e me levantei, ainda pensando em como foi estranho ela não me perguntara nada. Coloquei o para na pia, depois de Esme me mandar deixar, dizendo que ela iria lavar. Encostei entre a bancada e a geladeira, olhando-a sem entender.

Ela me olhou de esgoela.

–O que foi? – perguntou voltando à atenção a louça.

–Não sei. – Franzi o cenho ao me dar uma luz. – Você e Alice estavam falando sobre isso não é mesmo? Sobre Edward.

Esme riu afirmando.

–Argh! – Levei as mãos ao ar, já me retirando.

–Espere, Bella. – Me segurou com a mão molhada. Riu mais ainda quando fiz uma careta.

Parei e esperei ela falar, mesmo querendo sair correndo por já imaginar o que ela diria. Respirei fundo ao me virar em sua direção e me encostei de volta. Esme terminou de lavar e secou as mãos, me puxando para me sentar. Sentou-se a minha frente.

–Vamos falar sério agora, tudo bem? – perguntou séria. Devia ser outro assunto, então. Assenti. – Por que desmaiou?

–Porque eu passei mal, me senti um pouco enjoada. – disse automaticamente.

–Por que foi parar na casa do "Cullen"? – Fez as aspas no ar.

–Porque foi ele quem me ajudou quando desmaiei e foi ele que estava "responsável" por mim. – Imitei-a.

–Por que ele não a trouxe para casa?

–Humm, bem, isso foi culpa minha. – Admiti com vergonha.

–Por quê? – Ficou confusa.

–Porque eu sabia que você ficaria toda preocupada comigo, à toa. Provavelmente me mandaria ir atrás de Carlisle no trabalho, por uma coisa boba.

–Desmaios não são comuns, Bella. Podem ser sinais de doença. – Fiquei quieta. – Mas está se sentindo melhor agora, não é?

–Estou.

–Nem um pouco enjoada?

–Não.

Esme sorriu e pegou a minha mão.

–E então? Como foi na casa de Edward? Se divertiram?

Franzi o cenho e me levantei em um salto.

–Não, lógico. Ele é um babaca irritante! Ainda bem que não é toda a família. A mãe dele é um doce e muito gentil, ao contrário do filho.

–Bem, dizem que o ódio é o sentimento mais próximo do amor. – disse pensativa.

–Hã? Esme, desculpe, mas está delirando. – disse sincera. Qual era a possibilidade de eu começar a gostar de Edward? Zero. Nula. O mesmo acontece ao contrário.

–Sabia que eu e Carlisle brigamos muito antes de namorarmos? – Sorriu parecendo estar se lembrando. – Éramos como cão e gato. Nunca dávamos certo quando estávamos em algum lugar juntos.

–Ah, esse não é o mesmo caso. – disse simplesmente.

–Quem disse?

–Chega, por favor! Não vou discutir uma coisa óbvia. – Saí da cozinha batendo o pé e ignorando Carlisle rindo de mim ao passar por ele.

Parecia mais uma conspiração familiar. Nunca tinha experimentado ter relacionamentos antes, mas sabia muito bem que não era só porque fui uma vez na casa de um garoto significa que estamos juntos. Isso era totalmente ridículo, sem contar o fato da perseguição de Edward. Sempre surgiam dez milhões de perguntas na minha cabeça sobre isso.

Joguei-me na cama e fiquei olhando o teto, com minhas mãos repousando sobre o meu abdômen. Estava lembrando a música no piano de Edward, a triste. Em meus ouvidos podia escutá-la perfeitamente, cada nota e som e sem querer, me lembrava da imagem dele tocando. Tinha que admitir que ele era perfeito tocando, concentrava-se em cada detalhe da música, sem ao menos piscar uma vez...

Balancei a cabeça, tentando desviar a direção dos meus pensamentos. O que de errado comigo? Isso não acontece, não tenho esses pensamentos de me lembrar de coisas passadas. Muito menos porque sempre tinha coisas ruins para me lembrar. Seja o que fosse, não podia me aproximar muito de Edward. Meu corpo por instinto me dizia isso, se não de algum modo, eu sofreria novamente. Como sempre. E como sempre será.

Edward`s POV

Cheguei em casa, encontrando minha mãe em seu escritório que ficava atrás de uma porta de madeira de correr, ao lado da sala. Sentei-me na cadeira da mesa, vendo-a ler de óculos alguns papéis espalhados pela mesma. Corria os olhos sobre eles enquanto iniciava a nossa conversa de todo o dia.

–Descobriu mais alguma coisa? – perguntou-me sem me olhar.

–Nada. Ao que parece Bella é mais fechada do que pensávamos.

Largou os papéis e tirou os óculos antes de finalmente me olhar. Apoiou a cabeça nas mãos cruzadas.

–Vocês ficaram um bom tempo lá em cima e não descobriu nada?

Pensei por um momento, me lembrando de quando estávamos lá em cima... Não, definitivamente nada que pudesse ajudar.

Neguei.

–Só ficamos falando sobre piano e em como ela adorou a vista do meu quarto... Essas coisas.

Elizabeth estreitou os olhos. Odiava isso, sempre que a fazia, mostrava que estava analisando as minhas reações e isso não era bom, me fazia me sentir como se fosse um dos seus pacientes.

–Pare de me analisar, mãe! – Resmunguei virando o rosto para o outro lado. – Não estou mentindo

–Não estou dizendo que está mentindo e nem estou duvidando disso, só... – Olhei-a e a vi pensativa, ainda. Mas logo se ajeitou. – Bem, esqueça.

–Mãe – Chamei-a e ela me olhou como se estivesse escondendo algo. – Diga. O que viu em mim desta vez?

–Nada, Edward querido. Só estava pensando em um plano para melhorarmos as coisas para você.

–E qual é? – perguntei interessado. Quanto mais rápido me livrar disso, melhor. Digo, me livrar de ter que ficar seguindo uma garota anti-social que só briga comigo, mesmo eu sendo bom com ela.

–Dê em cima dela. – disse simplesmente.

–O quê? – Me levantei rápido. – Eu escutei direito?

–Sim, Edward. Se ela não fala para você o que sente, talvez tenhamos que usar outra arma... Se é que me entende. A faça se apaixonar por você. Não deve ser difícil, não é? – Sorriu.

–Não, claro que não, mas... Mãe, por favor. Eu topei entrar nessa porque eu nada tinha para fazer, mas agora as coisas estão diferentes. Por causa dela, eu não faço amigos. Nunca isso aconteceu comigo e essa convivência está me fazendo mal. – Implorei.

–Edward, é o único jeito.

–E você quer que eu a use? Isso é errado.

–Não, já que é para o bem dela. Edward, você não precisa namorar ela, como vocês dizem hoje? Ah! Fiquem. Só isso.

–Mãe, isso realmente é errado. E se ela se apaixonar por mim? Ela não teve relacionamento e se eu for o seu primeiro e a largar, ela vai sofrer.

Elizabeth sorriu. Não estava reconhecendo ela, geralmente, ela seria a primeira a proteger Bella.

–Não vai, querido. Acredite em mim. E se isso acontecer, ela terá a mim para ajudá-la, depois de você convencê-la de se tratar comigo. – Abriu um sorrizão. E eu neguei com a cabeça. – Você terá a festa de Alice amanhã, não é mesmo? – Assenti ainda em choque. – Então, coloque esse plano em ação amanhã mesmo.

–Mãe... – Ela se levantou e me deu um beijo de boa noite antes de sair e ir para o seu quarto.

Era só o que me faltava, ter que dar em cima da Bella, com o gênio que a garota tinha, isso seria impossível, já que era impossível só te me tornar seu amigo, ficar com ela... Bem, isso quase aconteceu essa tarde, mas mesmo assim, eu estava fora de mim na hora.

Subi batendo o pé até chegar ao meu quarto e sair batendo tudo que encontrava pela frente.

Elizabeth`s POV

Escutei Edward batendo tudo e eu já podia imaginar por quê. Afinal, ele era o meu filho e eu sei ler muito bem as pessoas. Também sabia que ele não deveria estar me reconhecendo pelo modo como falei do novo plano, como se eu usasse Bella como um objeto ou algo do tipo. Somente uma coisa eu não sabia, se era por causa disso que ele estava com raiva, ou por ter que se entregar à unicidade de Bella, pela qual ele não queria admitir que estava adorando.

Um dia iria me agradecer por isso, por "forçá-lo" a ficar com Bella, mesmo sabendo que isso aconteceria de um modo ou de outro.

Edward`s POV

Depois de ter me ajeitado, demorei em pegar no sono. Não queria fechar os olhos e muito menos conseguia fazê-los, porque pensava no dia de amanhã, com a festa de Alice. Em como foi a reação de Bella ao eu piscar a ela, em como ficou com cara de boba. Acabei me pegando sorrindo para o escuro. Tinha que admitir que Bella era diferente das outras garotas. Ela me intrigava, muito mais do que sua história psicológica, ela era... Única, com seu modo de agir, de nunca ser previsível, de ser orgulhosa. Algo nela, além de sua beleza, me chamava a atenção. Sim, também admito que ela é bonita. Mas o que aconteceu essa tarde foi muito estranho.

Eu estava sentado na banqueta do piano, com Bella ao meu lado e nossos corpos estavam com uma proximidade - por nossos braços se rosarem - tão intensa, que estava sentido uma atração. Não estava lúcido. Por exemplo, se me permitisse fechar os olhos e me entregar aos meus instintos... Não sabia o que poderia ter acontecido ali. Graças aos céus, Bella abaixou a cabeça e eu me permiti apenas repousar meus lábios em sua testa, dando-lhe um leve beijo. Um beijo amigável.

Abri meus olhos, ao perceber que consegui fechá-los, apenas para poder me lembrar da cena melhor. Balancei a cabeça. Estava louco! Preciso dormir e me preparar para o que me vinha de surpresa amanhã na festa de Alice.

Como pode um dia ser tão longo?

Já estava mais que entediado. Tinha feito tudo que poderia ter feito. Arrumei meu quarto, ajeitando as últimas coisas da mudança que tinha jogado de lado para fazer depois, já tinha feito o almoço e comido com minha mãe, já tinha tocado piano, já tinha mexido no computador, já tinha conversado sobre tudo com minha mãe, já tinha feito um bolo – na falta do que fazer – e já tinha limpado a cozinha e, agora, eu estava sentado, na frente de uma televisão com muitos canais e nenhum me chamava à atenção.

Trocava sem vontade.

–Nossa. Que animação! – Elizabeth se sentou ao meu lado e me puxando para me deitar em seu colo, mexendo ou bagunçando, tanto faz, no meu cabelo. – O que houve?

–Estou entediado. – disse simplesmente. – O que se tem para fazer em uma cidade que é do tamanho de um ovo?

–Humm, fazer trilhas? – Opinou.

Fiz uma careta virada para a TV.

–É... Pode ser, mas ainda é um pouco chato. – disse desinteiriçado.

–Eu tenho algo parra você fazer... – Cantarolou.

–O quê? Topo qualquer coisa. – disse, mas logo me arrependi ao ouvir sua resposta.

–Vá atrás de Bella.

–Não. – disse firme.

–Edward, pode ir mais cedo com elas à Seattle. Alice não te disse que ela e Bella chegariam mais cedo lá para ajeitar as coisas? Pois então, faz um de cavalheiro e ajude-as. Claro, com uma atenção especial à Bella, por favor.

–Não. – Continuei. – Prefiro ficar aqui sem fazer nada, já que vou ter que aturá-la a noite inteira também. Espero que lá a bebida seja de graça, só isso para me fazer agüentá-la.

Me deu um tapa de leve.

–Edward! Não foi isso que eu te ensinei. – Me repreendeu. – E se tiver bebida, não beba, pois estará dirigindo. E, outra coisa, pare de falar como se odiasse Bella.

–Bem, odiar é algo muito abrangente, vamos dizer que ela apenas consegue me tirar do sério todas as vezes que estamos juntos.

–Mas vocês pareciam tão bem ontem antes de sair e deixá-la em casa. Aconteceu alguma coisa?

–Não, nada. E precisa? Ela por si só, com esse negócio de ser anti-social, acaba sempre sobrando para mim. – Bufei.

–Edward, o ódio é quase amor, sabia?

Ri alto. Essa foi a melhor piada que minha mãe já havia dito na vida!

–Mãe, - Virei-me para olhá-la melhor. – Não há como eu e Bella nos gostarmos, é isso que a senhora não está entendendo. Somos completamente diferentes.

–Não dizem que os opostos se atraem? Você está atraído, só não quer admitir.

–Atraído? Rá! Essa ainda é melhor do que a primeira. – Ri mais alto, com o meu abdômen começando a doer.

Elizabeth revirou os olhos e empurrou a minha cabeça para que pudesse se levantar.

–Tudo bem, não falo mais nada. – Resmungou e enquanto saia, eu pensei ter escutado "Vou deixar que descubram sozinhos, como deve ser. Não vai demorar muito mesmo".

–O que disse? – perguntei e ela ergueu uma mão mandando eu me calar.

–Nada. Tchauzinho! – Entrou para o seu escritório e fechou a porta de correr.

Pensei por um instante na possibilidade de fazer a trilha. Agora não me parecia tão ruim a idéia. Me levantei em um jato e saí em direção ao meu quarto. Me troquei colocando uma roupa mais esportiva; calça de tactel e uma camisa leve e saí.

Dirigi até a rua acabar e entrei na mata a minha frente, quando o meu celular tocou.

–Alô.

–Edward! – Minha mãe gritou tanto que tive que afastar-lo do meu ouvido. – Onde está?

–Fazendo trilha, como você disse.

–Tudo bem, mas não era para fazer nessa hora! Já vai anoitecer, volte para casa agora!

–Ta, ta. Já vou. Tchau. – Desliguei e continuei andando para dentro da mata. Era fechada e quase não se via luz entrando, mesmo faltando pouco para escurecer, mas ainda tinham alguns raios de sol.

Caminhei por alguns minutos, pelos meus cálculos, talvez uns quinze. Olhei no meu celular que havia acabado a bateria. Minha mãe me mataria quando chegasse em casa. Segui quando avistei uma parte mais iluminada, que ao chegar mais perto descobri uma clareira perfeita. No lugar, a incidência de luz era bem maior do que dentro de Forks e tinham muitas flores coloridas espalhadas por todo o comprimento, formando um tapete. Caminhei até mais o centro e deixei os raios de sol me atingirem. Era tão bom vê-lo mais forte...

Me deitei no meio das flores e fechei os olhos, sentindo o quente me atingir. O ar ali era tão bom e reconfortante que quase me esqueci do tempo. Na verdade só fui me lembrar dele quando vi que o sol já estava se pondo e se eu demorasse mais um pouco, ficaria no escuro em uma mata fechada. Ergui-me e saí na direção que tinha vindo.

Merda!, xinguei mentalmente, quando me vi na escuridão e quase perdido, ao menos eu imaginava que não estava perdido. Devo ter caminhado mais meia-hora até ver de longe o meu carro. Não pude evitar um suspiro de alívio por tê-lo visto. Entrei nele e fechei a porta, tirando meu celular do bolso e jogando-o no banco ao lado, antes de dar a partida e voltar para casa.

Estacionei na frente de casa, sem entrar na garagem, pois já sairia mesmo, e fui para dentro, quando avisto minha mãe na porta com cara de poucos amigos.

Dei um sorriso forçado a ela quando me aproximei.

–Edward Cullen! Quer me matar? Quase mandei o FBI atrás de você!

–Desculpe, mãe. É que eu quase me perdi. – Sorri e ela franziu mais o cenho.

Mandou-me entrar, fazendo um aceno com a cabeça. Entrei e fui direto ao meu quarto. Essa noite seria longa e eu podia sentir isso. Queria ao menos evitar dor de cabeça com Bella. Se ao menos ela me ajudasse, mas não. Aquela lá é mais dura que rocha.

Bella's POV.

–Prontinho. – disse Alice. – Agora você só tem que se vestir! – Sorriu batendo palmas.

Tinha ficado uma tarde inteira me arrumando e por que eu a deixei fazer isso comigo? Bem, porque ela sempre diz que o maior presente que eu posso dar a ela, é deixá-la me arrumar para as suas festas. Todo ano era a mesma coisa, não importava onde seria o seu aniversário. Mas dessa vez fiquei contente que ela pensou mais em mim e no meu estilo. Não me obrigou a usar vestido ou algo do tipo. Apenas me mandou usar uma calça jeans azul escura, uma camisa larginha até a altura do quadril, que era branca com estampa de um rosto todo em preto, All Star vermelho e uma jaqueta de couro preta com os zíperes dourados. Era uma jaqueta lidíssima (N/A: O MEU SONHO DE CONSUMO QUE EU VI NO FABSUGAR! ;P), eu tinha adorado e ela ficou contente com isso.

–Viu? Eu sei do que gosta, apesar de eu querer mais que isso. Você gosta muito desse estilo "rockinho" de ser. – disse juntando tudo o que eu vestiria. – Bem, agora é a minha vez de me arrumar. Cuidado para não borrar a maquiagem que acabamos de fazer ao se vestir, viu? – Saiu e fechou a porta para eu me trocar.

Suspirei e fui até a minha cama, olhando para a jaqueta. Era linda mesmo. Vesti-me rapidamente e me olhei no espelho, quase rindo. Alice fez o mesmo com a minha maquiagem, tornando-a "rockinha", como ela mesma tinha dito, com o olho marcado, mas a boca, com uma cor mais cor de boca. Desci e fiquei lá embaixo, vendo TV. Esme e Carlisle já haviam saído para jantar juntos. Eles geralmente aproveitam quando não estamos em casa para se dedicarem a eles mesmos, o que eu acho super certo, já que Carlisle trabalha muito.

–Estou pronta! – Alice rodopiou na ponta da escada. Ela estava tão bonitinha, vestia um vestido verde escuro, tomara-que-caia e rodadinho, mais parecia uma boneca. E seu cabelo preso com duas presilhas, se contar sua maquiagem, que eu não fazia a menor idéia de como ela sabia se maquiar daquele jeito. – Como estou?

–Linda. Agora, será que podemos ir logo? – Alice revirou os olhos e abriu a porta, me indicando.

–Vamos com o meu carro.

–Por quê?

–Por que o seu é muito lerdo. Simples assim.

–Podemos ir cada uma no seu carro.

Alice já imaginando o meu plano, negou. Todo ano nós íamos cada uma no seu carro, porque eu sempre a convencia disso, o que eu acabava saindo mais cedo.

–Nem pensar! Não caio mais nessa. – Rodou a chave de seu carro nos dedos.

Ao chegarmos na boate, percebi que era imensa e caberia quantas pessoas ela quisesse ali dentro. Era de dois andares. O segundo mais era um espécie de sacada virada ao centro da boate, onde haviam vários pufs coloridos e espalhados pelo andar, para descasar. Havia um enorme telão ao fundo, que pegava os dois andares. No primeiro, tinha a pista de dança, com o bar do lado direito e o DJ, que foi com quem Alice foi conversar primeiro, do lado esquerdo.

Alice ficou ajeitando os últimos detalhes, enquanto eu fiquei olhando o lugar, já vendo onde haviam os lugares de saída rápida, como saídas de incêndio para caso eu quisesse fugir. Eu era o tipo de pessoa que não suporta lugar lotado e, por mais que eu odiei isso, tenho certeza que Alice convidou o colégio inteiro e o pior de tudo é que ninguém, ninguém mesmo, falta ao seu aniversário. Teria que arranjar algum lugar onde eu possa ficar sozinha e sem barulho por um tempo.

Achei uma porta de incêndio no fundo do primeiro andar. O lugar era tão escuro, somente iluminado por luzes coloridas da pista de dança, que seria fácil sair dali sem ninguém me notar, principalmente Alice. Ri internamente, vendo que dava para o lado do estacionamento lateral e era vazio. Voltando para dentro, fui me sentar em um dos bancos do bar. O pessoal foi começando a chegar e o DJ já havia começado a tocar músicas, uma que eu reconheci por Alice sempre colocar para tocar em seu leptop em casa, No Stress do Laurent Wolf. Ela começou a cantar e olhou para mim, falando a parte do: No Stress.

Revirei os olhos e coloquei minhas pernas viradas para o bar, tirando minha jaqueta e colocando-a em meu colo. Já estava quente.

–Oi. – Apareceu um cara de aparentes vinte anos, por aí, com cabelos curto e repicados, onde usava um gel colorido e estava usando em óculos divertido, que brilhava no escuro, sem contar uma gravata também brilhante. O barman até que era bonito. – Quer alguma bebida? – Sorria simpaticamente.

–Não valeu. – disse sem interesse. Mas logo mudei de idéia. – Tem alguma bebida sem álcool?

Ele riu.

–Qual é a graça de ir para uma festa sem beber? – perguntou.

Estreitei os olhos.

–Não sei, talvez porque eu acredite que seja melhor aproveitar uma festa sóbria, do que parecer uma louca e idiota ao beber tanto ao ponto de depois ter que ir parar em um hospital. – disse simplesmente, dando-lhe um sorriso sínico.

Ele sorriu, se virando e pegando os ingredientes de alguma bebida sem álcool, sei disso porque fiquei observando para ver se ele não colocava nada na minha bebida. Parou diante de mim, segurando uma taça de Martine e com um garda-chuvinha de bebidas.

–Aqui está, senhorita. – Sorriu.

–Obrigada. – Peguei e beberiquei. Era docinho e bom e pude sentir que não havia álcool mesmo.

–O que achou?

Assenti.

–Bom. – disse-lhe.

–Bella! – Escutei Alice me chamar. Me virei e a vi acenar e apontar para a entrada, com um enorme sorriso.

Caminhei meus olhos até onde ela me indicava quando eu vi o meu pesadelo de todos os dias da semana, ali, parado, procurando alguém, ao olhar por cima das várias cabeças a sua frente. Virei-me de volta ao bar e engoli toda a minha bebida e colocando-a de volta ao balcão. O barman me encarava divertido.

–Se escondendo de alguém? – perguntou.

Ignorei-o e saí dali, me enfiando entre as pessoas e indo para a saída que achei assim que cheguei ali. Fui empurrando as pessoas que dançavam até conseguir chegar à porta, quando estava quase tocando nela, senti alguém segurando o meu braço e me virando. Bati contra o peito e olhei para cima, para ver quem era, sem nem ao menos precisar ver para saber.

–Fugindo? – Chegou perto para dizer meu ouvido, devido a música alta.

–Claro. Fugindo de você sempre é bom. – disse empurrando-o e saindo dali, passando pela porta de incêndio.

Também não precisei olhar para saber que ele viria atrás de mim. Ignorei e me sentei na calçada, colocando de volta a jaqueta. Se sentou ao meu lado e nada falou, ficou olhando para frente.

–Por que está aqui? – perguntei sem olhá-lo.

–Porque fui convidado.

–Não estou falando disso. – Revirei os olhos.

–Está falando do que então? – Me olhou.

–O que está fazendo aqui comigo? E por que está me seguindo?

–Ah! Isso.

–É. Isso. – disse cansada.

–Pensei que já soubesse, eu te disse ontem, lembra?

–Certo, mas por quê? O que quer comigo? – Virei-me para ele. Seus olhos verdes pareciam pretos na escuridão da noite, me analisavam como se estivesse tentando descobrir algo em mim. Mesmo com a pouca luz ainda conseguia ver com perfeição seus belos traços.

–Te entender. - disse simplesmente.

Fiz uma careta, mordendo o lábio.

–Me entender?

–É. Você é um enigma. E quando vejo, quero saber mais sobre você. – Estreitou um pouco os olhose e se aproximou de mim, colocando uma mexa do meu cabelo para de trás da minha orelha. Abaixei o olhar, desviando e me livrando do seu.

O vi afastar sua mão e se apoiando nas duas, ao jogá-las para trás, com um sorriso torto nos lábios e olhando para o céu negro.

–Alice te fez de experimento? – Riu. – Ela parece mesmo que faz esse tipo de coisa. – Olhou-me de esgoela. - Está muito bonita. – comentou.

Soltei um riso.

–Alice em todo aniversário faz isso comigo... O bom é que dessa vez ela não me forçou a usar um vestido. – Sorri para a rua.

–Ela te forçava a usar vestidos? – Assenti ainda sorrindo. – Queria poder ver você assim.

Olhei-o para ver se falava sério e pelo visto, sim. Deu de ombros ao ver a minha incredulidade.

–O quê? Você deve ficar bonita de vestido.

–Certo... Será que pode parar de falar de como eu ficaria bonita...? – Fiz uma careta.

–Me deixe adivinhar. – Fez uma cara pensativa, voltando ao olhar o céu por um segundo e logo me olhando de novo. – Você é do tipo de mulher que não gosta de si, estou errado? – Nada disse. Riu baixo. – Claro que não. Mas deixe eu te contar uma novidade, até mesmo para você, Swan. – Olhei-o sem muita paciência. – Não se vê muito bem. Tenho certeza de que se não fosse tão dura com os outros, muitos machos do nosso colégio estariam indo atrás de você. Fácil.

–Rá! Fala sério, Cullen.

–Estou falando sério. – disse firme.

–É mesmo? – Virei-me de volta a ele. – E você? Porque não está com uma namorada? Tem milhões de garotas atrás de você lá. Aproveite e me deixe em paz. Isso seria ótimo.

–Tem razão. Isso seria ótimo, mas nenhuma delas me interessa. – Mordi o lábio novamente ao encará-lo. – Sabe, Bella, seria melhor a você, ser mais flexível com os outros. Nem todos pensam igual a você em tudo. Todos somos diferentes.

–O que sabe de mim? – Resmunguei cruzando os braços. – Nem me conhece direito.

–Te conheço o suficiente para saber que se fecha dentro de si por algum motivo que não conta a ninguém. Posso imaginar que não conta nem ao menos aos seus pais ou Alice. – Pegou as minhas mãos, prendendo-as nas suas. Ficou quieto observando elas. Balançou a cabeça de leve e voltou a me olhar. – Sofre em silêncio, guarda suas emoções a si, o que não é bom, pois um dia, quanto mais acumula, tudo isso explode e vira loucura.

–Loucura? Rá! Pelos céus, Edward, está ficando louco! Estou muito bem sozinha e não há nada que eu queira compartilhar com alguém. E muito menos quero que seja com você. – Tentei me livrar de seu aperto, mas ele firmou mais ainda e me olhava com um olhar frio.

–Talvez não comigo, mas tem que ser alguém, Bella. Escolha alguém. Qualquer um. Uma pessoa que não te conheça, talvez. Mas, Bella – Prendeu minhas duas mãos com uma e a outra puxou meu rosto para me fazer olhá-lo. - Tem que botar para fora e agora!

–Me solte...! – Tentei empurrá-lo, algo que foi em vão.

–Bella!

–Me esquece, Edward! – Consegui fazê-lo me soltar. Virei-me em direção a porta de incêndio, mas ele me segurou pelo o braço de novo. – Me. Deixe. Em. Paz! – Me soltei e entrei na boate cheia de gente.

Senti me segurar pela cintura e me fazer rodar, voltando para o lado de fora. Virei-me em sua direção com o cenho franzido e de braços cruzados junto ao peito. Olhei-o e me surpreendi, mas sua feição estava triste e cansada. Parecia um casaco de uma luta, pois ofegava. Ele fechou os olhos com força.

Permaneci parada, vendo suas reações. Realmente parecia mal. Abriu os olhos e me olhou preocupado. Caminhou até mim e segurou o meu rosto com as duas mãos, olhando-me nos olhos e fechando-os lentamente antes de aproximar seu rosto do meu. Meu coração estava pulando dentro de mim quando percebi o que ele iria fazer. Desdobrei os braços, pronta para empurrá-lo, mas quando sua boca encostou-se à minha levemente, sem ainda realmente me beijar, toda a força que tinha virou pó em um segundo.

Deu um leve beijo na minha boca, beijou o canto dela e voltou a ela, dando um verdadeiro beijo, que me deixou fraca. Minhas mãos ainda estavam paradas em seu abdômen por causa da hora em que eu o empurraria, mas nem me lembrava de onde estava, só sei que as ergui, levando-as ao seu cabelo e puxando-o para mim. Edward desceu a mão e me agarrou pela cintura, fazendo o mesmo.

Eu estava perdendo o ar e ficando um pouco tonta. Edward se afastou para podermos respirar e eu recobrar a minha consciência. O que eu estava fazendo?

Afastei-me e dei-lhe um tapa no rosto com toda a minha força. Ele virou o rosto de volta a mim, me olhando como quem não acreditava e não entendia. Podia sentir lágrimas idiotas brotarem em meus olhos. Eu imaginava que devia ser de raiva por ele ter me beijado. Caminhei rapidamente para a porta de incêndio.

–Bella? – Chamou-me.

Não! – Voltei-me a ele e senti uma lágrima escorrer, sequei-a rápido. – Eu disse sério quando disse que era para você me deixar em paz. Vou dizer mais uma vez. Me deixe em paz! – Gritei e girei de volta, entrando para a zueira que estava lá dentro.

Edward's POV

Gritei de raiva e passei as mãos raivosamente nos cabelo, querendo arrancá-los de tanta raiva que sentia. Que merda eu tinha feito? Que merda de idéia foi essa da minha mãe? O que estava acontecendo comigo? Eu não suporto a Bella e ela igualmente a mim. Não menti quando disse que quanto mais eu a conheço, mais quero saber sobre ela, mais quero entendê-la.

E agora, com essa merda que fiz de beijá-la, será impossível! Ela nuca mais vai falar comigo!

ARGH! – Gritei e me virei em direção ao estacionamento para pegar o meu carro.

Entrei, fechando a porta com força e bati minha cabeça contra o volante, de tanta raiva. E o pior de tudo era que eu tinha gostado! Inferno! Eu gostei de beijar Isabella Marie Swan! Não consigo acreditar! Fechei meus olhos com força e bati no volante mais uma vez, que fez a buzina tocar. Olhei para frente, olhando a escuridão e pensei por um momento, tendo um tempo de raciocinar direito. Se Bella não iria mais falar comigo, pelo menos poderia obrigá-la a isso.

Saí do carro e voltei à boate. Saí olhando por cima das pessoas a sua procura. Nada. Achei Alice, quando esta me chamou.

–Edward, o que aconteceu?

–Cadê a Bella?

–Ela está no banheiro chorando. Você sabe...? – Não a deixei terminar de falar, fui correndo até o banheiro, mas antes gritei a Alice dizendo que era para ela deixar isso comigo.

Abri a porta do banheiro com força, encontrando somente Bella, parada diante de um espelho e com os olhos vermelhos de choro. Olhou-me assustada.

–O quê...? – Fui até ela e a peguei, jogando-a por cima do meu ombro. Começou a se debater enquanto eu a carregava para a porta de incêndio. – Edward! Me solte! – Batia nas minhas costas com força.

Ao sairmos da boate, fui direto para o meu carro.

–Agora quem vai ouvir vai ser você, Isabella Marie Swan!

–Coloquei-a no banco do motorista, empurrando-a para ir para o outro e eu me colocar em seu lugar. Fechei a porta e liguei o carro, dando ré e saindo dali o mais rápido que conseguia.

–Edward, pare o carro! – disse firme. – Edward! – Gritou quando viu que eu não pararia, pelo menos não pararia agora. – Pare!

–Não! E cale a boca, Swan! – Ela se contraiu ao ouvir seu sobrenome. – É bom, não? Ser chamada pelo sobrenome, como se fosse um palavrão, não é? Pois então, você fala isso todos os dias para mim. Acha que eu agüento escutar? Por que acha que eu adorei quando me chamou de Edward pela primeira vez? – Eu gritava e nem ao menos eu me reconhecia. Senti que se continuasse a dirigir, seria bem provável que eu provocaria um acidente. Estava nervoso demais. Fui freando a te parar. Parei no acostamento.

Ela nada dizia. Isso era ótimo, porque desta vez quem iria escutar seria ela.


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Notas finais do capítulo

Pois é... Primeiro beijo dos dois. Foi rápido e triste, mas veremos como fica no próximo ;P Sei que muitas vão querer me matar por ter parado aí, mas foi melhor assim. O próximo eu já estou escrevendo, melhor, já iniciei. Não vou contar nada :xBeijinhos e até a próxima! Não se esqueçam de comentar! ;*Lina Furtado.



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