Nós ainda ficamos na empresa até tarde, cada um procurava alguma coisa. Emmett ficara no telefone o tempo todo, e nós descobrimos que o verdadeiro nome era Felipe e ele havia dado um golpe no Brasil.

- Como eu pude ser tão descuidada assim.

- O que foi Kate? – Alice perguntou.

- Vocês desligaram as câmeras, ou elas ainda continuam ligadas?

- Nós mexemos no sistema, mas deixamos elas ligadas. Algum problema nisso? – Perguntei preocupado.

- Todos os problemas que nós podíamos imaginar. Jean sabe tudo que acontece aqui, ele ouviu tudo que conversamos. A rede de segurança da empresa se interliga com a casa dele, uma hora dessas ele já deve estar longe.

- Acionemos a policia imediatamente. – Emmett disse já se levantando. – Vocês ligam e pedem uma busca, enquanto eu e Kate vamos a delegacia entregar nossas investigações. – Todos assentiram, e já se organizaram para sair.

Pegamos alguns carros da empresa, e cada um seguiu para o local combinado. Emmett e Kate nos manteriam informados do que acontecia na delegacia, e nós seguíamos um dos carros da policia.

Todos os aeroportos já tinham sido avisados, e caso Jean - Felipe não sabia mais do que chama-lo tentasse fugir, seria interceptado.

- E se ele já conseguiu embarcar? O que faremos All?

- Vamos ficar tranqüilos Ed, a policia vai conseguir prende-lo. Nem que eles se façam todos os aviões que decolaram nas ultimas horas voltarem. E tem mais, deve ter algum registro do seu check-in.

- E se ele mudou de identidade de novo? Ninguém pode saber do que ele foi capaz.

- Mostremos uma foto então.

- Não sei se conseguiremos.

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- Vocês precisam parar os aviões, esse homem precisa ser preso. – Eu tentava contestar com o policial a mais de dez minutos. Mas eles achavam quase impossível encontra-lo depois de ter fugido sem deixar uma pista.

- Não são suficientes as provas que temos? Porque se for preciso tentaremos rastrear a conta que ele tem na Argentina, e onde está disposto a desviar o dinheiro da Cullen’s.

- Nós estamos fazendo o possível Kate. Você sabe muito bem que não podemos voltar todos vôos, até porque vários já liberaram seus passageiros.

- Espero então que façam o impossível. – Ela levantou e fez sinal para que eu a seguisse.

- Você sempre fala assim com os policiais daqui?

- Por que o espanto Emmett? Você como advogado deve ter falado tantas coisas piores que isso. Mas respondendo sua pergunta, eu costumo falar assim mesmo, hoje em especial aquele policial era meu namorado.

- Entendi. Tenho pena dele então.

- Você ainda não viu nada. – Ela disse jogando o cabelo e entrando no carro.

- Acho que agora só nos resta ligar para Edward e saber onde ele está.

Assim eu fiz, e eles me informaram que estavam no aeroporto checando os últimos check-ins. Kate ia me informando os atalhos para se chegar ao aeroporto

- Espera. – Ela disse, e eu freei bruscamente. – Vamos à casa de Jean, tenho certeza que conseguiremos alguma pista.

Chegando ela tocou a campanhia, e uma senhora atendeu.

- Bom dia dona Kate.

- Bom dia Laura. Jean está?

- Ele não disse para senhora que ia viajar? Ele saiu faz umas duas horas mais ou menos. – Bingo, pensei.

- Nós brigamos ontem, ele ainda deve estar chateado comigo. Mas eu preciso pegar algumas coisas minhas, posso?

- Ele me disse para não deixar ninguém entrar enquanto estivesse fora, mas acho que isso não se inclui a senhora.

- Obrigada. Esse é meu amigo de trabalho Emmett, ele me deu uma carona até aqui.

- Prazer senhor. – Assenti, e segui Kate.

Entramos no quarto de Jean e não encontramos nada, fomos então para o cômodo que Kate disse ser o centro das ações dele.

- Droga, está trancado. – Ela tirou alguma coisa da bolsa, e tentava abrir a porta.

- Eu vou derrubar saia da frente.

- Que idéia ótima. – Ela ironizou. – Imagina o susto que Laura vai tomar.

- Que problema há nisso? Nós precisamos entrar. Agora se preferir, ligue para seu namorado e peça que ele venha aqui, derruba-la.

- Tudo bem. Vai logo então. – Me afastei e chutei a porta que caiu rapidamente.

- Meu Deus, o que estão fazendo?

- Detetive, e advogado. – Mostramos então nossas carteirinhas. – Não precisa se assustar Laura, a policia ainda não vira aqui, nós apenas precisamos investigar algumas coisas.

- A se-nho-ra pode me explicar o que está acontecendo?

- É uma longa historia Laura, mas o resume é que seu patrão é um ladrão, fugitivo do Brasil.

- O meu Deus. – Ela colocou a mão sobre a boca, e saiu dali chocada.

- Coitada, ela é muito correta com as coisas.

- Ela vai superar. – Eu disse, e comecei a abrir os armários que ali estavam. – Ele tem que ter deixado alguma pista, não conseguiria juntar tudo em tão pouco tempo.

- Emmett ele já estava programando há muito tempo. Antes de fazermos qualquer coisa, temos que ligar para Edward.

- Alguma novidade Emmett?

- Nós estivemos na delegacia e eles disseram que estão fazendo o possível. Agora estamos na casa de Jean, segunda a mulher que trabalha aqui ele saiu há aproximadamente duas horas.

- Duas horas tem certeza?

- Ele saiu de casa há duas horas atrás, agora nada garante que ele foi direto para o aeroporto. Pelo menos essa dica diminui em partes a procura de vocês.

- Obrigado. E qualquer coisa nova nos avise.

- Pode ficar tranqüilo.

- Mãos a obra. – Ela disse, e ligou o computador dele.

Comecei a revisar alguns papeis, e encontrei vários contratos da Cullen’s, desenhos de helicóptero.

- Acho que encontrei o que precisamos para incriminá-lo sobre o acidente de Edward. – Joguei os desenhos para ela, que olhava atenta.

- Perfeito.

Continuei mexendo nas pastas, mas não encontrava nenhum sinal para onde ele poderia ter ido, ou sobre a conta que desviou o dinheiro.

- Emmett estou tentando varias senhas, mas não está funcionando. Vamos levar o computador conosco, e no caminho eu o entrego a um amigo meu que conseguira o que precisamos.

- Vou recolher alguns papeis também, e podemos ir. – Estávamos saindo, quando Kate voltou-se para Laura.

- Desculpe não ter dito nada antes, acho que já pode ir embora, Jean não voltara tão cedo. – Fechamos a porta sem olhar para trás.

Estava entrando no carro, quando escutei meu telefone.

- Deve ser Edward. – Dito e feito.

- Fala cara.

- Emmett nós já temos algumas pistas sobre onde ele possa ter ido.

- Então fala né.

- As duas opções são: Egito ou Austrália.

- Mas a conta dele está na Argentina segundo o que Kate disse.

- Sim, mas ele não seria idiota de ir para lá. Já encontramos em contato com o banco e informamos que caso ele faça uma transferência nos avise imediatamente. E vocês conseguiram alguma coisa?

- Temos provas quase concretas de que foi ele mesmo quem sabotou o helicóptero. Encontramos vários desenhos do motor e outras partes, e agora estamos levando o computador dele para um especialista.

- Alice está muito confiante em relação ao resultado que podemos obter.

- Espero que ela esteja certa. Mas em relação onde Jean possa ter ido que providencias decidiram tomar?

- As policias de cada local já foram avisadas, e sabe o que será preciso fazer. E caso for necessário nós estamos dispostos a pegar um avião e ir atrás dele.

- Ótimo. Quando acabarmos aqui podemos nos encontrar em algum lugar, e reunir tudo.

- Nós entramos em contato.

Desliguei o telefone e expliquei para Kate o que eles estavam fazendo, e pretendiam. Fomos então até o escritório da pessoa que talvez conseguisse entrar no computador de Jean.

Ficamos ali por mais de três horas, ate que finalmente ele nos olhou e fez sinal pra que sentássemos.

- Faça bom aproveito. – Ele disse e saiu.

Começamos então a abrir todos os arquivos, e não havia nada que pudesse nos ajudar. Com certeza ele era muito mais esperto que imaginávamos.