Fiction City escrita por Frida_Selina


Capítulo 6
The Lost Guardian II


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora, muitos problemas e complicações, na verdade ja tenho a história inteira na cabeça, só me falta tempo para escrevê-la....

Obrigada a todos que leem e comentam essa história o/



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─Etzel, você sabe o que é a cidade? ─ perguntava o homem de bigodes para a garotinha a sua frente, se agachando em seguida movido por pura curiosidade ou mimo. Gostava de ver suas filhas nos olhos, tanto Etzel quanto Sonja, suas filhas gêmeas, tão idênticas que até suspeitava que um dia pudesse trocá-las definitivamente, sem perceber. Isso se ambas não tivessem olhares tão distintos. E a filha a sua frente o mostrava agora, Etzel tinha um olhar fixo e determinado. Provavelmente havia levado seu desafio a sério.

Uma criança normal poderia dizer: “É aqui, Papai. Onde nós vivemos!”

─Você já a viu, não é?

Viu-a somente acenar com a cabeça, respondendo em seguida:

─Uma moça muito bonita. E... Muito... Muito... Triste.

─Sim.

─Em Papai, por que a moça está tão triste?

─Etzel, não a chame mais de moça, chame-a de cidade. Pois é isso o que ela é. Ela cuida de nós e nós cuidamos dela. Pequena Etzel... Nós somos os guardiões dela.

  Fiction City - The Lost Guardian II

O ladrão olhava ao seu redor. O garoto realmente o havia deixado sozinho?Numa joalheria completamente desprotegida?

Com muito esforço começou a se levantar, um centímetro de cada vez, num ritmo mental e silencioso. Não esperaria a droga da ambulância... O que são estes cortes comparado com a porrada que levou durante praticamente toda a sua vida?

Não pegue!

                  

                                             Você não pode pagar.

                                                                                        Você é um lixo...

Sempre não. Não. Nunca... Não é seu... É MEU.

Mas dessa vez seria tudo seu... Sairia dessa maldita cidade. Se a ambulância chegasse além de ir para um hospital ganharia uma passagem só de ida para a cadeia, e pra lá não voltava nunca mais.

Esse resquício de força de vontade o moveu. Finalmente havia conseguido se sentar, agora era só pegar os sacos de jóias que seu companheiro covarde havia deixado para trás, melhor assim, pensou conformado, não teria que dividir com ninguém.

Arrastou-se ate eles, já se posicionava para a saída. Quando uma sombra se aproximou da porta da loja, não havia onde se esconder. Sentiu alivio ao constatar que era só um garoto, com uns dezoito anos, loiro. Acompanhado por uma garota ruiva, séria.

O garoto exibia um sorriso no rosto tranqüilizador.

–Olá... Vejo que precisa de ajuda. Vamos me deixe... – e lhe estendeu a mão.

–Não preciso, garoto.

–Precisa sim... Lixos como você sempre precisam de ajuda...

                                                                                             ...Para  morrer...

***

─Nós guardiões éramos os únicos que poderiam vê-la.

A garota se forçava a ficar alerta, mas a cada segundo se concentrava cada vez mais em seus pensamentos. Seria por ser a primeira vez que contava essa história para um estranho? Alguém que não deveria nunca ter se envolvido. Não.

Não havia outra forma.

─Aqui está ótimo. Sente-se... Hum... ─ dizia a garota, olhando-o sugestivamente.

─Ah! Sou Damon, desculpe, ahn, Ete... ─ dizia levantando a mão direita.

─Etzel.

─Certo.

E ambos apertaram as mãos com força.

─Me conte Etzel o que aconteceu naquela joalheria, por que aquela voz estava na minha cabeça e aquela sensação, de algo vivo, se movendo, logo abaixo dos meus pés.

–Há algo vivo se movendo sob os seus pés. Eu já disse. Não, nem sempre foi assim, não ate quatro anos atrás.

–O que aconteceu?

–Desde que foi criada, sempre houveram pessoas que podiam vê-la, essas pessoas zelavam por ela e a amavam. Eram e sempre foram seus guardiões. Entenda Damon... Ser um guardião não é algo que se escolhe, nós nascemos assim e a sabedoria dos nossos ancestrais é passada para nós, assim como eu passarei para os meus descendentes. Eu e minha irmã.

–Sua irmã?

–Nós somos as ultimas guardiãs que sobraram... Isso por que há quatro anos, um por um, no principio com acidentes, depois os mais velhos enlouqueceram, os mais novos adoeceram e os que ainda nem haviam nascido foram abortados... Nós somos as ultimas guardiãs...

–Corrigindo! – dizia uma voz próxima – Você irmãzinha é a ultima guardiã!

Dizia o rapaz loiro do outro lado da rua, levantando a mão direita para o alto, como se fosse uma criança numa sala de aula, respondendo a uma simples questão de matemática.

–Finalmente nos encontramos de novo, Damon...


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