- A janela? - Ela perguntou examinando os andares de baixo. Com incerteza e apreensão na voz.

Eu não fui o único a perceber, e logo foi possível ouvir os pensamentos de Emmett com sua incrível mente infantil pensando em como seria divertido ver a primeira vampira com medo de altura da história. Era Bella afinal.

Eu me forcei a não responder e sorri tentando acalmá-la - É a saída mais prática. Se você estiver com medo, eu posso te carregar.

- Nós temos toda a eternidade, e você está preocupado com o tempo que vai levar pra sair pela porta de trás?

Ela disse em tom de brincadeira, mas o problema não era eu no momento. - Renesmee e Jacob estão no andar de baixo...

- Oh.

Entendimento correu no seu rosto. Eu pude ver a preocupação e a decepção em seus olhos, eu não queria vê-la assim.

A família que olhava para Bella com expectativa, estava muito apreensiva com tudo. Queria que agora tudo ocorresse bem, na cabeça de todos, principalmente Esme, eu e Bella merecíamos ser felizes.

- Renesmee está... bem.. com o Jacob lá? – Meu anjo perguntou baixinho, claramente duvidando daquilo. - Ele não gosta muito dela.

Eu odiei discordar dela. Na verdade eu não sabia se gostava ou não do fato de Jacob gostar da minha filha. - Confie em mim, ela está perfeitamente à salvo. Eu sei exatamente o que o Jacob está pensando.

- Claro - ela murmurou olhando pro chão novamente.

- Indecisa? – Eu perguntei.

- Um pouco. Eu não sei como...

Eu sabia que Bella estava tensa. Eu sabia que podia ser tudo tão confuso, tudo tão estranho pra ela. Pra piorar a situação o idiota do Emmett já começava a rir de Bella. Eu esperei mais um pouco o que pareceu mais tempo do que realmente era. Engraçado como minha vida depois de Bella nunca pareceu seguir de acordo com o tempo dos outros. Tudo que incluía Bella, aprecia um tempo particular um tempo só nosso.

Eu não queria deixá-la mais nervosa. Então numa tentativa de ajudá-la eu preferi começar, assim poderia ser mais fácil para ela.

- Me observe – Eu disse, pulando logo em seguida.

Eu ouvi e vi Bella ranger os dentes enquanto se concentrava. Seu rosto tenso e todo concentrado era tão bonito de admirar, ainda focada mas agora com determinação em seu lindo rosto, ela se moveu delicadamente e eu só pude notar como era belo o seus cabelos e vestido contra o vento e a maneira delicada como seus pés absorveram o impacto da queda, suavemente mais bonito do que qualquer bailarina.

E ainda mais bela, sua voz, disse com uma auto satisfação. Perfeita.

- Certo. Fácil.

Ele sorriu de volta. - Bella?

- Sim?

- Foi um tanto graciosa - mesmo para uma vampira.

Ela pareceu considerar por alguns milésimos de segundos antes de sorri para mim. E eu ainda mais deslumbrado por aquele sorriso.

- Obrigada – ela me disse com mesura.

Eu vi então minha Bella me surpreender mais tirando os sapatos de cetim prateados dos pés e jogando-os de volta a janela. Foi com uma grande satisfação que eu notei que certas coisas não mudariam nunca.

Alice resmungou, - O senso de moda dela não melhorou tanto quanto o equilíbrio.

Eu peguei a mão de Bella ainda me maravilhando com a suavidade e a temperatura da mão dela. Eu podia ver fogo e gelo coexistindo naquelas mãos unidas. Pois para mim não havia dúvidas do fogo que Bella despertava em mim. Nós nos encaminhamos para as margens do rio.

- Vamos nadar? – Ela me perguntou quando paramos perto da margem.

- E arruinar seu lindo vestido? Não. Vamos pular.

Ela apertou os lábios considerando minha resposta.

- Você primeiro – ela me disse.

Eu toquei sua bochecha, acariciando- a antes de dar dois passos pra trás, utilizando o uma pedra como alavanca pulando em direção a outra margem do rio. Então me arqueando sobre a água dei uma cambalhota antes de desaparecer nas árvores do outro lado do rio.

- Exibido – ouvi Bella resmungar e não pude deixar de ri com o misto de diversão, admiração e desdém na voz.

Eu ouvi os cinco passos dados por Bella antes de respirar fundo e ir. Ao se movimentar o laço de cetim rasgou 20 centímetros sobre sua pele luminosa revelando mais de sua perna. Ela parou e então se curvou cuidadosamente sobre o outro lado do vestido e o rasgou fazendo duas fendas no vestido, deixando uma Alice bastante irritada.

Eu podia ouvir a risada abafada na casa, e até mesmo o som de alguém rangendo os

dentes. E se eu podia certamente Bella o fazia também. Notei Bella congelar os movimentos ao que pareceu, o reconhecimento dela da risada de Jacob.

- Bella? - Eu a chamei, querendo destraí-la de qualquer coisa que estivesse a aborrecendo. - Você quer que eu faça de novo?

Ela não me respondeu. Apenas se moveu colocando seus pés na pedra, como eu anteriormente havia feito e então seu corpo graciosamente se moveu por cima do leito do rio. Mas seus movimentos não tinham acabado. Bella pisou na margem e novamente seu corpo tomou impulso se locomovendo ainda cerca de mais de trinta metros a frente do meu salto.

Foi fabuloso.

Eu só pude encarar por alguns segundos deslumbrado o lugar onde eu imaginei que ela fosse parar e ouvi o som da linda risada da minha esposa.

Ao sair do meu transe corri em direção a Bella para encontrá-la sorridente e com a diversão clara em seu rosto. Ela estava se divertindo e eu não podia estar diferente. Ainda assim minha mente processou o fato de que o salto de Bella fora muito bom para alguém sem experiência como ela. Ao alcançá-la, ela agilmente ( eu ainda me surpreendia um pouco com isso) veio ao meu encontro aterrisando ao meu lado silenciosamente.

- Foi bom? - Ela me perguntou, sua respiração acelerada de excitação.

- Muito bom. - Eu sorri em aprovação, ainda um pouco surpreso.

- Podemos fazer de novo?

- Foco, Bella - nós estamos indo caçar.

- Oh, esta certo. - Ela concordou - Caçar.

- Me siga... se você puder. – Eu resmunguei, desafiando-a comecei a correr.

Eu era mais rápido que ela. Eu nunca tinha encontrado um vampiro que fosse mais rápido que eu. Porém, em compensação a isso, Bella era mais forte. Cada passo dela equivalia a três meus. Então nós corríamos lado a lado. Eu não podia gostar mais dessa nova vida com a mulher que eu amava podendo dividir tantas coisas novas com ela. Coisas tão pequenas e íntimas nossa. Era como se nós a partir deste momento nos conhecêssemos integralmente. Não haveria alguém que me conheceria melhor que Bella. Minha Bella.

Eu podia ouvir meu anjo rir silenciosamente daquilo; ela assim como eu estava se ajustando a uma realidade na qual não cabiam palavras pra descrever o quanto tudo era mágico. Tudo era afinal perfeito.

Eu me pus a observar minha bela predadora correr e avançar pela floresta. Ela era tão bonita que eu ainda me surpreendia em como ela poderia querer estar comigo. Como eu pude merecer tê-la na minha vida. Mas eu não me importava com "como's ou porquê's" Eu apenas queria agradecer e comemorar este presente. Decidi implicar um pouquinho com ela. - Bella – eu interrompi sua corrida, ficou claro em seu rosto que ela não gostou disso. - Você quer continuar no país? – Eu perguntei divertidamente. - Ou você estava planejando ir pro Canadá esta tarde?

- Aqui está bom – ela disse meio ausente. Mais uma vez eu me contorci de curiosidade sobre o que possivelmente ela estaria pensando.

- O que nós estamos caçando?

- Alces. Eu pensei em algo mais fácil pra você da primeira vez... – Pude ver que ela não gostou quando eu me referi a palavra fácil. Mas sendo honesto eu não acreditava que eu podia ver Bella caçando um urso sem me desesperar. Ainda não.

- Onde? – Ela me perguntou, olhando pelas árvores, impaciente.

- Espere um minuto - eu disse, colocando suas mãos suavemente nos meus ombros. Meu toque pareceu acamá-la um pouco. - Agora feche seus olhos – eu murmurei. Assim que obedeci, eu coloquei minhas mãos em seu rosto, acariciando-o. Sua respiração acelerou. – Escute – Eu disse. - O que você ouve?

Naquele momento eu tão próximo a ela. Eu podia sentir ver e ouvir tudo sobre ela. O que me deixava ainda mais apaixonado. Foi com muita determinação que eu não a beijei ali. Eu estava com tanta saudades e tão curioso para saber finalmente como seria quando eu não precisasse...

- No córrego, a nordeste? - Ela perguntou, os olhos ainda fechados.

- Sim. – Era óbvio que ela se sairia bem nesse teste. - Agora... espere pela brisa de novo e... qual o cheiro você sente?

Quando o vento se aproximou ela tapou o nariz.

Eu ri. - Eu sei - demora um tempo até se acostumar.

- Três? – Ela supôs.

- Cinco. Há mais dois atrás deles, nas árvores.

- O que eu faço agora?

Eu disse, sorrindo. - O que você acha que tem que fazer?

Seus olhos se abriram desfocados.

- Não pense. – eu disse enquanto tirava minhas mãos do rosto dela. - Apenas siga seus instintos.

Eu se guiou se deixando levar pelo cheiro, pela sede. Pela caça. Seu corpo posicionou-se pra frente automaticamente agachando enquanto pelo que eu supunha ela já podia ver um macho grande, duas dúzias de chifres ornando sua cabeça, à beira do riacho, e a sombra dos outros quatro apontando pra leste na floresta em câmera lenta. Então eu a vi se preparar pro primeiro pulo. Porém o vento mudou, ficando mais forte agora, e vindo do sul.

Tudo que aconteceu foi muito rápido. Ela não parou, desviando das árvores num caminho perpendicular ao do plano original, assustando o alce pra floreta, correndo atrás de uma fragrância tão atrativa que não havia escolha. Era impulsivo. Era o sangue humano.

Eu a segui me repreendendo mentalmente por ter sido tão estúpido a ponto de não considerar algo tão óbvio quanto isto. Se Bella atacasse o humano ela jamais se perdoaria. Eu jamais me perdoaria por fazê-la passar por algo tão ruim para o que nós somos. Ou para o que somos a partir do que escolhemos.

Eu ouvi logo em seguida um rosnado brotar dos seus lábios. Tão instinto aquele ato. Que em nada lembrava a Bella humana. Mas ainda assim nada poderia ser mais bonita que ela, minha Bella.

Foi então que mais uma vez Bella me surpreendeu. Ela se virou, prestes a me atacar, soltado outro rosnado tão feroz me chocando um pouco, foi nesse segundo que vi os olhos de Bella ganhar um pouco de lucidez.

Num golpe de sorte o vento mudou, trazendo o cheiro da terra úmida e da chuva para os nossos rostos, trazendo de volta a Bella que eu conhecia.

Eu levantei as mãos tentando mostrar a ela que eu não tinha nenhuma intenção de feri-la ou contê-la. Eu estava nervoso e culpado por ter falhado com ela tão assim no início.

Eu esperei enquanto eu via Bella analisar a situação com um pouco mais de clareza. Eu dei um passo em sua direção abaixando os braços.

- Eu tenho que sair daqui - ela disse entre os meus dentes, usando o ar que tinha.

Nada do que tinha acontecido neste dia tinha me chocado mais que isso. - Você pode sair?

Ela não me respondeu. Apenas saiu correndo em direção ao norte, comigo apenas focado nela e tentando compreender como foi possível Bella fazer isso. Assim que se sentiu segura, ela parou.

- Por que você fez isso? – Eu perguntei sem conseguir me conter.

- Você me deixou te alcançar antes, não foi? - Ela perguntou de volta, ignorando minha pergunta. Apenas se referindo ao fato de eu tê-la alcançado. - Eu pensei que estava indo tão bem.

Eu me recusei a não ter uma resposta. Eu realmente precisava de uma. - Bella, como você fez aquilo?

- Fugir? Eu prendi a respiração.

- Mas como você parou de caçar?

- Quando você veio atrás de mim... Eu sinto muito sobre aquilo.

- Por que você está pedindo desculpas pra mim? Eu sou o único que foi descuidado. Eu supus que ninguém estaria tão longe das trilhas, mas eu tinha que ter checado antes. Eu cometi um erro muito estúpido! Você não tem nada do que se desculpar.

- Mas eu rosnei pra você! – Ela parecia horrorizada com isso. Eu nunca conseguiria entender Bella...

- Claro que você rosnou. É o mais natural. Mas eu não consigo entender como você fugiu.

- O que mais eu poderia fazer? – Ela perguntou, parecendo confusa. - Poderia ser alguém que eu conheço!

Eu desisti então... Ok eu nunca ia entender a mulher que eu amava mas tudo bem. Então eu comecei a rir, não havia outra a coisa a fazer. Ao menos era o que me dizia meu cérebro naquele momento que não conseguia ser racional.

- Por que você está rindo de mim? – Opa! Deixei Bella zangada, bela maneira Edward de consegui mantê-la calma.

- Eu não estou rindo de você, Bella. Eu estou rindo porque estou em choque. E eu estou em choque porque eu estou completamente assustado.

- Por quê?

- Você não deveria ser capaz de fazer nada disso. Você não deveria ser tão... racional. Você não devia ser capaz de ficar aqui discutindo isso comigo calma e tranquilamente. E, mais que tudo, você não devia ser capaz de frear uma caçada com o cheio de humano no ar. Até mesmo vampiros amadurecidos têm dificuldade de fazer isso - nós somos sempre muito cuidadosos sobre onde nós caçamos de modo que não nos coloquemos no caminho da tentação. Bella, você está se comportando como se tivesse décadas de idade.

- Oh. – Foi só o que ela disse não me revelando nada dos pensamentos que tanto eu queria acesso.

Eu coloquei as mãos no seu rosto de novo, olhando aqueles belos olhos agora coloridos de vermelho.

- O que eu não daria pra conseguir ver a sua mente por apenas esse momento.

- Seus olhos se tornaram tão ternos e apaixonados naquele momento em que ela sussorrou.

- Eu pensei que eu não me sentiria desse jeito por muito tempo. – Ela disse em dúvida quase como uma pergunta. - Mas eu ainda quero você.

Eu pisquei em choque. - Como você consegue se concentrar nisso? Você não está

insuportavelmente com sede?

Meu lado nobre dizia que eu fiz o que deveria não deixando me levar pela deliciosa informação dita por Bella, mas meu lado egoísta mentalmente gritava que eu era um idiota de ter perdido a oportunidade de beijá-la agora sem platéia.

Ela pareceu engolir e fechar os olhos se concentrando em caçar. Eu tirei as mãos do seu lindo rosto. Eu fiquei observando por instantes antes de seus olhos se abrirem desfocados novamente e ela seguir rumo ao leste em posição de caçada. Ela pareceu sentir o cheiro do mamífero próximo e correr cada vez mais rápido em sua direção. Eu vi Bella escalar uma arvore enquanto ela olhava o grande puma que também estava caçando. Então com um pulo rápido ela aterrissou atrapalhando a caça do animal, que sentiu a madeira tremer e se virou, grunhiu em surpresa e desafio. Ele findou o espaço entre sua oponente, seus olhos brilhando de fúria. Em seu estado de topor pela sede, ela se lançou sobre ele, derrubando-os no chão da floresta.

Não era bem uma luta.

Apesar de me encontrar aflito com a situação. O medo – completamente infundado a respeito da caça de Bella – eu não podia deixar de perceber quão sexy e apelativa aquela cena era para mim. Ver Bella ali, entregue aos seus instintos, se alimentando daquele animal, só aumentava minha fome por ela. E, finalmente não tinha nada a ver com sangue. Pelo menos não com o sangue dela.

Eu vi seus dentes afiados romperem a pele até chegar a jugular do animal para então sorver todo o sangue dele. Mas seria impossível não perceber que as garras tão ineficazes contra a minha forte predadora, foram bastante eficientes contra ao fino cetim que cobria as novas curvas de meu anjo. E eu não podia reclamar sobre isso.

Assim que se livrou do animal seco, Bella se pôs ereta num movimento rápido. Ao se olhar ela percebeu quanto de seu cabelo roupa e absolutamente tudo sobre ela estava uma bagunça. E ainda assim perfeita, alias a bagunça só a tornava ainda mais bela.

Ela limpou o rosto com as costas da mão e tentou arrumar o vestido. OU melhor o que sobrou dele. Achei que era hora de me manifestar.

- Hmm - Eu disse, chamando sua atenção.

- Eu acho que poderia ter feito melhor. – Ela disse como quem se desculpava. Bella absurda como sempre.

- Você foi perfeitamente bem – eu a assegurei. - É só que é mais difícil assistir isso do que eu pensei que seria.

Ela ergueu as sobrancelhas, confusa.

- Vai contra meus princípios - eu expliquei - deixar você lutar contra pumas. Eu estava ansioso pra atacar o tempo todo.

- Bobo.

- Eu sei. Velhos hábitos não morrem. Eu gostei das melhorias do seu vestido. – Eu disse sem conseguir me conter. E notei que se fosse possível Bella teria corado uns cinco tons diferentes de vermelho. Então ela mudou de assunto.

- Por que eu continuo com sede?

- Porque você é jovem.

Ela suspirou. - E eu suponho que não haja outro leão das montanhas por perto.

- Há muitos cervos.

Ela fez uma careta adorável. - Eles não cheiram bem.

- Herbívoros. Os carnívoros têm o cheiro mais próximo dos humanos – eu a expliquei.

- Não muito como os humanos – ela discordou de mim.

- Nós podemos voltar – eu disse debochando, não podendo perder a oportunidade de lhe dizer o quanto ela estava linda. - Quem quer que estivesse lá fora, se fossem homens, eles provavelmente não se importariam em ser mortos por você. - Meus olhos percorreram seu vestido de novo, famintos. – Na verdade, eles pensariam que já estavam mortos e tinham ido pro paraíso no momento em que te vissem.

Ela revirou os olhos e bufou, constrangida. - Vamos caçar alguns herbívoros fedorentos.

Nós encontramos um grande grupo de cervos enquanto corríamos de volta pra casa. Eu a acompanhei dessa vez, agora que ela tinha pego o jeito. Ela derrubou um grande macho,fazendo mais ou menos a mesma bagunça que fiz com o leão. Eu tinha acabado com dois antes que ela pudesse acabar com um, só para poder observá-la mais. Nós seguimos espalhando e aterrorizando rebanho, mas ao invés de comer de novo, dessa vez ela parou para assistir atenciosamente os meus movimentos.

Assim que terminei ao olhar para ela notei sua expressão de cobiça ao me ver caçar. Será que ela tinha achado tão sensual me ver caçando quando eu tinha achado observá-la? Eu esperava que sim.

- Não está mais com sede? - Eu perguntei.

Ela encolheu os ombros. - Você me distraiu. Você é muito melhor nisso do que eu.

- Séculos de prática. – Eu disse sorrindo pra ela como bobo. Dificilmente eu estaria diferente agora.

- Só um – ela me corrigiu.

Eu ri. - Você está satisfeita por hoje? Ou queria continuar?

- Satisfeita, eu acho. Ela disse e parou uns instantes antes de me falar. - Eu quero ver Renesmee – ela me disse, enquanto eu vi suas mãos descerem abruptamente, para sua barriga agarrando os farropos do vestido que estavam por ali.

Eu estendi minha mão a ela. Quando eu a toquei pude senti sua pele mais quente e suas bochechas estavam vagamente coradas, as sombras sob seus olhos tinham desaparecido.

Ela acariciou meu rosto me fazendo tão feliz com aquele gesto. E de novo. E de novo.

Então cuidadosamente minha Bella ficou na ponta dos pés e envolveu seus braços a minha volta. Carinhosamente

Eu por minha vez não conseguia ser cuidadoso ou algo assim. Tudo que eu sempre quis estava ali a minha frente e não havia necessidade de controle ou medo. Era apenas Edward e Bella amando-se afinal.

Meus braços se fecharam em sua cintura e eu a puxei para mais perto como sempre quis fazer e não podia.

Nosso beijo durou e durou e eu queria saber se ele era tão significativo pra ela enquanto pra mim. Era como se o beijo dela se infiltrasse por minha pele, músculos e ossos e chegassem a minha alma. Eu a beijava com a alma.

E ainda assim fiquei surpreso com o quanto diferente era. Eu não podia imaginar amá-la mais do que eu amava. Mas sim eu amava!

Todas as coisas que aconteceram a ela, so fizeram aumentar todo amor e admiração que eu sentia por ela. E ainda havia tantos sentimentos que eu nem sabia nomear.

Então eu estava a beijando. sem medo, tão intensamente. E melhor ainda era saber que a resposta de Bella era tão poderosa quanto. Até nosso querer era igual. Pena que nossa força não... Agora ela era mais forte enfim e para ilustrar eu me senti cair. respondi à intensidade dele, e de repente

- Oops - ela disse, e eu ri embaixo dela. - Eu não quis empurrar você assim. Você está bem?

Eu acariciei seu rosto, sem conseguir ou precisar me conter. - Um pouco melhor que bem.- Na verdade muito melhor do que bem, eu pensei. Ainda com dificuldades de lembrar o que ela queria, pois por minha única vontade era permanecer onde eu estava.- Renesmee? - Eu perguntei pois de agora em diante eu apenas faria o que Bella quisesse.

Ela por sua vez pareceu considerar a idéia de ficar aqui - algo que eu era muito favorável ou ir ver nossa filha. Algo que eu era bastante favoravel também. Afinal eu queira muito ver minha filha interagir com a mãe.

- Renesmee - ela concordou, ficando em pé me puxando para perto dela. Lugar esse que eu estaria por toda eternidade.