Levantei por volta das onze da manha, não consegui mais dormir, eram tantas coisas em minha cabeça, desde Jhony até aquela ligação misteriosa. Após me aprontar fui preparar um café para despertar, dei uma olhada no quarto de mamãe, ela estava dormindo em sua cama, com certeza estava muito cansada, fechei a porta e a deixei  descansar, ao descer até a cozinha não me surpreendo ao ver que Frank estava La,com uma bela mesa de café da manhã sendo preparada.

-Bom dia Sarah – disse ele colocando geléia sobre a mesa.

-Bom dia.E como esta Jhony?

-É como o médico disse o pior já se passou, Até amanha ele estará no quarto, daí poderá receber visitas.

-Porque só amanha?.

-Regras do hospital.Dai trouxe sua mãe para descansar um pouco e preparar algo para vocês comerem.

-Vejo que você se da bem na cozinha.

-Faço o que posso.Mas sente- se e coma, você deve estar precisando.

-Obrigada – Fiquei olhando Enquanto Frank  terminava de arrumar a mesa, talvez eu devesse dar uma chance a Ele.

-Sarah  vou até o mercado comprar carne para o almoço preparar o almoço de vocês,  e ais algumas coisas para serem levadas para Jhony, gostaria de ir comigo.

-Claro, vamos – não podia dizer não, mas acho que não havia mau nenhum em ir até um mercado.

Fomos com seu carro, ele devia ter ido deixar a viatura na delegacia e depois ida até sua casa.

-Você não ira trabalhar hoje? – perguntei a ele.

-Pedi dispensa hoje, pretendo ficar com sua mãe.

-hum.

-Sarah – havíamos acabado de chegar ao estacionamento do supermercado – pegue para mim minha carteira, esta no banco de trás no bolso de minha jaqueta.

-Sim – Me estiquei no banco de trás alcançando sua jaqueta, deixei cair um molho de Chávez, quando peguei o molho, fiquei tonta, havia muitas imagens , muitas imagens de portas, varias portas,não parava de vir, mas havia aquela em especial a porta da chave preta, agora só havia ele em minha mente.A imagem ia se aproximando,a porta se abria, estava escuro.

-Sarah?- deixei as chaves cair nova mente no chão.Olhei para o lado, ele estava do lado de fora do carro – tudo bem, achou a carteira?

-Sim achei.

Fomos rodando o supermercado pegando o necessário, vez ou outra Frank insistia para que eu pegasse algo que estivesse com vontade, eu não aceitava. Ele estava sendo muito bacana, mas ainda me sentia estranha em relação a ele.

-Vou na fila da carne, enquanto isso vê se consegue achar um vidro de pimenta do reino para mim.

-Ok – fui procurando o corredor onde se encontrava esse tipo de ingrediente, acho uma prateleira com diversos tipos de pimenta,’não sei para que tantos tipos de pimenta, todas elas fazem a mesma coisa, queimam sua garganta’, pego a que Frank me pediu, e escuto uma voz aguda, e irritante, mas conhecida.

-Ola Sarah – ‘Stacy’ – Como vai Jhony, fiquei sabendo o que aconteceu, ele esta bem?

-Melhor Stacy.

-Ai, que  bom fiquei muito preocupada quando Annie me contou.- quanta falsidade, Stacy sempre odiou Jhony, isso desde que ele ficou com ela por dois dias e a trocou por sua melhor amiga, e não acredito que ele tenha um coração piedoso, garanto que para ela a noticia passou em vão.

-Obrigada pela preocupação.

-De nada, mas bem espero que isso não te prejudique nos ensaios, sabe como é poderia até te liberar por uns tempos, mas sei que você é muito empenhada e não faltaria apenas por isso.

-Stacy, acho você não deve ter entendido direito, Jhony esta no hospital, não poderei ir ao ensaio hoje.

-Sarah, sei que é difícil mas o ensaio  estará quebrado se você não for.

Se há típicos ‘homens de lata ‘ nesse mundo, se chamam Stacy, como pode não haver sentimento algum nessa garota fria, lembro perfeitamente o porque não gostamos uma da outra, ela sempre teve inveja, pois tive tudo que ela queria ter, principalmente  Heliot correndo atrás de mim, enquanto ela serviu apenas para ele satisfazer sua vontade sexual, mas tenho que aturá-la, ela é a chefe das lideres, não por ser a melhor ou por votos unânimes, mas porque recusei me tornar a chefe, e isso a deixou ainda mais frustrada.

-Não Stacy, você não sabe o quão difícil isto é para mim, e não novamente eu não irei ao ensaio! – percebi uma leve espanto em sua expressão, mas durou pouco.

-Ok, talvez esteja na hora de fazer uma reunião para decidirmos sua situação no grupo- ela Põe sua mão sobre meu ombro- acho que ultimamente você esta nos prejudicando com suas faltas, talvez você precise de um tempo para você.

Ela me da as costas,tão fria como sempre, tão sínica e tão falsa,e começa a andar.

-Acho então que devo contar a sua mãe sobre hoje a noite...

Ele para, segundos depois uma nova Stacy se vira, uma Stacy que parecia ter recebido uma noticia que nunca esperava.

-Hoje... como você...?

-Ah Stacy, sua mãe adoraria saber que você convidou Heliot para ir a sua casa hoje a noite enquanto ela vai a uma  festa de suas amigas.

-Ninguém sabe disso, como você soube? – agora ela estava assustada, não me importei, sentia meu sangue fervendo, mas demonstrei domínio, ela mexeu com meus sentimentos, foi fria em relação a Jhony, mas agora eu a tinha na mão, e isso me fez bem, muito bem.

-Você o quer não é? – dei um passo a frente, e ela recuou outro – sempre o quis, nunca aceitou a preferência dele por mim, porque nunca você? Sempre a Sarah.

-Não...

-Não o que?Não faça isso.Isso que que você sempre fez com todos,  pisar em todo mundo, como se ninguém se importasse.manipular as pessoas como se você fosse o topo de tudo...e todos estivessem ao seus pés?

Passei a mão sobre seu pescoço, ela não se moveu, senti  seu corpo tremer, passei delicadamente a mão sobre seu colar, um belo colar de prata, mas que eu sei, acabei de saber de onde veio.

-Enquanto a esse colar, não se preocupe não será seu por muito tempo, como não foi para as outras.Depois que vocês irem para a cama hoje a noite, ele não vai te querer mais,amanha ele achara uma nova dona para este colar.

Parei a sua frente, vi as lagrima brotarem em seus olhos, aquilo me desmoronou, nunca vi Stacy chorando, talvez quando sua mão cancelou seu cartão de credito, mas agora foi diferente, me senti um monstro.

-Stacy...

Ela enxuga as lagrimas que ameaçavam cair, ficando seria, com uma postura forte.

-Você é o que ? Uma bruxa? –Eu não disse nada, continuei a encarando, seria. –Posso ser pior do que você imagina, então não se meta comigo- Ela sai com passos raivosos, eu fico ali para a encarando enquanto ela sumia entre os corredores.

-Sarah você achou as pimentas? – Frank aparece atrás de mim, com um carrido de super mercados lotado de compras.

-Achei sim.

-Então vamos?

-Vamos.

Nunca usei minhas visões dessa maneira.Foi algo estranhamente dominador, algo forte, mas que não era eu, não me senti bem fazendo aquilo com Stacy, por mais que ela merecesse, mas isso apenas me tornou igual a ela.

Voltamos para casa, minha mãe já havia acordado. Logo após o almoço,Frank e mamãe foram para o hospital levar coisas para Jhony, como de higiene pessoal, Matt havia me ligado dizendo que estava a caminho de casa, quando chegou eu não sabia por onde começar, então primeiro me livrei do carma Stacy, e depois contei da ligação pela madrugada.

-Mas você não faz idéia de quem seja?- perguntou ele.

-Não, mas ela quer me encontrar.

-quando?Eu vou com você.

-Ainda não sei – não podia dizer a Matt, ele não permitiria que eu fosse sozinha, mas acho que era preciso. – ele ficou de marcar.

-Que estranho, será que ela também pode ver o futuro ou algo do tipo como você?

-Não sei, mas acho que ela tem respostas que me ajudarão muito.

-É pode ser. Á, já ia esquecendo tenho novidades.

-Novidades?

-Sim. Lembra que eu disse que podia tentar descobrir algo sobre Frank?

-Você conseguiu?

-Algumas coisas. Sabia que ele já foi casado?

-Casado?

-É, talvez não casado no cartório, mas morava com ela, antes de vim morar aqui em Portland, era em alguma cidadezinha aqui perto.

-Ele tem filhos?

-Parece que não, a ex mulher desapareceu misteriosamente, seu corpo nunca foi encontrado.

-Como é?

-Isso mesmo,parece que isso o abalou muito, foi por isso que veio morar aqui.

-Ele nunca comentou nada disso conosco.

-E não é só.

-Ainda tem mais?

-Tem.Antes dele morar nessa cidadezinha e casar- se, era morou em fênix, acho que isso antes de se tornar policial.

-e o que isso tem a ver? Não vejo nada de errado.

-Até agora. Sarah, não estou querendo levantar suspeita alguma, mas é que nesse período de tempo que Frank esteve em Fênix, fazendo direito ouve três casos de desaparecimento de mulheres que nunca foram encontradas.

Fiquei paralisada com aquilo, não pude acreditar no que Matt estava me contando, Frank teria alguma coisa a ver com isso?No mesmo instante veio as imagens do dia em que conheci Frank a minha mente, sempre soube que havia algo de errado com Frank, mas seria algo tão ruim assim? Ainda hoje ele foi tão legal, isso tudo foi uma mentira?

-Então você acha que...

-Não sei Sarah, não quero te alarmar, mas se ele realmente não for um cara legal, vocês precisam se cuidar.

-Foi seu amigo quem lhe contou isso.

-Só até a parte de ele morou em Fênix, sobre os sumiços eu mesmo investiguei.

Não consegui dizer mais nada,aquilo veio como um golpe inesperado.Matt pegou minhas mãos com tanta delicadeza, que não pude deter algumas lagrimas.

-Eu vou estar sempre com você, não vou permitir que nada lhe aconteça.- e me abraça. Eu precisava saber mais, se havia mesmo algo de errado com Frank, minha família podia estar em perigo.

-Matt?

-Sim.

-Preciso ir até a casa de Frank.

-Sarah... – ele me fitava com um ar de duvida

-Quando ele não estiver. Preciso tentar descobrir alguma coisa, mais especificamente,ver alguma coisa.

-Certo eu irei com você, então.

Matt ficou mais algum tempo ali comigo, e decidimos que iríamos a casa de Frank quando ele estivesse no hospital novamente com minha mãe.Eram 5:30 da tarde, lembrei do encontro, e se eu deveria mesmo ir. Talvez eu devesse ligar para Matt e manda- lo voltar, contar a verdade para que ele fosse comigo, mas  talvez eu saiba que devesse ir sozinha.

Esperei mais alguns instantes até ter certeza, então deixei um bilhete avisando mamãe que ia dar uma saidinha e fui ao encontro dessa mulher misteriosa, um encontro que eu sabia que iria ter grandes revelações.Quando dei a partida no carro, uma grande sensação passou por mim, uma sensação de as coisas daqui para frente iriam mudar muito, e talvez não para o melhor.