O Destino de Cada Coração Iii escrita por By Mandora


Capítulo 11
Batalha Sangrenta




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Kagome interrompeu seus passos e Setsuna a encarou.

– Kagome?

– Sinto a presença de um fragmento da Jóia de Quatro Almas.

– Eu também... Assim como a presença daquele Naraku...

As duas afirmaram com a cabeça uma para a outra e seguiram adiante. Chegaram até os portões destroçados do templo. Puderam ver Inu-Yasha e Sesshoumaru sendo atacados por Sango, Miroku, Kirara e inúmeros youkais. Naraku, que assistia a tudo em frente ao templo, sorriu ao vê-las e ordenou aos seus comandados que parassem de lutar. Inu-Yasha percebeu que Sesshoumaru não estava tão surpreso quanto ele pelo fato delas estarem ali.

– Você já sabia, não é Sesshoumaru?

– Achei que elas fossem demorar um pouco mais... – Para Setsuna. – Não lhe disse para não vir até aqui?

– Eu prometi que sempre estaria contigo, meu senhor...

Sesshoumaru a olhou com ternura, enquanto ela gerava sua esfera da alma, criando um campo de energia ao redor dela e de Kagome. “Não quero que esta promessa custe a sua vida...”. Kagome puxou uma flecha e apontou na direção de Naraku. Este parecia não se intimidar por ela. Ela, sim, se surpreendeu ao ver seus amigos, Sango, Miroku e Kirara, se colocarem entre a flecha dela e o corpo de Naraku, protegendo-o.

– O que vocês estão fazendo?

– Kanna os está controlando, Kagome... Roubou as almas deles. – Explicou Inu-Yasha.

– O quê? – Olhou ao redor e viu Kanna, um pouco mais afastada de todo mundo. – Aquela maldita...

– Setsuna... – Naraku começou. – Esta sua barreira é inútil... Pelo menos Shikage serviu para uma coisa, graças a ele agora sei como ultrapassá-la...

– Não tenhas tanta certeza de que poderás enganar-me com o mesmo truque sujo, Naraku...

Naraku apenas sorriu e rapidamente lançou seu braço, que se esticou, transformando-se em uma espécie de tentáculo, seguindo na direção de Setsuna. Passou por entre Sango e Miroku sem que estes sequer piscassem.

– Sango! Miroku! Acordem! – Gritou Kagome.

Inu-Yasha tentou chegar ao tentáculo para cortá-lo com sua espada, mas inúmeros youkais impediram seu caminho. Só pôde ver Sesshoumaru passando por ele.

– Distraia eles, Inu-Yasha.

– Certo.

Antes que o tentáculo chegasse até Setsuna, Sesshoumaru o estraçalhou por completo com suas garras. Mas antes que ele pudesse virar-se para vê-la, Naraku lançou vários tentáculos, os quais ele destruiu quase todos, a exceção de um. Esse único tentáculo o atingiu em cheio no peito, atravessando seu corpo.

– NÃO! – Gritou a jovem ruiva.

Lágrimas caíram de seus olhos e ela acabou por desfazer o escudo. Apesar de ter sido atingido, Sesshoumaru continuava a segurar o tentáculo, impedindo-o de avançar até elas. Inu-Yasha sentiu seu sangue ferver diante daquela cena. “Sesshoumaru...”. Ele reuniu forças e destruiu os últimos youkais diante de si, porém, Sango, Miroku e Kirara atravessaram seu caminho. Aproveitando a queda do escudo, Kagome lançou sua flecha contra uma parte do tentáculo um pouco à frente de Sesshoumaru, que funcionou como guia até Naraku, pegando-o de surpresa. Todo o tentáculo se desintegrou, mas não causou graves danos ao corpo de Naraku. Setsuna então correu e abraçou Sesshoumaru por trás, que se mantinha em pé com dificuldade. Ele estava com a mão sobre o buraco no peito, tentando inutilmente conter a hemorragia. Mas então percebeu que as mãos dela começavam a brilhar. Ele soltou-se dela e a empurrou para trás, sendo amparada por Kagome.

– Eu posso curar-te!

– E morrerá por causa disso! Eu quero que você viva...

Ele não lhe deu qualquer outra chance de retrucar e começou a caminhar na direção de Naraku.

– Sesshoumaru! – Gritou Setsuna. – O que vais fazer?

Ele estancou por um segundo. Poucas foram as vezes em que a escutara chamá-lo pelo nome, sem toda aquela formalidade usual. Era como uma bela canção em seus ouvidos.

– Libertar você de uma vez... – Foi somente o que ele pôde dizer.

Apesar dos ferimentos leves, Naraku ria cinicamente da situação.

– Vou acabar com todos vocês!

– Sesshoumaru! Não faça isso! – Gritou Inu-Yasha.

Sango surgiu diante dele com seu osso-voador em mãos.

– O que vai fazer, hanyou? – Naraku ironizou. – Vai matar seus amigos para poder chegar até mim? Vai deixar seu irmão morrer? – Riu loucamente.

– Se eu tiver que morrer agora, vou levar você comigo, monstro maldito! – Sesshoumaru avançou com suas garras para cima de Naraku.

– Não! – Setsuna começou a sentir um desespero diante da situação e deu um passo adiante. Mas antes de seguir atrás dele, deteve-se ao notar que Kagome havia retirado outra flecha.

Também se fez ecoar o som do osso voador de Sango rasgando o ar. As duas observaram surpresas a direção em que o objeto fora lançado. Ele atingiu Naraku em cheio, cortando-o ao meio. Descrente da situação em que se encontrava, a metade de cima do corpo de Naraku apenas pôde desviar para o lado, evitando o golpe de Sesshoumaru. Porém o mesmo não aconteceu com a outra metade, que foi retalhada pelas garras dele. Naraku observou Sango reaver sua arma e tanto ela como Miroku e Kirara abriram caminho para Inu-Yasha.

– Como isso é possível? Suas almas... – Olhou para Kanna que sorria cinicamente. – Sua traidora!

Miroku correu com Kirara para tirar Sesshoumaru do caminho. Ele estava ofegante, pois ao destroçar parte do corpo de Naraku, foi bombardeado com o miasma expelido pelo corpo do mesmo.

– Me deixe, monge... Eu ainda não acabei com esse verme...

– Você não tem condições de continuar lutando, Sesshoumaru! O resto é com elas agoras. – Colocou Sesshoumaru sobre Kirara e se afastaram de Naraku.

– Elas? – Sesshoumaru ficou confuso com aquele comentário até ouvir o chamado de Kanna.

– Kagome! Setsuna! – Atentou a youkai branca. – O espelho das almas deve ser quebrado!

– Espelho das almas? – A jovem ruiva não sabia do que se tratava.

– Eu já entendi... – Kagome mirou sua flecha no espelho. – Talvez assim possa quebrá-lo... Setsuna, sua esfera da alma. Você pode lançar energia naquele espelho?

– Sim, posso.

A flecha de Kagome já brilhava mesmo antes de ser lançada. Setsuna colocou suas mãos sobre o peito e gerou a sua esfera da alma. Depois, com os olhos rasos de lágrimas, ela olhou Sesshoumaru ferido sendo socorrido por Miroku e Sango. Em suas mãos, o sangue de Sesshoumaru ainda estava quente e fresco e ela olhou novamente para Naraku com total desprezo e ódio. Uma lágrima quente rolou de seu olhar. Para o desespero de Naraku, as duas lançaram juntas seus ataques contra aquele espelho.

– Suas malditas! – Blasfemou o demônio.

Ele tentou chegar até elas, pois conseguia flutuar um pouco acima do solo, porém Inu-Yasha se colocou em seu caminho.

– Chegou a sua hora Naraku!

Ele ergueu a Tessaiga e as nuvens de energia sinistra começaram a se formar. Ao mesmo tempo, a flecha de Kagome e a energia da esfera da alma de Setsuna atingiram o espelho, causando um clarão, que foi absorvido pelo objeto. Faíscas saíram dele e ele começou a rachar. Kanna sorriu maldosamente para Naraku.

– O verei no inferno, meu mestre!

A pequena youkai atirou o espelho na direção de Naraku, que caiu abaixo do meio corpo dele. Finalmente ele trincou de vez e o vidro se espatifou. De dentro dele surgiu uma energia negra que paralisou Naraku.

– Miserável! Eu criei você! Você deve a sua vida a mim!

– Estou cansada de viver presa a você! Prefiro a morte a continuar vivendo assim!

Aproveitando a oportunidade única, Inu-Yasha cortou a ferida do vento, atingindo Naraku em cheio. O que sobrara de seu corpo começou a desintegrar-se, juntamente com a energia negra do espelho quebrado. Apenas o que sobrou foi o enorme fragmento da Jóia de Quatro Almas, que caiu ao chão. Enquanto Kagome foi pegar o fragmento, Setsuna correu até Sesshoumaru, que estava aos cuidados de Miroku.

– Como ele está, senhor monge?

– Ele... perdeu muito sangue... Acho que é tarde demais...

– Não...

Ela acariciou o rosto frio de Sesshoumaru e colocou uma das mãos sobre o ferimento que insistia em jorrar sangue. “Não me importo em esgotar minhas forças desde que possa salvar-te.”. Sentiu a mão de Sesshoumaru segurando a sua própria e, então, o viu abrir os olhos.

– Não quero ser a razão da sua morte...

– Eu não quero morrer, mas... – O olhou com ternura. – Mas não quero viver sem ser ao teu lado. – Ele apenas pôde balançar negativamente a cabeça. Ela então pegou a Tenseiga com a outra mão. – Então que uses a tua própria espada em ti...

– Você aquece meu coração...

Ele soltou a mão dela e fechou os olhos.

– Sesshou... maru?

Colocando a espada sobre o peito dele, ela tocou-lhe o pescoço, apenas para constatar o pior. Não havia pulsação. A dor era tanta em seu peito que ela sequer conseguia chorar. Kagome notou o punho cerrado de Inu-Yasha. O hanyou estava de cabeça baixa e os olhos ocultos por seus cabelos, mas ela sabia que ele estava sofrendo por dentro. Ela aproximou-se dele e tocou-lhe o rosto com as costas de sua mão. Ele segurou a mão dela e a encarou. Havia uma certa umidade em seu olhar e uma profunda tristeza.

– Inu-Yasha... – Setsuna tinha a voz trêmula e rouca. – Achas que poderias usar a espada de teu irmão?...

Ele não ficou surpreso com a pergunta, mas não poderia mentir.

– Eu não sei... não sei qual é a técnica...

– Eu não posso trazê-lo de volta com meus poderes... – O encarou com lágrimas que desciam compulsoriamente pelo rosto, várias das quais caíram sobre a lâmina da Tenseiga. – Por favor... imploro a ti... ao menos.. poderias tentar?

– Não precisa implorar... – Largou a mão de Kagome e começou a caminhar na direção do corpo de Sesshoumaru, mas parou ao perceber um brilho estranho na espada. – O que é isso?

A Tenseiga começou a vibrar e a mão de Setsuna que estava sobre ela ficou como que grudada. Ela tentou soltar-se, mas a espada parecia não querer libertá-la.

– Não consigo soltá-la!

“O que está acontecendo?” Inu-Yasha então se lembrou de quando a Tenseiga protegeu Sesshoumaru do golpe da Tessaiga. “Será que...?”.

Setsuna resolveu parar de lutar contra a Tenseiga. Ela entendeu o que estava acontecendo. A espada sozinha decidiu salvar Sesshoumaru, novamente, mas estava pedindo a ajuda dela. Com a outra mão que estava livre Setsuna criou sua esfera e doou sua energia para Tenseiga. Só então conseguiu soltar sua mão, mas acabou por desmaiar sobre o corpo de Sesshoumaru.

– Setsuna! – Kagome sentiu a mão de Inu-Yasha em seu ombro. O olhar dele era sério. – Inu-Yasha...

– Ainda não acabou...

A espada continuou a pulsar e seu poderoso brilho envolveu tanto o corpo de Sesshoumaru como o de Setsuna. Logo o ferimento no peito dele fechou e o brilho cessou. Ao abrir seus olhos, ele entrou em pânico ao ver Setsuna inconsciente sobre si, juntamente com a Tenseiga.

– Setsuna! – Sesshoumaru sentou-se, abraçando-a e, depois, percebeu Inu-Yasha a observá-lo. – O que aconteceu aqui, hanyou? Por que ela está desse jeito?

– Foi decisão dela e da sua espada trazer a sua vida de volta, Sesshoumaru... – Cruzou os braços e observou seu irmão acariciar o rosto de Setsuna. “Eu também ficaria preocupado com Kagome desse jeito caso ela se ferisse... Talvez ele realmente goste dela...”. – Hei, vamos voltar para que Kagome possa cuidar de Setsuna...

Sesshoumaru apenas concordou com a cabeça. Guardou a Tenseiga e levantou-se, carregando Setsuna.

– Mas o que... – Balbuciou a exterminadora.

Ao olharem para a direção que Sango apontava, puderam ver Kanna, cada vez mais transparente.

– Esse é o preço que você tem que pagar pela sua liberdade... – Explicou Miroku. – Eu sinto muito.

– Não sinta... Eu escolhi este destino e não me arrependo... Obrigada.

A pequena youkai branca desapareceu por completo.

– Quer dizer que o tempo todo ela estava do nosso lado, Sango? – Perguntou Kagome à amiga.

– Foi tudo armação desde o começo... Ela teve que retirar nossas almas realmente para que Naraku acreditasse estar no controle, mas a única coisa que ela queria era estar livre das mãos dele.

– Que destino mais triste...

– Bem, pelo menos agora ela está em paz. – Finalizou o monge.

Assim como Kanna, todo aquele lugar começou a se desfazer com o vento, virando pó.


-x- Continua no próximo cap -x-





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