O Destino de Cada Coração Iii escrita por By Mandora


Capítulo 10
O Começo Do Fim




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Inu-Yasha corria por uma trilha através da floresta, com Kagome e Shippou em suas costas. Ela sentia fortemente a presença de Miroku e Sango.

– Kagome, você tem certeza de que está bem? – Perguntava o preocupado hanyou. – Não quer descansar um pouco?

– Estou bem, Inu-Yasha, mas... pare um pouco...

Ele mais que prontamente parou e a colocou no chão.

– O que foi? O que você está sentindo?

– Pára com isso Inu-Yasha! – Exclamou Shippou. – Você está um pé no saco! Ela só vai ter um b... – Levou um cascudo. – Buaaa...

– Por que fez isso, Inu-Yasha? – Perguntou Kagome, olhando curiosa para os dois.

– Para ele deixar de ser linguarudo! – Abaixou-se e pegou a raposinha pelo rabo. – Escute aqui, Shippou... Não importa o que aconteça, você jamais poderá falar sobre você sabe o quê enquanto eu não tiver eliminado Naraku, entendeu? Ele tem ouvidos em tudo quanto é lugar e se souber de uma coisa dessas vai usar isso contra nós. É isso o que você quer? – Shippou ficou com as duas mãos cobrindo a boca, enquanto balançava a cabeça negativamente. – Ótimo, então... VÊ SE FECHA ESSA MATRACA!!!

Largou o pequeno youkai, que caiu ao chão meio tonto e surdo. O hanyou percebeu que Kagome olhava os arredores meio confusa, como que procurando algo.

– O que foi, Kagome?

– Eu não sei... Antes estava tão claro qual direção seguir... Não consigo mais sentir onde eles estão, é como se suas energias estivessem sumindo...

– Talvez seja outra armadilha... – Cruzou os braços.

– Ou talvez... Eles estejam morrendo!!! – Comentou Shippou, iniciando um choro desesperado.

– Vira essa boca para lá, Shippou! – Suspirou a jovem. – O estranho é que eu posso sentir a presença deles... – Teve um pressentimento. – Por ali! – Saiu correndo através da mata.

– Kagome! – O hanyou correu atrás dela. – Espere!

Shippou olhou de um lado para o outro e se deu conta de que ficara sozinho.

– Hei! Não me deixem aqui sozinho! – Correu, seguindo os outros dois.

A vegetação era fechada e Kagome sentia uma certa dificuldade para passar pelos arbustos. No final, ela se deparou com a ponta de um penhasco. Só não caiu porque Inu-Yasha, que vinha logo atrás dela, a segurou pelo braço.

– Você ficou maluca? Não disse que ia ter mais cuidado?

– Desculpe... eu... – Ficou com os olhos cheios de lágrimas. – Eu senti a presença deles por aqui... – Sentou no chão, sobre os joelhos, com a cabeça baixa. – Acho que me enganei...

Inu-Yasha abaixou-se e ergueu o rosto dela com a mão, encarando-a.

– Eu já disse que isso tudo deve ser uma armadilha para nos confundir...

Ele se perdeu um pouco no brilho daqueles olhos úmidos. O pôr-do-sol atrás dela, iluminando o vale, era uma visão estonteante. Quando seus lábios estavam a milésimos de distância, eis que surge Shippou, tirando as folhas presas na roupa.

– Por que será que os adultos vivem fazendo essas coisas quando estão sozinhos em algum lugar?

– Shippou... – O nome do filhote de raposa saiu espremido entre os dentes do hanyou, que cerrava o punho. – Você quer levar outro cascudo?

– Ta bom, ta bom! Não está mais aqui quem falou! Credo!

Kagome sorriu para os dois, arrancando também um sorriso do hanyou. De repente, um vento frio soprou por trás dele, vindo da mata, trazendo um cheiro que o deixou em estado de alerta. Ele levantou-se e sacou a Tessaiga. Shippou correu e pulou no colo de Kagome.

– O que foi, Inu-Yasha? – Perguntou Kagome, confusa.

Ele virou-se e olhou para ela. Na verdade, para o abismo logo atrás dela. Estavam encurralados. “Tenho que acabar com ele rapidamente ou ela poderá se ferir...”. Um estrondo interrompeu seus pensamentos e uma coluna de fumaça marrom subiu através das árvores. Surgiu da mata um enorme lagarto, que se interessou pelo o que estava pendurado no pescoço de Kagome.

– Jóia de Quatro Almas! – Bradou o demônio.

Kagome colocou a mão sobre o fragmento e deu um passo para trás. Percebeu então, que o chão estava por terminar e que não havia para onde correr.

– Inu-Yasha... – Murmurou ela.

– Eu sei... “Maldição... Se eu cortar a ferida do vento aqui, o impacto pode fazer com que esse penhasco desmorone...”. Kagome, ele tem algum fragmento?

– Não, não tem nenhum, Inu-Yasha. – Disse ela, após olhar bem para a criatura.

– Então, vamos acabar logo com isso! Fiquem aqui e não se mexam! – Avançou contra o monstro.

Aquele youkai não era uma criação de Naraku. Era só mais uma criatura maligna atraída pelo poder da Jóia de Quatro Almas. Como estavam de posse de metade dela, agora muitos seres mal-intencionados atravessariam seu caminho para apossar-se dela, antes de finalmente atingirem seu objetivo: Naraku. Após alguns golpes da Tessaiga, o monstro já não tinha mais o rabo e um dos braços. Seu corpo estava cheio de cortes. Mais um golpe daquela espada e seria o fim. Ao perceber isso, o youkai resolveu dar uma última investida para pegar o fragmento. Ali, caído no chão, ele abriu sua boca desdentada e deferiu sua enorme língua na direção de Kagome.

– Kagome!

O hanyou correu e decepou a cabeça do monstro lagarto. A língua perdeu a força, cravando-se no solo a poucos centímetros de distância dos pés de Kagome. Ele respirou aliviado. Mas o alívio durou pouco, pois sua audição o alertou para algo. Do local onde fincou-se a língua do youkai, uma enorme rachadura começou a surgir e varou o penhasco de um lado ao outro que rapidamente cedeu. Inu-Yasha sentiu um aperto no peito quando viu Kagome sumir no meio do abismo. Ele largou a Tessaiga e correu na direção dela.

– NÃO!!!

Enquanto corria, por não vê-la mais, imaginou que, se pulasse, talvez pudesse salvá-la. Mas como se não podia voar? “Não me importa! Eu a quero de volta! Eu quero a minha Kagome!”. Lágrimas caíram de seus olhos. Quando estava a cerca de um passo da eternidade, um vulto surgiu do penhasco, subindo aos céus, impedindo-o de saltar. Ele olhou para cima e surpreendeu-se ao ver uma nuvem. E sobre ela estava Sesshoumaru, segurando Kagome e Shippou nos braços. “Braços?”

– Sesshoumaru!

Sesshoumaru riu um pouco para seu irmão e jogou Kagome para que ele a pegasse. Depois, ele desceu ao solo. Em seguida, vieram Jyaken, Rin e Setsuna, sobre Ah-Un. Inu-Yasha colocou Kagome no chão e ficou intrigado com presença dele.

– O que você quer, Sesshoumaru?

– É assim que você me agradece por ter salvo a vida dessa humana, Inu-Yasha?

Inu-Yasha desarmou-se um pouco. Sesshoumaru realmente havia salvo a vida de Kagome. Pela segunda vez. “Que diabos está acontecendo?”.

– Obrigado por salvá-la, mas você não está aqui para dar uma de bom samaritano, não é mesmo?

– Humph... – Foi até Ah-Un e ajudou Setsuna a descer e a se sentar encostada a uma árvore. Ela parecia muito mal.

– Responda a minha pergunta! – Gritou o hanyou, impaciente.

– Não tenho tempo para ficar dialogando com você Inu-Yasha.

– Ah, é... – Usou de ironia. – Esqueci que agora você tem a sua humana para cuidar... – Sentiu sua pele queimar com o olhar fulminante de Sesshoumaru. – O que foi? Falei alguma mentira por acaso?

– Você é desprezível... – Deu as costas para o irmão e voltou sua atenção para Setsuna. – Você vai ficar aqui. Não tem condições de prosseguir...

– É um erro prosseguires sem mim...

– Erro maior seria permitir que você continuasse. Qual direção?

– Já não sei mais. – Virou o rosto. – Acho que estive seguindo o fragmento que está com Kagome...

– Irei atrás daquele maldito de qualquer forma...

– Mas eu não irei contribuir para tua cova! – O encarou com os olhos rasos de lágrimas.

– Setsuna...

Kagome, percebendo o estado debilitado em que se encontrava Setsuna, aproximou-se.

– Sesshoumaru, ela não parece bem... O que aconteceu?

Sesshoumaru a encarou e logo Inu-Yasha se colocou entre eles dois.

– Não se atreva a tocar num único fio de cabelo dela... – Disse o hanyou.

– Eu não tenho tempo para tolices... Se eu quisesse, os dois já estariam mortos. Será que você não está esquecendo de algo, Inu-Yasha?

Só então, Inu-Yasha lembrou-se da Tessaiga caída no chão, destransformada, ao lado do corpo do youkai que ele matara há poucos minutos. Ele correu, pegou sua espada e a guardou na bainha. Sesshoumaru aproximou-se do hanyou.

– Devia tomar mais cuidado com seus brinquedinhos...

– Deixe de piadinhas, Sesshoumaru! Já percebi que foi Setsuna quem trouxe você até aqui... Mas e esse braço?

– Foi outro presente dela... – Exibindo o braço. – A sua humana não é a única que tem o poder de curar...

– O quê?... – Kagome olhou para Setsuna que respirava com dificuldade. – Você também pode?

– Aprendi graças a ti, Kagome... Mas não imaginei que ficaria tão esgotada...

Kagome colocou a mochila no chão e começou a remexer nela.

– Tenho um remédio que vai ajudar. A vovó Kaede que me ensinou a fazer. Depois eu te ensino a preparar...

Sesshoumaru ficou observando intrigado Kagome dar o conteúdo de uma garrafinha para Setsuna beber.

– Se isso fizer mal a ela, vou fazer você desejar ter morrido na queda.

– Não se preocupe... Ela vai ficar boa rapidinho. – Kagome deu um sorriso que deixou o youkai desconcertado.

– Err... Está bem... Inu-Yasha, vamos logo... – Saiu andando.

A princípio, Inu-Yasha ficou meio confuso, mas depois entendeu o que Sesshoumaru queria dizer e afirmou com a cabeça. Ambos iriam atrás de Naraku para dar um fim naquela história de uma vez por todas. Os dois juntos talvez conseguissem sucesso onde separados falharam. Juntos. Essa idéia agradava e, ao mesmo tempo, preocupava Inu-Yasha. Apesar do mal que já causara no passado, Sesshoumaru era a única parte da família dele que ainda estava viva. Tinham o mesmo sangue correndo em suas veias. Independente do resultado da luta, como seriam suas vidas depois disso?

– Inu-Yasha...

– Você vai ficar aqui com Shippou e os outros, Kagome. Daqui por diante, eu e Sesshoumaru iremos sozinhos.

– Mas... – Sentiu o abraço dele.

– Eu vou voltar...

– É melhor voltar mesmo... – Uma lágrima rolou por sua face.

– Eu prometo... – Soltou-a e seguiu adiante, passando por Sesshoumaru. – Não vai se despedir de Setsuna?

– Despedir? Por quê? Por acaso acha que irei perder? – Olhou com o canto dos olhos para Setsuna. – Você sabe...

– Eu sei... Mas também sei que é um erro enfrentar Naraku assim... Peço-te que esperes até que eu restabeleça minhas forças...

– Isso dará a ele tempo de preparar-se. Ele vive criando planos para pegar você. Agora basta.

Ambos seguiram pela mata adentro. Já que foram guiados por uma estranha força até aquele ponto, sabiam que seriam guiados pelo restante do caminho, até encontrarem Naraku. Kagome sentou-se ao lado de Setsuna e notou a preocupação no rosto dela.

– Você sabe de alguma coisa que eu não sei... O que é?

Setsuna olhou seriamente para Kagome e sentiu a mãozinha de Rin em seu ombro.

– A senhorita já está melhor?

– Sim, minha criança... – Sorriu para a menina. – Por que não levas Ah-Un para comer aquela grama ali ao lado? Ela parece bem verdinha e macia... Ele irá gostar.

– É, ele parece estar com fome... A gente já volta. E vê se não faz nenhum esforço, viu? – Deu uma piscadela e saiu, seguida por Jyaken. – Shippou! Você quer vir alimentar Ah-Un?

– Oba!

– Ai, ai... Essa história de babá me dá nos nervos... – Resmungou Jyaken.

– Você não queria que ela escutasse, não é? – Perguntou Kagome.

– Sei que te preocuparás, mas eles não podem vencer Naraku... Mesmo que unam suas forças...

– Como pode ter certeza disso, Setsuna? Eles são muitos fortes!

– Não importa quanto poder um homem possua, a teimosia o tornará um tolo e os tolos sempre são os primeiros a morrer... Shikage era parte de Naraku. Enquanto esteve dentro da minha alma, pude sentir o verdadeiro poder que ele possui. Ele já seria um oponente muito difícil sem a Jóia de Quatro Almas. Mas ele ainda possui metade dela... Ele é um monstro de poderes sobrenaturais, Kagome.

– Então não há como detê-lo?

– Eu disse muito difícil, não invencível. Foi por isso que guiei meu senhor até aqui. Poderes sobrenaturais só podem se combatidos com poderes sobrenaturais...

– Você quer dizer...

– Nós duas, Kagome... No começo eu não entendia porque Naraku queria tanto se livrar de ti e absorver meus poderes... Descobri que é porque no fundo ele sabe que nós possuímos poder suficiente para derrotá-lo. Ele deseja matá-la porque és a reencarnação da mulher que ele tanto amou e pela qual ele foi capaz de armar tamanha discórdia e ódio.

– Eu sei... A Kikyou e o Inu-Yasha acabaram se odiando por muito tempo por causa dele... Mas o que você tem a ver com isso tudo?

– Eu só não me tornei sacerdotisa porque meu pai achava que isso era uma grande tolice. Queria que eu fosse uma esposa prendada, como minhas irmãs... Mas, às escondidas, eu estudei e pratiquei com a ajuda da sacerdotisa Akiko. Foram treze anos de ensinamentos. A minha esfera da alma está mais desenvolvida que a tua, por isso ele quer absorvê-la... Eu esperava estar mais forte ao chegar aqui, mas ainda não recobrei as forças... E o meu senhor é muito teimoso...

– É, eu sei como é isso... – Suspirou. – O Inu-Yasha é igualsinho... Oh, gênio difícil... Bem, vamos dar um jeito nisso... Como você está se sentindo?

– Esta poção é bem eficaz, mas ainda me sinto um pouco tonta.

– Na primeira vez é assim mesmo. Você se sente meio drogada, mas depois passa... Que tal se a gente for atrás daqueles dois cabeças-duras?

– Sim, vamos.

As duas sorriram uma para a outra. Setsuna levantou-se e caminhou alguns metros apoiada por Kagome. Depois sentiu suas forças voltarem aos poucos até poder caminhar sem ajuda. Pediu a Jyaken que tomasse conta de Rin e Shippou. Não queria levá-los, pois sabia que seria uma batalha da qual poderiam não sair com vida. Caminhando pela trilha, as duas chegaram até uma clareira.

– Ai... E agora? – Perguntou-se Kagome. – Por onde eles foram?

– Deves praticar mais teus poderes espirituais, Kagome... Carregas o legado de teu senhor dentro de ti e ainda não consegues sentir a presença dele quando ele se afasta?

– Hum? – Corou. – O quê?... Você também sabe? Mas será que tem alguém nesse mundo que não saiba disso?

– Não te preocupes...

– Deixa para lá... Quer dizer que você consegue saber onde Sesshoumaru está?
Setsuna sorriu.

– Ele não se perderia de mim, mesmo que tentasse... Vamos por aqui.

-x-x-x-x-x-

Ao anoitecer, Inu-Yasha e Sesshoumaru pararam diante de um portão antigo, cercado por muros de pedra tão altos quanto a vista alcançava. O lugar possuía um clima pesado, obscuro e silencioso como a morte.

– Tenho certeza de que este é o lugar, mas...

– Está tudo quieto demais... – Virou-se para observar a trilha pela qual vieram.

– O que foi, Sesshoumaru?

– Nada... – Encarou o hanyou. – Já que ninguém veio nos recepcionar, vamos bater na porta.
– Ergueu suas garras.

Inu-Yasha afirmou com a cabeça e sacou sua espada. Ambos golpearam os portões que caíram por terra. Uma certa poeira tomou conta momentaneamente do local, mas eles seguiram adiante, chegando ao que parecia ser um pátio central. Nada mais havia dentro daqueles muros, além de um antigo templo budista em péssimo estado. O solo era escuro e poeirento. Uma névoa se apossava do lugar, tornando a visão um pouco embaçada. Mas, apesar da neblina, podiam ver Kanna, diante das portas do templo.

– Sejam bem vindos... – Ela cumprimentou. – Meu mestre os estava aguardando.

– Quem é essa?

– Cuidado com ela, Sesshoumaru... Essa é Kanna e ela reflete para seu oponente os ataques lançados sobre ela com aquele espelho.

– E o que acontece se ela perder aquele espelho? – Lançou rapidamente seu chicote, tentando tomar o espelho de Kanna, mas ela desapareceu em pleno ar. – Ela é um espírito?
Kanna reapareceu atrás dos dois irmãos para o espanto de ambos.

– Não sou um espírito...

Eles viraram-se para olhá-la, mas sentiram uma forte presença surgir dentro do templo. Ficaram observando as portas se abrirem e o demônio Naraku em pessoa, na sua forma humana, mostrou-se diante deles.

– Ora, ora... Até que enfim chegaram até aqui. Eu já estava ficando entediado...

– Naraku, seu maldito! Onde estão Sango, Miroku e Kirara?!

– Bem diante dos seus olhos... – Disse ele, rindo.

Entre Naraku e os dois irmãos surgiram Sango, Miroku e Kirara transformada em fera. Mas havia algo estranho com eles. Seus olhares eram vazios e sem vida.

– O que fez com eles? – Perguntou o incrédulo hanyou.

– Eu?... Eu não fiz nada, não é mesmo, Kanna?

Kanna sorriu e girou seu espelho. Ao mesmo tempo, os três amigos de Inu-Yasha assumiram posição de luta contra ele e Sesshoumaru, que se preparou para lutar.

– Estamos cercados. – Sesshoumaru ia avançar, mas deteve-se quando Inu-Yasha estendeu o braço na frente dele. – Vamos ter que passar por eles para chegar até Naraku, Inu-Yasha...

– Eles não sabem o que estão fazendo. Suas almas foram absorvidas pelo espelho de Kanna.

– Se eles não têm alma é como se estivessem mortos, não é mesmo?

Sem mais qualquer palavra, Sesshoumaru avançou contra Sango, Miroku e Kirara.

– Sesshoumaru!

– Inu-Yasha... – Kanna chamou pelo hanyou, que se virou para ela. – Por que não se junta também ao seu irmão? A brincadeira está apenas começando...

Atrás da youkai branca surgiram dúzias de outros youkais. Sesshoumaru mais desviava do que atacava seus oponentes. Seu alvo desejado era o comandante em pessoa, que mantinha um sorriso confiante nos lábios.

“Só mais um pouco...”, pensou Naraku.

Sesshoumaru percebeu o intento final de Naraku e recuou um pouco. “Ele também já sabe.”. Inu-Yasha também recuou um pouco e os dois irmãos acabaram por se encontrar novamente, apoiando-se nas costas um do outro.

– Eu já disse a você que eles estão sem alma e não sabem o que fazem, Sesshoumaru.

– Inu-Yasha... Eu não quero lutar contra seus amigos mais do que você, mas não temos tempo a perder. Naraku deve ser eliminado o mais rápido possível...

– Mas que cena tocante... – Interrompeu Naraku. – Os dois irmãos que sempre se odiaram, agora unidos para salvarem aquelas duas humanas. Pena que os esforços de vocês dois sejam em vão. Kanna ainda não absorveu suas almas por uma única razão... Para que Setsuna pudesse chegar até aqui, juntamente com aquela outra garota. Elas já estão quase aqui...

Inu-Yasha sentiu um arrepio percorrer sua espinha. “Ele está nos usando como iscas...”. O hanyou não pôde pensar em mais nada, pois logo seus amigos sem alma e os youkais de Kanna avançaram sobre ele e Sesshoumaru.


-x- Continua no próximo cap -x-

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