Alcancei o Tom e o puxei com força pelo braço.

-Você não está me ajudando em nada! Eu só queria aprender a como abordar uma garota e até agora você só fez graça com a minha cara! –desabafei.

-Eu estava te ajudando, mas você apelou! Você não tem gingado, garoto! Meninas gostam de caras que sabem o que falar para elas e não os panacas como você que pergunta: Você vem sempre aqui? –ele debochou de mim.

-Eu não sou bom o bastante com meninas, sabia? As minhas palavras somem quando estou na frente da Sara! –olhei para ele. –Você ainda vai me ensinar, né?

-É... –ele bufou. –Eu vou sim!

-Obrigado! –o abracei com força.

Voltamos para o meu quarto e eu me sentei na cama outra vez.

-Bill, você tem que saber como começar uma conversa com ela! Você só precisa pensar que ela não é um monstro de sete cabeças!

-Nossa isso ajudou tanto! –disse sarcástico.

-Pare com graça, menino! Isso daqui é uma aula séria! –ele cruzou os braços. –Você precisa saber coisas básicas da menina para terem sobre o que conversar!

-Como, por exemplo, o que ela faz no domingo a tarde?

-É... Pode ser! Você tem que saber alguma coisa que ela escuta ou que ela goste de comer para você falar mais facilmente com ela, entende?

-E aquelas meninas que você encontra na balada? Você nem sabe o nome delas e as beija!

-Mas eu sou diferente! Nós somos diferentes! Tipo, eu sei como abordar uma menina e você não!

-Eu estou tentando aprender, mas se depender de você, eu não vou, né?

-Claro que vai! Olha só! –ele se sentou do meu lado. –Meninas não gostam de meninos que falam palavrão e pelo amor de Deus, não arrota na cara dela! Isso não pega bem!

-Ok! Vou tentar me lembrar disso quando eu tiver bebido na festa de sábado!

-Tem festa no sábado? –ele me olhou boquiaberto.

-Tem! Não te chamaram não?

Ele ficou em silêncio e depois de um tempo respondeu.

-Eu sou bom demais para esse tipo de festa de pobre! Não devem nem ter me colocado na lista, porque a alta elite do colégio não freqüenta muquifos!

-Tom, seus amigos vão! Chamaram até o Andreas! –contei para ele.

-Tanto faz! Eu não queria ir mesmo! –ele fez bico para mim. Mesmo sabendo que foi deixado de fora da lista de convidados, ele não dava o braço a torcer.

-Só a titulo de curiosidade, a festa é da Lindasy!

-O QUE? –ele gritou. –Eu fiquei com ela no mês passado! Não é possível que ela já me esqueceu!

-É, Tom! Acho que quem precisa de aulas aqui é você e não eu! –ri do meu comentário e ele me olhou com raiva.

-Cala boca, Bill! Esse povo é ridículo! Essa menina é uma puta que dá para todo mundo! Nunca quis ela mesmo! –ele deu de ombros com se não se importasse. Eu sabia que quando ele fazia isso, ele realmente se importava.

-Mas, tirando isso, eu preciso saber como que eu a convido para a festa! Quero que a Sara seja a minha parceira!

-Hãm... Pede na cara dura! Nunca mande um amigo seu fazer isso, muito menos se esse seu amigo for o Gustav!

-Já estava pensando em chantagear ele com um pastel no barzinho! –disse frustrado.

-Bill, você vai tomar ar de dizer para ela: Eu quero ir à festa com você, Sara! Quer ir comigo? O máximo que ela pode-te dizer é um não, mas acho que se você fizer uma cara de cachorro sem dono, ela vai aceitar! –ele sorriu.

-E se ela aceitar, o que eu faço?

-Você diz que pega ela na casa dela há tal hora, ué! Você não sabe dessas paradas não?

-Não, Tom! Nunca tive uma namorada séria! As que eu tive eram de brincadeira!

-Então aprende agora! Meninas gostam de caras badboys e com estilo! Entendeu?  Não dá para você continuar sendo o Mr. Sentimental! Isso já era!

-Pensei que elas curtissem!

-Mas elas não curtem! –ele falou meio com raiva. –Agora, você espera amanhã chegar e lá na escola, quando ela estiver sozinha, você pede para ela! Não tem erro!

-Obrigado, Tom! –eu o abracei de novo e dessa vez ele não resistiu, ele me abraçou também.