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O Destino de Cada Coração Ii escrita por By Mandora
Capítulo 5
O Despertar De Sesshoumaru
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– Então, este é o teu senhor...
A estranha moça e Jyaken estavam diante de Sesshoumaru. Uma brisa fria soprava, afastando os longos cabelos prateados do youkai adormecido. Seu rosto tinha uma feição cálida e, talvez, até doce. A moça aproximou-se e levantou o rosto de Sesshoumaru. Depois colocou a mão sobre o peito dele, mas não pôde sentir o coração.
– Três flechas foram lançadas contra teu peito e uma atingiu o coração... – Encarou Jyaken.
– Tens certeza de que teu mestre ainda vive?
– Ele está enfeitiçado, minha senhora... Se pudesse retirar as flechas, ele acordaria...
– Eu posso... – Segurou a flecha sobre o coração de Sesshoumaru e a arrancou. Pôde então sentir o coração dele batendo novamente.
Apesar de ter removido aquela flecha, ela ainda estava desconfiada sobre a conduta de Sesshoumaru. Surgiu, descendo do céu, Ah-Un, trazendo Rin em seu dorso. Com tal distração, nem percebeu que Sesshoumaru despertava. A visão daquela linda moça diante de si era a mais bela que Sesshoumaru já havia tido.
– Mas... o quê... Se eu soubesse que os demônios do inferno eram tão lindos, teria feito essa visita mais cedo... – Disse Sesshoumaru.
– Por que achas que estas no inferno, meu senhor? – A moça virou-se e o encarou.
– Acaso não é para o inferno que vão todos os youkais?
– Só os de má índole...
Rin desceu de Ah-Un, com lágrimas nos olhos, e abraçou Sesshoumaru. Ele acariciou sua cabeça e percebeu estar ainda no mundo dos vivos. Olhou ao redor e viu Jyaken tremendo da cabeça aos pés.
– Jyaken, não lhe disse para deixar a menina em um lugar seguro? – Perguntou Sesshoumaru friamente. – O que ela está fazendo aqui?
– Mas, senhor Sesshoumaru... ela queria vê-lo...
Sem dar muita atenção a explicação de Jyaken, Sesshoumaru tentou tocar e retirar as outras flechas que o prendiam na rocha, porém sem êxito. Sua mão era repelida pela pura energia delas. A moça ruiva, observando a tentativa dele, percebeu que ele não poderia se livrar das flechas e o encarou profundamente.
– Para que eu retire as duas flechas que ainda te prendem a esta rocha, quero que respondas uma pergunta. Saberei se estiveres mentindo porque agora o teu coração bate novamente... O que fizeste para receber tamanho castigo?
– Tentei matar meu meio-irmão hanyou para roubar sua poderosa espada e acabei preso pelas flechas de sua amiga humana. – Responde ele, com o jeito frio de sempre.
Jyaken ficou de queixo caído. Tanto trabalho havia tido para tentar convencer aquela mulher a libertar Sesshoumaru e agora, tinha ido tudo por água abaixo. Percebeu que ela o olhava friamente.
– Me disseste que uma bruxa havia enfeitiçado teu senhor, lacaio...
Imediatamente, Jyaken ajoelhou-se aos pés dela, como costumava fazer com Sesshoumaru, e começou a implorar.
– Perdão, senhora! Perdão! Perdoe o desespero desse pobre servo!...
Sesshoumaru sorriu vendo aquela situação um tanto inusitada para a moça. O que ela achou zombaria por parte dele.
– Por que estas sorrindo? Se eu não retirar estas flechas, ficarás preso eternamente...
– Se pretende me deixar preso aqui, então é melhor colocar de volta a flecha que tirou...
Ela olhou para a flecha que ainda estava em sua mão. Rin aproximou-se e colocou sua mãozinha sobre a flecha.
– Por favor, senhorita Setsuna... Salve o senhor Sesshoumaru...
– Então, te lembras de mim, pequenina?
– Sim, jamais me esqueceria da senhorita, mas achei que estivesse morta...
A feição séria de Setsuna iluminou-se de compaixão ao encarar os doces olhos daquela criança. Mas tornou-se séria novamente ao dirigir-se a Sesshoumaru.
– Por que quiseste roubar a espada de teu irmão se já possuis uma tão poderosa? Com tua espada salvaste a vida da pequena Rin.
– Hum... Vocês duas parecem muito íntimas... – Sesshoumaru havia percebido que de alguma forma, as duas já se conheciam.
– Morávamos no mesmo vilarejo... – Abaixou-se e acariciou o rosto de Rin com uma das mãos. – Ainda bem que sobreviveste... Revelai tuas angústias...
– O que está fazendo com ela? – Perguntou Sesshoumaru, com uma certa desconfiança, afinal, não conhecia aquela mulher.
– Não se preocupe, senhor Sesshoumaru. – Disse Jyaken. – Ela fez a mesma coisa comigo, não fará mal algum...
– Para o seu bem, Jyaken, é melhor que não...
A resposta de Sesshoumaru fez Jyaken engolir a saliva a seco. Setsuna levantou-se, aproximou-se do youkai preso a rocha e colocou a flecha que tinha em mãos apontada para o coração dele.
– Realmente te importas se esta criança viver ou morrer?
Sesshoumaru baixou o olhar e ficou observando Rin. Ela, com aqueles grandes olhos suplicantes. Apesar de sempre ter desprezado a raça humana, aquela garotinha despertava compaixão em seu coração.
– Sim... me importa...
Setsuna levantou o rosto de Sesshoumaru com uma de suas delicadas mãos e o surpreendeu com um beijo. Ela parecia humana e seu toque transmitia um calor e um sentimento muito fortes, que invadiram seu coração. Logo, em sua mente surgiram várias imagens. Imagens de como Setsuna morreu, do fragmento da Jóia de Quatro Almas em seu poder e de Rin. Rin era a caçula de uma família que morava no feudo do pai de Setsuna. Antes da tragédia, as duas costumavam brincar juntas. Setsuna, então, afastou os lábios, mas não o rosto.
– Por que?... – Perguntou ele a Setsuna, um tanto confuso ainda com o gesto dela e com as imagens que lhe vieram à mente.
– Agora que sabes meu destino, tenho uma proposta para ti, meu senhor... Ajudai-me a encontrar e a punir meus assassinos. Em troca, dar-te-ei a espada que tanto desejas e o fragmento que carrego em meu peito para que possas manejá-la.
A proposta parecia interessante, mas algo ainda incomodava Sesshoumaru.
– Mas, se perder o fragmento você morrerá, não é mesmo?
– De qualquer jeito, já estou morta. Se eu obtiver minha justiça, não me importa o que acontecer depois. Minha vida já foi destruída, não poderei tê-la de volta.
– Minha espada, Tenseiga, poderia...
– Não tenho mais um corpo físico que possa ser curado... A matéria que tocas nada mais é do que uma ilusão... E então, meu senhor, temos um acordo? – Acariciou uma mecha de cabelo dele.
– Sim, temos.
Setsuna afastou-se um pouco e jogou fora a flecha que segurava. Agarrou as duas flechas que ainda prendiam Sesshoumaru e, de uma só vez, arrancou-as de seu peito. Os dois ficaram se olhando por alguns instantes. Rin pegou as mãos dos dois, as juntou e sorriu para ambos.
– Então, Setsuna... Há mais uma coisa que poderia me ajudar a ter: a cabeça daquela humana que me prendeu nesta rocha.
– Queres vingança, meu senhor Sesshoumaru?
– E não é o que nós dois queremos?
– A terás como presente em uma bandeja... – Dessa vez, a resposta de Setsuna veio juntamente com um sorriso malicioso.
– Então, vamos. Reconheci alguns dos youkais que me mostrou. Sei onde achá-los...
-x- Continua no próximo cap -x-
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