O Destino de Cada Coração Ii escrita por By Mandora


Capítulo 14
As Três Vítimas de Naraku E O Verdadeiro Poder Da Tenseiga




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Kagome e Rin caminhavam tranqüilamente pela floresta, de volta ao vilarejo. Na metade do caminho Kagome parou.

– O que foi, senhorita Kagome?

– Sinto a presença de um fragmento da Jóia de Quatro Almas... – Percebeu um forte brilho a sua frente. Olhou para o caminho por onde veio, onde estavam Inu-Yasha e Sesshoumaru.

– Senhorita Setsuna! – A menina correu para a luz, mas Kagome foi atrás dela e a segurou.

– Rin! É perigoso!

Setsuna surgiu diante delas. Seu braço, que fora destruído por Kagome, agora já estava inteiro novamente.

– Senhorita Setsuna! – Rin soltou-se de Kagome. – Que bom que voltou! – Só que a menina passou direto por ela ao tentar abraçá-la, pois ela estava em forma de espírito.

– Sinto muito, pequenina, mas se eu me materializar, Sesshoumaru perceberá onde estou...
– Olhou para Kagome. – Não tenhas medo de mim, Kagome. Sabes muito bem que se eu quisesse já teria ceifado tua vida.

– Como conseguiu esconder a presença do fragmento de mim, Setsuna?

– Escondi a mim mesma no mundo dos mortos... Posso passar de um lado para outro, com o poder que me dá este fragmento... – Colocou a mão sobre o fragmento em seu peito. – Mas estou cansada de estar apenas existindo, ao invés de estar vivendo. Teu coração me mostrou o que eu não queria perceber, que eu não pertenço mais a este mundo...

– Sesshoumaru precisa de você... – Disse Kagome, aproximando-se. – Ele fez um acordo com Inu-Yasha só para poder ficar aqui...

– Eu sei... Sinto a presença dele... Mas não posso voltar para ele após ter sentido as emoções do teu coração, Kagome... Só voltei para entregar-te o fragmento da Jóia de Quatro Almas. – Começou a remover o fragmento.

– Espere! Não faça isso! Você não pode ir desse jeito! Pelo menos se despeça dele!

Setsuna olhou para Rin, que tinha os olhos cheios de lágrimas.

– Não posso! Já é doloroso demais olhar nos olhos de Rin e dizer adeus... – Lágrimas caíram de seus olhos. – Não poderia fazer o mesmo com ele...

– Se fosse eu no seu lugar, iria querer me despedir de Inu-Yasha... Mesmo que fosse só por um segundo... Abraçá-lo e sentir o calor do seu toque, mesmo que fosse pela última vez... Por favor, Setsuna...

– Por favor, senhorita Setsuna... – Suplicou a menina.

– Está certo... – Largou o fragmento e se materializou. – Espero que ele não demore a vir... Fico vulnerável neste estado e qualquer mortal poderia remover o fragmento.

– Eles não estão longe...

Finalmente Rin pôde abraçar Setsuna. Atrás delas, entre as árvores, escondia-se uma figura sombria.

– Já sei como conseguir aquele fragmento...

—x-x-x-x-x-

Sesshoumaru sentiu uma presença e olhou para floresta.

– O que foi, Sesshoumaru? – Perguntou Inu-Yasha.

– Setsuna... Está aqui...

– O quê?

Ambos dispararam floresta adentro, Inu-Yasha seguindo Sesshoumaru.

—x-x-x-x-x-

– Ainda bem que encontrei vocês... – Disse Miroku, surgindo da floresta e olhando para Setsuna. – ...a salvo...

– Miroku, o que está fazendo aqui?

– Eu senti uma presença muito forte e vim ver o que era. Você está bem, Kagome?

– Está tudo bem, Miroku. Setsuna não veio para lutar...

Uma sombra de maldade se apossou do rosto do monge, juntamente com um sorriso sombrio.

– Mas eu sim! – Empurrou Kagome para o lado e enterrou a mão no peito de Setsuna e pôde tocar o fragmento.

Inu-Yasha e Sesshoumaru chegaram bem naquele momento e, ao se deparar com aquela cena, Sesshoumaru enfureceu-se e avançou sobre Miroku com suas garras.

– Seu monge miserável!!!

Antes de ser atingindo, Miroku deu um salto para trás, afastando-se e evitando o golpe. Tinha o fragmento de Setsuna em suas mãos. Sesshoumaru olhou para Setsuna, que parecia ainda não ter se dado conta do que tinha acontecido. Ela colocou a mão sobre o buraco em seu peito e olhou para Sesshoumaru.

– Eu sequer... consigo... sangrar... – Caiu, mas antes de tocar o solo Sesshoumaru a amparou. Kagome correu e segurou a mão de Setsuna.

– Sesshoumaru, eu posso mantê-la durante algum tempo...

– Setsuna... – Ele parecia até não tê-la escutado. Recuperar o fragmento era o pensamento que tomava sua mente. Seus olhos tornaram-se vermelhos e seu corpo brilhou, enquanto voltava-se para o monge. – Devolva isso agora, seu maldito!

Inu-Yasha passou por eles, em direção a Miroku.

– Não se esconda atrás desse disfarce, seu covarde! Você pensa que eu não conheço o seu cheiro?

– Disfarce? – Sesshoumaru concentrou-se e então entendeu o que Inu-Yasha havia dito. E aquele cheiro ele conhecia. – Naraku!

– Hahahahaha... Vocês perceberam, heim? – Removeu o disfarce e exibiu sua verdadeira face. – Mas agora o fragmento é meu!

– Não se eu puder evitar! – Gritou o hanyou.

Ele pulou sobre Naraku, empunhando a Tessaiga. Naraku se protegeu usando seu próprio braço. O impacto jogou Inu-Yasha para longe e fez com que grande quantidade de miasma saísse do corpo de Naraku. Sesshoumaru avançou contra aquela nuvem de miasma, mas foi em vão. Naraku já flutuava lá no alto, mas, por causa da nuvem, não dava para saber onde. Somente sua voz ecoava pelo lugar.

– Sesshoumaru! Eu quase tenho pena de você... Mas até que eu não me saí muito mal, não foi? Afinal, consegui matar a mesma mulher duas vezes! Hahahahaha!

– O quê? – Vigiava atentamente o alto das árvores, mas não conseguia descobrir onde Naraku estava. – Que quer dizer, seu maldito?

– Isso não é óbvio? Fui eu quem ordenou a morte dessa garota. – Setsuna abriu os olhos lentamente. – Somente três mulheres foram capazes de me enfrentar... – Inu-Yasha olhava ao redor, tentando localizar Naraku. – A primeira eu consegui matar graças à fraqueza dela por você, Inu-Yasha...

– Maldição! Venha aqui e lute! – Esbravejou o hanyou.

– Quando eu tiver que lutar com você, será porque terei conseguido eliminar a segunda. Quando pensei ter me livrado de Kikyou, sua reencarnação retornou para me atrapalhar com suas flechas purificadoras... Mas o seu fim, Kagome, também está próximo... Assim como fim da jovem cuja vida tão inutilmente você tenta sustentar...

– Como você pode ser tão cruel? O que foi que ela fez a você? – Perguntou Kagome.

– Setsuna... – Continuou Naraku. – Você se lembra de quando começou a aprender os deveres de uma sacerdotisa com aquela velha? Mesmo com pouca experiência você baniu
um grande mal de suas terras, não foi?

– Então... Tu eras o mal que deixava as crianças e os velhos doentes... Os animais morriam, as plantações secavam mesmo quando havia chuva... Com a ajuda da sacerdotisa Akiko consegui expulsar-te de minhas terras e por isto fui punida com tamanha desgraça?

– Seu tolo, por acaso achou que ela iria atrás de você? – Perguntou Sesshoumaru.

– Sesshoumaru... Eu realmente seria um tolo se permitisse que os poderes dentro dessa mulher crescessem... Se você não conseguiu percebe-los, então é porque a paixão o cegou! Que pena... Você parecia tão forte e olhe só para você agora... Cego de amores por uma humana que nem mais viva está!

“Paixão? Cego de amores? Será possível?” Sentiu-se confuso e surpreso. Percebeu que a nuvem começou a se dissipar e pôde notar Naraku se afastando em meio aos seus insetos do inferno.

– Não! Volte aqui! – Lançou seu chicote, mas foi em vão.

Logo, Naraku estava fora de seu alcance. Sesshoumaru voltou seu incrédulo olhar para Setsuna que era mantida apenas pela força espiritual de Kagome. Só que esta força já estava chegando nos limites. Kagome então teve uma idéia e olhou para Inu-Yasha.

– Inu-Yasha... Volte ao vilarejo e pegue um dos fragmentos na minha bolsa... Eu não vou poder mantê-la por muito tempo porque também usei energia para curar Rin.

– E de que adianta isso? Ela vai continuar morta. – Disse o hanyou guardando sua espada.

– Quem foi que pediu a sua opinião? – Disse Sesshoumaru, enquanto se aproximava de Setsuna e acariciava-lhe o rosto. – Por que não vai buscar logo o fragmento? – Sentiu a mão de Setsuna em seu rosto. – Setsuna...

– Meu senhor... Não quero continuar desse jeito... Presa entre dois mundos, sem pertencer a nenhum, nem mesmo a ti... – Seu corpo começava a se desfazer.

– Não... Como você pode me deixar, depois de mostrar tanta beleza?... Uma beleza que jamais sonhei... – Olhou para a Kagome e havia um certo brilho e umidade em seu olhar. – Por favor... – Então sentiu a mão de seu meio-irmão em seu ombro.

– Sesshoumaru, por que não tenta usar a Tenseiga agora?

– Seu idiota! Por acaso não acha que eu já tentei? Mas não pude ver os emissários do outro mundo e, sem vê-los, não posso ressuscitá-la.

– Então é isso? Vai desistir dela assim tão fácil? Você conseguiu usar a Tenseiga uma vez, mas eu tenho certeza de que não usou todo o seu poder...

– Como assim?

– Assim como a Tessaiga pode tirar 100 vidas num único golpe, a Tenseiga tem o poder de ressuscitar 100 vidas, Sesshoumaru. Tudo depende do coração que a manipula. Eu aprendi a usar o poder da Tessaiga, tenho certeza de que você também pode usar o da Tenseiga... Talvez a Tenseiga não tenha lhe mostrado os emissários do outro mundo porque não eram eles o seu alvo...

– Inu-Yasha... – Sesshoumaru então lembrou-se de que viu o coração da alma de Setsuna quando tentou usar sua espada anteriormente. – A esfera da alma! – Levantou-se e sacou a Tenseiga, deixando Kagome assustada. – Não se preocupe, esta espada não pode ferir... – Fechou seus olhos. “Por favor, Tenseiga, me mostre o que eu preciso ver...”.

Ao abrir seus olhos, pôde ver novamente o coração da alma de Setsuna. Uma esfera de luz que pulsava lentamente e perdia pouco a pouco sua força. “Não vou permitir que você morra...” Ergueu sua espada e deu um único golpe, que tamanha foi a sua força que empurrou Kagome e Rin para trás. Inu-Yasha foi até elas e abraçou Kagome.

– Como você está, Kagome?

– Vou ficar bem, mas e agora? Eu a soltei...

Os dois ficaram observando aquele clarão que envolveu o corpo de Setsuna. Pouco a pouco, seu corpo foi sendo refeito. Só então Sesshoumaru pôde ver os emissários do outro mundo. Surpreso, ele somente usou a Tenseiga mais uma vez, destroçando aquelas criaturinhas.

Quando o clarão se desfez por completo, Sesshoumaru pôde vê-la deitada. Não havia mais aquele buraco em seu peito, sua pele tinha um tom rosado e ela até parecia respirar. Guardou sua espada, ajoelhou-se e a abraçou. Foi quando pôde sentir o coração dela bater pela primeira vez. Pôde sentir o calor de sua pele. O cheiro de seu corpo. Ele acariciou seus longos cabelos cor-de-fogo que tinham, agora, muito mais brilho e vida. Seus olhos ainda estavam fechados, mas ela estava viva... Levantou-se, colocando-a sobre o ombro.

– Rin... – Chamou ele.

– Obrigada, senhorita Kagome... – Despediu-se a menina.

– De nada...

Então, inocentemente, Rin encarou Inu-Yasha para despedir-se.

– Até mais, tio Inu-Yasha.

Inu-Yasha só conseguiu acenar com a cabeça e Rin saiu correndo, parando ao lado de Sesshoumaru, que olhou para o casal.

– Inu-Yasha, eu tenho uma dívida muito grande com você agora... Como não gosto de ficar devendo nada, farei uma promessa: Nós jamais nos encontraremos durante a primeira noite de lua nova. – Virou-se e saiu, seguido por Rin.

– Será que isso é verdade, Inu-Yasha? – Percebeu que ele tinha um sorriso de satisfação no rosto.

– Sim, é sim... – Percebeu que ela o fitava docemente. – O que foi?

– Você está feliz porque seu irmão achou alguém ou porque simplesmente, durante três dias, vocês realmente foram irmãos?

– Ora, que pergunta sem cabimento, Kagome! – Disse ele, tentando disfarçar.

“Eu sei que não é, Inu-Yasha...”, pensou ela. Tentou levantar-se, mas sentiu-se tonta e caiu de joelhos, amparada por ele.

– Acho que ainda estou um pouco fraca.

– Deixa que eu levo você...

– Espera... Quero fazer uma coisa antes.

– O q...

Suas palavras foram interrompidas por um beijo. Durante o qual, Kagome segurou o colar de Inu-Yasha. Ela afastou os lábios e sussurrou meia dúzia de palavras, que ele não pôde compreender o significado até que o colar começasse a brilhar. Ela juntou suas mãos como se estivesse fazendo uma prece. Então as contas do colar, uma por uma, se separaram, deram uma volta pelo céu e reuniram-se novamente nas mãos de Kagome. Ele mal podia acreditar que não tinha mais aquela ‘coisa’ em seu pescoço. Colocou as duas mãos ao redor do próprio pescoço só para ter certeza. Olhou para Kagome com um brilho no olhar e a abraçou.

– Inu-Yasha...

– Eu te amo, Kagome...

Ela fechou os olhos, derrubando algumas lágrimas.

– Eu também te amo, Inu-Yasha...

Aquela bela tarde quente terminava. O sol proporcionava um espetáculo todo único, como se fosse só para eles dois.


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