Uma Parte de Nós . escrita por Bellav


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Finalmente.... Esperos que gostem. ;]



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Confissões e promessas

 Estava nublado, nevava um pouco e o tempo estava frio. Nem o chocolate quente de Bella conseguiu esquentar Damen por dentro, além disso, a ansiedade não ajudava em nada.  

Bella estava estranhamente tranqüila, ela só queria que Edward se desse bem com Damen e vice-versa e isso estava quase acontecendo. Ambos eram parecidos demais, com o jeito superprotetor e sério. O lado culto e inteligente e a beleza incomum.  

- Eu vou ficar ridículo com isso, mãe. – reclamou quando Bella enrolou um cachecol envolta do pescoço dele.

 - Está frio Damen e meu bebê fica lindo de qualquer jeito – Bella bagunçou os cabelos do filho, que revirou os olhos e colocou o gorro, cobrindo as orelhas e deixando alguns fios da franja castanha de fora. Damen caminhou até o carro incomodado, se sentia um pingüim com tanta roupa. Bella sorriu do modo como ele andava.

Quando o carro se pôs em movimento, o silêncio incômodo atingiu Damen e Bella.  Agora, ambos, estavam um pouco nervosos. A conversa do dia anterior não foi esquecida e o ataque de Rosálie da vez passada começou deixar Damen temeroso.

 - Tenho que relembrar nossa conversa hoje mais cedo?  

 - Não, mãe. Eu entendi. Chamá-los de tio e tia – revirou os olhos – nada de comentários maldosos nem de respostas irônicas, agradecer e pedir com licença e manter um sorriso no rosto. – Damen bufou – Eu vou parecer um idiota assim!  Bella sorriu um pouco.

 – Não, vai parecer educado.  Damen revirou os olhos novamente. – Se a loira grossa – Bella lhe lançou um olhar.

 - Ela se chama Rosálie.  

- Se ela passar dos limites, eu vou responder grosseiramente. Não vou deixar ela nos insultar!

 - Eu já lhe expliquei que ela estava defendendo a família – murmurou Bella.  Damen olhou sério para a mãe.

 - Eu irei defender a minha também.  

Bella não respondeu. Só apertou o volante e tentou mudar de assunto, ou no caso, de pessoa.

 - O que achou de Alice?

 - A baixinha dos cabelos espetados? – Bella assentiu e Damen suspirou um pouco – Ela parece legal, mas acho que ainda não sabe diferenciar humanos de vampiros.  

Bella riu. E passou para o próximo membro da família.

 - Carlisle parece ser bom. Eu não entendo, ele causa um sentimento de respeito, mas não tem cara de avô. Por falar nisso, Esme é adorável também. O loiro assustador é... Assustador e por falar nisso, o que aquele Emmett comia quando era humano? Ele é gigante!

 - Estou tentando ver seus comentários como uma espécie de elogio – Damen riu – Mas, esqueceu de alguém. E Edward?  

Damen permaneceu em silêncio por um tempo.

O que ele achava de Edward? Ele não sabia. Gostava dele, de falar com ele também. Além disso, os jogos dele eram legais. Mas, não tinha tentado vê-lo como pai. Não ainda. Ele era novo demais para ser seu pai, aparentemente. Estava mais para um irmão ou coisa parecida. Mas, também tinha um sentimento de respeito por ele.

 - O que tem ele? 

 - Você gosta dele? – Damen assentiu e virou o rosto para a janela, olhando as bolinhas brancas caírem no asfalto.  - E a senhora? Gosta dele?

 Damen pegou Bella de surpresa. Claro que ela gostava dele, ela o amava. Era o homem da vida dela ainda, mesmo depois de tudo. Ela ainda queria beijá-lo e tê-lo ao seu lado por toda a eternidade, mas dessa vez era diferente. Ela não podia. A razão? Podia justificar que era por causa de Damen, para preservar os sentimentos do filho, para Edward não se magoar com ela e ir embora novamente, mas a verdade é que nem ela sabia o porquê.

 - Ele é uma boa pessoa.

 Damen olhou para a mãe e viu o olhar cheio de sentimentos que ela tinha quando falava dele. Ela o amava, Damen sabia disso, ela o queria. Ele era sim, uma boa pessoa. A mãe nunca errava, então por que não dar uma chance para ele?  

 O carro foi estacionado em frente a casa e no mesmo instante a porta da frente foi aberta por um Edward sorridente.

 Bella sorriu e saiu do carro ao mesmo tempo em que Damen. Edward a abraçou e fechou os olhos sussurrando um obrigado. Damen escutou.

 Talvez tenha sido pela bondade que emanava daquele homem com cara de adolescente, talvez tenha sido o modo protetor como ele olhava a mãe ou talvez o modo carinhoso que a mãe o olhava. Talvez tenha sido o sentimento de pai e filho, mas Damen se sentiu feliz por completo... Em casa. E quando Edward soltou Bella, Damen o abraçou.

 Ele se sentia envergonhado e ridículo, algum sentimento de rejeição subiu a sua cabeça, junto com o sangue e Damen corou. Mas tudo aquilo desapareceu quando Edward levantou o garoto abraçando-o.

  - Oi Damen – a voz de Edward estava cheia de sentimento, os olhos dele brilhavam e seu sorriso era deslumbrante. Bella não conseguiu desviar os olhos e não sorrir também.

 - Oi. – Damen sentiu vontade de chamá-lo de pai, mas mordeu a língua. Ainda era cedo. Edward não se importou. Estava feliz demais para perceber.  

 Era estranho, mas Damen achou que Edward tinha cheiro de pai. Não de espuma de barbear e perfume como os outros, apenas um cheiro de pai, um cheiro que o confortava, o fazia sentir-se seguro.  

Edward colocou o menino no chão e arqueou a sobrancelha quando percebeu o tanto de roupa e pano que ele usava. Damen bufou.  

- Bella? – perguntou Edward e Damen assentiu. Edward gargalhou.

 - Está frio! – justificou ela. Edward parou de rir e os olhou assentindo.

 - Tem razão, entrem.  

Edward abriu a porta da frente e abriu passagem para Bella e Damen entrarem e entrou depois.

 Na sala só estavam Carlisle e Esme. Ambos levantaram nervosos, mas só Edward percebeu. Damen gostou de ter que começar com eles. Ele gostava deles. Pareciam bons e puros de mais para serem humanos ou vampiros, pareciam mais anjos.

 - Hm... Bom Damen, você deve lembrar-se de Carlisle e Esme não é? – perguntou Edward. Damen assentiu.

 Esme parecia emocionada e Carlisle curioso. Edward lhe lançou a eles um olhar para terem paciência e esperarem. Ambos ignoraram.  Esme deu um passo a frente e Damen jurava que ela chorava.  

- Está tudo bem? – Esme assentiu.

 - Você não se importaria se eu o abraçasse não é?

 Damen sorriu um pouco e envolveu a mulher com rosto em forma de coração em seus braços de criança. Ela devolveu o abraço, emocionada.

  Aquela era sua avó? Uma mulher que parecia mal ter saído dos vinte anos. Ela era tão nova e parecia tão frágil, como a sua mãe. Talvez tenha sido por isso que Damen simpatizou com ela, ele gostava de qualquer pessoa que precisasse de proteção.

 Carlisle também estava afetado, mas ele conseguia esconder melhor, talvez pelos vários anos a mais de experiência. Esme soltou Damen e foi envolvida pelo braço de Carlisle que a confortou, ele sussurrou um ‘calma’ no ouvido da esposa e beijou-lhe o rosto, depois desviou a atenção para o novo membro da família. Ele estendeu a mão desocupada para Damen que a apertou.  

- É um prazer tê-lo na família, Damen. Assim como sua mãe, seja bem-vindo.

 Damen soltou a mão de Carlisle e assentiu sem jeito. Ele olhou para a mãe que sorria e sorriu também. Carlisle e Esme desviaram a atenção para Bella, então.

  - Oh querida! – Esme a abraçou apertado – Obrigada por permitir isso, obrigada por tudo.  

Damen ficou constrangido por ele ser o “isso”. A avó gostava tanto dele assim? Damen se distraiu um pouco, ele viu Carlisle abraçando a mãe e todos rindo de algum comentário. Mas ele só se perguntava por que se sentia tão bem ali. Do porquê de estar tão feliz.

 Edward viu que Damen olhava para algum ponto fixo da sala, pensando, e desejou mais que tudo poder ler e ver o que passava pela cabeça daquela criança que ele amava tanto. Edward e Damen tiveram seus pensamentos interrompidos quando Alice apareceu no topo da escada saltitando graciosamente com Jasper atrás, calmo e sério.  

- Vocês fazem uma reunião familiar e não me convidam? – perguntou a baixinha abraçando Bella. Damen observou se os braços dela não estavam muito apertados em volta da mãe e percebeu que Edward fazia a mesma coisa. Damen se perguntou realmente se foi aquele o homem que deixou a mãe sozinha e grávida carregando um segredo maior que a própria vida.  

 Por um momento, os olhares de Edward e Damen se cruzaram e o garoto pode ver todo o amor, toda a culpa, todo o remorso e toda a tristeza enterrada dentro daquele homem. Ele pode ver a preocupação, o cuidado e o carinho que Edward tinha com Bella.

 Edward conseguiu ver em Damen toda a dúvida, todo o receio e todo o medo que o garoto tinha de perder a mãe, de ver a mulher arrasada e escondendo o sofrimento, enquanto lembrava-se do passado.

 Ambos conseguiram ver que tinham muito em comum, que tudo o que queriam era ver Bella, a mulher que ria agora do jeito de Alice, bem e feliz. Eles a amavam tanto que isso bastava para criar um laço tão forte que superava a ligação sanguínea.  

Damen e Edward perceberam tudo isso em segundos. Eles sorriram um pro outro e desviaram a atenção para a conversa que Bella tinha com Carlisle.  

- Antes daqui, moravam onde? – Bella sorriu um pouco.

 - Moramos um pouco em cada lugar, mas passávamos grandes temporadas na Flórida com minha mãe, principalmente quando eu pude ter certeza que Damen não... Brilhava como vampiros – Damen riu de como a mãe falou.

 - E não era viciado em sangue, não esqueça – Bella lançou a Damen um olhar como se o lembrasse da conversa de hoje cedo – Ops.  

Bella suspirou e continuou – Viemos pra cá quando Damen tinha quatro anos.

- E a gravidez? Foi normal? – Edward perguntou. Bella ficou em silêncio e Damen ficou curioso. Ela nunca tinha comentado muito sobre a gravidez.

 Bella agradeceu em silêncio quando Rosálie e Emmett entraram pela porta da frente sorrindo. Bella achou estranho, nunca tinha visto Rosalie sorrir... De verdade. As duas se encararam e Rosalie sorriu novamente, ela desviou o olhar para Damen e ele a cumprimentou com um pequeno sorriso e um levantar de sobrancelhas.

 - Ele parece mesmo contigo Edward! – exclamou Emmett se aproximando de Damen – Eu me lembrava você menor. Sua mãe é baixinha, isso não faz sentido.  Damen riu e Bella fez uma careta.

 - Edward não é baixo, eu posso ter puxado pra ele nisso não? – Bella e Edward pararam com a afirmação. Damen tinha falado, mesmo que de um jeito indireto, que Edward era pai dele. Pode ter sido besteira e coisa simples para os outros, mas Edward e Bella sabiam da importância daquilo. Damen também tinha noção do passo que tinha dado com aquela afirmação.  

- É verdade, mas tomara que tenha sido só isso. Seu pai é chato, Bella é a divertida.  

- Ei! – reclamou Edward. Damen e os outros riram.  

- Sinto muito desapontá-lo, mas meu equilíbrio é ótimo E... – Bella lha lançou um olhar e Damen corrigiu – tio Emmett.

Todos riram da pequena cena. Todos conversavam há um tempo, sentados no sofá. O celular de Bella toca, interrompendo a conversa, ela pede licença e se afasta enquanto conversa.  

- Ela parece preocupada – comentou Carlisle.  

- Só está concentrada – informa Jasper e Damen assente concordando, ainda surpreso pelo loiro ter aberto a boca pela primeira vez naquele dia.  

- Quando se trata do trabalho ela fica séria assim mesmo – Damen deu de ombros ao mesmo tempo em que Bella voltava e guardava o celular na bolsa.  - Temos que ir querido.  

- Mas, não são doze horas ainda!  

- Eu sinto muito, mas são sim – Bella riu um pouco e mostrou o relógio.

 - Já vão? Mas, já? – perguntou Edward desapontado.

 - É coisa do trabalho. Temos que ir.  

- Hum... Damen não poderia ficar? – perguntou Rosalie.  

- É mãe. Eu não poderia ficar? – Bella ficou um pouco surpresa pelo pedido vir de Damen.

 - Eu vou sair tarde do trabalho e...  

- Não tem problema – falou Edward sorrindo – vou deixá-lo em casa.  

- Não é isso Edward, eu posso vir pegá-lo, mas...

 - Não será incômodo Bella, - falou Carlisle entendendo – quando sair do trabalho você liga para Edward e ele vai deixar Damen em casa. Fica melhor pra vocês.

Bella pareceu meio indecisa, ela olhou para Damen e ele sorriu revirando os olhos e juntando as mãos.

 - Eu prometo que vou me comportar e cumprir tudo o que a senhora falou – Bella sorriu.  

- Então acho que não tem problema... – o celular dela tocou novamente, Bella desligou sem atender – Tenho que ir.  

Ela acenou para todos e recebeu um abraço e um beijo de Damen. Um pouco depois de Bella sair, Carlisle recebeu uma ligação e saiu com Esme. Edward sabia que aquilo era armação para todos se aproximarem de Damen e sorriu agradecendo para os dois.  ‘Cuide bem do seu filho’. Edward riu e assentiu acenando um tchau, quando se virou Damen estava explicando alguma coisa para Emmett.

 -... se você atirar nos vermelhos primeiro e deixar os pretos por ultimo, o mago lhe dá a porção.

 - É por isso que ele fica observando enquanto a gente atira! – exclamou Emmett entendendo.  

Damen e Edward riram.

– Seu filho acha que é melhor que eu no videogame. Acredita nisso?  

- Ele não acha Emmett. Ele é – Edward piscou para Damen que sorriu.  

- Só há uma forma de provar isso, moleque – disse Emmett com um ar sombrio e os olhos em fendas.  

- Eu concordo – falou Damen com uma voz rouca – E é...

 - Lutando! – exclamaram os dois e começaram a rir.  

Edward e Jasper reviraram os olhos.

 - Parabéns Edward. Arranjou um amiguinho para Emmett – falou Jasper rindo. Edward fez uma careta.  

- Não é bom deixar os dois juntos muito tempo – murmurou Alice se levantando e puxando as bochechas de Damen, ela puxou Rosalie e as duas subiram as escadas.

 - Já é tarde. Você não quer comer? – perguntou Edward.

  Damen nem tinha percebido que estava morto de fome.

 - Quero, por favor – e ele sorriu.

 Os quatro foram para a cozinha. Emmett conversava com Damen, enquanto Jasper lia um livro e Edward cozinhava.

 - É impossível você ter jogado todos esses jogos! Você tem só... Quantos anos?  - Nove.

 - Só nove anos! – exclamou Emmett – Eu tenho 105 e não joguei isso tudo! Damen arregalou os olhos. Edward prestou atenção na reação dele.

 - Você tem 105 anos? – Emmett assentiu.  - Irado né?

- Isso é muito louco! – gritou ele e Edward revirou os olhos. Filho da Bella, o que ele deveria esperar? Jasper o olhou cético. Damen voltou ao seu estado normal.

– Você deve ter tantas coisas legais!  

- Eu brigo com um urso toda semana moleque. Eu sou legal – Damen sorriu. E novamente Jasper o olhou cético, o garoto era tão desmiolado quanto Bella, talvez ele tivesse nascido sem o senso de perigo, como a mãe.

 Edward escutou os pensamentos de Jasper e riu. Ele colocou os bifes com batata e uma salada em cima da mesa, na frente de Damen que olhou sério para a comida e depois para Edward.  

- Não gosta? – Edward tinha escolhido a receita por que Bella costumava fazê-la sempre em Forks.  

- Gosto. É só que tá igual da mamãe.

 - Hum... Eu peguei a receita dela. Tem algum problema?

 - É que ela não faz isso desde que o vovô adoeceu – Damen deu de ombros e colocou um bife na boca.  

- Charlie está bem? – perguntou Edward sentando perto de Damen.

 - Ele teve um enfarte agu... agu... do mi.. mi... Não sei.  

- Enfarte agudo do miocárdio? – perguntou Edward.  

- Isso. Ele não pode comer quase nada que ele gosta agora e não pode trabalhar também. Ele tem estado meio triste. Mamãe até pensou em mudar para Forks de novo, mas o vovô não deixou. Disse que ela não encontraria emprego bom lá e que eu já tinha meus amigos aqui, que a gente não podia deixar uma vida pra trás – Damen deu de ombros de novo, Edward percebeu que era uma mania, Bella tinha um pouco disso também.

- E Bella? – quem perguntou foi Jasper.

- Eu não sei. Ela não chorou nem nada. Ficou estranha o tempo todo, disse que vovô ia ficar bem. Ela tenta fingir que não aconteceu nada, mas eu escutei a vovó falando que era pra ela chorar, desabafar e não guardar tudo isso, que o vovô não tinha muito tempo. No máximo três anos. Ela ta se sentindo horrível por não poder ir passar o natal com ele, ela tem que trabalhar até a véspera e um dia depois. Então só no ano novo.

 - Ele ainda pesca? – Damen riu e Edward ficou feliz por descontrair a conversa.  

- Sempre com o Billy. Ele tentou me fazer pescar uma vez, mas eu não gosto muito. O Billy e o Jacob me olham estranho, como se esperassem que a qualquer hora eu fizesse um espetáculo. O vovô também percebeu.  

 Jasper e Edward trocaram um olhar entendendo tudo. Jasper controlou o surto de raiva que atacou Edward, acalmando-o. Só de pensar no filho desprotegido num covil de lobos, ele tremia. Ele respirou fundo e olhou a criança indefesa que era seu filho, só de pensá-lo machucado seu peito doía.  

- E Renée? Como está? – Edward tentou mudar de assunto.  

- Bem. Só preocupada como sempre, principalmente depois do vovô ter adoecido. Ela tenta manter todos juntos, mas é difícil com a mamãe aqui e o tio Gus sempre viajando – ele deu de ombros mais uma vez.

- Tio Gus? – perguntou Edward – Ela se separou do Phil?

Damen o olhou confuso e riu.  - Não. Gus é o irmão da mamãe.  

- Pensei que tinha dito que Bella não tinha irmãos – murmurou Jasper.

- Eu pensei que não – disse Edward.  

 – Ele não gosta muito de vocês também. – ele parou – Certo, eu não deveria ter dito isso.

  - Ele sabe de tudo? – perguntou Emmett.

 - Não sei, ele sabe que tem alguma coisa estranha. Eu não me controlava muito quando era menor.

 - Como assim? – indagou Edward confuso.  

- Ah, você sabe. Quando eu sentia sede eu ficava nervoso e pedia pelo “suco vermelho” – ele fez aspas no ar – e costumava amassar os talheres da mamãe com uma mão ou arremessar meus brinquedos tão longe que ninguém conseguia achá-los. Acho que ele presenciou muitas dessas cenas, mas mamãe disse que ele nunca perguntou nada – Damen deu de ombros enquanto olhava para o seu prato. Percebeu um silêncio estranho e levantou o olhar. Todos o olhavam com a boca aberta.  

- O quê?

 - Como assim? – gaguejou Edward – Sede? Você?

 Damen entendeu e puxou um lado da boca mostrando uma parte dos dentes percebendo o erro que tinha cometido. A mãe ainda não tinha falado nenhuma característica que o filho herdara de Edward.  

- Hum... Você não sabe. Ok. É o seguinte, eu sou seu filho – Edward ignorou o significado das palavras ainda surpreso – e você é vampiro. Então eu herdei uma parte de suas características. Eu sou meio humano e meio vampiro – ele parou um pouco pensando – Isso sai meio ridículo quando se diz, mas é fácil de entender. Eu como comida humana, mas eu preciso de sangue uma vez em cada quinze dias, eu sou um pouco mais rápido que um humano da minha idade e um pouco mais forte também. Mas... Só. Agora posso fazer uma pergunta? – Edward assentiu ainda pensativo – Você não tem presas tem? – Damen tocou em seu canino pequeno ainda de leite, ele parecia preocupado e isso fez Edward rir.

 - Não Damen. Você... Caça?  

- Como ass... Ah... – Compreendeu Damen – Não, não caço. Eu bebo em um copo normal, como suco ou água.  

- Onde consegue o sangue? – perguntou Jasper fechando o livro e colocando sobre a bancada.  

- Não sei, mas acho que mamãe compra de hospitais ou alguma coisa assim. Há vários daqueles pacotes no congelador.

Edward se entreolhou com Jasper e Emmett. Damen não tinha noção ainda, mas conseguir um pacote daqueles era ilegal, não que isso tivesse alguma importância, mas era difícil e caro.  Damen afastou o prato, já cheio e bebeu o resto de suco do copo. Edward olhou para o menino e lembrou que ele e Bella tinham guardado segredos e mistérios por dez anos, os dois andavam por ai se escondendo e não havia ninguém para protegê-los, até agora.

 - O que quer fazer agora? – perguntou pegando o prato de Damen e colocando na pia.  

- Não sei, qualquer coisa – ele tirou o gorro e ajeitou o cabelo.  

- Eu e Emmett vamos ver o que as meninas estão fazendo – disse Jasper sustentando um olhar com Emmett que demorou um pouco pra entender, mas levantou rápido da cadeira.  

- É, você não sabe como sua Rosalie fica preocupada quando eu passo muito tempo com esses dois – murmurou Emmett para Damen – Ela tem medo que eu fique psicótico também.

 Jasper revirou os olhos para Damen como se dissesse para não se importar e depois acenou para o menino, sumindo com a velocidade enquanto corria para as escadas. Damen gargalhou e Edward se viu encantado com o som, ele sorriu também.  

- Vamos pro meu quarto – disse ele sorrindo ainda, Damen assentiu o seguindo.  

O quarto era o penúltimo do terceiro andar e Damen se viu perdido e impressionado pelo tamanho da casa. Edward abriu a porta e os dois entraram.  

O quarto era arrumado na medida do possível. Havia centenas de coisas nele, milhares de CDs e livros, vários filmes e jogos. Um tapete dourado no meio do quarto e um sofá-cama no canto em frente a uma televisão gigante e tão fina que Damen nem a tinha percebido de lado. No final do quarto havia duas janelas gigantes de vidros, elas davam pra fora Damen se aproximou para ver o rio que corria ali perto e as árvores antigas cheias de musgo e lodo.

Na cabeceira, perto do sofá-cama havia três porta-retratos. Em um deles estavam seu pai e sua mãe abraçados, uma Bella mais jovem sorria envergonhada e um Edward idêntico tinha um dos cantos da boca levantados em um sorriso torto. Eles estavam com roupa formal e Damen percebeu um bolo no canto da sala com um ‘18’ em cima. Em outro retrato estava Bella revirando os olhos, mas com um sorriso e Edward sorrindo, o rosto dele em cima da cabeça dela. Em outra foto Bella estava só, ela olhava incrédula para alguma coisa na foto, provavelmente para Edward que batia a foto.

Damen soltou as fotos um pouco afetado. Ele havia guardado tudo aquilo mesmo depois de dez anos. Ele se lembrava dela.

 - Eu a procurei. – murmurou ele como se lesse os pensamentos de Damen – Em Forks, na universidade que diziam que ela tinha ido, em todo lugar. Se eu soubesse... Se eu soubesse dela e de você.  

- Por quê? Por que a deixou?

 - Ela queria se tornar uma de nós! Ela não saia com os amigos humanos, então houve um acidente na festa de aniversário dela, ela se cortou. Jasper, não se controlou, eu a empurrei e ela se machucou mais ainda. Isso era o esperado, uma humana andando com vampiros! Entenda a culpa não foi de Jasper, ele era um vampiro, era novo nessa vida “vegetariana”.

 “Eu decidi que ia embora naquela noite, mas então nós conversamos, ela parecia precisar de mim e eu fiquei, mas tomava cuidado, com tudo, em tudo. Jurei nunca mais colocá-la em perigo de novo. Ela irritou-se, você conhece sua mãe, ela odeia isso, esse super cuidado. Nós brigamos e ela percebeu que eu tinha me afastado dela desde o acidente do aniversário dela. Ela estava infeliz e eu não sabia o que fazer não agüentava vê-la assim.

 “Nós discutimos de novo e ela me... Pediu uma coisa, era loucura totalmente, mas eu aceitei, eu estava vulnerável e eu a machuquei. Eu não podia mais fica perto dela, eu estava matando-a. Duas semanas depois eu conversei com ela e fui embora.”

- O que ela pediu?

- Você é muito jovem para entender. Mas, seis meses depois eu voltei, eu não agüentava mais um minuto longe de sua mãe, eu preciso dela como precisava de ar. Procurei-a por cada canto da cidade, de Seattle e de Port Angeles. Ela não estava em lugar nenhum, não sentia mais seu cheiro e resolvi perguntar para alguns antigos amigos humanos dela. Eles disseram que ela estava em uma Universidade em algum lugar com alguém.

“Pensei que ela tinha me esquecido, que ela tinha seguido em frente e não quis atrapalhá-la. Eu pedi para Alice deixar de ter visões com ela um pouco antes de irmos embora da primeira vez e quando eu procurava sua mãe, Alice não a encontrava mais nas visões. Ela estava lá, mas como se fosse um ponto cego.

“ Eu imaginei que fosse por causa da pressão que eu tinha exercido sobre a Alice sobre o assunto, eu a proibira de tentar ter qualquer tipo de visão com Bella, eu tentei seguir em frente como um tolo. Mas não era por causa da pressão, era...  

- Eu – murmurou Damen – Tia Alice não me consegue ver não é?  

- Isso, do mesmo modo como eu não consigo ler seus pensamentos nem Jasper sentir ou controlar suas emoções. Você deve ter herdado isso de Bella, mas bem mais forte. De qualquer jeito se eu pudesse...  

- Você a ama – afirmou Damen o óbvio. Ele girou seu olhar para Edward e fitou-o.  

- Mais do que a mim mesmo, filho. Mais do que a mim mesmo. E eu sinto por esse encontro não ter sido antes, por eu não ter o visto antes. Edward ficou de joelhos e colocou a mão na bochecha rosada de seu filho. Damen deixou algumas lágrimas escaparem.  

- Não chore, por favor – murmurou Edward, enquanto Damen soluçava – Eu nem lhe conheço direito, mas você é tão importante pra mim. Eu o amava mesmo antes de saber que era meu filho.

 E Damen sabia que era verdade, ele se lembrou das palavras dele no shopping dizendo que se pudesse ter um filho ele teria que ser como Damen, como o menino que na verdade era filho dele.

 Damen abraçou Edward e colocou sua cabeça no ombro dele.

 - Mude isso, pai. Nos faça feliz, por favor. Eu te amo também. Só fique conosco, pai, não importa o que aconteça – sussurrou o menino – por favor.  

Edward sentou no sofá-cama e colocou o menino no seu colo, o rosto ainda escondido na curva do seu pescoço.

 - Eu prometo, nunca mais sairei de perto de vocês, nunca. Eu prometo minha criança, meu filho.


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Notas finais do capítulo

hihi...Não me matem.
Eu sinto muuuito mesmo pela demora.
Foram semanas de viagens e de provas, eu não tinha tempo nem pra dormir.
Eu sei, eu odeio quando eu quero ler uma fic e a autora vem com desculpinhas, mas não me odeiem.
capitulo 5... em breve.
Beijoos. Amo vcs. ;)

P.S - esse capitulo está dando erro. É como se todos os paragráfos sumissem. EU já o ajeitei três vezes, se isso acontecer novamente me avisem por comentário e eu ajeito diretinho o mais rápido possivel para vcs lerem. ;)