Inglaterra escrita por Anna
POV. Edward
No que eu poderia pensar agora? Certo, vamos ver... Filósofos. Hum, temos Platão, Aristóteles, Sócrates, Pitágoras, claro, não me esqueceria dele porque isso me leva apensar em matemática... O que será que vamos aprender amanhã? Espero que algo bem complicado, talvez usemos o círculo trigonométrico e...
– OH MEU DEUS EU NÃO AGUENTO MAIS! – murmurei entre os dentes.
Eu tentava distrair minha mente com coisas úteis depois do banho. Já havia tentado ler, mas os personagens estavam todos tremendamente melosos e apaixonados hoje, e se eu tentasse me concentrar em dormir deixaria minha mente em silêncio por muito tempo, o que era perigoso no estado em que eu me encontrava e além do mais, meus sonhos não me tranqüilizariam.
Em um impulso, levantei-me da cadeira e olhando para os lados ao sair do quarto, cheguei até as escadas. Eu encontraria algum serviço pra fazer lá em baixo, afinal ainda eram nove da noite e, e eu era o único que ia dormir cedo todos os dias, talvez tivesse alguém – que não fosse Emmett, por Deus! – pra conversar.
– Sem sono Edward? – a voz de Carlisle vindo da sala de TV me assustou.
– Oh... – murmurei. – Sim, eu posso me sentar ai com o senhor? – perguntei.
– Claro, filho. – ele sorriu e fez sinal com a mão direita pra que eu me aproximasse.
Desci as escadas lentamente e ao chegar mais perto pude ver que Esme também estava lá, mas ela lia um livro perto do grande piano, e levantou os olhos pra me ver. Sentei-me ao lado de Carlisle que me fitou confuso.
– Muita adrenalina em um só dia? – ele perguntou irônico.
– Ah... Talvez. – tentei não sorrir ao lembrar-me de Isabella dirigindo o volvo.
– Adrenalina é boa, mas se queria sentir tão... Digamos, intensamente, deveria ter ido a um parque de diversões, e não feito imprudências... – agora ele estava sério.
– Eu já pedi perdão. – sussurrei.
– Nos deixou preocupados Edward. – Esme sentou-se ao lado de Carlisle – Por Deus Tanya teve a bondade de vir até aqui.
– Tanya não é boa. – falei com repulsa – Ela é uma fofoqueira de marca maior...
– Não fale assim, você sabe que estavam errados, aliás, Isabella o induziu a isso. – Esme disse e depois se virou para a TV.
– Não a culpem outra vez... – por mais incrível que pareça o comentário de Esme havia dado uma pontada em meu estômago.
– Certo. Mas, você sabe que, ela tem outra cultura, e foi criada só pelo pai, não teve uma instrução que você e seus irmãos tiveram. É por isso que são um exemplo... – Será que meu pai se esqueceu que Emmett era seu filho também?
– O que quer dizer com isso? – perguntei.
POV. Bella
Droga. Eu odiava sentir sede e estar sem vontade pra me levantar. Será que havia empregados aqui? De qualquer maneira eles não se levantariam agora pra vir me trazer um copo de água.
Levantei-me decidida a pegar uma garrafa de água pra que não precisasse voltar lá em baixo. Andei vagarosamente até a escada e firmei a mão no corrimão, eu não queria ter fraturas a essa hora da noite, e já havia aprontado o bastante pra um dia. Hesitei quando ouvi meu nome vindo da sala, eu era o assunto debatido por Esme, Carlisle e... Edward.
– Enquanto ela continuar se comportando assim, prefiro que corte relações com ela... – disse Esme.
– Mãe, foi à senhora mesmo quem aprovou a vinda de Isabella pra cá. – Edward disse firme – Aliás, vocês dois aprovaram, e agora querem que eu finja que ela não existe? – a voz dele era de desaprovação.
– Não, isso não. – disse Carlisle – Apenas, se afaste um pouco, você mesmo não queria tê-la aqui antes... – ele rebateu – Se lembra o quão contra você foi a ter uma estrangeira vivendo conosco?
– Sim, sim, mas ela não o que eu pensei que...
– Apenas não vá na “onda” das idéias dela e tudo ficará bem, correto? – Carlisle olhou pra TV.
– Certo. – Edward abaixou a cabeça.
– Amanhã será uma boa oportunidade. Ela terá uma visita surpresa de um amigo dos Estados Unidos, e se ele chegar pela manhã eu permitirei que não vá à aula, afinal, ela não foi a nenhuma ainda...
– Apenas uma...
– Ela dormiu na classe Edward.
– Como sabe disso?
– Fontes. – Carlisle disse.
– Que amigo? – Edward perguntou curioso.
Eu também estava, o único que poderia vir era...
– O nome dele é Jacob Black, parece que Charlie Swan está preocupado e resolveu mandar ele pra ver se ela está realmente bem... Um pai tão prudente, como ela pode ser tão imprudente? – disse Esme.
Imprudente? Bem, eu não poderia contestar sobre isso, mas Esme Cullen parecia não gostar muito de mim...
– Eu vou me deitar... – Edward murmurou se levantando.
Voltei correndo pro quarto e fechei a porta lentamente.
Então era isso. A regra era que eu não poderia mais conversar com Edward, por que aquilo me fez sentir triste? Ele nem tinha uma conversa tão interessante... Eu precisava pensar sobre o que eu faria, mas, tentei pensar em Jacob que viria me visitar.
POV. Edward
Pela primeira vez na vida eu acordei quando o despertador tocou. Eu sempre acordava um pouco antes e esperava que ele tocasse pra me levantar, mas depois de passar quase a noite toda em claro era de se esperar que eu não conseguisse acordar antes dessa vez. O assunto que pairava em minha mente era o simples fato de ter que me afastar de Isabella, e o porquê de eu estar tão incomodado com isso, além é claro da curiosidade sobre o tal amigo dela que viria fazer uma visita... Com tantas coisas pra pensar, e eu me preocupando com isso.
Sai do quarto e ao me virar vi Isabella parada na escada, ela se virou pra me ver quando ouviu a porta bater.
– Bom dia... – eu acho que estava sorrindo nervosamente ao dizer isso, me contive.
– E aí. – ela acenou e voltou a colocar a mão dentro do bolso da blusa de frio.
Nós descemos em silêncio. Eu não sabia o que dizer, e odiava ter que ficar pensando nisso, era tão patético pensar no que dizer, eu nunca havia feito aquilo antes, mas a presença dela me intimidava e ao mesmo tempo me deixava feliz. Isabella exalava tranqüilidade apesar de hoje, estar tão calada.
– Bom dia! – Esme nos deu um olhar surpreso e de reprovação e Alice sorriu.
Será que acompanhar a garota até a cozinha era tão errado? Aquilo já estava começando a me irritar, era tão injusto ter que “cortar relações” com Isabella, mesmo sendo tão insana, ela aprecia ser a única pessoa que me ouvira em anos.
– Bella querida, seu amigo Jacob Black faria uma visita logo de manhã hoje, mas o vôo atrasou então ele vem na parte da tarde... Mas, se quiser, pode ficar em casa esperando por ele. – Esme brilhou com essa possibilidade.
– Não, não. Acho que já perdi aula o suficiente. Aliás, Edward será que pode me levar hoje? Sabe, você é bem pontual... – Havia certa malicia na voz dela.
Esme engoliu seco e Carlisle me fitou.
– Desde que, não desviem do caminho, podem ir. – Carlisle disse.
– Certo... – falei lentamente olhando pra Esme que parecia desapontada.
– COMO VÃO VOCÊS? – Emmett gritou ao entrar na cozinha, atrasado como sempre. – E aí Edzinho, teve bons sonhos essa noite? – ele gargalhou.
– Ah, vamos de uma vez Isabella? – perguntei me virando pra ela.
– Sim. – Ela se levantou.
– Wow... – Emmett disse assustado – Já estão nesse estágio? Levando ela pra escola e tudo...
– Poupe-nos de seus comentários Emmett! – Esme disse e ele riu.
– Sim, mas Ed, não se esqueça do nosso treinamento hoje hein... – ele me fitou e eu bufei.
Sai da casa em direção ao carro sem olhar pra trás, mas pude ouvir os passos de Isabella atrás de mim. Abri a porta pra que ela entrasse e, depois, entrei também.
– Por que quer chegar mais cedo? Você realmente não é uma garota que gosta de pontualidade... – eu sorri ao pensar nisso.
– Edward, eu ouvi a conversa de vocês na sala ontem. – ela murmurou, a voz entristecida.
– Oh! – foi tudo o que eu consegui dizer. Se ela tinha ouvido então era pra tentar ficar longe de mim... Não era? – E então...
– Bem, seus pais querem que você fique longe de mim, certo? – ela perguntou mordendo o lábio. Droga, o sonho voltou a me assombrar nesse momento – Isso é o que você quer também? – ela não esperou minha resposta.
– Não. – respondi rápido demais – Quer dizer, eles preferem assim, mas eu acredito que você não vá me influenciar mais. Mas, espere. Por que então pediu pra que eu a trouxesse? Isso está quebrando a regra imposta por eles...
– Sabe, eu não gosto muito de regras, então eu sempre dou um jeito de quebrá-las, é quase um hobby pra mim... – ela sorriu.
– Imprudente Isabella... – eu ri.
– E afinal, o que há de errado em sermos... Amigos? – ela perguntou demorando um pouco na última palavra.
– Nada, claro. – engoli seco.
– É. Amigos?
– Sim. – falei receoso.
Eu estava ciente de duas coisas, a primeira era que eu estava quebrando uma regra imposta por meus pais sobre me afastar dela, e a segunda era que a idéia de tê-la como amiga me causou um leve desapontamento... O que mais eu queria?
“Embora você seja tendenciosa, eu amo seus conselhos
Suas voltas são rápidas
E provavelmente tem haver com suas inseguranças
Não há vergonha em ser louco,
dependendo em como você encara isso
Palavras que parafraseiam esta fase do relacionamento na qual estamos
E isto é uma linda bagunça , sim isto é...”
(Beautiful Mess)
– Então, você vai ter três aulas comigo hoje, mas essa primeira não... – falei, pareceu ter saído desapontado. – São as três últimas, logo depois do recreio...
– Intervalo! Está no jardim de infância? – ela riu ao me corrigir.
– Certo, bem. Aqui é a sua sala de filosofia... Eu te vejo depois... – murmurei um pouco tímido.
– Ok.
– Estude.
– Não mesmo... – ela bufou e entro na sala.
Deu-me vontade de sorrir vê-la fazendo aquilo... Parecia tão vulnerável, eu cheguei a sentir vontade de abraçá-la e encorajá-la, talvez se ela mudasse um pouco não haveria proibições pra que fossemos pelo menos amigos. Mas, naquele momento eu acho que as regras não seriam o bastante pra me fazer ficar longe de Isabella.
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