POV. Edward

– E, eu fui gentil com ela, quer dizer, eu acho que fui... Talvez eu tenha feito algo pra ela e não percebi... – Isabella imitava o tom de voz e o sotaque de Tanya - Oh sim, muito gentil... – ela murmurou enquanto mexia em meus CDs, e por incrível que pareça aquilo não estava me incomodando agora.

– Hey Bells, não liga pra loirinha não. – Jacob se levantou e foi até Isabella.

Ele sim me incomodava. Parecia tão grande que o quarto era pequeno pra ele. Durante toda à tarde Jacob havia me encarado, mas ele fazia bem à Isabella, e eu realmente não via o por que.

– Eu poderia socá-la assim como fiz com Jéssica Stanley, aliás, Jess me parece bem melhor em comparação a Tanya. Pelo menos ela dizia as coisas na minha cara... – ela bufou.

– Ela dizia as coisas na sua cara? – finalmente perguntei – Quer dizer, o que ela dizia?

– Geralmente ela caçoava da minha falta de... Curvas. Quer dizer, eu não ligo, prefiro ter um cérebro a um traseiro enorme... – ela revirou os olhos.

– Você parece ótima pra mim... – dei de ombros fechando os olhos ao perceber o que havia acabado de dizer – Quer dizer, você é diferente, é legal... – bati a mão na testa.

– Valeu. – eu percebi ela corar e deixar de mexer nos CDs.

Eu estava começando a pensar que deveria ficar calado mais vezes. Nos livros, os moçinhos sempre falavam o que sentiam, e talvez eu devesse começar a aceitar de que a vida real não poderia ser comparada aos meus bons livros. Tudo parece complicado demais quando você lê uma história, mas no final – geralmente – as coisas dão certo.

– Pense nisso, já que temos um castigo pendente talvez minha mãe não nos castigue outra vez... – murmurei depois de alguns minutos de silêncio.

– É. Ou talvez ela aumente a pena e vivamos em regime fechado. – ela sorriu ironicamente.

– Já foi presa alguma vez Isabella? – perguntei assustado por ela saber sobre aquele assunto.

– Não... Ainda. – ela gargalhou – Mas quando se vive com um bando de garotos loucos, você sabe sobre tudo. – ela olhou pra Jacob.

– Ei, ei, ei... Eu nunca fui preso... – ela o fitou cruzando os braços – Tá, só uma ou duas vezes. Nada demais.

– Oh Deus. – sussurrei engolindo seco.

– Acalme-se Edward, é brincadeira. – Isabella riu alto.

– Ou talvez não... – Jacob cruzou os braços e riu – Vou até o hotel tomar um banho, volto depois Bells. – ele deu um beijo no topo da cabeça dela. – Até mais garoto. – ele acenou saindo do quarto.

– Hotel? Pensei que Esme o hospedaria aqui... – falei com pesar, mas eu estava tremendamente satisfeito por isso.

– Ela ainda não enlouqueceu... – Isabella gargalhou e se sentou ao meu lado na cama.

– Eu não deveria ter deixado que Tanya fosse conosco... – falei sem olhar pra ela.

– Não mesmo, ela é uma vadia. – ela disse irônica.

– Isabella! – a repreendi pelo palavreado – Você é uma dama e não deve dizer essas coisas... – gaguejei olhando pra ela que estava muito próxima.

– Edward, eu não sou uma dama, sou só eu, uma garota. – ela resmungou.

– Não, você é sim uma dama, você é uma boa garota! – sorri em sua direção.

Era melhor que eu ficasse quieto antes de soltar outra besteira.

– Edward... – ela sussurrou e eu gelei.

Senti a mão de Isabella apoiada em meu ombro, e ela sussurrava bem perto de meu ouvido. Meu corpo estava paralisado, eu não me moveria por alguns instantes com o choque de tê-la tão próxima. Talvez fosse por que nenhuma garota havia feito aquilo, nem mesmo Tanya com todo o fogo em baixo da saia que tinha.

– Ah, sim...? – perguntei engolindo seco.

Isabella se aproximou ainda mais, se é que era possível. Eu senti sua respiração em contato com a minha pele. Meu coração estava tão acelerado que eu podia ouvi-lo bater claramente, ele batia como uma pessoa trancafiada em uma caixa bateria para pedir ajuda, para escapar. Mas, eu não queria escapar daquilo.

– Eu não sou uma boa garota... – ela sussurrou e eu senti um cala frio – Sou uma garota má, Edward, muito má. – ela escorregou a mão lentamente por meu peito e deu três batidas rápidas se levantando em um pulo – Hora de saber qual é o nosso castigo. Vamos. – ela seguiu para a porta.

Eu voltei a respirar sorrindo amargurado e me levantando. É claro que eu nunca seria bom o suficiente pra uma garota como ela, eu não tinha nenhuma atitude diferente, nem era atraente, nem engraçado, agora eu não sabia o que Tanya via em mim.

“Não deveria ter te deixado me torturar tão docilmente

Agora eu não consigo acordar deste sonho

Eu não consigo respirar...”

POV. Bella

Droga, droga, droga. Mil vezes droga, pra não pensar outra coisa. Eu quase o beijei, foi por tão pouco, mas não, Bella, você é uma burra e fraca, não tem coragem nem mesmo pra beijar um garoto!

A minha briga interna comigo mesma continuaria por muito mais tempo. Eu havia sido uma estúpida mesmo, ele estava tão perto e eu não fiz nada. Talvez eu tivesse a consciência que Edward era muita - aliás, muita mesmo - areia pro meu caminhãozinho, talvez eu nem tivesse um caminhão, é, na verdade eu tinha um pequeno balde de plástico, daqueles que as crianças brincam na praia.

Balancei a cabeça jogando os pensamentos fora, mas eles com certeza voltariam depois.

“E eu ainda estou esperando pela chuva a cair

Derramar vida real sobre mim

Porque não consigo me apegar a algo tão bom assim

Eu sou boa o bastante para você me amar também?”

(Good Enough)

– Lá está a vad... – olhei pra Edward que fez uma careta – Ops! – tapei a boca.

Tanya ainda conversava com Esme, e eu e Edward olhávamos ainda na sacada do andar de cima.

– Vamos até lá. – ele disse – Só não fale palavras obscenas e tente não deixar que suas mãos se transformem em armas, certo? – ele sorriu aquele sorriso de matar qualquer uma, será que ele sabia que essa era uma arma também?

– Por que não as segura então? Quer dizer, pelo menos uma... – estendi a mão esquerda pra ele, que não hesitou em segurá-la suspirando depois.

Eu não estava nem aí pra aquela garota, e seria ótimo socá-la, mas era ainda melhor segurar nas mãos firmes dele. Nós descemos a escada lentamente até chegar à sala aonde Esme e Tanya bebiam chá.

– Oi. – Edward murmurou chamando a atenção delas, que por estarem de costas não nos viram. Seguimos até estar na frente das duas.

Ao se virar Tanya arregalou os olhos e Esme suspirou desapontada. O que me impressionara foi que Edward não soltou minha mão.

– Bella, Tanya me contou sobre o que aconteceu, e se ela estiver certa, você lhe deve desculpas. – Esme disse deixando a xícara de chá no pires.

– Certo. – falei rapidamente – Se ela se desculpar também.

– Por que eu me desculparia? – ela fingiu enxugar uma lágrima.

– Pelo que eu sei, você é muito bem educada, pelo menos finge ser, então, se foi tão bem educada assim deveria saber que dar em cima de garotos é coisa de... – eu diria vadia, mas me contive – garotas indecentes. – lembrei de Charlie se referindo a Jéssica assim uma vez.

– Eu não dou em cima de ninguém! – ela colocou a mão sobre o peito se fazendo ofendida.

– Não, imagine! Você só quase derrete Edward com o laser que tem nos olhos! – gritei.

– Mentira! E se eu o fizesse, o que você tem a ver com isso? – ela me deu um olhar ameaçador se levantando do sofá.

– Isso é errado. – afirmei sem a menor confiança – Quer dizer, bom que seja. – bufei – Senhora Esme, qual é o meu castigo?

– Isabella... – Edward sussurrou me alertando.

– Eu pensei em não permitir que vá ao jogo de baseball conosco, mas seu amigo não tem culpa de suas imprudências, - ela fitou a mão de Edward me segurando – então seu castigo será trabalhar por uma semana no Hotel and Leisure Area Cullen.

– E isso é um palavrão? Senhoras da sua idade não deveriam dizer esses tipos de coisa... – balancei a cabeça e Edward riu.

– Não, não. – ele murmurou – Carlisle tem uma rede de hotéis, por isso Hotel and Leisure Area Cullen, não são hotéis comuns, tem muito mais a oferecer que um hotel qualquer, como SPA, quadras de jogos, parque aquático, quase uma Disney para adultos.

– Oh. – falei.

Estava impressionada por duas coisas: Primeira, finalmente eu havia descoberto o porquê de tanta riqueza, nunca tinha visto Carlisle ir trabalhar desde que chegara e estava começando a pensar besteiras, e a segunda era que essa foi à segunda explicação que eu recebera no dia, eu estava progredindo.

– Isso. – Esme falou – Isabella, só quero que entenda que não queremos seu mal, só lhe ensinar. – sorriu.

– Não, ta legal. – menti. Até parece... – O que eu vou fazer lá?

– O que Carlisle lhe disser, depois vocês conversaram. – ela falou calmamente.

– Pense pelo lado bom Bella, você vai conhecer algumas pessoas como você, há muitas faxineiras e garotas do chá por lá, será uma festa! – Tanya sorria.

– Ah, se eu bater nela agora, terei que trabalhar dobrado? Por que eu posso até construir uma nova filial do hotel se me deixarem acabar com os dois olhos dela! – fingi estar calma e Tanya se encolheu assustada.

– Não, Isabella. – Edward apertou minha mão mais forte.

– Certo, certo. – falei rapidamente – Então, mande que ela pare!

– Já chega de brigas por hoje. – Edward falou alto me puxando com ele. – Vamos!

– Ei Ed, fique aqui. – Tanya pediu e ele a ignorou me levando para a porta que dava no jardim.

– Ela é mesmo uma cobra, bem venenosa! – gritei ao chegarmos ao jardim.

– Acalme-se. – ele disse suavemente e eu respirei fundo.

– Ok. – me joguei na grama, fitando o céu.

Edward apenas se sentou ao meu lado, ele pensava em algo.

– Olha, Carlisle nunca lhe daria um trabalho pesado, e eu o faria por você se ele desse. – ele disse.

– O que? – me levantei.

– É, oras. Eu não estou de castigo também? Ou se esqueceu disso?

– É, mas eu acho que você não foi incluído no meu castigo, quer dizer, seus pais não iam querer o “filho herdeiro” trabalhando como faxineiro, não acha? – perguntei irônica.

– Idaí? – ele perguntou abrindo a boca levemente por causa do sotaque.

– Uh... Edward Cullen disse idaí para uma ordem. Eu estou corrompendo um cidadão exemplar, que emocionante. – gargalhei.

– Edward, venha até aqui se despedir de Tanya. – Esme gritou.

Ele se levantou bufando, mas hesitou antes de passar pela porta.

– Talvez eu acabe gostando de ser corrompido. – ele disse se virando – Já volto.

Oh Deus, ele era tão lindo. Meus olhos seguiram seu corpo se mover perfeitamente enquanto andava.

– Ei Bella! – Alice gritou.

– Oi! – gritei olhando pra ela que estava em pé em minha frente.

– O que houve? Está ai parada sem se mover... – ela disse me fitando com um sorriso maroto.

– Nada. O que quer? – perguntei mais calma.

– Bem, eu quero falar com você sobre um assunto altamente sério.

– Senta aí. – apontei para meu lado.

– Na grama? – ela fez uma careta.

– Não espera que eu me levante só porque você não quer sujar seu Chanel caríssimo... – me referi ao vestido dela.

– Não é um Chanel, é um Valentino. – ela sorriu.

– Bom que seja, eu só chutei Chanel porque é a única marca que eu sei o nome. Sente-se de uma vez!

– OMG! Você não conhece mais nenhuma?

– Não e nem quero. Agora, será que podemos falar sobre o que você ia dizer antes?

– Sim, sim. –respirou fundo – Ah, isso é meio inapropriado, e vergonhoso pra mim, mas eu sei que vai entender.

– Fale. – pedi mansamente.

– Certo. – respirou fundo outra vez – Ah, okay.

– Desembucha Alice! – pedi impaciente.

– Me fale como é... Fazer sexo?

– O QUE? – gritei e ela tapou minha boca.

– É, é eu sei, é muito estranho. Não que eu não saiba o que é e como funciona, mas tudo o que aprendi foi na escola e meus pais nem tocam no assunto... E você – ela apontou pra mim – parece ser bem experiente.

– Acha que eu pareço uma garota que sai com meio mundo? – perguntei ainda assustada.

– Não, é que, você tem atitude e não sei, quer dizer... Você não é virgem, né?

– Eu...

– Bom mesmo que seja, será que pode me ajudar? Eu quero saber tudo.

– Alice, pra que quer saber isso?

– Bem, eu, eu – gaguejou – gosto de um garoto, e ele me parece experiente.

– Jasper Withlock?

– OH eu vou matar o Edward... – ela formou um punho com as mãos.

– Não, ei. – abaixei as mãos dela – Ele não disse nada. – menti.

– E como sabe?

– Não importa. Só acho que ele não é bom o bastante par você, ele me parece muito cafajeste!

– Acabou de falar como Edward, sabe, ás vezes ele não é uma boa companhia... – ela fez um bico – Me ajude, por favor, eu não estou dizendo que vou fazer nada, é só que eu não quero ser tão ingênua...

– Se é por isso...

– Obrigada Bella! Te adoro – ela me abraçou animada.

– Não precisa ser agora né? – perguntei fazendo careta.

– Não, claro. Depois conversamos. – ela bateu palmas.

Ah, se ela soubesse. É claro que eu era virgem, talvez fosse até menos que ela. O que eu diria pra adiar aquilo? Eu teria que pensar rápido.

– E o que houve lá na sala? – ela perguntou antes de sair.

– Vou trabalhar Hotel and... Não sei o que Cullen.

– Leisure Area Cullen. – ela sorriu. – Que chato ser castigada...

– Oh qual é? Eu estou indo pra um hotel cheio de coisas você acha mesmo que eu vou trabalhar? – sorri maliciosamente.

– Eu tinha certeza que não. – ela gargalhou.

"Eu fui uma garota má, devo admitir isso.

Bem-vindo ao meu mundo, no caso de você ter perdido isso.

Eu sou um grande negócio, meio distorcido.

Mas vamos mantê-lo real,

Eu sou o mais quente desajuste.

Se você quiser, venha e pegue"

(Bad Girl)

SERÁ QUE MAIS NINGUÉM QUER RECOMENDAR A FIC? EU FICARIA TÃO HAPPY *_* PLEASE!