Até o presente momento, nada havia de se comentar sobre qualquer dos acontecimentos que poderiam se seguir noite adentro. Sakura temia a sua sorte a partir daquele dia e Jiraya confiava que esta mudaria para melhor. Apesar de não reencontrar a moça antes do jantar, tinha em si plena certeza que conhecia bem o neto para saber o que lhe agradaria ou não. Conforme a tarde caia, todos, exceto os menores da casa que não sabiam da chegada do progenitor da família, estavam ansiosos pelo jantar. Naruto por ver seu avô, Sakura por conhecer seu amo, Jiraya por apresentar seu presente, Kushina pela reação do filho e Minato por saber onde tantas mudanças os levariam.

Finalmente o tão esperado momento aproximava se e Sakura ouve alguém a tocar a porta.  Com seu coração a saltar no peito, resolve atender.

- Está realmente muito bela jovem dama!_ Fala o simpático senhor ao admirá-la. – Tenho certeza que assim cairá no agrado de seu novo senhor.

- Assim espero senhor!_ Diz ela curvando-se perante ele em forma de agradecimento._  Agradeço pelas gentilezas a mim concedidas. Nunca tive tanto lazer quanto o que me foi dado nestes dois dias que passei em sua companhia. Desejo sinceramente não decepcioná-lo quanto a confiança em mim depositada.

- Não tenho duvidas minha cara de que satisfarás os desejos de meu neto. _ Ao ouvir isso ela sentiu a respiração faltar mais tratou logo de se recompor por conta da presença do senhor. – A chamarei logo que possível. Assim, quando eu entregar os outros presentes, pedirei que se apresente. Isso será logo a inicio da ceia.

- Como desejar meu senhor! _ Disse ela o reverenciando mesmo que no fundo não o deseja-se fazê-lo.

- Está realmente preocupado com o fato de estar solteiro ou somente quer zombar de mim? _ Perguntou Shikamaru vendo o amigo preparar-se para o jantar.

- Nem uma razão nem outra caro amigo. Não estou preocupado em estar solteiro por que existem homens muito mais velhos de que eu que nem ao menos tem perspectiva de casamento. Tenho certeza de que embora possa não ser o mais belo dos homens, também tenho meus atributos. Quanto à outra questão, não zombaria de ti em algo que sei que consideraria insignificante.

- Levando em conta isso, agora que realmente não o compreendo.

- Não temo a morte Shikamaru. Temo não viver a vida como deve ser vivida. Por este mesmo motivo, temo estar deixando algo abaixo de meu nariz enquanto eu pisco os olhos. _ Falo o loiro gesticulando com ansiedade.

- Agora creio que começo a entender. Vejo que finalmente começa a enxergar a Hinata.

- O que tem Hinata como isso? _ Shikamaru bate na própria testa.

- Esqueça! Não o compreendo. Por que pensar nisso agora? Tens toda vida para isto.

- Era o que pensava Yago! _ Fala o loiro sentando-se e olhando para um ponto obscuro do quarto.

- Agora sim chegamos a uma conclusão lógica. Yago adoeceu e morreu de forma digna e lutando pela vida. Somente por que morreu com grande coragem deve ser lembrado por tudo o que fez. O senhor mesmo era amigo íntimo dele e esteve presente em momentos difíceis da pestilência. Sabe o quanto ele era forte e lutou por sua vida.

- E foi em um desses momentos que ele confessou-me seus maiores medos e arrependimentos. _ Ele se levanta e vai a janela. – Pobre Yago! Confiou-me os cuidados de sua casa como a um irmão.

- Foi o irmão e único parente que ele teve por todos estes anos desde que a sua mãe o deixará. Foi justo que ele confiasse tudo a ti. Lamentas agora por isso?

- Jamais lamentarei um amigo tão estimado como ele. Vejo a ti com tanta estima como a ele. Entretanto, ele me compreendi melhor que ti.

- Ora Naruto não sejas tão injusto comigo! Conhecemo-nos desde pequenos e sempre fomos amigos. Nem mesmo Yago compreendia seus enigmas. Como pode dizer-me que ele o compreendia melhor que eu?

- Em seu leito de morte, Yago me confiou não somente sua casa, como também a proteção e arrancou-me de mim a jura de proteger com minha própria vida a mulher a quem entregou seu coração a tempos durante uma viagem.

- Tens um dever a cumprir. Não me havia contado isso. Estás com tantas coisas na cabeça por pensar o quanto Yago desejava essa moça e não a pode ter e tens medo de passar por algo parecido. _ Concluiu o amigo.

- Não apenas isto! Como posso cumprir tal promessa se não sei quem é a tal moça?

- Como não sabe?

- Yago morreu a tentar contar-me seu nome. Somente sei que ela o conheceu em uma viajem e que ele prometeu voltar para casar-se com ela. Não teve tempo de confidenciar-me seu nome.

- Então... _ Shikamaru respira fundo e se levanta. – Estás livre dessa promessa. Não poderá cumpri - lá se sua identidade é um mistério que Yago levou consigo.

- Meu pai me disse o mesmo! Mais ainda temo por meu futuro. Não quero morrer a duras penas por deixar escorregar entre meus dedos a felicidade.  Sinto como se eu estivesse fugindo de tudo.

- Não estás a fugir de nada. Simplesmente deseja não sofrer. E simplesmente se martiriza por seus próprios desejos de ser amado e fugir da mártir pelo qual Yago passou. Entretanto, sabes bem que não terás tal destino.

- Como pode ter tanta certeza assim?

- Ninguém pode ser tão certo! Entretanto Yago levava uma vida um tanto despreocupada demais. Você mesmo notava e o advertia com respeito a cuidados que ele deveria tomar com a saúde e suas posses. Convenhamos que ele somente ouvia a você em algumas coisas embora o considerasse  o único que merecesse sua real atenção.

- Por mais que tente amigo..._ Naruto fala enquanto senta em uma poltrona. -... Algo me diz que se eu não estiver atento, irei perder o que mais almejo. E não deixarei que isso aconteça. Eu não irei permitir.

Kushina preparava o que restava para o jantar. Seu coração lhe dizia que algo daria errado. Mais seu tempo a impedia de ir contra os desejos de seu marido e deveria como tal se submeter a seu papel de esposa e apoiar as decisões de seu esposo. Entretanto, seu sogro já passará dos limites varias vezes e ela sabia que essa poderia ser apenas mais uma. Seu senso protetor de mãe estava a incomodar-lhe mais preferiu antes de qualquer outra decisão precipitada, o que aliás era perita em fazer, ver o rosto da futura serva de seu filho mais velho para então saber como deveria agir com ela.

- O cheiro da comida está me chamando ao longe mãe. Parece até mesmo que hoje comerei melhor do que jamais comi. _ Fala Konohamaru entrando na sala de jantar e depositando um beijo na bochecha esquerda da mãe.

- Comes melhor do que nunca em sua vida todos os dias Konohamaru. Tens apenas como objetivo bajular mamãe que assim como eu já deves estar farta de ti. _ Reclama Ino ao entrar na sala.

- Não seja maldosa com teu irmão minha filha. Se ele quer bajular-me deixai-o! Nada pode dar mais animo a uma mãe do que ser bajulada por seus filhos e ter metade da alegria que tenho com meus amados filhos.

- Espero que não esteja apenas falando de meus irmãos mais que esse comentário inclua a mim. _ Fala o mais velho abraçando a mãe.

- Não tenha duvidas disso jamais meu querido. _ Fala a mãe cheia de orgulho.

- Espero que essas bajulações se estendam também a mim já que sou o pai da família. _ Fala Minato entrando na sala e juntando aos demais que já estão sentados.

- Obviamente querido pai.Jamais nos esqueceríamos de ti. _ Diz Ino fazendo cara de anjo.

- Cuidado papai. A adaga deve estar escondida na parte mais recôndita do vestido dela. _ Ironiza Konohamaru.

 - Não se meta no que não é chamado! _ O repreende Ino.

- Agora tenho que avisar pai que possivelmente Konohamaru tem razão já que Ino ficou tão nervosa. _ Avisa o primogênito rindo.

- Ora calem-se os dois. Não os escute, por favor, pai. Jamais lhe faria algo de mal.

- Com exceção de lhe pedir alguns milhões para comprar o vestido de casamento sem que Sai ainda não chegou a loucura total e talvez até mesmo recobre o juízo antes que venha lhe pedir a mão dela. _ Naruto se pós a frente da irmã para que está não fosse diretamente no pescoço do caçula. Sentar-se-ão pois do seguinte modo: Minato na posta da mesa com Kushina a seu lado esquerdo seguida de sua filha Ino. Ao lado direito estavam Naruto e Konohamaru. Ino trocava olhares mortíferos com o irmão caçula e Naruto via a hora de ambos pularem por cima da mesa cheia de comida com intenção de se atacarem. 

- Parem imediatamente. Não teremos sossego nem na hora de assentarmo-nos para comer? O que há com vocês dois? Jamais se entenderão? _ Ralha à mãe.

- O que queria? Fazem parte dessa família e sabem muito bem fazer jus a isso. _ Fala Jiraya aparecendo a porta da sala.

- Vôzinho querido! _ Fala Ino fazendo questão de levantar-se para ser a primeira a cumprimentar seu avô. – Como foi a viagem? Voltou bem? Quais são as novas que nos trazes?

- Não necessita que me faça uma recepção cordial assim Ino. Já fui bem recebido por teus pais. Entretanto um abraço cairia muito bem. _ A neta atende de imediato o pedido do avô. – Espero que seja um abraço sincero e totalmente desinteressado já que não trago um tostão no bolso e não lhe posso dar nada para contribuir com a compra do dito vestido.

- Não precisa preocupar-se com isso vôvo. _ Disse ela tentando esconder o tom de decepção na voz.

- Mesmo sem um tostão no bolso, jamais poderia deixar de lhe trazer seu presente. _ Ele disse e uma de suas servas entrou com um embrulho grande. Ino depositou um beijo no avô e tratou de abrir rapidamente. – Era de sua avó. Tenho certeza de que vai gostar.

Ino abre e da um grito pulando em cima do pacote e assustando a todos.

- É simplesmente maravilhoso vôvo. _ Ela fala colocando o lindo vestido branco de noiva a frente de seu corpo. – É uma raridade incrível. E está impecável.

- Sua avô dizia que queria ver ele novamente no corpo da jovem neta que Kushina teria. Pena ela ter morrido antes do seu nascimento. Teria ficado orgulhosa de ver a linda mulher que se tornou. _ Comentou Jiraya sorrindo.

- Obrigada vôvo. Estarei linda em meu casamento graças ao senhor e minha avô.

- Até onde sei eu e sua mãe também tivemos algo que ver com isso. _ Brinca Minato. Todos riem.

- Então vamos jantar? _ Fala Jiraya se sentando ao lado da neta que esbanja alegria.

- Esperem um pouco! Só por que a Ino vai casar, isso é Se o Sai a pedir, somente ela ganha presente? Exijo justiça! _ Reclama Konohamaru. Mais uma vez Naruto segura a irmão e impede um assassinato.

- Até onde sei você na verdade somente desejar degustar o jantar. _ Zombou o avô. – mais já que deseja... A mesma serva que havia saído da sala volta com um pacote de tamanho médio. Konohamaru nem a permite se aproximar e já pega da mão dela.

- O que me trouxe? _ Falou o menino abrindo o embrulho e descobrindo uma espada. – Obrigado vôvo. Já passou mesmo da hora de verem meus dotes como espadachim.

- Eu acho que ninguém quer ver dotes tão desastrados. _ Comenta Ino.

- Contenha-se Konohamaru. Está pedindo por isso desde o inicio da noite. _ Fala Naruto ao ver o jovem ir em direção da irmã e entrando na frente dele. – Agora sente-se que estamos em pleno jantar. _ O irmão mais novo obedece mesmo contrariado.

- Será que agora poderemos comer sossegadamente? _ Questiona Minato.

- Não estamos esquecendo-nos de nada? _ Responde Jiraya.

- Estou bem grande para dar abraço ou beijo de agradecimento vô. Comportemo-nos como dois cavalheiros e assim lhe agradecerei com um aperto de mão. _ Konohamaru estende a mão ao avô que está do outro lado da mesa.

- Embora considere um ato de educação de sua parte Konohamaru..._ Fala o avô aceitando a mão do neto. -... Não era a isto que me referia. Entretanto creio ser importante ressaltar que concordo com você quando disse que está demasiado grande para agradecer-me com beijos e abraços. Aceito Isso de Ino mais jamais desejaria aceitar novamente beijo de um marmanjo. _ Todos riem. – Voltando a pauta anterior, me referia ao presente que eu deveria entregar ao meu neto mais velho.

- Não há necessidade de que se preocupe comigo vô. Apenas o prazer de sua companhia em boa saúde já me basta. _ Responde o primogênito da família.

- Então creio que agora podemos ser servido! _ Diz Kushina fazendo gesto aos serviçais.

- Ainda não nos sirvam. _ Pede Jiraya.- Embora agradeça o que disseste  Naruto, ainda assim quero presentear-te.

- Se assim o deseja, quem sou eu para discordar. _ Fala Naruto empolgado. Jiraya ri. Já sabia que o neto dissera aquilo somente para mostrar formalidade.

 - Compreendo. Sendo assim, que entre o presente do meu primeiro neto. _ Fala Jiraya orgulhoso.

Todos menos Ino que ainda esta deslumbrada com o vestido, olham para porta da sala que é aberta por dois servos. Assim que a porta foi aberta revelou uma jovem com vestido azul turquesa que ia sendo iluminado pelas velas conforme a dama dava passos pequenos em direção a sala de jantar com sua cabeça abaixada fitando os próprios pés que estavam calçados com uma sandália prata que ela jamais poderia pagar. Parou poucos passos depois esperando algum comentário de Jiraya para saber que direção deveria tomar.

- Acho que essa sua serva está meio perdida vôvo. Não trouxe nada. A menos que o presente de meu irmão seja o vestido que ela trás em seu corpo. _ Zomba Konohamaru. Somente então Ino olha para a jovem.

- Se não quiser o vestido, por que não terá utilidade para ti, podes dar-me de presente de casamento. – Fala Ela deslumbrada com a vestimenta.

- O que pensa você Naruto? O que significa está jovem entrar no salão com as mãos vazias? _ Pergunta o avô. Naruto pensa por alguns instantes aparentando estar atônito.

- Não tenho idéia meu avô. Que significa a presença dessa dama aqui?_ Pergunta o jovem desejando que fosse o que desejava.Mais duvidava que seu avô lhe daria um presente tão maldoso para com a jovem.

- Konohamaru, por favor, mude de lugar. _ Pede Jiraya.

- Por que isso vóvo?_ Pergunta o jovem mudando para a cadeira seguinte.

- Por que Sakura ira sentar nela. _ Sakura levanta os olhos para onde o jovem se levanta e troca de cadeira. Logo nota que sentará ao lado do loiro que lhe chamou a atenção mais cedo naquele dia. – Sakura, pode ir sentasse. _ Ela o obedece e assim que se aproxima da cadeira o jovem loiro se levanta e puxa a cadeira para ela. Corada ela abaixa a cabeça e se senta.

- Apresento-vos agora, durante esse jantar, a nova seva de Naruto. _ Ino que tomava água engasgou-se. Konohamaru pulou e Naruto corou.

- Espere! Por que ele ganha uma serva e eu uma espada? Isso não é justo vôvo. Exijo meus direitos. _ Reclama Konohamaru.

- És demasiado jovem para uma serva. Aplica-se na esgrima e pensarei se lhe trago uma serva na próxima viagem. _ Responde o avô.

- Isso é ultrajante!Como pode dar uma serva a Naruto? Ainda que seja alguém inferior não se deve tratar uma dama assim vôvo. _ Reclamou Ino depois de recuperar-se. Sakura não sabia se estava sendo elogiada ou deveria sentir-se ofendida.

- Não veja como ultraje Ino. Seu irmão sabe exatamente como comportar-se como cavalheiro. Não sabe Naruto? _ Perguntou o avô enquanto os pratos finalmente eram servidos.

- Ainda que serva, ela é uma dama e somente por não ter riquezas não deve de modo algum ser vista como sendo inferior. Jamais a farei nenhum mau minha irmã pois sei até que ponto posso chegar. _ Respondeu ele tentando se convencer do de suas próprias palavras.  

- Ainda que seja meu irmão e eu lhe tenha mais alta estima, ainda és homem e não sabes como compreender ou tratar uma mulher. Sakura se necessitares de algo ou se meu irmão passar de seus limites deixando de lhe tratar como uma dama pode procurar-me que estarei pronta a lhe socorrer._ Sakura sentiu que ainda que de boa vontade, Ino a estava tratando como uma ingênua. Isso era a ultima coisa que ela desejava demonstrar.

- Agradeço muito por sua disposição mais creio não necessitar pois sei como lidar com possíveis ofensas que seu irmão possa me demonstrar. _ Respondei ele erguendo a cabeça.

- Parece que Naruto ganhará uma serva e Ino uma acompanhante em seu animo feminista! Parece que agora teremos algum equilíbrio aqui. _ Zomba Minato.

- Não vejo motivos para zombar das damas filho. Melhor que temos a fazer agora é satisfazer nossas necessidades físicas de alimento. O tempo mostrará como será os tratos de Naruto com a dama.