A Pequena Intrusa escrita por Mellconde


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

aa, eu espero que gostem tanto de ler quanto eu gostei de escrever esse capítulo *-*



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O que você faria se o inimigo invadisse o seu território? Mas e se ele só estivesse pedindo ajuda? Você cederia por um tempo ou atacaria enquanto ainda houvesse chance?

 

 

Estava frio naquela manhã, eu me perguntava donde vinha tanta água, tantos trovões. Foi assim que amanheceu. Eu tive preguiça de mover qualquer músculos que pudesse fazer com que aquele ar gelado adentrasse debaixo das cobertas quentes. Tive preguiça de cambalear para fora da cama, até o banheiro e escovar meu dentes. Tive preguiça de abrir os olhos. Tive preguiça de acordar.

?

-John querido, acorde. - Esme tentava me acordar

-Me deixe dormir mais- disse e cobri o rosto com a coberta

-Mas já são 15 horas, está tarde.

-Daqui a pouco eu vou, não tenho nada para fazer graças a esse castigo mesmo.

-Está bem - ela disse com sua voz meiga - eu vou ao super-mercado com o seu pai, daqui a pouco eu volto.

-Ta bom. Trás sorvete para mim!

?

Acordei com os trovões cada vez mais fortes, logo depois que Esme tentou me acordar. Abri vagarosamente meus olhos e me encolhi um pouco mais. E sentada no canto do meu quarto com os olhos cheio de medo estava uma pequena garota. Encolhida, abraçada a suas próprias pernas. Tremia tanto que eu tinha medo de me aproximar e vê-la desmanchar a algum toque meu.

Ela estava com os olhos cheios de lágrimas. Aqueles olhos expressivos e escuros com os quais eu tanto implicava.

-June?

Ela não me respondeu.

-Oque você está fazendo aqui? - eu disse num to severo

-Me desculpe John, me deixe ficar aqui com você. Por favor.

-Não! Vá embora!

-Por favor - ela disse baixinho enquanto as lágrimas caiam de seus olhos

Mais um trovão soou e ela voltou a se encolher instantaneamente. Tremendo cada vez mais.

-Por favor - ela disse quase sem voz

Eu podia estar sendo cruel com ela, mas algo que eu não conseguia era ver alguém assim. Ela estava em desvantagem. Estava com tanto medo que eu não tinha coragem de fazer todas as grosserias que eu estava acostumado a fazer em quase dois meses.

-Está bem - eu disse calmamente - Venha - eu disse lhe dando espaço sobe as cobertas

Ela correu para o meu lado e se deitou olhando para mim.

-Pode fingir que gosta de mim só por hoje? - disse com sua voz meiga e doce

Eu não tive chances contra isso. Aqueles olhos me olhando daquela maneira, cheios de lágrimas e aquela voz manhosa.

-Só se não contar isso para ninguém

Ela assentiu com a cabeça e deu um sorriso fraco, apenas curvando um pouco seus lábios.

Mas um trovão e ela se encolheu novamente.

Eu fiquei completamente rendido a aquele ser tão frágil, tão indefeso. Eu a abracei e beijei sua testa.

-Você jamais será a minha irmã, mas eu estou aqui para cuidar de você - sussurrei próximo ao seu ouvido.

-Obrigada- ela disse tão baixo que me perguntei se realmente eu tinha ouvido aquela doce voz e me abraçou.

Eu fiquei acordado, fazendo carinho em seu cabelo e vendo-a estremecer e apertar ainda mais seus braços a minha volta a cada vez que mais um trovão soava.

-Será que um dia seremos amigos? - ela disse inclinando sua cabeça para cima para que conseguisse me olhar

-Nunca - eu disse sorrindo

Ela sorriu.

Não sei explicar o que aconteceu naquele dia, eu por um instante senti afeto por aquela... aquela... Está bem, por um instante senti afeto pela June. Ela passou o dia em meus braços, enquanto me ouvia falar sobre minha vida e todas as besteiras que eu já havia aprontado. Tudo para que ela pudesse esquecer de seu medo. Mas aquele era o primeiro e ultimo dia que isso aconteceria. Assim que Esme e Carlisle chegassem e ela saísse pela porta do meu quarto, June voltaria a ser a intrusa. Isso jamais iria mudar, não importava quantas tempestades houvessem.

?

-June - eu tentava acorda-la - Esme e Carlisle voltaram. Não vão gostar de te ver deitada na minha cama.

Ela gemeu um pouco e se virou para o outro lado.

-John, June, chegamos! - gritou Esme da escada

Eu levantei da cama um pulo, jogando a coberta par fora. Olhei para a June deitada, dormindo profundamente. Devia ter ficado a noite toda acordada devido a tempestade. A peguei em meus braços e corri até seu quarto. A coloquei na cama e lhe cobri. Voltei rapidamente para o corredor e desci as escadas.

-Comprou sorvete mãe?

-Comprei sim querido - ela disse pondo algumas sacolas sobre a bancada da cozinha.

Ainda com o Coração acelerado, tentando desfaçar ao máximo possível o nervosismo peguei uma colher, o pote de sorvete e sentei no sofá.

June logo desceu as escadas com seus olhos carregados de sonolência, deu um beijo na bochecha de Esme e abriu a geladeira. Pegou uma jarra de suco de maracujá e pôs o líquido em um copo de vidro. Foi até a sala e se sentou no lugar mais distante de mim. Tudo tinha voltado ao normal, era como se ela nunca estivesse estado lá. Como se eu jamais tivesse lhe protegido.


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