A Pequena Intrusa escrita por Mellconde


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei um pouco (muito) para postar esse terceiro capítulo, é que eu estive andando um pouco enrolada. Mas aqui está ele. espero que gostem. Foi feito com muito carinho.



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teria sido um boa manhã, uma boa tarde e até mesmo uma boa noite. Se eu não tivesse que vê-la.

 

Eu acordei com uma certa dor no pescoço e o braço dormente. Logo pensei: “Droga”. Era um fato que costumava a acontecer todo o tempo. Costumava a me jogar na cama de tal maneira que alguma parte do meu corpo fatalmente amanheceria dormente ou dolorida.

Cambaleei para fora da cama, ainda um pouco entorpecido pelo sono. Andei alguns passos para fora do quarto, certificando-me cuidadosamente com os braços esticados a minha frente para ter a certeza de que eu não teria nenhum obstáculo duro o suficiente a ponto de me ferir.

Enquanto a visão do quarto se tornava cada vez menos turva consegui encontrar a maçaneta junto a porta. Mas preferia manter meus olhos fechados, ou acordado um pouco mais tarde.

Do outro lado do corredor, me olhando com aqueles olhos expressivos cheios de sono e um sorriso encantador no lábios estava June. Em instantes meu sono havia passado. E assim que me posicionei para correr o sorriso em seus lábios desapareceu subitamente. Dei passos maiores que minhas pernas e me tranquei no banheiro. Ouvindo sua doce servindo de fundo a minha risada.

-John, isso não vale! - ela dizia em modo um tanto meigo

-O que está acontecendo aqui? - era a voz de Carlisle

-Nada não Carlisle, estamos só brincando – ela disse tentando disfarçar

Aquilo não era brincadeira. O banheiro era MEU.

-A, então tudo bem. - ele deu uma pausa – E June, eu prefiro que me chame de pai. Porque não estou disposto a te largar em um abrigo novamente.

-Veremos! - eu gritei de lá de dentro.

Ainda bem que eu não assisti a aquela cena, se não agora eu estaria com náuseas.

-Está de castigo!

-O que? - eu disse abrindo a porta

-É isso ai – ele diminuiu o volume de sua voz – Precisa aprender a conviver com a sua irmã.

-Ela não é minha irmã!

-Para o seu quarto agora!

-Mas eu nem escovei os dentes!

-Agora!

Eu trinquei os dentes e pressionei o punho com raiva. Andei em passos pesados e barulhentos até o meu quarto, como uma criança que faz pirraça e por fim fechei a porta.

Me joguei na cama e voltei a dormir, era o melhor a se fazer quando está de castigo.

Acordei próximo as duas horas, fiz finalmente minha higiene matinal sem cruzar com aquela infeliz intrusa e desci as escadas.

E lá estava ela, sentada no MEU sofá, assistindo a MINHA televisão. Isso tudo era meu, apenas meu.

June me olhou séria, seus olhos um tanto tristes, mas por mais pena que aquele olhar me desse eu não podia ter compaixão com aquele ser. Ela era como um felino, estaria sempre pronto para me atacar. No momento que eu estivesse mais vulnerável e tomaria tudo o que é meu!

Está bem, acho que estou ficando um tanto paranóico. Preciso parar de pensar nessa garota. Mas como é possível estando com ela desde a manhã até a noite nas férias e ainda de castigo?!

Eu, ainda a encarando, continuei com a minha expressão fria e reprendedora. Me virei e segui até a cozinha. Abri a geladeira e.. Eureca! Eu tinha leite e cereais! Me sentei na bancada da cozinha como uma criança e seus doces e entornei o leite em uma grande tigela redonda junto aos cereais. Comi, pondo colheradas tão grande na minha boca, que ela mal conseguia se manter fechada.

A menina adentrou o cômodo em silêncio fitando o chão todo o tempo.

-Onde então os meus pais? - perguntei sem dirigir o meu olhar a ela

-Ahn?

-Esme e Carlisle? Onde estão?

-A! sim! Fazendo compras. - ela dizia cada vez mais intimidada

-A ta – disse e pus mais uma enorme colherada na minha boca

Subi as escadas, me rastejando devido ao incrível tédio e me dirigi ao meu quarto. E lá estava ela. Olhando meu mural de fotos dentro do MEU quarto. Aquele era o meu lugar, ela não podia entrar lá sem que eu permitisse.

-O que está fazendo aqui? Já não basta a casa inteira?

Ela se virou assustada, com mais uma expressão em seu rosto que quase conseguia me fazer sentir compaixão.

-John? Me desculpe, eu só..

Ela não sabia o que dizer. Ela só o que?

-Sai já daqui sua.. - eu tentei pensar na primeira coisa que vinha a minha cabeça – sua mimada!

-Mimada!? - agora eu acho que tinha conseguido irrita-la – Você que é um filhinho de papai! Mimado! Como um homem tão bom pode ter um filho com você? Seu grosso! Arrogante!

-A, agora sim a June mostrou quem ela é.

-Você é ridículo. - ela disse calma e deu uma risada de deboche

-Não faça essa cara, não no meu território.

Eu lhe disse andando lentamente até ela.

Ela estreitou os olhos e apertou os punhos.

-Tem sorte de ser mais forte que eu.

-Tem sorte dos meus pais terem acolhido uma esquisita como você.

Os olhos de June abriram, sua respiração começou a ficar cada vez mais pesada e senti suas mãos em meu rosto. Fazendo-o queimar. Ela correu chorando até seu quarto e se trancou lá.

Eu fiquei olhando a porta de seu quarto fechada e por um instante consegui sentir sua dor. Ela não tinha me enfrentado ainda, desde que veio para cá. Sempre havia sido simpática e me protegeu de Carlisle. E tudo o que eu fui capaz de fazer, foi lhe dizer meias palavras insultantes. Mas ainda sim, não deixaria que ela tomasse tudo o que é meu.

 


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