O Destino de Cada Coração I escrita por By Mandora


Capítulo 8
Descanse Em Paz




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Kikyou surgiu das sombras e aproximou-se deles. Kagome levantou-se e Inu-Yasha colocou-se entre ela e Kikyou.

– Cuidado Inu-Yasha. Ela já tentou te matar antes! – Alertou Kagome.

– Kikyou! O que você quer aqui?

– Inu-Yasha. É assim que você me recebe? Pronto para combate? Eu não culpo você. Kaede me contou toda a verdade. Não foi você quem me matou... – Colocou o rosto entre as mãos e começou a soluçar. – Como eu fui tola... Será você poderia me perdoar?

– Kikyou... Não foi sua culpa. Foi aquele maldito Naraku quem nos enganou...

Inu-Yasha começou a se aproximar de Kikyou. Quando ela percebeu que ele estava próximo, jogou-se em seus braços. Ele não sabia o que fazer. Todos ficaram surpresos e Kagome furiosa.

– Hei, sua sem-vergonha! Larga ele agora! – Percebeu um olhar maldoso em Kikyou. – Inu-Yasha! Cuidado!

Kikyou tirou uma flecha de dentro de seu quimono e a enterrou no peito de Inu-Yasha. O poder que emanava do corpo dela através da flecha, o mantinha imóvel, porém, acordado. Podia ver Kikyou segurando a flecha em seu peito.

– Para trás, todos vocês! Se alguém der mais um passo eu acabo com ele atravessando o coração com essa flecha! Me entreguem os fragmentos da Jóia de Quatro Almas agora!

– Então é isso, Kikyou? – Interpelou Kagome. – Você... Você só queria os fragmentos? Então por que você deu ao Naraku os fragmentos que tirou de mim? Ele ficou mais forte e quase nos matou!

– Não tenho que dar satisfações do que eu faço a você, menina. Mas se quer mesmo saber, foi para ver a ruína dele. A Jóia de Quatro Almas é muito poderosa e se ele a completar, não irá conseguir controlar todo o poder dela. Ela o destruirá. Mas, apesar de desejar tanto a destruição daquele maldito, não posso permitir que você me tire o que é meu...

Inu-Yasha colocou sua mão sobre as mãos de Kikyou que seguravam a flecha, mas não tinha forças para removê-las.

– Ki... Kikyou...

– Inu-Yasha, você não entende? Com a Jóia de Quatro Almas eu posso voltar a viver, sem depender das almas dos mortos. Posso voltar para você. Se eu não puder ficar com você, levarei você comigo...

– Não... É você quem não entende, Kikyou... Se você voltar a viver, isso significa que a Kagome teria que morrer... Porque vocês duas compartilham a mesma alma. Mas o seu tempo já passou e, agora é o tempo da Kagome...

– Inu-Yasha... – Kagome segurava fortemente o fragmento em suas mãos. “Se eu entregar o fragmento, ela poderia tomar minha alma. Eu não quero morrer! Mas também não quero que o Inu-Yasha morra! Não posso deixar que ele morra!” Lágrimas caiam de seus olhos.

– Inu-Yasha, aquela alma me pertence por direito. – Kikyou levantou o olhar para Kagome.

– Eu tenho que te parabenizar, garota. Você conseguiu escapar dos engodos que preparei. Além de forte, você também tem muita sorte. Mas agora a sua sorte acabou! Me entregue os fragmentos que estão com você agora!

– Então, os bandidos e os insetos... Tudo foi obra sua...

– Claro que foi! Você já está me aborrecendo com essa sua demora! – Afundou mais um pouco a flecha, arrancando um gemido de dor de Inu-Yasha. – Se eu atravessar o coração dele, assim, à queima roupa, ao invés de dormir eternamente, seu coração explodirá e ele morrerá. É isso o que você quer, menina?

– Não... É claro que não... – Aproximou-se de Kikyou.

– Kagome, não... – Inu-Yasha mal conseguia respirar. – Não entregue o fragmento a ela... Ela vai matá-la assim que o possuir...

Miroku, Sango e Shippou nada podiam fazer. Kikyou perceberia qualquer movimento que fizessem. E ela estava tão desesperada que realmente poderia matar Inu-Yasha se seu plano desse errado.

– Miroku, temos que fazer alguma coisa...

– É muito arriscado, Sango. Para a Kikyou não faz diferença matá-lo, porque ela mesma já está morta. Vamos ter que confiar nas habilidades de Kagome.

Kagome sentou-se ao lado de Inu-Yasha e o olhou profundamente nos olhos.

– Não posso deixar que você morra, Inu-Yasha... – Virou-se para Kikyou, estendeu sua mão direita e a abriu. Kikyou pôde ver o brilho do fragmento da Jóia de Quatro Almas. – É isso o que você quer, Kikyou? Pegue.

Kikyou soltou uma das mãos que seguravam a flecha para pegar o fragmento. Então Kagome jogou fragmento para Miroku e agarrou a mão de Kikyou. Com a outra mão, segurou a mão de Kikyou que segurava a flecha.

– Miroku! Toma conta do Inu-Yasha para mim!

– Menina tola! Você não é páreo para mim!

– Meu nome é Kagome! Eu não quero lutar com você, mas não posso permitir que continue com isso!

As mãos de Kagome começaram a emitir o mesmo brilho esverdeado que a curou da febre. O brilho envolveu as duas e ambas começaram a flutuar. Rapidamente Miroku arrastou Inu-Yasha de lá. Tentou remover a flecha, mas não conseguiu.

– Não adianta, Miroku, só elas podem... – O hanyou perdeu os sentidos.

– Inu-Yasha, por favor, resista! – Voltou seu olhar para Kagome e Kikyou. – Kagome vai vencer...

Enquanto flutuavam, as duas liberavam grande quantidade de energia em forma de centelhas.

– Kikyou! – Gritou Kagome. – Eu nunca vou perdoá-la pelo o que você me fez!

– Eu não preciso do seu perdão, garota! Você não sabe o que eu estou sentindo! Eu quero viver!

– Por que acha que eu não sei o que sente? Nós duas compartilhamos a mesma alma. Eu também quero viver! Já está na hora de você se desapegar desse mundo...

– Mas se eu...

– Você não vai morrer, Kikyou... Vai continuar a viver... Em mim... – Sorriu para Kikyou.

Percebendo o que ia acontecer, Kikyou parou de resistir.

– Agora eu entendo porque você conseguiu chegar ao coração dele. Você é doce e inocente... Mas a minha morte ainda não foi vingada...

– Mas será, eu prometo.

As almas que estavam presas no corpo de Kikyou começaram a sair e ela abraçou Kagome.

– Eu... Estou com medo...

– Está tudo bem, Kikyou... – Retribuiu o abraço.

– Kagome, prometa-me que irá cuidar do Inu-Yasha para mim. – Tinha lágrimas nos olhos e seu corpo começou a se desfazer.

– Eu prometo...

Kikyou fechou os olhos e seu corpo se desfez por completo, sobrando apenas cinzas que caíram ao chão. Pequenas partículas luminosas de alma rodearam Kagome antes fossem absorvidas por ela. A flecha no peito de Inu-Yasha se dissolveu por completo e, com isso, ele recobrou a consciência. Observou Kagome baixar lentamente ao chão. Parecia um anjo. Levantou-se lentamente e, titubeante, caminhou até Kagome que o segurou em seus braços.

– Inu-Yasha, você não deveria se esforçar desse jeito... Ainda está sangrando!

– Eu vou ficar bem, Kagome... Não se preocupe.  – Olhou ao redor. – O que aconteceu com a Kikyou?

Kagome nada disse, apenas limitou-se a apontar um pequeno montinho de terra misturada com fragmentos de ossos que o vento desfazia lentamente. Ele ajoelhou-se e observou o montinho.

– Descanse em paz, minha Kikyou...


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