Filth In The Beauty escrita por gaara do deserto


Capítulo 6
Violence and Pepper - Part I


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna-san!
Mais uma atualização de Filth in the Beauty, okays?
Dessa vez, nossa vitíma é Uke Yutaka-chan, o Kai-sama(das madeixas de princesa).
By gaara do deserto.



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Filth in the Beauty

Chapter 06 – Violence and Pepper – Part I

Ouça os aplausos, cara.

Ouça os gritos e veja quantos sorrisos.

Sou um herói pra eles.

Sou o que eles querem ver.

“UKE YUTAKA-SAMA!”

Porque nesse mundo, VENCE o melhor TEATRO.

- Próxima! – gritei, reposicionando o bastão de alumínio. O garoto que estava operando a máquina de bolas ligou-a, afastando-se um pouco.

Uma bola branca veio na minha direção como um tiro. Mais rápido do que isso, brandi o bastão contra ela, mandando-a tão longe dessa vez que atravessara as grades da área de treinamento.

- Vou buscá-la, Yutaka-sama! – gritou o garoto da máquina, que saiu correndo. Baixei o bastão e limpei o suor do rosto, olhando para o céu, incomumente azul, o que, para mim, significava chuva mais tarde.

- Está descansando, “Campeão-sama”?

Olhei para os lados, sorrindo. Lá estava ela, os braços apoiados no portão baixo da área. Espreguicei-me, andando até ela.

- Por que não está na aula, Hana? – toquei-lhe o rosto, satisfeito em vê-la, de qualquer modo.

- Tava com saudade, Yutaka. – ela se inclinou, puxando-me pelo pescoço e me beijando. – Ah, ‘cê tá suado! – exclamou, soltando-me e rindo.

- O que você achava? Tô treinando, oras. – puxei-a de volta, beijando-a enquanto o garoto não regressava – Agora, seja uma boa menina e vá para sua aula, antes que te peguem.

Hana continuou pendurada no meu pescoço antes de entender que falava sério. Quando por fim soltou-me, crispou os lábios, desgostosa.

- Chato. – e retornou pelo corredor de onde viera, caminhando num rebolado provocativo, os cabelos extremamente lisos balançando no ritmo. Debrucei-me no portão, olhando-a até sumir de vista.

Garota esperta. Ela sabia que tava virando a minha cabeça.

- Yutaka-sama! – que merda. O garoto voltara.

Reposicionei o bastão de alumínio nem tão concentrado, mas não menos habilidoso.

- Próxima!

***

Sempre achei que minha vida era perfeita, porque foi isso o que meus pais me ensinaram quando eu era criança. Nasci num berço de ouro, naturalmente, e todos o mimos me foram dados ao som dos clássicos eruditos. Meus pais sempre foram apaixonados um pelo outro (o que eu achava nojento), apesar de bem realistas quanto à vida, então desde cedo me diziam que eu podia ter tudo, desde que me esforçasse.

E esse esforço incluía convencer a platéia de que eu valia à pena.

Fui aprendendo com o tempo como esse sistema funcionava.

Mais tarde, percebi que o personagem que criara convencia tanto que nem meus pais sabiam quando eu mentia ou dizia a verdade. Esse personagem estava tão entrelaçado em mim que não sei determinar limites entre ele e eu.

Comecei a acreditar que realmente podia ter tudo.

E as pessoas ao meu redor também o acreditavam, pois se curvavam à minha vontade, aos meus sorrisos.

Era espantoso como eram tão burras!

- Yu-ta-ka! – Hana jogou-se nas minhas costas e segurei suas pernas com firmeza, pois o perigo de sermos pegos nos corredores vazios era mínimo.

- Que dizer que não voltou mesmo pra sua aula?

Nanahara Hana em muitos aspectos era um ser grudento, mas gostava de tê-la por perto (principalmente quando ninguém mais estava). Dessa forma, pouquíssimas pessoas sabiam que estávamos juntos e preferia que continuasse assim.

- Hm... Posso ir na sua casa hoje, “Campeão-sama”? – como eu queria que ela parasse de fazer a mesma pergunta idiota – Hein? Posso? Posso?

- Não insiste, Hana. – respondi, soltando-a para que saísse das minhas costas. Ela desceu e juntou-se ao meu lado, fechando a cara.

Suspirei, desviando o olhar. Às vezes, ela também podia ser bem irritante. Mas eu tinha claros motivos para não levá-la à minha casa. Não era que Hana não fosse uma garota decente e inteligente, mas o que tínhamos era apenas curtição (pelo menos pra mim), um compromisso de momento que ela forçava a virar algo mais. Eu não tinha problemas com isso, só que okaa-san nunca a aceitaria.

Não por causa de um ridículo ciúme materno, mas por causa das condições sociais dos Nanahara.

Porque para o seu “Yutaka-chan” só serviria “uma noiva perfeita, uma princesa cheia de brilhantes”. Era um raciocínio bem idiota, e não era preciso ser gênio para compreender os padrões de okaa-san.

- Você está com raiva?

- Não, claro que não, Yutaka. – mas a vi limpando o canto dos olhos discretamente.

Que menina sensível...

***

Na escola, eu era tratado como realeza, apesar de não entender isso direito. Com o passar do tempo, passei a ter uma espécie de “seguidores”, que se tornaram mais pronunciados após minha convocação para o time de beisebol do Ensino Médio, já que a maioria desses seguidores estava no time. Eles ofereciam-me seus lugares na mesa do refeitório, me convidavam para festas, me apresentavam garotas, bebidas e cigarros.

E me tornei o maior cretino com toda essa atenção. Mas ninguém precisa saber dessa parte.

- Filhooo, cadê vocêêê?!

Ri por dentro. Okaa-san era uma comédia ambulante (não é um elogio).

- Estou na cozinha.

Ela apareceu em poucos segundos, girando na ponta dos pés e beijando-me no rosto.

- O que está fazendo, querido?

Continuei cortando os legumes com rapidez, a faca zunindo de acordo com minha vontade.

- Onishime. – respondi, jogando os ingredientes cortados dentro de uma panela fumegante ao fogão.

- E por que não pediu pra cozinheira? – ela espiou o conteúdo borbulhando e voltou-se para mim, que juntava os utensílios que usara e os levava para a pia – É por isso que pagamos... Afinal, onde está essa mulher?

- Ela sempre exagera na dose do açúcar – dei de ombros, buscando uma colher de madeira nas gavetas – Então lhe dei uma folga.

- Nani? – sua expressão escandalizada era ridícula – Deu folga a ela?! – repetiu aquilo como se fosse um crime hediondo. Ignorei-a, me concentrando no onishime e mexendo-o com o número preciso de voltas, do jeito que aprendera com o cozinheiro-chefe do restaurante matriz do otou-san, Chigusa-sensei. Reverência.

- Okaa-san, não sei por que essa tempestade num copo d’água – retruquei, baixando o fogo – Quase não damos folgas aos empregados e para se ter um bom desempenho da parte deles, é necessário mostrar que nos importamos com seu bem-estar, entende? – Mas ninguém se importa, só finge.

- Ah, claro! – ela deu pulinhos e bateu palmas – Nossa, nunca tinha pensado por esse ângulo, amor. Ah, não é à toa que você é um garoto de ouro! – e beijou-me na testa, fungando – Quanto desprendimento, Yutaka!

- Yare, yare – murmurei, desvencilhando-me – Me deixa terminar o almoço.

Ela assentiu, sorrindo e retirando-se da cozinha aos rodopios, cantarolando uma cantiga de casamento que eu detestava.

Balancei a cabeça, deixando a colher de lado e tampando a panela. O cheiro do onishime preenchia o ambiente enquanto eu lavava a louça. “Garoto de ouro”, fala sé...

- Merda... – a faca bateu no fundo da pia e segurei minha mão debaixo da torneira, o jato d’água lavando o sangue que brotava da minha carne. Aos poucos o ferimento foi estancando e respirei fundo. – Merda! – corri para a panela, antes que o cozido queimasse.

- Onde você se cortou, Yutaka? – Hana virou minha palma pra cima, examinando horrorizada o curativo que eu improvisara no fim de semana.

- Foi... Foi no meu treino de esgrima – puxei minha mão, escondendo-a, assim como a verdade.

- Uau, esgrima? – seu entusiasmo me fez querer desaparecer – Não sabia que tinha aulas de esgrima!

- Tá, sem escândalo, valeu? – descansei a cabeça no colo dela – Quer sair hoje?

- Hm... Tenho que pensar no seu caso – ela começou a acariciar meus cabelos e fechei meus olhos, curtindo o carinho – Você anda rebelde esses dias...

- Yare... – quase não ouvia o que ela dizia, estava ficando sonolento.

-... E eu bem que vi você aceitando aqueles mochis das calouras na sexta passada.

- Eeeh...? Só estava sendo educado.

- Sei... Educado, é? Estava todo sorridente pra cima delas.

- Gomen ne, hime-gimi – peguei-a pelo pescoço, beijando mais para fazê-la calar a boca.

Era difícil conseguir estes momentos com Hana e ficar ouvindo-a reclamara de besteira era o cúmulo, mesmo. O terraço da escola era um dos raros lugares e que podíamos namorar sem sermos interrompidos e ela tinha que ficar lembrando-se de mochis cruelmente insossos que eu fizera questão de jogar no lixo? Chigusa-sensei se descabelaria com aquela atrocidade de comida. Reverência.

- Uke-sama! – puta que pariu, já era o meu descanso.

Hana levantou-se de um pulo, ajeitando a camisa amassada e acompanhei-a, olhando irritado para o garoto esbaforido que irrompera pela porta.

- Nani wa, Sasuke-san? – e tentei fingir que me importava com o que ele viera dizer.

- Acabamos de receber uma ligação do Ooki-san! – perdão, quem? – Ele descobriu a formação de última hora do Colégio Shiba e parece que o lançador deles foi substituído! – os olhos dele brilhavam de tanto fanatismo que enjoava – Temos que reformular nosso plano de jogo, Uke-sama.

- Tá, eu já tô descendo pra falar com o time. Agradeço a informação. – que não me faria nenhuma diferença.

Sasuke-san, o Babaca, recuou em submissão e piscou.

- Qualquer coisa, eu não vi nada, Uke-sama. – e retirou-se.

Você realmente tinha que dizer essa merda?!

- O que ele quis dizer com isso? – Hana perguntou, inquisitiva e com as mãos nos quadris.

- Se você sabe, nem comece. – com certeza, já era o meu descanso.

- Rá! – ela bufou alto e saiu andando em círculos – O que eu sei é que você tá me fazendo de trouxa e nunca vai assumir que estamos namorando.

- Hana – nem me incomodei com seu acesso de fúria – Nosso namoro só diz respeito a nós dois, porque você faz tanta questão de que eu grite isso pros quatro cantos do mundo? – e antes que ela continuasse com as acusações, fui embora me encontrar com o pessoal do time.

***

Depois da escola, fui me esconder no restaurante do otou-san, onde ele almoçava com okaa-san, mas não participei da refeição, preferindo ir pra cozinha ajudar Chigusa-sensei. Reverência.

- Yutaka-san, quantas vezes vou ter que dizer pra não exagerar na maionese?!

Pulei de susto, quase me queimando com a panela. Desviei, mas acabei derrubando o vidro de maionese no chão.

- Gomenasai, Chigusa-sensei. – Reverência.

- Seu discípulo desastrado, limpe essa bagunça! – como ele falava sempre no mesmo tom, nem sabia se estava irritado ou não, então peguei sabão e um esfregão e comecei a limpar o chão. Chigusa-sensei observava-me com atenção, batendo o pé seguidamente. Reverência!

- Já acabe, sensei. – coloquei o esfregão de lado – Mas alguma coisa?

- Vá descascar os brotos de bambu. – mandou, apontado para uma tigela e uma faca em cima do tablado – E depois almoçaremos.

Obedeci-o, satisfeito. Ele era uma das poucas pessoas em que não usava meu teatro, não porque não quisesse, mas porque ele nunca se deixava enganar por alguém. Era esperto, imperativo e severo quando lhe desagradavam ou mentiam.

Experiência própria.

- Preste atenção, Yutaka-san! Descasque errado e eu descasco você! – seu punho passou de raspão contra meu crânio e me encolhi, acostumado com o tratamento que ele me dispensava. Seus ajudantes se apressaram ao nosso redor, temendo levar uma bronca também.

Sorri, descascando o mais rápido e habilidosamente que aprendera. Chigusa-sensei retornou ao fogão industrial, cuidando de pelo menos cinco pratos diferentes, gritando ordens por cima do ombro e me vigiando. Tudo ao mesmo tempo. Reverência.

Dentre todas as filiais da cadeia de restaurantes de otou-san, eu e ele preferíamos a matriz porque foi lá que tudo começou; a ascensão da família, meu interesse por culinária, o chefe de cozinha mal-humorado, mas sábio, que eu respeitaria pra sempre.

Lógico que nunca diria isso em voz alta. O teatro da sociedade não permite que revelemos nossos verdadeiros sentimentos e pensamentos, não quando você tem um talento natural para influenciar e dominar os outros.

Não eu.

- Está pensativo hoje, Yutaka-san.

- Bem observado, shishou. – coloquei os hashis de lado, buscando outro pote de maionese. Recuei a mão quando Chigusa-sensei acertou-a com os próprios hashis, franzindo a testa. Puta merda, reverência!

- Chega de maionese, moleque, por acaso quer morrer cedo?

- Gomenasai, shishou. – um vergão começou a se formar na minha pele.

- Humpf, vocês adolescentes não dão amor à vida. – e a despeito do conselho que acabara de dar, puxou uma garrafa de saquê e despejou uma grande quantidade num copo médio – Kampai.

- Fazer o quê, né? – geralmente eu ouvia e guardava os conselhos de Chigusa-sensei, mas quanto à maionese... Reverência.

- É uma garota, não é?

- Que esperto.

- Não gosto de seu tom, Yutaka-san. É impertinente. – e tomou um longo gole do saquê.

Um baque surdo de panelas caindo interrompeu meus devaneios e um furioso Chigusa-sensei levantou-se da mesa, o rosto lívido e os hashis partidos na mão.

- Vá se juntar aos seus pais, Yutaka-san. – mandou, estreitando os olhos – Seus ouvidos não estão acostumados a certas baixarias.

Retirei-me sorrindo. Bom, ajudante-san, se fudeu.

REVERÊNCIA!

***

Às terças, um aluno do Comitê Disciplinar sempre levava o lixo para o incinerador atrás da escola. Não era muito, mas o bastante para manter alguém ocupado por vários minutos depois do fim das aulas.

E o suficiente para destruir meu perfeito castelo de areia.

- Jura que você faz isso por mim, Yutaka-sama? – o responsável dessa terça-feira repetiu pela terceira vez, incrédulo com o meu oferecimento de trocar a minha terça pela dele.

- Claro, sem problemas. – coloquei as mãos nos bolsos para não esganá-lo e sorri com a maior naturalidade, disfarçando minha irritação com seu retardamento – É um prazer ajudar um colega.

- Arigatô, Yutaka-sama – seus olhos brilharam e ele se mandou (Amém!) – Estou lhe devendo uma! – gritou do corredor.

- Ja nee, baka – murmurei comigo mesmo. Não tinha nenhum motivo nobre, apenas precisaria sair mais cedo na próxima terça, pois Chigusa-sensei me ensinaria novas receitas. Reverência.

Demorei meia hora para reunir todo o lixo e na maior parte do tempo fiquei pensando (com certo remorso) em Hana. Ela parecia mais fria quando conversamos no almoço, apesar de ter aceitado minhas desculpas.

Estava pensando seriamente em falar com okaa-san, pois, no final das contas, era a minha vida e eu tinha o direito de controlá-la como bem entendesse.

E isso envolvia assumir Hana definitivamente, se era disso que ela tanto precisava para se dar conta de minha afeição por ela.

Posso ser um canalha, mas sou um canalha apaixonado.

Terrivelmente...

Desci até o térreo, o silêncio da escola quase vazia me incomodando um pouco e contornei o prédio, em direção ao incinerador.

... Apaixonado?

Perdi o fio do pensamento ao ver, pelo canto do olho, um casal enroscado contra a parede do colégio, agarrando-se sem nenhum pudor.

Que ridículo, pensei desinteressado, caminhando até o incinerador, jogando o lixo e depois esfregando as mãos.

Meus olhos tornaram a bater no casal, que não prestava a mínima atenção em qualquer outra coisa. Não reconheci o cara, mas algo nos cabelos negros e desfiados da garota me fez parar.

Era Hana.

***

Tudo o que eu enxergava era vermelho. Vermelho sangue. Algo que me fazia encarar permanentemente o teto do quarto, enquanto jogava uma antiga bola de beisebol para cima e tornava a pegá-la, no mesmo ritmo lerdo de um autista jogado na cama horas a fio.

Como era possível que esparsos segundo de compreensão mudassem meu conceito sobre a pessoa a quem eu amava até minutos atrás?

Será que Kamisama queria me punir ou abrir meus olhos?

De qualquer forma modo, estava agradecido por ninguém mais ter visto aquilo. Tinha certeza de que pelo menos ninguém do time tinha visto, ou teriam me contado.

Além do mais, quem poderia efetivamente ligar-me à Nanahara Hana?

Não tinha com o que me importar.

Aparentemente.

Pulei da cama, agarrando o celular. A bola de beisebol quicou no chão e rolou pra baixo da cama. Um número que eu nunca usaria em meu perfeito juízo apareceu na agenda de contatos.

Organizaria aquilo com gosto, mas precisaria de ajuda.

- Moshi moshi – disse uma voz feminina do outro lado da linha.

- Desculpe, gostaria de falar com Sasuke-san. É o amigo dele, Uke Yutaka. – Amigo? Tá bom.

- Claro, querido, aguarde um instantinho!

Geralmente quando as pessoas que querem se vingar tem tempo para pensar, começam a fraquejar e reconsiderar. Eu, no entanto, estava cada vez mais decidido.

- Yu-yutaka-sama? – Sasuke finalmente atendera.

- Ah, olá, Sasuke-san – respondi com falsa inocência na voz – Preciso de um grande favor seu. E do time todo, se puder.

- Lógico que ajudaremos como pudermos, Yutaka-sama! – ele respondeu por todos e isso me agradou profundamente – É só dizer!

- É bom poder contar com você, Sasuke-san. – eu praticamente estava em êxtase com seu comprometimento. Mas não deixei isso transparecer em palavras alguma.

Fase I completa.

***

Uma semana depois eu já colhera todo tipo de informação possível sobre Hana e seu namoradinho Kusaka Daisuke, que não fazia idéia de quem era.

Se bem que ele teria uma idéia de quem eu era.

Explicara todo meu plano ao time de beisebol e eles concordaram em uníssono em me ajudar logo após nossa vitória massacrante sobre o Colégio Shiba, de onde eu saíra carregado junto com Sasuke, que quase chorava de emoção. Patético.

- Parabéns pelo jogo, “Campeão-sama” – entoou Hana, jogando-se em meus braços no pós-comemoração na casa de um dos jogadores. Agi conforme o teatro, fingindo não saber de nada. – Aishiteru, Yutaka. – ela sussurrou, beijando-me em seguida.

Que vadia.

Tive ainda mais certeza do que queria fazer.

***

- Quer sair hoje? – perguntei no dia em que poria o plano em prática.

- Hai! – ela exclamou entusiasmada.

- Ótimo, te pego às oito. – sorri do modo mais cínico que me ocorreu – ‘Cê vai ter uma pequena surpresa.

- Adoro surpresas – podia imaginar o que ela esperava.

Essa você vai amar, hime. Fase II completa.

Combinara de propósito um treino para aquela tarde, pois usaria a van preta que meus pais haviam me dado para trazer e levar o time (mesmo nem tendo carteira), algo que “todo bom capitão faria”, e então as coisas ficariam mais fáceis. A essa altura, nada mais pararia o castigo reservado para Hana.

Quando o treino acabou, Sasuke me ajudava a guardar o equipamento usado no porta-malas com um ar tão sério que fiquei interessado em saber o que pensava.

- Quer desistir? – ele percebeu minha observação e corou.

- Não, claro que não. – e abriu um sorriso trêmulo – Estamos com o senhor, Yu... – e tampou a própria boca, olhando nervoso para o carro.

Kusaka Daisuke se debateu num dos bancos, imobilizado por cordas. Algum jogador o chutou.

- Quieto, seu bosta. – rosnou para o rapaz – Vamo’ pessoal!

O time entrou na van e todos pareciam bem decididos, o que me acalmou. Fui para o volante, dirigindo para a casa de Hana. O relógio sinalizou oito em ponto quando estacionei.

Antes que eu tocasse a campainha da modesta casa, Hana abriu a porta.

- Yutaka! – e me abraçou, magnífica num vestido verde rodado.

- Oi, é melhor a gente ir logo. – apressei meus passos, passando o braço por sua cintura – Você está linda, sabia? Merece mesmo essa surpresa.

- E cadê ela? – perguntou sorrindo e estendendo as mãos.

Puta interesseira.

A porta corrida da van abriu.

- Aí dentro, amor. – e empurrei para o início de sua punição, deliciado.

Kai-sama, num momento DIVA sério, de rockstar...


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Notas finais do capítulo

Próxima atualização, se possível, domingo que vem, neste mesmo horário, neste mesmo site. Se der, deem uma olhada, falow?
Dicas, elogios, xingamentos, beijos e abraços, nos reviews.
Bom domingo para todos (que não tem que acordar cedo na segunda-feira... u.u)



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