The Thief escrita por HannahHell


Capítulo 4
Capítulo 3: Grandes e bem zangados problemas




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Na manhã seguinte Natasha fez seu check out e saiu do hotel caminhando lenta e animadamente pelas ruas. Seu sorriso deixava bem claro que estava de bom humor e, é claro sobre o efeito de várias xícaras de café e alguns remédios para dor de cabeça, sem contar algumas receitas caseiras para tirar a ressaca que sempre davam certo.

Bagunçou levemente os cabelos curtos e negros e virou uma esquina, era animador. O céu brilhava azul com algumas fofas e brancas nuvens, o sol brilhava, o vento fresco da manhã deixava sua caminhada confortável. Estava tão animada e confiante que poderia roubar o colar hoje mesmo, se quisesse.

Mas ela não queria. Na verdade iria voltar para seu apartamento, e ficar conversando com Sam e Dan sobre os planos –já bem adiantados- do grande roubo.

Nada poderia a desanimar, nem mesmo as ruelas desertas pelas quais passava agora. Nem mesmo o carro ligeiramente conhecido que, sem que ela e seu bom humor percebessem, estava a seguindo.

Parou para atravessar a rua e o tal carro parou na sua frente. O vidro do carona abaixou e ela ouviu um psiu chamando-lhe a atenção.

Ela caminhou lentamente até a frente do carro e reconheceu como sendo um carro cheio dos cachorrinhos do Moretti. O inimigo declarado dos negócios do pai dela. Isso não parecia algo bom.

-O que querem, cachorrinhos? – ela perguntou dando um passo para trás.

-Queremos apenas conversar com você – o homem que a chamou deu um sorrisinho cínico e ela viu a porta de trás se abrir. Nada. Bom. Mesmo.

-Desculpa, mas não falo cachorrês – ela deu uma piscadela e deu mais um passo para trás trombando com alguém. Não precisou olhar para trás para saber que era quem fazia o trabalho violento e sujo – vejo que trouxeram o senhor Armário também – ela tentou correr, mas o homem atrás dela segurou seus braços com força e a imobilizou.

-Entre gatinha assustada – o homem de antes falou sorrindo cínico – só queremos fazer algumas perguntas.

Ela apenas engoliu em seco enquanto o ‘Senhor Armário’ a jogava dentro do carro. Bateu a cabeça no corpo de um homem que sentava entediado do seu lado e ouviu a porta bater atrás de si. Viu a mão do homem vir de encontro ao seu rosto e sentiu um cheiro muito forte. O cheiro só passou quando a escuridão tomou conta e ela desmaiou.

A claridade voltou um tempo depois, ela estava deitada num chão duro e empoeirado, com certeza estava num lugar que não via uma vassoura por muito tempo.

Abriu os olhos lentamente sentindo a cabeça rodar, ouvia vozes ao seu redor e tentou se focar. Sentou-se e olhou na direção das vozes, eram os homens que haviam a seqüestrado. Isso não estava parecendo nada bom. Observou-os com mais atenção.

Eram quatro homens, bem mais fortes, altos e violentos que ela, podia ver as armas presas na cintura das calças, reconheceu cada um deles. Os quatro estavam ocupados demais conversando para ver que ela acordara.

Ela começou a tossir, bastante, uma crise que chamou a atenção deles. Uma tosse inconstante que variava sem um ritmo fixo.

-Vou ver o que ela tem – um deles falou dando um passo na direção dela.

-Que nada, ela deve estar fingindo – um outro retrucou.

-Ou ela pode estar tendo uma reação alérgica – o que vinha retrucou e se aproximou ajoelhando na frente dela – o que aconteceu?

-Engasguei – ela retrucou em meio às tosses e ele se aproximou dando tapinhas nas costas dela.

-Obrigada – ela agradeceu ofegante quando finalmente conseguiu parar de tossir, o homem se levantou e foi até os outros com as mãos nos bolsos dizendo que ela tinha se engasgado.

-Ah! Coitadinha – um deles comentou irônico se aproximando dela– a gatinha assustada não sabe nem mesmo engolir saliva direito.

-Cale a boca, cachorrinho – ela retrucou irritada e o homem desceu um tapa forte na cara dela - pata pesada – ela murmurou ao colocar a mão na marca vermelha que ficou na sua cara.

-Posso buscar o chefe? – o homem que a ajudou perguntou indo na direção da saída daquele lugar. Pelo espaço aberto e excessivamente abandonado deveria ser um galpão velho.

-Claro, Robert – o homem que bateu nela autorizou e ou outro saiu – isso será divertido – comentou enquanto se afastava dela e ia até os outros.

Larissa achou que a melhor coisa a fazer era ficar quieta no seu canto apenas observando o lugar e os homens ali presente. Ela precisava sair dali bem rápido, ou pelo menos dali no máximo nove dias, ou nada de colar ou ajuda do pai. E ela também estava muito interessada na razão do súbito seqüestro, seu pai e o Moretti tinham uma trégua.

Mas não esperou muito para o homem de uns sessenta anos entrar no local, estava muito irritado e –por mais que desse muita vontade- não seria nada inteligente provocá-lo.

-Então você é a herdeira do meu coleguinha? – ele ironizou se aproximando dela – bem fraquinha, não?

Ela apenas mordeu o lábio inferior para não dar uma resposta ferina, não podia arriscar acabar com a trégua, mesmo que neste momento ela provavelmente já estava bem acabada - por que você está fazendo isso? – decidiu-se ir direto ao ponto. Tinha que resolver isso o mais rápido possível.

-Você não sabe? – ele comentou e fez um sinal com a cabeça para os homens presentes. Dois deles se aproximaram e cada um segurou um braço dela e puxando para ficar de pé – antes de ontem, alguém entrou no meu escritório e roubou um pendrive muito importante.

-E o que eu tenho a ver com isso? – ela indagou curiosa.

-Você – ele segurou o rosto dela apertando uma bochecha contra a outra – você foi quem o encheu com todos os documentos do HD do meu notebook pessoal e deu um sumiço nele.

-Pessoa errada, colega – ela comentou – estou ocupada com roubos maiores e melhores do que um pen drive de um velho. Nele tinha o que, músicas do século retrasado?

O senhor apenas tirou o casaco e arregaçou as mangas da camisa – também, mas tem alguns segredos que seriam muito interessantes para a sua família de merda – contou com sarcasmo e deferiu um soco na boca do estômago dela.

-Você é idiota ou o que? – ela perguntou enquanto tentava recuperar o fôlego – eu já disse não fui eu.

-Jura? Então me responda por que foi um roubo que tinha a sua cara? – ele retrucou batendo mais uma vez nela.

-Eu nunca roubo um lugar duas vezes do mesmo jeito, quem tem um estilo próprio é imbecil – ela contou ofegante – se fosse eu, teria roubado de um jeito completamente novo, assim ninguém acha meu M.O.

-Você acha que sou tolo? – mais um soco que a fez perder o fôlego por vários segundos – eu te conheço, você já roubou muitas coisas minhas para seu papai. No fundo você tem uma técnica própria que tenta esconder usando acessórios e caminhos novos – acertou tão forte as costelas dela que a garota se curvou com força te começou a tossir.

-Na verdade eu acho que você é idiota – ela levantou o rosto respirando com dificuldade – não fui eu. É um copiador. Eu não sei de pen drive e, se você é imbecil para guardar seus segredos em um a culpa não é minha. Quantas pessoas sabiam disso fora você?

-Fedelha, não brinque comigo – o golpe dessa vez foi um gancho de esquerda certeiro no maxilar dela.

Ela cuspiu sangue no sapato de marca dele e enquanto mexia o maxilar para se certificar que ainda estava funcional voltou a encarar o velho – você já pensou que alguém poderia ter te traído? Por que você é um idiota que confiava seus segredos na tecnologia.

-E vocês confiam em quê?

-Não num pedacinho de plástico facilmente roubável – ela retrucou, mas não pode conter o gemido de dor quando ele deu dois socos nas suas costelas – mas não vou contar para você onde guardamos nossos segredos, não sei se você sabe, mas um segredo é algo que ninguém pode saber o que é – debochou, mas se arrependeu quando recebeu outro golpe no maxilar.

-Onde está o pen drive? – ele voltou a perguntar.

-Seu disco ‘ta’ riscado? Eu já falei, eu não sei de pen drive nenhum. Eu tenho um em algum lugar de algumas das minhas casas com musicas desse século se te interessar...

O soco que ela recebeu foi bem na cara, tão próximo ao olho que ela sabia que ia ficar uma bela marca roxa – posso quebrar seu nariz se eu quiser – ele comentou sádico.

-Jura? Eu não sabia – ela ironizou – você vai continuar com essa tortura?  Dessa vez eu sou inocente, mas se você quer deixar o culpado andando por aí deixe – ele ia bater mais uma vez nela – ou – ele parou para ouvir – você pode chamar o meu amigo Sam e ele vai descobrir quem fez isso e tudo vai ficar bem, o que acha?

-Continue – e homem cruzou os braços e a encarou;

-Eu falo o telefone, vocês ligam para ele e eu conto o problema ele vai confiar em mim e não tentar nenhuma graçinha – ela continuou com a voz fraca e rouca.

-Você – ele apontou para o homem que estava assistindo – um celular – ele se apressou, pegou o aparelho e levou até o chefe. Larissa disse o número e ele discou e logo colocou na orelha dela – sem graçinhas. Não quero códigos, seja clara e use poucas palavras.

-Certo – ela respirou fundo e fez uma cara de dor com a ação – alô, Sam? Estou com um problema – ela ficou uns instantes ouvindo a resposta dele -calma, não é nada assim tão grave, pelo menos a policia não está no meio – ela ficou mais uma tempo em silêncio e encarou o velho e percebeu que ele não estava gostando do rumo que a conversa estava tomando – cala a boca e me escuta – pediu – roubaram do Moretti um pen drive, com todos os segredos dele e me colocaram como bode expiatório. É um copiador, preciso que você descubra quem é e – antes que ela terminasse o senhor tirou o aparelho de sua orelha.

-Você tem cinco dias – ele começou, mas Sam provavelmente o interrompeu, seu rosto se contorceu numa careta irritada enquanto escutava o que o jovem homem dizia do outro lado da linha – que sejam nove dias então, mas acho bom cumprir com o tempo, ou a considerarei culpada e pode dizer ‘tchau’ para sua amiga. Informarei onde nos encontrar apenas no último dia – desligou e devolveu o aparelho para o subordinado – aproveite esses seus últimos dias – ele sorriu acertou o nariz dela com força – até.

Ele saiu acompanhado do homem que lhe emprestou o celular, os que a seguravam a soltaram e foram sentar em algum canto próximo a única saída.

-Cretino – ela murmurou ao colocar a mão no nariz que sangrava e doía muito – ele realmente quebrou meu nariz.


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Notas finais do capítulo

Heeeeey espero que gostem *-*
E não se esqueçam das reviews. Quanto mais reviews, mais rápido tem post o/



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