Eu realmente não fazia idéia do que Hayley queria, então me virei para fitá-la.

   “Oi?” perguntei em um misto de confusão e curiosidade. Ela apenas suspirou.

   “Não é nada,” ela sorriu sem graça, acho que ela tinha desistido de me falar o que tinha pra falar. “hm, tchau.”

   “Tchau, Hays.” Acenei e sorri torto.

   Fui para casa pensando. Aquilo me deixou intrigado. O que Hayley tinha para falar comigo, mas simplesmente... perdeu a coragem? Estranho.

   A semana terminou normal, além do fato de que eu estava realmente intrigado. Mas, eu devia esquecer aquilo, certo? De qualquer forma, Hayley nunca me falaria, até porque eu não iria perguntar.

   Estava cada vez mais difícil viver sem ela, mas eu me fazia de forte, mesmo que estivesse desmoronando por dentro. Eu já estava cansado de demonstrar fraqueza, pena era algo que eu definitivamente não precisava naquele momento.

   Jenna estava se insinuando cada vez mais para mim, mas ela me causava repulsa, por isso, apenas a ignorava.

   E assim estava minha vida, destruída para mim, normal para os outros. Tendo uma relação “amigável” com Hayley. Às vezes eu pegava ela me olhando em alguns ensaios, mas logo que ela percebia que eu tinha notado, desviava o olhar. O que eu, confesso, também fazia.

   Semanas se passaram, e nada mais me incomodava. Bom, pelo menos era o que os outros achavam, e isso era bom.

   Era manhã de um sábado e estávamos ensaiando. Hayley cantava Never Let This Go animadamente. Ah, foi esse o nome que escolhemos para a música, aliás. Paramos quando ouvimos o som da campainha tocar.

   “Só um minuto, meninos!” Hayley falou e desceu as escadas para ver quem era. Fiquei alguns minutos repassando os acordes até que Hayley aparece novamente.

   “Vocês não vão acreditar quem está aqui. Senhoras e senhores, Taylor York!” Hayley apontou para a porta e Taylor saiu de lá vestido completamente de preto. Eu estava começando a considerando a hipótese de Taylor ser desses tipos góticos... Ah, mas eu nem me lembrava de Taylor, foi bom ele ter aparecido, já que já pensávamos em nossa primeira apresentação.

   “Hey, cara!” pensei que você não ia aparecer mais. Ele apenas acenou para mim. Enfim, ele era bizarro.

   “Entra, cara.” Disse Jeremy o convidando, então ele pegou sua guitarra na case que ele trazia em suas costas.

   “Então, por que você não toca alguma coisa pra gente?” Zac sugeriu.

   Então Taylor fez um solo impecável de Smells Like Teens Spirit do Nirvana. Todos ficaram boquiabertos.

   “Bem-vindo à banda!” disse Jerm animado dando um tapinha em suas costas. Todos estávamos animados com a chegada de Taylor. Ele não falava muito, então a gente deixava ele meio à vontade, apenas puxando assunto quando necessário.

   Ele realmente tocava demais! Nós apresentamos nossas músicas à ele e ele acompanhou super bem. Ele faria bem à nossa banda, com certeza.

   Saímos todos para comemorar a chegada de Taylor, menos Taylor. Sim, ele disse que ia pra casa. Hm, ok. Fomos a um restaurante, ou uma lanchonete, talvez... Bom, isso realmente não importa. Nos divertimos muito. Ficamos rindo das piadas sem graça de Zac, de como Jeremy ficou todo sem graça quando a Katt chegou, mas não cós viu, de como a Hayles se apavorou quando viu um palhaço. Mas, logo descobrimos que era de papelão e ela ficou vermelha de vergonha.

   Sim, ser amigo dela era melhor do que nada. Essa tarde comprovara minha teoria. Foi divertido. Hm, eu já disse isso...

   Voltamos para a casa da Hays. Sentamos todos na mesa da cozinha. Ficamos nos encarando até que Hayley começou a rir descontroladamente e todos a acompanharam. A gente não tinha nada para fazer mesmo... Apenas dev... Argh! Sai de mim pensamento nerd!

   Eu havia prometido para mim mesmo que, ainda nesse ano, ficaria sem fazer algum dever, para desencanar, sabe? Bom, tomara que eu consiga.

   Nós parecíamos bêbados sem-noção. Mas, claro, estávamos sóbrios. A tarde foi acabando e os meninos foram indo embora. E, de novo, eu sobrei!

   “Hays, vou indo, ok?” falei me preparando para ir embora.

   “Hm, Josh, você se importa de ficar mais um pouco? Eu não queria ficar sozinha...” Hayley disse me encarando com aqueles olhos verdes em que eu facilmente me perdia. Balancei a cabeça voltando a realidade.

    “Ah, claro.” Disse dando um meio sorriso.

    Ficamos deitados em sua cama olhando para o teto e jogando conversa fora. Sim, na mesma cama. Sem contato físico. Aquilo era mais do que eu podia agüentar. Muito mais.

   E o assunto se foi. Isso piorou minha situação. Completamente. Ela estava perto demais. Isso era de propósito? Só pode ser! E então ela virou seu rosto em minha direção. Eu era uma masoquista mesmo! Virei meu rosto em sua direção. Ficamos assim por um tempo. Foi difícil para mim.

   Hayley fechou os olhos. Por que ela tinha que dificultar as coisas? Me diz, por que?!

   Eu me rendo.