Eu subi as escadas em uma rapidez inigualável, quase não conseguia enxergar os degraus a minha frente por causa dos meus olhos molhados.

Quando finalmente consegui chegar em meu quarto bati a porta forte, mais não tranquei, mesmo se o fizesse qualquer um seria capas de arrebentá-la para entrar, não faria diferença alguma.

Eu pulei em minha cama, ainda chorando, senti meu rosto em brasa, e minhas lagrimas encharcando meu travesseiro.

Meus soluços eram altos e apavorantes, eu estava completamente insana, como eu podia ter feito aquilo, eu realmente não odiava meus pais, mais sinceramente, o melhor foi dizer aquelas palavras.

Mesmo sem saber ao certo o que eu faria depois de tudo aquilo, eu continuei a chorar, como se fazendo isso, as lagrimas talvez levassem toda aquela tristeza e todo aquele ódio embora, os tirassem de perto de mim, como se fizesse aquilo melhorar, mais eu sabia, no fundo, que não mudaria nada.

Continuei chorando por um longo tempo, ou não, quando estava nesse estado letárgico, dificilmente diferenciava as variações de tempo. Eu ouvi a porta do meu quarto se abrir e depois se fechar.

Quando finalmente uma mão fria tocou minhas costas eu percebi que meus soluços já não eram tão altos, e minhas lagrimas agora já estavam secas em meu rosto.

- Você está mais calma? – a voz de veludo perguntou.

- Vá embora! – eu gritei estridentes.

- Precisamos conversar. – a voz continuou baixa.

- Não, nós não precisamos vocês já disseram tudo, vocês não me querem feliz, não é? – eu perguntei irritada.

- Isso é tudo o que queremos Nessie, nós só queremos sua felicidade, entenda isso, você não sabe como me parte o coração vê-la triste assim.

- Então, porque eu não poderia namorar com o Jake mãe? – eu perguntei apertando o rosto contra o travesseiro.

- Porque você insiste nisso, em namorar o Jacob Renesmee? – ela perguntou me puxando para cima. – Você ama ele não ama? – ela continuou.

- E se eu amar mãe? – eu disse começando a chorar novamente.

- Me diga, - ela segurou meu rosto entre as mãos. – você ama ele Nessie? – ela perguntou olhando fundo em meus olhos.

- Eu não sei. Eu... eu acho que sim. – eu disse encostando o rosto em seu peito de pedra. – Mais eu tenho medo, e se eu amar ele, vocês nunca aceitariam. – eu pisei em falso.

- Renesmee, eu não quero que você pense assim, se isso é o que você quer, o que te fará feliz, então nós te apoiaremos, não queremos te ver triste, como eu já disse eu só quero sua felicidade, acima de tudo. – ela disse me apertando em seu abraço.

- Mais e quanto ao papai, eu sei que ele dificilmente aceitaria isso. – eu disse contra seu peito.

- Seu pai, assim como eu, só quer sua felicidade. E ele aceitaria, se isso é o que você quer, ele aceitará. – ela continuou me abraçando.

- Me dês. – eu tentei dizer entre as lagrimas, e meus soluços.

- Não se desculpe, por favor, não faça isso. Eu quero que você saiba – ela disse levantando meu rosto, e me fazendo olhar em seus olhos. – quero que saiba, que não importa o que aconteça, eu quero que você me conte o que se passa nesta cabecinha. – ela passou a mão em meu rosto.

- Tudo bem, eu vou. – eu disse envergonhada.

- Agora, tem uma pessoa que quer falar com você. – ela disse se levantando e abrindo a porta. Meu pai estava parado, com o rosto em pedra e depois entrou, silenciosamente se sentando em minha cama, no lugar que a pouco minha mãe ocupava.

- Me desculpe. – eu baixei o rosto envergonhada.

- Não se desculpe, muito menos fique envergonhada. Eu tenho que te pedir desculpas, eu tenho sido tão... tão... – ele parou sem conseguir completar a frase.

- Pai, eu sei que você se sente mal, mais eu não consigo, eu não entendo, porque não o Jake? – eu disse me apertando contra ele.

- É complicado, como você já sabe, eu tive que lutar com ele pelo coração de sua mãe, e agora, eu sinto como se ele quisesse roubar você também, tirar você de mim. – ele disse me abraçando.

- Sabe que não é assim pai, você sabe que ele só quer o meu bem, nada mais, assim como você, e ele não quer me roubar de você, e mesmo se ele quisesse, eu nunca trocaria meu pai, aquele que eu mais amo, por ninguém, nem mesmo por ele. – eu disse apertando meus braços a sua volta.

- Eu sei que isso é infantilidade, mais é assim que eu me sinto. Eu quero que saiba uma coisa, mesmo se você quiser ficar com ele ou não, que eu te apoiarei, em cada uma de suas escolhas, sempre. – quando terminei de ouvir estas palavras, desabei em lagrimas novamente.

- Não se sinta culpado por nada pai, eu sou a culpada, eu estou sempre errada, eu sei que eu não devia ter dito que odiava vocês, porque eu não odeio, dizer aquilo cortou meu coração, eu nunca me senti mais triste, sinceramente.

“ Quero também que saiba, que mesmo sendo essa filha horrível que eu sou, que eu sempre amei e sempre amarei vocês, e também quero que saiba que nada, nenhuma destas besteiras que eu faço, nada é culpa de vocês, pois vocês são os melhores pais possíveis, e que eu farei de tudo para orgulhar vocês, e nunca mais, eu quero brigar com vocês. Nunca mais. ”

Ele se sentou em minha cama, apoiando suas costas na cabeceira, colocou um travesseiro no colo e apoio minha cabeça ali. Eu chorei, um choro de emoção, mais chorei por um bom tempo, quando finalmente dormi, mais no fundo, eu conseguia ouvir seu sussurrar baixo enquanto ele cantava minha cantiga de ninar.