Estava caindo num abismo, afundei na escuridão que sugava minha alma, por algum tempo, não submergi. Quando tornei a superfície me sentia em outro corpo, num corpo sedento, antigo, com um Q de realeza, então compreendi que estava numa das memórias de Kaname. Ouvi um bebe chorando, vidros quebrando, enquanto Rido dizia:

- Kaname é um lindo nome, pena que existira apenas um.

As minhas pupilas/as pupilas de Kaname se delataram ao entrar em contando súbito com a luz quando meu Tio abriu o seu caixão:

-Desperte, Kuran Kaname. Se mestre ordena.

 Ao dizer essas palavras lançou sobre nós o lindo bebe que estava em suas mãos, fomos arrebatas por uma sede avassaladora, impossível de controlar, nossa garganta celebrou ao sentir o sangue vampiro mais poderoso de todos, o bêbê sem duvidas era um Kuran, só depois de drená-lo por completo tivemos consciência do que acabávamos de fazer, no ápice do desespero vimos nosso pais sujos e desarrumados como se tivesse lutado a pouco tempo, correm sala adentro:

-Kaname! Oka-sama grito, ao ouvi aquele apelo, nós sentimos uma dor impossível de suportar, queríamos arrancas nossas orelhas para nos impedir de ouvir aquele clamor, a única saída foi volta à inocência infantil que havíamos abandonado a muito tempo.

Novamente afundei na escuridão, quando tornei a superfície, estava novamente na cabeça do meu irmão, ou melhor do meu antepassado. Estávamos olhando uma linda criança que estava no nosso colo, com certa surpresa percebi que era eu. Senti o amor avassalador que Kaname sentia por aquele corpo efêmero e perfeito.

-Vocês são noivos a partir de hoje. Eu pequena virou para ver o Otoo-sama entrando no quarto.

-Mas Otoo-sama, não tem problemas sermos irmãos?

-não Yuuki, sua mãe e eu também somos irmãos, isso é comum para nós, puros-sangues

De repente estava de volta ao pequeno quaro da pensão onde estávamos, com um certo esforço parei de sugar o delicioso néctar vital do meu irmão  e o fitei:

-eu te amo Yuuki, e sempre vou te amar.

Ao ouvir aquelas palavras o amor que eu nutria pelo meu sempai, meu irmão, meu antepassado se tornaram um só girando entorno do homem a minha frente, eu o beijei e disse contra os seus lábios:

-Também te amo, Oni-sama.

Nosso beijo começou lento, mas depois que nossas línguas se tocaram perdi o chão, só existia eu, ele e nosso amor. Kaname me amou pelo que me pareceu horas, minutos, segundos, ou talvez anos, quando estávamos abraçados tão perto quanto possível naquela minúscula cama ele me olhou e disse:

- Temos que te apresentar para a sociedade vampira, muito ficaram surpresos ao saber que a Princesa Kuran não é uma lenda.

-lenda?

- havia rumores que os Kuran tivessem tido uma filha, mas como nossos pais sempre a manterão em segredo, a fim de protegê-la de Rido, ficou conhecida apenas como uma lenda.

Refleti sobre aquilo alguns segundos, minha mente vampira tinha raciocínio rápido, resolvi esquecer esse assunto.

-Kaname oni-sama, o que vai acontecer agora?

-Vamos para nossa casa.

   Assim que me deparei com aquela mansão que me trazia tantas lembranças, boas e ruins, me senti emocionada. Tinha passado o inicio da minha vida aqui, agora estava de volta, não como aquela menina tola e ingênua, mas como uma vampira puro-sangue poderosa e assassina. Tinha a Artemis novamente em mãos, me sentia uma ceifadora de vidas, ou melhor, de existências. Se pensamento me fez entra em choque, como eu fiquei assim? Posso ser uma vampira, mas continuo sendo a mesma Yuuki; talvez não...